A PEREGRINAÇÃO DE ISRAEL
NO DESERTO ATÉ O SINAI
Lição 06 – CPAD – Fev/2014
1ª Parte – em edição
Edição e Estudo: Osvarela
I Co 10.11 Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e
estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.
Êxodo 19.1-6 AO terceiro mês da saída dos filhos de Israel
da terra do Egito, no mesmo dia chegaram ao deserto de Sinai, Porque partiram
de Refidim e entraram no deserto de Sinai, onde se acamparam. Israel, pois, ali
se acampou em frente ao monte. E subiu Moisés a Deus, e o Senhor o chamou do
monte, dizendo: Assim falarás à casa de Jacó, e anunciarás aos filhos de
Israel: Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de
águias, e vos trouxe a mim; Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz
e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre
todos os povos, porque toda a terra é minha. E vós me sereis um reino
sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de
Israel.
Nm 11.1-3 E ACONTECEU que, queixou-se o povo falando o
que era mal aos ouvidos do Senhor; e ouvindo o Senhor a sua ira se acendeu; e o
fogo do Senhor ardeu entre eles e consumiu os que estavam na última parte do
arraial. Então o povo clamou a Moisés, e Moisés orou ao Senhor, e o fogo se
apagou. Pelo que chamou aquele lugar Taberá, porquanto o fogo do Senhor se
acendera entre eles.
EXÓRDIO
A
Simbologia bíblica é uma das maiores fontes de aprendizado para a Igreja contemporânea.
Nela se espelham de forma tipológica situações que nos informam como o Tipo
bíblico, em situações passadas deixaram respostas e nos mostram como o Povo de Deus, em todas as épocas passou por
situações idênticas com a ajuda do Eterno.
Na
lição deste domingo podemos estudar a caminhada do povo de Deus – Os Hebreus – pelo Deserto, uma caminhada
longa em dias, ocorrências, fatos humanos e atuação divina durante e ao longo, de forma continuada, independente de como o povo se portou a Presença de Deus.Tal símile nos é
assegurada pelos traços de seu caráter e personalidade intrínseca a Sua Total
Divindade, Poder e Autoridade, que mostram o seu domínio sobre:
Homens, Natureza, Potestades, reinos humanos,
reinos espirituais.
O
Novo Testamento nos dá a dimensão desta caminhada realizada, como Tipo, pelo Povo
Hebreu – Israel - quando Jesus fala aos seus discípulos, nas últimas instruções
no Evangelho de João. A Escritura Neotestamentária continuou usando o exemplo
de Jesus Cristo, através dos seus escritores.
João 17.14-16. Dei-lhes
a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não
sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são
do mundo, como eu do mundo não sou.
Compare
os versículos do Velho Testamento com os versículos do Novo Testamento e veja a
corelação entre as situações. Por Israel a posição física no Mundo físico e
pela Igreja (neotestamentária) a posição no mundo espiritual/físico, pois o antítipo
é situado nos dois planos.
Lv 25:23 - Também a terra não se venderá em perpetuidade, porque a
terra é minha; pois vós sois estrangeiros e peregrinos comigo.
1Cr 29:15 - Porque somos estrangeiros diante de ti, e peregrinos como
todos os nossos pais; como a sombra são os nossos dias sobre a terra, e sem ti
não há esperança.
Hb 11:13 - Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as
promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que
eram estrangeiros e peregrinos na terra.
1Pe 2:11 - Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que
vos abstenhais das concupiscências carnais que combatem contra a alma;
Percalços na Travessia
Temos
nesta lição a oportunidade de perceber e estudar percalços de várias origens.
- Humanos ou
antropológicos
- Do caráter da natureza
- Divinos ou de
divindades
Embora
fosse uma proteção as Colunas que D’us enviou para estarem com os israelitas,
na realidade elas tiveram caráter duplicado de atividade, em relação aos
percalços da Travessia.
DESERTOS DA TRAVESSIA.
O
deserto apresenta características própria e única àqueles que se atrevem
atravessa-lo. A característica do deserto é única: areia, pedra, um céu azul
sem nuvem e o sol reluzente no firmamento fustigando o corpo humano que se
desidrata rapidamente e um reflexo solar nas areias do deserto que prejudica
irreversivelmente a visão.
O
clima apresenta variação extremada.
Dt 32.10 ...terra deserta, e num ermo solitário cheio de uivos;
A
alimária do deserto é variada, desde serpentes a insetos.
Dt 8.15 Que te guiou por aquele
grande e terrível deserto de serpentes ardentes, e de escorpiões, e de terra
seca, em que não havia água;
e tirou água para ti da rocha pederneira;
Doenças
mentais podem acometer os peregrinos. Até pela monotonia da paisagem que causa
perda e falta de noção da direção a seguir.
E não disseram
Onde está o Senhor, que nos fez subir da terra do Egito? Que nos guiou pelo
deserto, por uma terra de charnecas, e de covas, por uma terra de sequidão e
sombra de morte, por uma terra pela qual ninguém passava, e homem nenhum morava
n’ella? Jr 2: 6
Se para uma pequena caravana, pois a travessia solitária
não é indicada, é difícil, imagine a Travessia com uma multidão constituída de:
mulheres, idosos, crianças, todos carregados com seus sentimentos, ansiosos, enfrentando
o desconhecido caminho. Sobrecarregados com tamanha carga emocional e física, além de morar agora, em tendas, após deixarem
suas casas (os peregrinos da Travessia eram a quarta geração dos hebreus no
Egito e jamais tiveram outra casa que não as terras egípcias).
