Não Darás Falso Testemunho
Lição
11 CPAD -1º TRIMESTRE 2015 - 2ª PARTE
Estudando
o 9º Mandamento
Edição e estudo Pr Osvarela
Texto Áureo
Não
admitirás falso boato, e não porás a tua mão com o ímpio, para seres testemunha
falsa. Êxodo 23:1
Leitura Bíblica
Não
dirás falso testemunho contra o teu próximo. Êxodo 20:16
Uma
só testemunha contra alguém não se levantará por qualquer iniqüidade, ou por
qualquer pecado, seja qual for o pecado que cometeu; pela boca de duas
testemunhas, ou pela boca de três testemunhas, se estabelecerá o fato.
Quando
se levantar testemunha falsa contra
alguém, para testificar contra ele acerca de transgressão,
Então
aqueles dois homens, que tiverem a demanda, se apresentarão perante o Senhor,
diante dos sacerdotes e dos juízes que houver naqueles dias.
E
os juízes inquirirão bem; e eis que, sendo a testemunha falsa, que testificou
falsamente contra seu irmão,
Far-lhe-eis
como cuidou fazer a seu irmão; e assim tirarás o mal do meio de ti.
Para
que os que ficarem o ouçam e temam, e nunca mais tornem a fazer tal mal no meio
de ti. Deuteronômio 19:15-20
2ª Parte
Continuidade
Inicio
este trecho do estudo do 9º mandamento com a minha citação na 1ª Parte:
A Igreja é a
porta-voz da Verdade, e por isto este tema é importante é sobre a relação entre
os membros do Corpo de Cristo. Falso testemunho não é algo inexistente entre os
da Igreja, embora seja condenável, principalmente após esta lembrança que matou
o Seu Cabeça e Senhor!
A
Verdade é imanente e intrínseca ao caráter do Deus que concede o Decálogo.
Eternamente
Verdadeiro, Justo e Bom é o Senhor. Assim, todos os ditos decalogados, são
cheios da busca e direcionamento aos homens para plenitude da Vida. Para tanto,
o cumprimento do mandamento social só pode se realizar através da veracidade
completa.
Desta
forma, O Senhor ministra o 9º mandamento como uma forma de conciliar todos os
interesses pessoais, e de Israel, no momento da dação e constituição do povo
Hebreu como Nação.
Além
disto, como mandamento de caráter moral ele traspassa a sua ação para todos os
homens filhos de Abraão, os geneticamente filhos e os fidelizados pela Fé.
“E recebeu o sinal da circuncisão, selo da
justiça da fé quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que crêem,
estando eles também na incircuncisão; ... é pela fé, para que seja segundo a
graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à
que é da lei, mas também à que é da fé
que teve Abraão, o qual é pai de todos nós” Romanos 4:11-16
Uma
multidão com seus rebanhos de ovinos, bovinos e todos os equipamentos,
ferramentas e bens [lembre, que os
hebreus saquearam os egípcios, que assim o foram de maneira voluntária],
alocados em Tendas, junto com o vulgo, pois viviam assim no deserto, se
locomovendo debaixo da nuvem, sem o mínimo de direcionamento e conceito moral
seria uma turba e não um Povo.
Imagine,
então, uma Igreja, à caminho do Céu, sem ser adestrada na verdade!
Em
meio a esta caminhada, orientado por Jetro, seu sogro, Moises teve que julgar
as causas de muitas famílias.
Sem
esta definição jurídico-social os seus pares escolhidos para julgamentos de dez
(10) a mil (1000) não teriam como julgar as pendencias de negócios, de perda de
animais, em meio a jornada, sem demarcações definitivas, o agrupamento dos
hebreus andava e levantava suas tendas, ao sabor da Nuvem de Deus.
“declara-lhes os estatutos e as leis, e faze-lhes saber o caminho em que devem
andar. . . E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a Deus,
homens de verdade, que odeiem a avareza”.
Jetro
aconselha que ele estabeleça regras vicinais, negociais, morais, tais como
estava predito no 9º Mandamento. Ele
viu a necessidade de estabelecer, o que deveria regrar a convivência da nova
sociedade hebreia, recém saída do cativeiro egípcio.
Êxodo
18:12-27 Então Jetro, o
sogro de Moisés, ... E aconteceu que, no outro dia, Moisés assentou-se para
julgar o povo; e o povo estava em pé diante de Moisés desde a manhã até à
tarde. Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, disse: ...
Ouve agora minha voz, eu te aconselharei, e Deus será contigo. Sê tu pelo povo
diante de Deus, e leva tu as causas a Deus; E declara-lhes os estatutos e as leis, e faze-lhes saber o caminho em
que devem andar, e a obra que devem fazer. E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a Deus, homens de
verdade, que odeiem a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil,
maiorais de cem, maiorais de cinqüenta, e maiorais de dez;...E escolheu Moisés
homens capazes, de todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo; maiorais de
mil, maiorais de cem, maiorais de cinqüenta e maiorais de dez. E
eles julgaram o povo em todo o tempo; o negócio árduo trouxeram a Moisés, e
todo o negócio pequeno julgaram eles. Então despediu Moisés o seu sogro, o qual
se foi à sua terra.
