O Verbo que se tornou em carne
Lição 1 CPAD – Abril 2025
Subsídio Pastor
Professor Osvarela
Texto Áureo
“E o Verbo se fez carne e
habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai,
cheio de graça e de verdade.” (Jo 1.14).
Prática
O Verbo de Deus inseriu-se na
história, assumindo a forma de homem para redimir os pecadores.
Leitura Bíblica
João 1.1-14.
1 — No
princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2 — Ele
estava no princípio com Deus.
3 — Todas
as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez.
4 — Nele,
estava a vida e a vida era a luz dos homens.
5 — E
a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6 — Houve
um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
7 — Este
veio para testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por
ele.
8 — Não
era ele a luz, mas veio para que testificasse da luz.
9 — Ali
estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo,
10 — estava
no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu.
11 — Veio
para o que era seu, e os seus não o receberam.
12 — Mas
a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus:
aos que creem no seu nome,
13 — os
quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão,
mas de Deus.
14 — E
o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória
do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
A) Objetivos da Lição:
I) Apresentar as informações
introdutórias sobre o Evangelho de João;
II) Revelar o Senhor Jesus como o
Verbo de Deus;
III) Explicar, tanto
doutrinariamente como biblicamente, a manifestação do Verbo.
Observação:
Escrevo,
este subsídio, ainda sob a visão dos comentários da Lições CPAD, janeiro, março
2025. Assim oriento meus leitores que não desprezem o aprendizado daquelas
lições e estimulem os alunos a continuarem os estudos sobre o Verbo Encarnado,
Jesus, pois é um assunto inesgotável.
Destaque:
João 1.14 — E
o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória
do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
O versículo 14 do texto base, acima,
é o principal documento bibliográfico sobre o cerne da visão do Evangelista
João sobre Jesus e é a base Cristológica para sua narrativa sobre os atos de Jesus,
neste Evangelho do Senhor. É sem dúvida uma narrativa, mais afeita a divindade de
Jesus que os demais autores dos outros evangelhos que por isso mesmo se chamam
sinóticos.
Podemos ressignificar todo o
evangelho de João ao usar este versículo.
Sugiro leitura de meu comentário subsídio
no link d meu site: http://estudandopalavra.blogspot.com/2025/01/jesus-e-deus-licao-5-cpad-adultos-2-de.html
Transcrevemos, abaixo, texto do
Comentário Beacon sobre o Evangelho de João:
“O Logos (Palavra) dos
estóicos e Filo é aqui apresentado não como uma “fria abstração filosófica”, mas
como a Pessoa de Deus vivendo entre os homens que vieram reconhecê-lo e adorá-lo,
e que deram testemunho a seu respeito. Embora a palavra logos apareça somente
em 1.1 e 1.14, fica evidente que a ideia da revelação pessoal de Deus descrita
no Verbo nunca está longe da mente do autor (cf. Ap. 19.13). Estes primeiros
dezoito versículos, com exceção de 6-8 e 15, são, às vezes, chamados de “Hino
Logos”. PRÓLOGO - João 1.1-18 – página 13
Tanto no pensamento grego como no
judeu existia o conceito de O Verbo. Isto era algo que podia elaborar-se
para enfrentar tanto ao mundo grego como ao judeu. Algo que permanecia à
tradição de ambas as raças, algo que ambos podiam compreender.
“A
compreensão e utilização, do próprio Deus, como ‘palavra de Deus’ era usual nos
targuns onde os escritores substituem o nome de Deus por ‘palavra de Deus’; poder
criador que João atribuía à Palavra, ao Verbo, aos Logos, com o que
identificava a Jesus Cristo.” Osvarela
De certa forma, podemos entender
minimente, após séculos dede que João apresentou a sua revelação sobre o Logos,
que João encontrou uma forma de apresentar a ideia da palavra dentro de sua
própria fé e na tradição de seu próprio povo (ao mesmo tempo que o grego era
conhecido em Israel); a palavra comum que, em si mesma, não é um mero som,
e sim algo dinâmico, a Palavra de Deus mediante a qual Deus criou o
mundo, a palavra dos targuns; que expressavam a ideia da ação de Deus, a
sabedoria da literatura sapiencial que era o eterno poder criador e iluminador
de Deus.
