sábado, outubro 30

Jesus Cristo, e Este crucificado — A Mensagem do Apóstolo - 31 de Outubro de 2021 Dia da Reforma Protestante Lição CPAD - Adultos 4º Trimestre de 2021

Jesus Cristo, e Este crucificado — A Mensagem do Apóstolo

31 de Outubro de 2021

Lição CPAD - Adultos 4º Trimestre de 2021

Subsídio Pastor e Professor Universitário Osvarela

Texto Áureo

“Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos.” 1 Coríntios 1.23

Aplicação

O Cristo Crucificado, o centro da mensagem da cruz, é a encarnação da verdadeira sabedoria para a salvação.

Nossa Lembrança Ao Dia da Reforma Protestante:

Martinho Lutero e a Cruz. As teses 19-22 42

Na doutrina de Martinho Lutero, a graça da justificação pela fé está rigorosamente orientada pelo Cristo crucificado.

“Crux sola est mostra teologia” (somente a cruz é a nossa teologia).

Lutero por defender uma teologia do Crucificado se levanta contra uma teologia que predominava em sua época, a teologia da glória – a teologia natural. Martinho Lutero se contrapôs a uma teologia não tinha a cruz de Cristo como ponto de partida para seus argumentos.

Em abril de 1518, Martinho Lutero (1483-1546), em Heidelberg, contrapôs seus “Paradoxos” teológicos como “teologia da cruz” (theologia crucis) à “teologia da glória” (theologia gloriae), isto é, à teologia eclesial dominante. Este episódio de 1518 descrito por Shaw como um “sussurro silencioso e ignorado”; constitui-se, entretanto, um grande engano passar despercebido por ele. No “Debate de Heidelberg”, travou-se a discussão da indulgência. Lutero contrastou a teologia da cruz com a teologia oficial, diante de uma igreja que se tornara segura e saciada.

                   A cruz de Cristo não é mero objeto da teologia, e sim a marca de toda teologia. Ela não só faz parte da doutrina da satisfação vicária, mas constitui momento integral de todo conhecimento cristão.

Sendo assim, Teologia da cruz não é capítulo da teologia, mas é determinada maneira de fazer teologia. A cruz de Cristo ali é importante não só para a busca de redenção e certeza de salvação, e sim é o centro da perspectiva de todos os enunciados teológicos. “Ela faz parte da doutrina a respeito de Deus tanto quanto da doutrina sobre a obra de Cristo” 40. Neste sentido é que a teologia de Lutero quer ser teologia da cruz. Ele se compreende como um teólogo da cruz, e no Debate de Heidelberg 41, realizado na primavera de 1518, Lutero define o teólogo, conforme as teses 19-22, da seguinte maneira:

19. Não se pode designar condignamente de teólogo quem enxerga as coisas invisíveis de Deus compreendendo-as por intermédio daquelas que estão feitas;

20. Mas sim quem compreende as coisas visíveis e posteriores de Deus enxergando-as pelos sofrimentos e pala cruz.

21. O teólogo da glória afirma ser bom o que é mau, e mau o que é bom; o teólogo da cruz diz as coisas como elas são.

22. A sabedoria que enxerga as coisas invisíveis de Deus, compreendendo-as a partir das obras, se envaidece, fica cega e endurecida por completa.

Isto significa que há uma grande inversão na composição epistemológica da Teologia. Não mais se faz teologia buscando através do raciocínio provar a existência de Deus, mas conhece-se Deus a partir da Cruz e do sofrimento. É sob o signo da cruz que Deus revela-se e aproxima-se dos seres humanos, diz Lutero:

“Deus age com seus santos de maneira insensata e espantosa. Por quê? A fim de que não sigamos nossos próprios pensamentos nem o conselho dos humanos [...], mas que pretendamos procurar Cristo naquilo que revela do Pai e que nos atenhamos simples e unicamente à palavra do evangelho que nos mostra bem Cristo e no-lo faz conhecer”. No debate de Heidelberg, em 26 de abril de 1518, Lutero expôs seu novo princípio teológico de conhecimento durante uma exegese do Salmo 22 (Vide no corpo deste estudo, a noção sobre este Salmo). A teologia da cruz foi o ponto alto de sua decisão reformatória. “Lutero não vê a cruz de Cristo de maneira mística, mas, como protesto de Deus contra o mal uso de seu nome, com propósitos de coroamento religioso da sabedoria humana, do império cristão, da sociedade medieval eclesiástica, e pela liberdade da fé”. O protesto de Deus contra o mal se dá no desembocamento natural da práxis por Jesus, O Crucificado, exercida. Sua paixão não pode ser separada de sua vida terrestre, de seu ensino. Ele foi condenado não por causa de um mal entendido, mas por sua atitude quotidiana, histórica. Preferiu morrer livremente a renunciar a verdade, à justiça, ao direito. O processo montado contra Jesus possui não só conotação religiosa, mas política também.

