Árvore bíblica extinta “volta à vida” graças a semente de 1.000 anos
Há Bálsamo em Gileade?
Jeremias 8:22 Porventura não há
bálsamo em Gileade? Ou não há lá médico? Por que, pois, não se
realizou a cura da filha do meu povo?
Jeremias 46:11 Sobe a Gileade, e
toma bálsamo, [...] debalde multiplicas remédios, pois já
não há cura para ti.
Espécie pode ser a fonte de um
bálsamo curativo mencionado em textos antigos da região do Deserto da Judeia e
na Bíblia.
A Bíblia relata os poderes do
bálsamo de Gileade, e suas propriedades curativas, além do seu poder como
perfumoso, era usado como medicamento em remédios para catarata, presente,
mercadoria; em perfumes, incensos e embalsamamento; exportada por todo o
Império Romano.
Muitas
propriedades médicas são atribuídas ao bálsamo, como a expulsão do fluxo
menstrual; ser abortivo; mover a urina; auxiliar na respiração e
concepção; ser um antídoto para mordida de cobra;tratamentode pleurisia, pneumonia, tosse, ciática, epilepsia, vertigem, asma e
queixas.
Ezequiel. 27:17 - como
mercadoria; é revelado que o bálsamo era uma das mercadorias que os
comerciantes hebreus levavam ao mercado de Tiro.
Gênesis 43:11 - como presente
Jer. 51:8, como medicamento –
“ tomai bálsamo para a sua dor, porventura sarará.”
Identificada como uma espécie de
Commiphora, da família do olíbano e da mirra, a planta tem composto medicinal
que sugere possível ligação com o 'tsori' da Bíblia.
Um grupo de cientistas britânicos
iniciou um estudo há alguns anos a partir de uma semente com cerca de 1000 anos
de idade identificada na região inferior de Wadi el-Makkuk, ao norte de
Jerusalém, Gileade, ao norte do Mar Morto, no Vale do Rift do Jordão, em condições
biológicas que permitiram que a mesma florescesse-se e desenvolvesse a árvore da
qual é semente, fonte do bíblico “tsori”(צֹרִי) o nome do bálsamo de Gileade), a
qual chamaram de “Sheba”.
Na Bíblia, o bálsamo é designado
por vários nomes: בֹּשֶׂם (bosem), בֶּשֶׂם (besem), צֳרִי (ẓori), נׇטׇף (nataf),
Na literatura rabínica, קׇטׇף (kataf), בַּלְסׇם (balsam), אַפּוֹבַּלְסַמוֹן (appobalsamon) e אֲפַרְסְמוֹן (afarsemon).
No Talmude, o bálsamo
aparece como uma pomada que foi um produto altamente elogiado da planície
de Jericó (Shab. 26a). No entanto, seu
principal uso era medicinal e não cosmético.
“A região
de Galaad, hoje na Jordânia, era tradicionalmente associada ao tsori. A
resina era mais conhecida pelas suas propriedades terapêuticas do que pelo seu
perfume.”
Botânicos estão cultivando uma
espécie de árvore há muito perdida, a partir de uma semente de 1.000 anos encontrada
em uma caverna no deserto da Judeia na década de 1980. A
descoberta de uma semente não identificada numa caverna do deserto da Judeia
pode ser a chave para o mistério do tsori. A datação por
radiocarbono da semente indica que ela tem entre 993 d.C. e 1202 d.C.
A árvore ou arbusto que produz o bálsamo é comumente identificada como Commiphora gileadensis. Alguns estudiosos botânicos concluíram que a fonte real era uma árvore terebinto do gênero Pistácia.
Árvore Bíblica?
“O que é surpreendente nessa
história é que era uma única semente e poder ter a chance da semente germinar é
uma sorte extrema”
Com base em pesquisas históricas,
Sallon teve um palpite de que a árvore poderia ser a fonte do que textos
antigos da região, incluindo a Bíblia, descrevem como “bálsamo da Judeia” ou
“bálsamo de Gileade” — uma resina perfumada colhida para fazer um perfume
cobiçado que era exportado para todo o mundo na época.
Os pesquisadores envolvidos no
projeto dizem acreditar que a espécie de árvore, que atualmente é considerada
extinta, pode ter sido a fonte de um bálsamo curativo mencionado na Bíblia e
em outros textos antigos.
“Nós o plantamos em 2010, agora é
2024. Por que esperamos tanto [para publicar a pesquisa]? Porque eu queria ter
certeza se era ou não o Bálsamo da Judeia. E como eu definitivamente saberia
disso? Ao cheirá-lo”, disse Sallon.
A árvore, que agora com mais de
14 anos e quase 3 metros de altura, não floresceu nem deu frutos. Sem essas
características mais facilmente identificáveis, não é possível identificar as
espécies crípticas com certeza, acrescentou o estudo.
Dificuldades:
A árvore, que é parente da árvore
de mirra, famosa por sua resina, nunca exalou nenhum tipo de perfume. Quando a
planta estava mais madura, por volta dos 3 anos de idade, a equipe conduziu uma
análise fitoquímica em sua resina, folhas e galhos para testar compostos
aromáticos, como os encontrados na mirra. No entanto, não havia nenhum, (veja,
abaixo, como chegaram a conclusão).