O uso do Logos foi tema para Filo(teólogo
judeu) e sobretudo para os gregos, mas Filo eleva a discussão ao nível do Deus Verbo.
Logos,
a palavra, a razão de Deus. Para Heráclito, o Logos, a palavra, era o princípio
de ordem sob o qual o universo continuava existindo - "todas as coisas
acontecem segundo o Logos; Logos é o poder que dá sentido ao mundo, o poder que
faz com que o mundo seja uma ordem e não um caos, o poder que pôs em movimento
o mundo e que o mantém em um movimento perfeito." Heráclito - filósofo de
Éfeso 560 a.C
João mantém esta visão, de forma
inspirada pelo Espírito Santo, pois certamente era conhecedor da visão Logos
naqueles dias.
Logocentrismo é um
termo de Jacques Derrida. Para ele, um pensamento logocêntrico é aquele que
considera o "logos" como o principal princípio da filosofia. E
este entendimento encontra como embate o uso as Palavra como centro da
vida cristã e da crença em Deus.
João 1:1 No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
João 1:1 εν
αρχη ην ο λογος και ο λογος ην προς τον θεον
και θεος ην ο λογος
O uso da Palavra na Criação e
- o Criador-Logos – com o uso da Palavra de Deus - para
criação da Terra e tudo que nela há; é um ponto que pode ser alvo do
desconstrucionismo ou do relativismos.
E entendendo que “o Cristo
Logos é o Fim de todas as coisas”;
Colossenses 1:17 Ele é antes de
todas as coisas. Nele, tudo subsiste.
Quando pensamos sobre o uso do
termo logoi, e a visão que insiro, abaixo (lógico com restrições da minha fé)
algo estudado na antiguidade:
“Segundo a teologia “mística” cristã, o Criador-Logos implantou em cada
coisa criada seu próprio logos, seu próprio princípio ou essência interior,
aquilo que faz a coisa ser o que propriamente é e que ao mesmo tempo direciona
essa coisa a seu fim próprio, isto é, a Deus. O Criador-Logos, trazendo tudo à
unidade, faz do universo um “cosmos” integrado e harmonioso. Ele atrai todos as
coisas a Si (cf. João 12:32), embora domine sem compulsão, direcionando cada
coisa naturalmente, segundo seu próprio logos. Conforme ensina São Máximo, o
Confessor, “a Origem e Causa dos seres criados tem, enquanto Verdade,
conquistado todos as coisas naturalmente, atraindo suas atividades a Si”.
Cristo Logos é o Fim de
todas as coisas é misteriosa e profunda. Conforme
dissemos acima, todas as coisas criadas possuem seu logos, sua essência ou
princípio interior. O logos de cada coisa é uma “ideia” de Deus, e
é mediante o logos que a coisa passa a existir em um determinado tempo e lugar
e de uma determinada forma, e é mediante o logos que ela se desenvolve.
O logos é o
ponto de contato da coisa com Deus, ao mesmo tempo em que é o fim ao qual ela
tende.
Deus introduziu nas criaturas o
amor que as faz tender a Si, atraindo-as para sua realização.” 11
de outubro de 2012 - Os logoi das coisas criadas. Fonte: Christ the Eternal Tao
e Genesis, Creation and Early Man.
Introdução:
“E o Verbo se fez carne
e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito
do Pai, cheio de graça e de verdade.” (Jo 1.14).
Na Fundação do mundo o Verbo
estava presente na Plenitude se manifestou e veio habitar entre os homens.
O Evangelho de João é o evangelho
não sinótico, a quarta narrativa sobre a vida de Jesus na Bíblia, Nele, Cristo
é apresentado como o Verbo (ou Palavra, tradução do grego Logos), uma entidade
divina existente antes da criação do mundo.