Começa, com a teologia crucis, a luta reformatória pela verdadeira ou falsa igreja, pela libertação do homem escravizado sob a obsessão das obras e da produtividade e, portanto, por uma nova relação com a própria realidade

Martinho Lutero: a teologia da cruz em contraste com a teologia da glória; Gilson Santos 30 de abril de 2007 68,125 Visualizações Artigo15 min de leitura; Ministério Fiel Gilson Santos é Ministro Batista e pastor titular da Igreja Batista da Graça, em São José dos Campos, SP; Item 3.4 TEOLOGIA DA CRUZ: UMA RELEITURA DA TEOLOGIA DE LUTERO EM PERSPECTIVA LATINO-AMERICANA; BrasilEscola Uol.com.br

Texto Bíblico
1 Coríntios 1.18-25; 2.1-5

1 Coríntios 1. 18 – Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.

19 – Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos inteligentes.

20 – Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?

21 – Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.

22 – Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria;

23 – mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos.

24 – Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.

25 – Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.

1 Coríntios 2. 1 – E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria.

2 – Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.

3 – E eu estive convosco em fraquezas, e em temor, e em grande tremor.

4 –  A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder.

5 – para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.

Hinos: 182, 291, 350 HC

Objetivo Geral

Ressaltar que Jesus Cristo, e este crucificado, é o centro da mensagem cristã.

Objetivos Específicos

1 Destacar a centralidade da pregação de Paulo;

2 Elencar as expressões-chave na doutrina de Paulo;

3 Pontuar os efeitos da mensagem da cruz.

Etimologia

1 Coríntios 1. 18 – Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.

1 Coríntios 1. 18 – ο λογος γαρ ο του σταυρου τοις μεν απολλυμενοις μωρια εστιν τοις δε σωζομενοις ημιν δυναμις θεου εστιν

μωρια - moria; n. f. loucura, tolice

μανια - mania; n. f. loucura, fúria

μωρολογια - morologia; n. f. conversa tola

παραφρονια - paraphronia; n. f. loucura, insanidade

σκανδαλον - skandalon (“escândalo”); n. n. a vara móvel ou gancho de uma armadilha, vara de armadilha; armadilha, cilada; qualquer impedimento colocado no caminho e que faz alguém tropeçar ou cair, (pedra de tropeço, ocasião de tropeço) i.e., pedra que é causa de tropeço; fig. aplicado a Jesus Cristo, cuja pessoa e ministério foi tão contrário às expectativas dos judeus a respeito do Messias, que o rejeitaram e, pela sua obstinação, fizeram naufragar a própria salvação.

- qualquer pessoa ou coisa pela qual alguém (torna-se presa) afoga-se no erro ou pecado

Introdução:

A cruz é um emblema comum para muitas culturas e religiões. Mas sua representação mais importante é para o cristianismo, já que Jesus Cristo morreu numa Cruz.

A ideia da cruz ou “staurós/stauros” (no latim Crux) ser usada numa sociedade romana ou dominada pelo império e até mesmo entre os judeus era uma coisa inconsequente e nunca jamais seria aceita, como algo bom.

ανασταυροω - anastauroo; v. levantar sobre uma cruz, crucificar;

Na sociedade romana, a cruz era um símbolo de vergonha, culpa, sofrimento e rejeição. Não havia maneira mais infame de morrer. Pessoas educadas não conversavam sobre a crucificação, e ninguém pensava em usar uma cruz como jóia de adorno, assim como hoje em dia ninguém pensa em usar um pingente de cadeira elétrica em ouro ou prata.

Ainda mais um rei ser crucificado, como aceitar naqueles idos do Império romano.

Os judeus não executavam seus criminosos por crucificação, mas sim por apedrejamento. O Salmo 22, escrito por um judeu, apresenta uma descrição vívida de uma crucificação. "Traspassaram-me as mãos e os pés" (SI 22:16).