Desenterrada durante uma
escavação arqueológica na região inferior de Wadi el-Makkuk, ao norte de
Jerusalém, a semente antiga foi classificada como estando em perfeitas
condições. Mas os cientistas que conduziram a nova pesquisa não conseguiram
identificar o tipo de árvore somente a partir da semente.
A equipe, liderada pela Dra.
Sarah Sallon, uma médica que fundou o Louis L. Borick Natural Medicine Research
Center no Hadassah University Medical Center em Jerusalém, plantou a semente há
mais de uma década para investigar mais profundamente o mistério.
Sallon disse que era possível que
a árvore fosse a fonte do bíblico “tsori”, um extrato de planta medicinal
associado à região histórica de Gileade, ao norte do Mar Morto, no Vale do Rift
do Jordão, uma área montanhosa e florestal que era intensamente cultivada e
agora faz parte da Jordânia.
As descobertas da equipe,
descritas em um estudo publicado em 10 de setembro na revista
Communications Biology, desvendam alguns dos segredos que cercam as origens
deste espécime enigmático, que Sallon apelidou de “Sheba”.
Impressão digital genética sem
correspondência
Para germinar o espécime, a
coautora do estudo, Dra. Elaine Solowey, pesquisadora emérita do Centro de
Agricultura Sustentável do Instituto Arava de Estudos Ambientais em Israel,
usou um processo aperfeiçoado durante pesquisas anteriores lideradas por Sallon
em sementes de tamareira de 2.000 anos.
A abordagem envolveu mergulhar a
misteriosa semente do deserto da Judeia em água misturada com hormônios e
fertilizante antes de plantá-la em um vaso com solo estéril.
“Cerca de cinco semanas e meia
depois, surge este belo broto”, disse Sallon.
Pouco tempo depois, a árvore
começou a brotar folhas. Sallon compartilhou imagens da árvore e de suas folhas
com botânicos ao redor do mundo. Um especialista sugeriu que
ela pertencia ao gênero Commiphora. O grupo inclui cerca de 200 espécies de
árvores encontradas principalmente na África, Madagascar e Península Arábica.
Em seguida, Sallon compartilhou
uma amostra da folha com a coautora do estudo, Dra. Andrea Weeks, professora
associada do departamento de biologia da George Mason University em Fairfax,
Virgínia. Weeks sequenciou o DNA da árvore, confirmando a identificação
preliminar. No entanto, a amostra não correspondia a nenhuma das espécies
conhecidas de Commiphora em seu banco de dados.
Com sua impressão genética única,
a espécie desconhecida de Commiphora provavelmente representa um táxon extinto
que já foi nativo da região ao redor do Deserto da Judeia, de acordo com o
estudo.
Como chegaram à hipótese.
A árvore, que é parente da árvore
de mirra, famosa por sua resina, nunca exalou nenhum tipo de perfume. Quando a
planta estava mais madura, por volta dos 3 anos de idade, a equipe conduziu uma
análise fitoquímica em sua resina, folhas e galhos para testar compostos
aromáticos, como os encontrados na mirra, então a equipe detectou alguns
compostos conhecidos por seu uso medicinal, incluindo “guggulterols”, que foram
identificados a partir da resina da espécie de árvore relacionada Commiphora
wightii como tendo propriedades potenciais de combate ao câncer,
observou o estudo.
“Com base em todas essas coisas,
não é o bálsamo da Judeia, mas é um primo próximo dele e um dos Commiphora não
aromáticos que é um tesouro de compostos medicinais”, disse ela.
Devido à presença desses
compostos curativos, Sallon e seus colegas concluíram que a árvore pode ter
sido a fonte de um bálsamo medicinal conhecido como tsori, também mencionado em
textos históricos.
Sementes com uma vida útil
tão incrível são raras, de acordo com a Dra. Louise Colville, líder sênior
de pesquisa em biologia de sementes e estresse no Royal Botanic Gardens, Kew,
em Londres. Colville não estava envolvida na pesquisa.
“O que é surpreendente nessa
história é que era uma única semente e poder ter a chance dela germinar é uma
sorte extrema”, disse ela.
“Trabalhar em um banco de
sementes, vendo o potencial para essa longevidade extrema, nos dá esperança de
que ao armazenar e armazenar sementes, pelo menos algumas sobreviverão por
longos períodos de tempo”, acrescentou.
Fonte:
https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/arvore-biblica-extinta-volta-a-vida-gracas-a-a-semente-de-1-000-anos/#goog_rewarded
Katie Hunt - CNN 03/10/2024
Árvore de semente antiga pode ser
fonte do bálsamo medicinal bíblico
Site: Guiame, com informações do Times
of Israel - Identificada como uma espécie de Commiphora, da família
do olíbano e da mirra, a planta tem composto medicinal que sugere possível
ligação com o 'tsori' da Bíblia
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