UMA Igreja para confundir?
A Capital, como os habitués a ela se referem, é uma igreja protestante, fundada em 2009 pelo pastor Junior.
Fundada pelo pastor Junior Souza, 37, a igreja - no memento um agrupamento que prega a Bíblia, pois ainda não é registrada, a Capital Augusta , funciona em uma boate, após as baladas serem encerradas, onde acontecem os cultos.
Rua Augusta, 486.
Às 3h de um sábado, dezenas de pessoas se aglomeram em frente ao Clube Outs, uma das muitas casas noturnas da região.
O show termina, e Junior Souza, 37, surge. Veste uma camiseta preta estampada com o símbolo matemático que representa o "diferente", tem o antebraço tatuado e brinco na orelha.
Dá alguns avisos, indica o lugar onde fica a caixinha de contribuições e anuncia pelo microfone: "Agora a gente vai fazer um intervalo e já continua o culto, beleza?". A pausa serve para que os fiéis da Capital Augusta possam trocar ideias.
A Capital, como os habitués a ela se referem, é uma igreja protestante, fundada em 2009 pelo pastor Junior.
O grupo inicial era formado por músicos, designers e gente que "já vivia a vida da Augusta", segundo o pastor, que é professor de inglês e dá aulas na Faculdade Teológica Metodista Livre.
Quando o intervalo termina, Junior, de frente para um laptop, começa a ler um versículo da Bíblia. Carismático, ele às vezes quebra a leitura e traduz um trecho sagrado para uma fala informal.
A maioria dos presentes ainda não chegou aos 30 anos. São jovens antenados, que compartilham sua fé no Facebook e no Twitter.
No site da igreja, são disponibilizados podcasts religiosos.
O aluguel do imóvel na Augusta é bancado por 12 pessoas da liderança da Capital.
O dinheiro das doações, segundo o pastor, vai para missões religiosas e outras instituições. Valentim Van der Meer, promoter da boate, diz que aceitou alugar o espaço por simpatizar com a igreja. "É o mesmo público que frequenta o Outs na balada."Por volta das 21h, o culto termina ao som de Metallica.
Por uma coincidência irônica que só uma rua tão augusta pode permitir, a poucos metros dali, no número 501, fica o Inferno Club. "É legal ter uma igreja na porta do inferno, mas, infelizmente, ele não está acessível. Eles cobram o dobro do aluguel daqui", diz o pastor, rindo.
Dono de um corpo tatuado, o skatista e publicitário Bidu Oliveira, 20, diz que sofreu preconceito em outras igrejas e ali encontrou uma comunidade. "O foco aqui é Jesus", justifica.
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