Jesus se fez maldição por nós, pois "o que for pendurado no madeiro é maldito" (Dt 21:23; Gl 3:13). Deus, porém, ainda estava operando para cumprir seus propósitos divinos.

“Mas eles bradaram: Tira, tira, crucifica-o. Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso Rei? Responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei, senão César.” João 19:15

A Cruz:

Não é apenas um sinal, que demonstra nossa fé e religião, mas é o símbolo da vitória de Deus sobre o mal e a morte. A cruz nos lembra do sacrifício que Deus fez pela nossa salvação.

No Império Romano, os fora-da-lei foram executados em cruzes especiais “egípcias”. Aquelas cruzes pareciam a letra “T”. O Profeta Ezequiel teve uma visão em que o Anjo de Deus marcou o povo de Jerusalém com a letra “Tau”, a fim de protegê-los do perigo (Ezequiel, 9, 4).

A cruz (†) do grego Staurós, do latim Crux, é uma figura geométrica formada por duas linhas ou barras que se cruzam em um ângulo de 90°, dividindo uma das linhas, ou ambas, ao meio. As linhas normalmente se apresentam na horizontal e na vertical; se estiverem na diagonal, a figura é chamada de sautor, ou aspa.

Apesar de ter sido difundida pelo cristianismo como símbolo do sofrimento de Cristo à crucificação, a figura da cruz constitui um ícone de caráter universal e de significados diversificados, amparados por suas inúmeras variações. A cruz é um dos símbolos humanos mais antigos e é usada por diversas religiões. Ela normalmente representa uma divisão do mundo em quatro elementos (ou pontos cardeais), ou então a união dos conceitos de divino, na linha vertical, e mundano, na linha horizontal.

Seu modelo básico traz sempre a intersecção de dois eixos opostos, um vertical e outro horizontal, que De acordo com o estudioso Juan Eduardo Cirlot, ao situar-se no centro místico do cosmos, a cruz assume o papel de ponte através da qual a alma pode chegar a Deus. Dessa maneira, ela liga o mundo celestial ao terreno através da experiência da crucificação. Ensino Religioso; 26/01/2010; Tipos de Cruz; Revista Decifra-me

É possível detectar a presença da cruz, seja de forma religiosa, mística ou esotérica, na história de povos distintos (e distantes) como os egípcios, celtas, persas, romanos, fenícios e índios americanos.

Provavelmente esta definição tenha o sentido original, já que em Roma antes mesmo da morte de Cristo, era usado para esta finalidade. Uma das formas de condenação à morte consistia em atar ou pregar condenados em uma cruz, fazendo-os padecer terrivelmente.

θυσιαστηριον - thusiasterion; n. n. altar (lugar de sacrifício – Osvarela) para matar e queimar as vítimas usadas no sacrifício - o altar de todas as oferendas queimadas que se encontrava na corte dos sacerdotes no templo em Jerusalém?

- o altar de incenso que se encontra no santuário ou no Santo Lugar

- algum outro altar; metáf., a cruz na qual Cristo sofreu uma morte expiatória: comer deste altar, i.e., apropriar-se dos frutos da morte expiatória de Cristo

Qual a diferença entre a Cruz grego e a cruz latina?

1.     Cruz Grega ou Quadrada: Um antigo tipo de cruz com braços de igual longitude. Cruz simples: Em sua forma básica a cruz é o símbolo perfeito da união dos opostos, mantendo seus quatro “braços” com proporções iguais. Alguns estudiosos denominam esta como Cruz Grega. Dela e da cruz latina derivam a maioria das utilizadas em heráldica.

2.     Cruz Cristã: Definitivamente o mais conhecido símbolo cristão, que também recebe o nome de Cruz Latina. Os romanos a utilizavam para executar criminosos. Por conta disso, ela nos remete ao sacrifício que Jesus Cristo ofereceu pelos pecados das pessoas. Além da crucificação, ela representa a ressurreição e a vida eterna.

3.     Cruz de Santo André: De acordo com a tradição, o Apóstolo André sentiu-se indigno de ser crucificado como o seu Senhor. recebe esse nome por causa de Santo André, que implorou a seus algozes para não ser crucificado como seu Senhor por considerar-se indigno. Acredita-se que o santo foi martirizado em uma cruz com essa forma.