Visão da Reforma:
Lutero,
em seu Catecismo Menor, declarava: “Não
fale mentiras a respeito do próximo”.
Oitavo Mandamento (q.v. observação, supra):
Que
significa isto? Devemos temer e amar a Deus e, por isso, não enganar o nosso
próximo com falsidade, traí-lo, caluniá-lo ou fazer acusação falsa contra ele;
mas devemos desculpá-lo, falar bem dele e interpretar tudo da melhor maneira.
Martinho
Lutero
Aplico,
aqui, parte de meu estudo sobre o 6º Mandamento, publicado em nosso site.
Nossa
convicção é a de que podemos dividir a Lei de Deus, em três áreas:
Os Três Aspectos da Lei de
Deus:
1.
A Lei Civil ou Judicial — Representa a legislação dada à sociedade ou ao estado
de Israel, por exemplo: os crimes contra a propriedade e suas respectivas
punições.
2.
A Lei Religiosa ou Cerimonial — Esta representa a legislação levítica do Velho
Testamento, por exemplo: os sacrifícios e todo aquele simbolismo cerimonial.
3.
A Lei Moral — Representa a vontade de Deus para com o homem, no que diz
respeito ao seu comportamento e aos seus deveres principais.
Toda a Lei É Aplicável aos
Nossos Dias?
Quanto
à aplicação da Lei, devemos exercitar a seguinte compreensão:
1.
A Lei Civil: Tinha a finalidade de
regular a sociedade civil do estado teocrático de Israel.
2.
A Lei Religiosa: Tinha a finalidade
de imprimir nos homens a santidade de Deus e apontar para o Messias, Cristo,
fora do qual não há esperança. Como tal, foi cumprida com Sua vinda.
3.
A Lei Moral: Tem a finalidade de
deixar bem claro ao homem os seus deveres, revelando suas carências e
auxiliando-o a discernir o bem do mal. Como tal, é aplicável em todas as épocas
e ocasiões.
Desta
forma, podemos entender qual a posição do 9º mandamento, nas relações
horizontais - [homem-homem], e na relação vertical [homem-Deus]
“Não
admitirás falso boato, e não porás a tua mão com o ímpio, para seres testemunha
falsa”. Êxodo 23:1
A
posição do 9º Mandamento no aspecto jurídico, como uma lei Civil, regulatória, do comportamento relacional e pessoal, era,
e é, muito importante, tendo em vista tratar-se de prova testemunhal, pela qual
alguém seria inocentado, ou condenado, a remissão e pagar seu erro.
No
aspecto Moral mostra a continua
atenção do Senhor Javé em apontar um caminho de comunhão, convivência social, o
respeito e cumprimento aos deveres de cada hebreu, para com seus pares, e entre
o povo hebreu, de forma, que permitisse a formação de uma Sociedade justa e
legitimada pela honradez, na palavra, além das ações. Isto permitiria a
continua confiança entre o extrato social hebreu.
“E ser-me-eis homens santos;” Êxodo 22:31
Deus
sempre aponta, durante o processo de dação do Decálogo, que este se for seguido
e cumprido servirá para moldar o caráter pessoal de acordo com sua vontade
santa. Assim, o Decálogo servia e seve para através do comportamento moldar o
caráter de santidade dos que o cumprirem. Não deixa de ser um elemento de
santificação dos hebreus.
“Ora, a serpente era mais astuta que todas
as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É
assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? ... Então a serpente disse à mulher: Certamente
não morrereis. ... E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim
pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor
Deus, ... Deus disse: Quem te mostrou
que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?
... E disse o Senhor Deus à mulher: Por que fizeste isto? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi. Gênesis 3:1-13
A
relação entre o ser imago dei, com o Senhor Criador, deve ser idêntica na relação
antropológica, se isto funciona sobre este ponto de vista, esta forma [relembre
Gn. 3] deve ser baseada na pureza da santidade relacional com Deus,
assim seja: “De uma mesma boca procede
bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. Tiago
3:10, como o texto, acima.
O
viés do mandamento interpassa, então, pela questão da palavra dita, com
veracidade, que demonstra o caráter espiritual de quem a pronuncia:
“Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa”. Tiago 3:16
Facciosidade
se torna demonstrativo de quem fala uma coisa e depois a usa de maneira
diversa, escolhendo uma versão que atenda a uma facção escolhida, que se transforma
em dubiedade da fala.
“Mas,
sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem façais
qualquer outro juramento; mas que a vossa
palavra seja sim, sim, e não, não; para que não caiais em condenação”. Tiago 5:12
De
tal forma, isto é fundamento para a lei de vida, que a Epístola de Tiago aponta
para a questão humana, quanto ao uso da palavra, como um fator que fundamenta o
que pedimos e Deus honra, quando falamos de forma veraz, como no caso do
profeta Elias, com base no texto citado de Tiago 3:10 e confirmado pelo texto contextual da Epístola.
