Lição 2: A Predileção dos Pais
por um dos Filhos
Subsídio Pastor Professor Osvarela
Relacionamentos em Família —
Superando desafios e problemas com exemplos da Palavra de Deus; Comentarista:
Elienai Cabral
Texto Áureo
“E amava Isaque a Esaú, porque a
caça era do seu gosto, mas Rebeca amava a Jacó.” Gn 25.28
Prática
A preferência de filhos dentro do
lar gera divisão e promove o egoísmo na formação deles.
Leitura Bíblica
Gênesis 25.19-28
19 – E estas são as gerações de
Isaque, filho de Abraão: Abraão gerou a Isaque;
20 – e era Isaque da idade de
quarenta anos, quando tomou a Rebeca, filha de Betuel, arameu de Padã-Arã, irmã
de Labão, arameu, por sua mulher.
21 – E Isaque orou instantemente
ao Senhor por sua mulher, porquanto era estéril; e o Senhor ouviu as suas
orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu.
22 – E os filhos lutavam dentro
dela; então disse: Se assim é, por que sou eu assim? E foi-se a perguntar ao
Senhor.
23 – E o Senhor lhe disse: Duas
nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas: um povo
será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor.
24 – E, cumprindo-se os seus dias
para dar a luz, eis gêmeos no seu ventre.
25 – E saiu o primeiro, ruivo e
todo com a uma veste cabeluda; por isso, chamaram o seu nome Esaú.
26 – E, depois, saiu o seu irmão,
agarrando sua mão ao calcanhar de Esaú; por isso, se chamou o seu nome Jacó. E
era Isaque da idade de sessenta anos quando os gerou.
27 – E cresceram os meninos. E
Esaú foi varão perito na caça, varão do campo; mas Jacó era varão simples,
habitando em tendas.
28 – E amava Isaque a Esaú,
porque a caça era do seu gosto; mas Rebeca amava a Jacó.
A) Objetivos da Lição:
I) Apresentar o plano de Deus
para a família de Isaque e Rebeca;
II) Apontar a predileção dos
filhos como uma das principais causas de conflito familiar;
III) Explicar os malefícios da
predileção na formação e desenvolvimento físico, emocional e espiritual dos
filhos.
Hinos Sugeridos: 175, 318, 426 da
Harpa Cristã
Étimo:
Predileto - aquele
que é amado com preferência; preferido.
Que é o preferido;
Que é amado intensamente, de modo
extremista; n.m. Designa aquele que é apreciado ou amado com predileção. Etmo.
do latim: prae + dilectu
Predileção é a escolha de um dos filhos,
como o filho que terá sempre a importância e o desvelo dos pais sobre os demais
filhos, dentro da família. A predileção envolve preferência, mais amor por um, mais
querido, mais cara a alguém, mais estimado, mais apreciado, mais prezado, mais admirado.
Mais querido e amado em
comparação com as demais
Envolve eleição, preferência, ser
mais benquisto.
Tornar um dos filhos favorito, ou
dileto.
Causa estremecimento no círculo
familiar.
Escolhido – adj. que foi objeto
de preferência, de escolha; preferido. Selecionado [Jacó foi selecionado por
Deus, dentre os seus para um Plano maior]
Hebraico- נִבחָר
Ευδοκεω – eudokeo (gr.); v.
parecer bom para alguém, ser a satisfação de alguém;
- achar
bom, escolher, determinar, decidir; preferir, escolher; estar inclinado em
favor de alguém
κρινω - krino; v. separar,
colocar separadamente, selecionar, escolher; aprovar, estimar, preferir
προαιρεομαι - proaireomai; v.
apresentar, trazer para fora daquilo que é seu;fazer para si mesmo, escolher
por si mesmo antes de outro, preferir
Exórdio:
A predileção é um ato de desunião
que pode desencadear brigas, porfias, lutas na família com consequências imprevisíveis
e muitas vezes com fatalidade, ou quebrando a comunhão da família.
A “predileção” divina, contudo, não
faz acepção, mas é uma questão de escolha divina que se sobrepõe aos desejos e visão
humana, e por desígnios divinos incompreensíveis aos envolvidos, a quallevará o
predileto não ser fator de desunião, mas de comunhão, livramento e benção para
família.
Nas Escrituras a predileção de
filhos se inicia dentro da família patriarcal, ou Abraãmica na linhagem em
Isaque ao ter dois filhos com a Rebeca. Podemos inferir por sinonímia que
Rebeca tinha Jacó por seu protegido.
Gênesis
25.28 – E amava Isaque a Esaú, porque a caça era do seu gosto; mas
Rebeca amava a Jacó.
A instigação e o plano de Rebeca,
por variados motivos de ordem afetiva e
proximidade ao filho Jacó, o qual tinha relevância pela sua atividade doméstica
com sua mãe.
A ação de Rebeca sob a visão do
étimo grego, temos a visão de que ela queria apresentar, ou destacar Jacó,
diante de seu marido Isaque (gram. trazer para fora daquilo que é seu)
mostrar que Jacó poderia ser, mesmo não sendo o legítimo primogênito, um filho
que poderia ter os mesmo privilégios, além de seu espaço no clã e nas
atividades “caseiras/familiares”, aparentemente menos destacadas por seu pai;
Assim Rebeca fez a escolha
que era para si mesma, e que havia escolhido, por si, superando a
escolha de Isaque pelo outro – Esaú!