4.     Cruz de Jerusalém: Formada por um conjunto de cruzes, possui uma cruz principal ao centro, representando a lei do Antigo Testamento, e quatro menores dispostas em cantos distintos, representando o cumprimento desta lei no evangelho de Cristo. Tal cruz foi adotada pelos cruzados graças a Godofredo de Bulhão, primeiro rei cristão a pisar em Jerusalém, representando a expansão do evangelho pelos quatro cantos da terra.

5.     Outras formas:

Desde os primeiros séculos do cristianismo, as pessoas usaram o hieróglifo egípcio ankh como um símbolo da cruz, porque tinha a forma semelhante. O significado de ankh é vida. “Eu sou a ressurreição e a vida” (João 11,25).

A Cruz Tau - Cruz de Santo Antonio (Tau): Recebeu esse nome por reproduzir a letra grega Tau. É considerada por muitos, como a cruz da profecia e do Antigo Testamento. Dentre suas muitas representações estão o martelo de duas cabeças, como sinal daquele que faz cumprir a lei divina, encontrado na cultura egípcia, e a representação da haste utilizada por Moisés para levantar a serpente no deserto.

Chi Rho –  O Cristograma. No livro A vida de São Constantino, Eusébio de Cesareia, um famoso historiador da Igreja, descreveu um sonho em que o rei São Constantino havia visto: o sinal no céu. Então, Cristo apareceu a ele e ordenou que fizesse o mesmo sinal e o usasse para proteger seu povo dos inimigos. Constantino obedeceu e fez um padrão conforme a descrição da cisão de Eusébio de Cesareia. Mais tarde, o rei usou o monograma em seu capacete. Fonte: Kuznetsov V.P.

‘Por volta do meio do terceiro (3º) século da era Cristã, com a igreja sendo instaurada como igreja por ordem do império, entraram no seio da igreja, muitas crenças e formas que, advindas de crenças pagãs e que perverteram certas doutrinas da fé Cristã.

“De forma a aumentar o prestígio do sistema eclesiástico apóstata, pagãos foram recebidos nas igrejas...e foi-lhes permitido manter largamente os seus sinais e símbolos pagãos. Daí o Tau, ou T, na sua mais frequente forma, com a transversal descida, foi adoptada para representar a ‘cruz’ de Cristo (???? Ou seja, este autor Osvarela, analisa este entendimento, em outros estudos)’”.

O símbolo mais comum de Cristo e do Cristianismo foi um símbolo que de longe antecedeu a Jesus e ao Cristianismo bíblico.

O Horror da Cruz – A Exaltação do Filho de Deus no Horror Trágico da Cruz:

Uma vítima da crucifixão, segundo estudiosos, provavelmente não era pregada pelas mãos, posto que a estrutura delas não podia suportar o peso do corpo. As vítimas, mais provavelmente, eram pregadas pelos pulsos ou, em alguns casos, eram-lhes atados os braços em vez de pregados.

Narrativa bíblica sobre as mãos furadas de Jesus Cristo:

         “Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o meu dedo no lugar dos cravos (em forma DE PREGOS PERFURANTES, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei. E oito dias depois estavam outra vez os seus discípulos dentro, e com eles Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco. Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. João 20:24-27

A História e a Cruz:

         “..., Séneca, descrevendo o horror da crucifixão, argumenta que seria melhor cometer suicido que suportar uma morte tão agonizante. “Pode alguém ser encontrado que prefira esgotar-se em dor morrendo membro a membro, ou deixando-se esvair gota a gota, em vez de expirar de uma vez por todas? Pode algum homem desejar ser atado à árvore maldita, fortemente debilitado, já deformado, inchando com horríveis contusões nos ombros e no peito, e tomando o alento da vida por entre longa e arrastada agonia? Ele teria muitos motivos para morrer mesmo antes de ir para a cruz” (ibid., p. 1209).

A referência de Séneca à “árvore amaldiçoada” é fortemente reminiscente das palavras de Pedro quando ele fala de Jesus, “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro” (1 Pedro 2:24; compare com Atos 5:30).

Nas Escrituras:

A crucificação fora da cidade:

O gólgota – o Monte em forma e chamado Caveira.

“Jesus foi conduzido para fora da cidade até o local da execução (Hb 13:12, 13). Exigia-se que o prisioneiro carregasse a própria cruz (ou pelo menos a trave principal), e que levasse pendurada ao pescoço uma placa declarando seu crime. Essa placa era, então, afixada sobre sua cabeça na cruz, para que todos pudessem ver o que dizia.