Embora
seja um extenso trecho desértico, no qual tivemos a oportunidade de passar, o
deserto segundo alguns estudiosos, pode ser dividido por suas condições e características,
sempre desgastantes e desconfortáveis à vida, mas única a cada extensão palmilhada
pelos Israelitas.
Segundo
os Estudiosos pesquisados podemos verificar as condições inóspitas do Deserto da Travessia.
Palmer (1872: 234) refere-se ao deserto
como muito árido e quase sem água;
O
relevo do Monte Sinai é desértico com temperaturas que variam de 47º C durante
ao dia à -9º C durante a noite, a característica da região é desfavorável a
ocupação humana, no entanto algumas famílias de beduínos habitam-na, as
famílias vivem hoje do comércio do turismo dos peregrinos à Montanha de Deus. Chuvas
são raras e irregulares, a média anual está abaixo de 0,6 milímetros
O
Sinai central é chamado, em árabe, Badyat el-Tih, “O Deserto dos Viajantes”,
uma área plana de calcário e areia, imprópria para qualquer tipo de plantação.
Prentice (1913: 239) descreve o planalto
central da Península do Sinai, que acredita ser por onde passaram os israelitas:
- um lugar sombrio, de impossível
travessia com rebanhos.
Beit-Arieh (1988: 35) se importou em mostrar um
inimigo continuo para aquele que se decide atravessar o Deserto, como Deus
encaminhou o Povo de Israel e o impeliu por esta Travessia.
Beit-Arieh coloca a questão da variação das
temperaturas, conforme a hora do dia no trecho na região centro-sul da
península do Sinai.
Veja a variação das temperaturas, um desafio para o
viajante: a Mínima e Máxima: -5º C e 40,5º C, ou seja, uma variação de quase 50º
C!
O Deserto da Travessia
O
período de jornadas dos israelitas pelo deserto foi decisivo para a
transformação de um amontoado de escravos em um povo com um propósito. E o
cenário escolhido para esta transformação foi o deserto.
Definição da palavra
deserto nas Escrituras.
Mazar (1982: vol. 4, 673-676) identifica
vários nomes para o deserto nas Escrituras:
מדבר (midbar, nome mais comum, 102
ocorrências no Pentateuco)
שממה (šmamah,
Is 64: 9; Jr 12:10)
ישימון (yešimon,
Dt 32: 10; Sl 78:40)
ציה (ṣyah,
Isaías 41: 18; Os 2: 5)
ציון (ṣayon,
Is 25: 5, 32: 2).
O nome midbar
(מדבר), segundo Mazar,
significa um lugar que não é próprio para ser habitado, como também território
de pasto. Para Hirsch (2002), yešimon e šmamah
são sinônimos de desolação, enquanto ṣyah implica falta de água. Uma definição mais fiel
do que “deserto” seria “lugar abandonado”, uma extensão de terras não
cultivadas, eventualmente próprias para pasto e ocupadas por nômades. MAZAR,
Biniamin. Enciclopedia Mikrait (Hebraico). Jerusalém: Bialik Institute, 1982.
Continuaremos
escrevendo, sob a égide do Espírito Santo sobre a importância desta Travessia
não só para Israel e para Igreja, mas para a todos os homens.
Israel
ao atravessar o deserto caminhou sob a direção de Deus numa imensa demonstração
de fé de todo um Povo, em cumprimento a Promessa de Deus a Abraão, mas sobre
tudo em cumprimento a Promessa salvífica para toda a Humanidade.
Nos
dias de hoje se fazem corridas da paz, de direitos dos homens, coisa louvável,
mas os homens querendo ou não, estão envolvidos na Travessia e Peregrinação de
Israel pelo Deserto do Sinai.
Ao
realizar esta notável saga de um povo, em sua transformação de Povo e Nação em
busca de uma Promessa eles foram agraciados na mesma Travessia com o recebimento
dos Oráculos divinos que alcançou a todos os homens. E por esta Travessia,
realizaram a travessia espiritual proto bridge para retorno do homem
ao convívio com a Divindade, Deus o Eterno, que nos alcançou em Jesus Cristo.
Se
a Promessa antes era a Terra de Canaã, agora ela se transforma durante as
caminhadas de Jacó e na Travessia através dos seus filhos multiplicados, os
filhos de Abraão, em Travessia em caminhada ao Messias!
Continuação -2ª Parte
Fonte
AS
JORNADAS DOS ISRAELITAS PELO DESERTO, Manu Marcus Hubner (USP); Estação
Literária; Londrina, Volume 10B, p. 276-287, jan. 2013; ISSN 1983-1048 http://www.uel.br/pos/letras/EL; acessado em 07/02/201
Andrade,
Claudionor. Geografia Bíblica. CPAD, 2008. Apud OS DESAFIOS DO SINAI - historiador
Amarildo Salvador
Apontamentos do Autor;
Apostila Faesp-Diadema - Arqueologia Bíblica -Osvarela
Apostila Faesp-Diadema - Arqueologia Bíblica -Osvarela
Fotos Internet
E outras fontes na continuação
E outras fontes na continuação
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