Talvez, este pensamento nos de
uma interpretação do texto, pois nas linhas do mesmo, não se pode determinar o
porque da predileção de Rebeca por Isaque.
1- Destaque
textual:
Este é o cerne de toda a questão
da predileção de Rebeca por Jacó, que o texto principal destaca na leitura
desta perícope, das mais importantes do livro de Genesis.
Esta perícope vai nos levar a
entender a escolha ‘prediletiva’ dos pais terrenos e a escolha ‘promessal’
de Deus.
Distintas quanto ao objetivo, mas
paralelas aos olhos humanos, que não anteveem o futuro e as consequentes obras
divinas sobre o escolhido.
A escolha humana é inconsequente
quando se tem um filho predileto, como neste texto, embora, por este meio ambas
escolhas/predileção seguem paralelas e se ‘ubicam’ após o tempo Kairós, para
conclusão efetiva do Plano divino na plenitude dos tempos.
Obs.:
ubicar: Situar ou instalar em determinado espaço.;
Estar
em determinado espaço ou lugar.
Escolhido
– adj. Selecionado; sub. masc. o eleito de alguém.
2- A escolha
de Rebeca – consequências:
A predileção de Rebeca por Jacó foi
um comportamento reprovável que pode destruir uma família.
Gênesis
25.21 – 23 E Isaque orou instantemente ao Senhor por sua mulher,
porquanto era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher,
concebeu. E os filhos lutavam dentro dela; então disse: Se assim é, por que sou
eu assim? E foi-se a perguntar ao Senhor. E o Senhor lhe disse: Duas nações há
no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas: um povo será mais
forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor.
A concepção de filhos na estéril
Rebeca (que tinha vivido muitos anos com a frustração de não poder ser mãe)
pode ser um daqueles fatos que implicam no que possivelmente afetou a noção de
Rebeca, pois ela ouvira de Deus a guerra existente em seu ventre entre os
meninos em gestação. Rebeca basicamente ouviu que o seu filho caçula seria
dominante sobre o seu filho primogênito.
Cumpriu-se o dia do parto e Esaú
foi o primeiro a sair do ventre de Rebeca, mas Jacó veio logo atrás agarrado
nele.
Gênesis
25.23 – E o Senhor lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e
dois povos se dividirão das tuas entranhas: um povo será mais forte do que o
outro povo, e o maior servirá ao menor.
A partir disto, e na sequência posterior
e possivelmente, no dia a dia, do lar Rebeca notou o apego de Isaque por Esaú.
Poderemos inferir que provavelmente
o apego de Rebeca por Jacó ocorreu devido a vários atos de Isaque e fatores durante
o crescimento dos jovens na família.
É possível que a palavra que ela ouvira
da parte do Senhor, na sua gravidez, consolidara e ainda estivesse presente em
sua mente de como este problema se resolveria, daí ela agiu.
3- A predileção
por Jacó – a profecia – a ordem de direitos:
Conflitos em família sempre existem
e não são novidade nas famílias, desde os idos de Abraão (vide Ló)
Administrar os conflitos que nós
mesmo criamos por favorecer alguém, da família é um dos mais difíceis, não foi
de outra forma que Rebeca viu-se numa situação e não considerou os conflitos
existentes na vida dos filhos.
Não sabia que, mais cedo ou mais
tarde, os teria que administrá-los. Ela não pensou nem mediu as consequências na
predileção por Jacó, como Isaque não atentou para a disputa na gravidez de
Rebeca e sua predileção lhe pareceu natural diante da normativa tribal na ordem
da primogenitura.
Os pais Isaque e Rebeca aos exporem
suas preferências e sendo elas contrárias não abdicaram de suas predileções,
talvez nem mesmo penavam nisto, muito embora, tanto Isaque como Rebeca
conhecessem a voz de Deus, com clareza, mas preferiram manter as escolhas, ditadas
naturalmente pelos seus corações.
4- Como devemos
nos portar:
O dilema: abrir mão ou não de
nossa posição? Ceder ou não em nosso ponto de vista, mas fazer o que é certo. E
para sabermos o que é certo e para que isso aconteça é preciso que sejamos
orientados e conduzidos por Deus.
Destaque: Não podemos desprezar a
condição monogâmica do casal, a única até então entre o clã patriarcal.
O próprio Isaque foi desígnio
divino de uma especial predileção ou escolha pelo próprio Deus.
Como mãe Rebeca sabia quem exatamente
como era Esaú, suas predileções e contato com o Pai.
E convencida da sua escolha por
Jacó interferiu para garantir a seu filho mais novo a bênção paterna que, de
acordo com a tradição, seria concedida a Esaú, o primogênito.
Obs.:
Penso, que ela entendia que Esaú seria abençoado pela própria primogenitura e
Jacó receberia a benção por ter sido gerado no mesmo ventre e espaço temporal.