É o Evangelho de João, que
apresenta as atividades de Jesus no seu ministério, mas tem a excelência de
apresentar no seu capítulo 1, como introdução de apresentação o porquê Jesus
produzir tantos milagres e realizou tudo que este Evangelho vai relatar até seu
último capítulo (capítulo 21).
Características do Evangelho de
João
Jesus
apresentado como Deus Eterno
Este é o
mitte deste Evangelho;
É o
Evangelho do Filho de Deus [ que se fez carne].
Crer
na sua vinda ao mundo em forma encarnada como homem e nascido de mulher é ponto
central do Evangelho e da confissão em Jesus Cristo, como inteiramente home
e inteiramente Deus.
O
pensamento da divindade, particular de João é uma das qualidades exclusivas do
autor. A
particular percepção da divindade mística do Filho do homem;
Jesus
seu ministério é apresentado de forma geográfica tendo como ponto atrativo: Centrando
nas visitas na cidade de Jerusalém.
No
Evangelho de João diferente dos sinótico(para públicos específicos), João escreveu a todos os homens.
Jesus
– se apresentando ‘ego eimi’ – Eu Sou
No
Evangelho de João aparecem sete milagres realizados por Jesus
No Evangelho de João Jesus
é apresentado sem genealogia, pois não tem início e nem fim. Concentra o Ministério
João apresenta Jesus
realizando longas Dissertações.
João narra alguma curas extraordinárias.
Não traz exorcismo
(expulsão de demônios).
Não tem Parábolas (no
modelo dos sinóticos);
Não tem o envio dos 12;
A
Transfiguração;
Sermão
Profético;
A
narrativa da Última Ceia.
Verbetes:
Encarnação – mistério pelo qual Deus se fez homem; ato em que Deus
se fez homem, unindo a natureza humana à divina. Pequena Enciclopédia Bíblica O
S Boyer.
Encarnar – ser
a personificação, o modelo de (homem); nascer como ser humano (Jesus – filho do
homem, filho de Maria) – Dicionário Aurélio
LOGOS THEOU (grego) -
“Palavra de Deus”. Uma expressão sagrada para A Palavra de Deus que é viva e
exerce poder conforme nos é dito “no início era A Palavra, e a Palavra estava
com Deus e a Palavra era Deus” (João 1:1). Ela também se expressa no contexto
no livro de Hebreus (4:12) do Novo Testamento para mostrar a ponte entre a alma
e o espírito
Logos: Fílon
(pensador de Alexandria – judeu; segundo Fröhlich, foi um judeu helenista,
filósofo da religião.) dá ao seu logos um papel distinto na criação: é a
causa.
Na maioria das escolas de
filosofia grega, o termo era usado para designar o princípio subjacente do
universo, um que era racional, inteligente e vivificante. Alguns sinônimos
vagos para Logos podem ser Mente, Poder, Causa, Ato, Fundamento, Razão ou Estrutura,
mas nenhuma palavra resume adequadamente a plenitude do termo.
É quase unanime que João, que
vivenciou a era da língua grega na Palestina utilizou de maneira inspirada e
revelada o termo grego.
A Manifestação do Verbo:
1 — No
princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2 — Ele
estava no princípio com Deus.
A manifestação
do Verbo obedeceu ao cronograma divino do Plano salvífico.
O Verbo
como Eterno estava atuando desde o Princípio Eterno, como João relata e as Escrituras
o localizam na Eternidade, vide Genesis 1.1,2
Atuando na
Criação e ao longo das narrativas bíblicas de maneira direta, mas não manifesta
em forma universal e humana, O Verbo encarna no cronograma divino na Plenitude e
o uso dos verbos ser e estar, descrevem uma ação contínua, sem
levar em consideração o princípio ou o fim.