Elias
pôde orar e ser ouvido, pois era um homem que atendia ao cumprimento deste 9º
Mandamento: sim, sim e não, não...
“Elias era homem sujeito às mesmas paixões
que nós e, orando, pediu que não
chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. E orou outra
vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto. Irmãos, se algum dentre
vós se tem desviado da verdade...”
Tiago
5:17-19
Este
Mandamento se tornou famoso e usual, tendo em vista a questão legal, a questão
congregacional, a questão social que ele desperta, em relação ao dito não
verdadeiro, com o viés de mentira, que é componente vital embutida na sua forma
de aplicação.
A
aplicação Neotestamentária é prodiga, quando Jesus realiza a citação alongada e
compilada de diversos textos, do mesmo assunto contextual, em relação ao falso
testemunho – Lv. 19.12; Nm. 30.2; Dt. 23.21 -, posteriormente utilizada por
Tiago, sobre o assunto:
"Vocês também ouviram o
que foi dito aos seus antepassados: ‘Não
jure falsamente, mas cumpra os juramentos que você fez diante do Senhor’. ...
Seja o seu ‘sim’, ‘sim’, e o seu ‘não’,
‘não’; o que passar disso vem do Maligno". Mateus 5:33-37
Já
citamos a questão do uso do meio juramento, que envolve a citação, em outro
estudo sobre os mandamentos. Os fariseus, que se utilizavam de um atenue linha
verbal, para que os hebreus não se sentissem culpados por seus “maus”
juramentos, e assim, com esta declaração de Jesus, no Sermão, são surpreendidos,
quando Cristo ensina as multidões, por esta declaração, mas isto é outro
assunto [q.v.Mt 23.16-22].
Podemos,
ainda, inferir que esta declaração realmente tem a haver, com o que estamos
ensinando neste Estudo, quanto a relação do 9º Mandamento, com a santidade. Se alguém
jurar falsamente pelo nome do Senhor está fadado a uma pena espiritual grave.
É
o perigo do dito usual, para usarmos uma desculpa:
“Ah!
Eu esqueci!”
“Mas,
eu não prometi”, alguns até usam a famosa “simpatia”, falar com dedos cruzados.
É
uma trivialidade diária, que compromete relacionamentos e a vida comunal
cristã.
“Eu
juro, por Deus!”
“Diante
de Deus!”
Tudo
desvaloriza, a Verdade, num pragmatismo que beira o desprezo, ao 9º mandamento.
A
ética bíblica tem validade, seja no AT, como no NT. A Palavra tem poder Eterno
e da Revelação contemporânea, isto é Ela se atualiza, em suas Revelações para
cada conjunto humano, em sua Época de existência.
São
várias situações parecidas. É o uso do relativismo, sobre a importância em se
dizer a verdade, usando-se um artificio para mentir. É um falso testemunho da
verdade.
O
fim justifica o meio. Não para Deus.
A
vida na santa habitação, está relacionada ao cumprimento da veracidade.
Pois,
Jesus é exaltado neste Mandamento, já que D’Ele João afirmou: “Porque a lei foi
dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo”. João 1:17
E
de si mesmo disse: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida”. João 14:6
Como
diz o escritor John M. Frame: “No Nono Mandamento, O honramos
como a verdade
de Deus, em quem todas as promessas de Deus são Sim e Amém.
Para
a Glória do Pai, que deu o Decálogo, no seu momento de Aliança com os hebreus; “Porque
todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o Amém, para
glória de Deus por nós”. 2 Coríntios
1:20
Isto
nos leva a entender a sua presença na Lei, como depois sendo homem a cumpriria,
pois ele mesmo a dera.
Por
isto, o Decálogo apresenta a justiça, a verdade de Cristo. Ele foi e é o
cordeiro perfeito de Deus e o perfeito exemplo para a vida Cristã, estamos
dizendo que Ele obedeceu perfeitamente a lei de Deus e na sua boca nunca se
encontro engano. “...nunca cometeu
injustiça,
nem houve engano na sua boca”. Isaías 53:9
“SENHOR, quem habitará no teu tabernáculo?
Quem morará no teu santo monte? Aquele que anda sinceramente, e pratica a
justiça, e fala a verdade no seu coração”.
Salmos 15:1-2
O
salmista e os profetas colocam como primazia, para não pecar a inserção da
Verdade, a lei do Senhor em nossos corações.
Creio
que isto será o que devemos fazer no dia-a-dia para Glória de Deus em nós.
E
dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei
da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne.
“E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei
que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis”.
Ezequiel 36:26-27
Manter
a aliança pelo Sangue da Nova Aliança é fundamento para cumprir o 9º Mandamento
“...esta
é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a
escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo”. Jeremias 31:33
Bibliografia:
Juramentos
- Vicente Cheung
Apud “The Sermon on Mountain”
pg 81-88
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