Parece
que Rebeca estava consciente das possíveis limitações de Esaú, no plano
patriarcal, e como dissemos, acima, mas acreditava que a bênção de ter sido o primogênito,
o melhoraria e lhe garantiria aquela.
A
primogenitura era transferível, como nos casos de Judá/Rúben, Efraim/Manassés e
Salomão/Adonias” (Bíblia de Estudo de Genebra). Em outras palavras, a
primogenitura era algo que não se podia dispensar. Era tida como ação graciosa
de Deus para um propósito divino e, portanto, considerada uma bênção
imensurável.
5- A divisão
pela predileção:
Gênesis
25.6 “E amava Isaque a Esaú, porque a caça era do seu gosto, mas
Rebeca amava a Jacó.” Gn 25.28
O casal
em sus predileções, talvez sonhasse com uma parceria, uma comunhão entre os
irmãos Esaú e Jacó.
Perfeito,
Esaú proveria alimento e sustento ao irmão, Jacó, por sua forma caseira
cuidaria do clã, com autoridade, e juntos herdariam e transmitiriam o legado patriarcal.
Os dois
filhos de Isaque e Rebeca eram totalmente diferentes tanto fisicamente como
moral e espiritualmente. Enquanto Esaú era um caçador, Jacó era o tipo pensante.
Rebeca,
no entanto, com intuição feminina, percebeu que a Esaú não interessava a
“parceria” com Jacó?
Interessava-lhe
apenas usufruir sozinho de seu sucesso material?
E que
Jacó seria o único a herdar e a transmitir o patriarcalismo de seu pai Isaque.
Poderíamos recorrer a uma solução
de falta de visão de Rebeca ou de Isaque, mesmo na predileção que trouxe guerra
na família havia o agir de Deus.
Mas, não podemos afirmar que esta
seria a forma de agir correta, pois Jacó poderia ser abençoado sem esta luta
familiar?
“..., porque
o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos
olhos, porém o Senhor olha para o coração. 1 Samuel 16:7
Quando não sabemos interpretar os
planos de Deus podemos ser como Samuel, ver apenas o exterior.
Rebeca
também não hesitou em interferir para que Isaque abençoasse Jacó no lugar de
Esaú, fazendo de seu filho menor o pai das Doze Tribos de Israel.
Esaú – O
primogênito sem o direito de o ser
Esaú, em
hebraico, significa “peludo”. Ele também foi chamado de Edom, que, em hebraico,
significa “vermelho”. Ele foi o pai dos edomitas, que habitaram em uma região
que hoje é conhecida por Aqaba. Esaú nasceu ruivo e peludo. Ele era um perito
caçador, um homem viril, do campo, destemido e agitado, completamente oposto a
Jacó. Eles eram muito diferentes, tanto na aparência quanto no temperamento.
Esaú era
o primogênito. Na cultura hebraica “o filho mais velho tinha o direito de ser o
herdeiro principal da fortuna da família (27.33; Dt 21.17; 1Cr 5.1-2).
Transcrevo:
“Livre e
soberanamente, Deus havia escolhido Jacó como o herdeiro da promessa e, Isaque,
por maior amor que tivesse por Esaú, não poderia contrariar o que Deus já havia
estabelecido.
O partidarismo
‘patrifilial' é danoso na vida familiar.
Temos que
aprender conviver e os trazer a conviver com as diferenças de nossos filhos e ajudá-los
a superarem quando os conflitos aparentemente insolúveis aparecerem.
As nossas
predileções não podem jamais contrariar o que Deus, livre e soberanamente,
estabeleceu e determinou.
Gn 25.24
– E, cumprindo-se os seus dias para dar a luz, eis gêmeos no seu ventre.
25 – E
saiu o primeiro, ruivo e todo com a uma veste cabeluda; por isso, chamaram o
seu nome Esaú.
26 – E,
depois, saiu o seu irmão, agarrando sua mão ao calcanhar de Esaú; por isso, se
chamou o seu nome Jacó. E era Isaque da idade de sessenta anos quando os gerou.
Um alerta
sobre o perigo da predileção entre os filhos:
Dar
atenção especial a um filho, em detrimento do outro – ainda que em alguns casos
isso seja necessário – pode causar sérios problemas: ciúme, ódio, falta de
cordialidade, etc.
Os pais são
criados para edificar um lar de amor, disciplina e aceitação mútua.
Os pais
devem combater a rivalidade e a competição entre irmãos.
Os pais devem
agir para que os filhos sentirem-se acolhidos e amados, ainda que considerando
a peculiaridade de cada filho.” Parte (compilada e editada) do Estudo
publicado originalmente pela Editora Cultura Cristã, na série Nossa Fé -–
Casais da Bíblia.
Em EDIÇÃO
Fonte:
Mulheres
Bíblicas; Morashá - Rebeca, a Segunda Matriarca - Corajosa, decidida e
generosa. Estas são algumas características da personalidade de Rebeca, esposa
de Itzhak e segunda matriarca do povo judeu. Edição 40 - Março de 2003
Isaque e Rebeca: um casal
dividido pelo amor por seus filhos
Lição CPAD 2º trimestre 2023
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