“O
tempo verbal imperfeito do original sugere nesta relação, até onde a linguagem humana
pode ir, a noção de uma existência supratemporal absoluta”. Brooke
Foss Westcott
Gálatas
4.4
Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher, nascido sob a lei,
A vinda na Plenitude marca a manifestação
da Graça e do Verbo na ação do Plano eternal da salvação.
Sua manifestação física se dá no
seu nascimento do ventre de Maria, como um menino profetizado por Isaías. Aqui no
nascimento o Verbo passa a habitar no cronos e no Mundo físico de forma
totalmente aparente aos homens, sem contudo quebrar a sua existência supratemporal
absoluta(Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade)
como diz Westcott.
Verbo é visto como a Fonte da
vida
João 1.4 — Nele,
estava a vida e a vida era a luz dos homens.
5 — E
a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
Fiat lux a expressão do latim
sobre o início ou start para existência da vida, a vemos na Criação onde o
Verbo está.
Para iniciar a atividade e proporcionar
Vida a Luz era a necessidade primaria para a Obra da Criação.
Genesis 1.
2,3 E
a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e
o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja
luz; e houve luz.
João estabelece uma base para equilíbrio
e manutenção dos homens. Vida e Luz.
No seu Evangelho, João utiliza Vida
e Luz como duas das grandes palavras fundamentais sobre as que está construído
todo o seu Evangelho.
João vai escrever um dos ‘ego
eimi’ ditos por Jesus no capítulo 8.12 Falou-lhes, pois, Jesus outra vez,
dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas
terá a luz da vida.
Ou seja, o Verbo era Luz e dele
procede e se mantém a luz da Vida! João diz é que Jesus é a Luz genuína
que veio iluminar e esclarecer os homens. Jesus é a luz que ilumina a todo
homem que vem ao mundo. Jesus veio a este mundo o fez como uma luz nas trevas.
Antes que Jesus chegasse os homens seguiam a outras luzes, por isto os homens
em trevas não podiam compreender a Luz andando entre eles, e mesmo os seus estavam
sem iluminação espiritual.
A Luz – Jesus –
universalizou os homens os dando condição de todos, serem feitos Filhos de
Deus, judeus e gentios, escravos, citas e livres:
Colossenses
3.10,11 ..., segundo a imagem daquele que o criou; Onde não há
grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou
livre; mas Cristo é tudo, e em todos.
João 1. 12 — Mas
a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus:
aos que creem no seu nome,
No Evangelho de João a palavra
vida (zoo) aparece mais de trinta e cinco vezes, e o verbo viver ou ter
vida (zen) mais de quinze.
Etimologia (insiro
também a hebraica, apesar do texto estar no grego)
אור - ’owr; n. f.
luz; luz do dia; luz da vida
ζωη - zoe; n. f.
vida - da absoluta plenitude da vida, tanto em essência como eticamente, que
pertence a Deus e, por meio dele, ao “logos” hipostático e a Cristo, em quem o
“logos” assumiu a natureza humana;
ζωο γονεω - zoogoneo;
v. gerar vida; dar vida; preservar com vida
ζωο ποιεω zoopoieo;
v. produzir vida, gerar ou dar à luz a uma nova vida; pelo poder espiritual,
despertar e revigorar; do espírito, vivo no que se refere ao espírito,
revestido com novos e maiores poderes de vida
João 1. 12 — Mas a
todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos
que creem no seu nome,
13 — os
quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão,
mas de Deus.
A geração da vida espiritual se
dá pelo poder da Vida – Jesus. Para ser nova vida ela nasce pela Luz - Jesus
Deus enviou seu Filho para
"que todo aquele que crê não pereça, mas tenha a vida eterna (3:16)
Jesus
é o doador da vida
Fonte:
Lições CPAD 2025
Estudantes da Bíblia
O Novo Testamento Comentado por
William Barclay
Comentário Beacon - O Evangelho
Segundo João - Joseph H. Mayfield
Dicionário Strong
Citações no corpo do texto
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