Aparentemente, não registrado nas Escrituras dos Evangelhos, Jesus (após uma noite de inquirição penosa e depois de açoites) não conseguiu carregar a cruz e, com isso, estava atrasando o grupo. Quando nos lembramos de que ele havia passado a noite toda acordado e de que havia sido açoitado e torturado pelos soldados, podemos concluir que estava exausto. Jesus começou carregando sua cruz (Jo 19:17). Marcos 15:22 diz: "E levaram Jesus para o Gólgota" (tradução literal). Com compilação, Comentário Bíblico Expositivo; Novo Testamento, Volume I, Warren W. Wiersbe

Um madeiro que de maldito, trouxe salvação ao Mundo:

“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;” Gálatas 3:13

“E, havendo eles cumprido todas as coisas que dele estavam escritas, tirando-o do madeiro, o puseram na sepultura;” Atos 13:29

“Por vezes a cruz era somente um madeiro vertical. Frequentemente, contudo, havia uma peça transversal atada no topo, dando uma forma de ‘T’ (crux commissa), ou logo a baixo do topo, como na forma mais familiar no simbolismo Cristão (crux immissa). As vítimas levavam a cruz, ou pelo menos o travessão (patibulum) para o lugar de execução, onde eram despidas e atadas ou pregadas ao travessão, erguidas e assentadas numa cedilha (sedile) ou pequeno apoio de madeira na estaca vertical...”

“E tomaram a Jesus, e o levaram. E, levando ele às costas a sua cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota, Onde o crucificaram,...” João 19:16-18

“Os executores podiam variar a forma de punição, como o historiador Romano Séneca o Novo indica: ‘eu vejo lá cruzes, não da mesma espécie, mas feitas em muitas diferentes formas; algumas têm as suas vítimas com a cabeça para o chão; outras com as partes privadas espetadas; outras com os seus braços estendidos no travessão’...

“Na sua descrição do que aconteceu aos refugiados Judeus de Jerusalém (Na Guerra Judaica de 67-70), Josefo, historiador do primeiro século, também nos permite ver que não havia um padrão fixo para a crucifixão de pessoas. Muito dependia da imaginação sádica do momento” (David Noel Freedman, redactor chefe, 1992, Vol. 1, pp. 1208-1209). The Anchor Bible Dictionary (O Dicionário Âncora da Bíblia)

Pregação - Loucura para os Descrentes (1.18-23) Beacon Romanos a Coríntios pag 252 ss

Sem qualquer equívoco, Paulo declara um princípio básico do evangelho redentor de Cristo: Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus (18). À primeira vista parece que Paulo está defendendo um anti-intelectualismo rígido. Mas ele não estava atribuindo um prêmio à ignorância. Ele não tinha a intenção de “basear o conhecimento religioso no absurdo, nem reduzir o aprendizado teológico a um mínimo”.10 Na verdade, Paulo estava tentando mostrar que a verdadeira sabedoria, a sabedoria de Deus, é revelada na Cruz de Cristo e através dela. Porque “não conhecer nada além de Cristo, e este crucificado, é conhecer tudo o que é significativo”.

Para aqueles que ainda hoje estão no processo de perecimento, a palavra da cruz é loucura. A palavra loucura (moria) se refere àquilo que é irracional, estúpido ou sem valor.

Por outro lado, para aqueles que crêem nela e a aceitam, a palavra da cruz torna-se o poder (dunamis) de Deus. Por ser poder, “a palavra da cruz é, afinal, a sabedoria mais verdadeira”.

Para ilustrar a sua afirmação de que a sabedoria de Deus da história e da vida contemporânea.

δυναμις - dunamis; n. f. poder, força, habilidade - poder inerente, poder que reside numa coisa pela virtude de sua natureza, ou que uma pessoa ou coisa mostra e desenvolve;

- poder para realizar milagres:

- poder moral e excelência de alma

- poder e influência própria dos ricos e afortunados

- poder e riquezas que crescem pelos números

- poder que consiste em ou baseia-se em exércitos, forças, multidões

a) A primeira ilustração do poder de Deus quando contrastado com a sabedoria humana é extraída de uma referência em Isaías 29.14: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos inteligentes (19). A alusão em Isaías é a uma aliança política com o Egito que foi considerada uma obra-prima da sabedoria e diplomacia humanas. Mas aos olhos de Deus isto era rebelião. A invasão de Senaqueribe reduziu Judá à pobreza e ao desamparo. Deste modo, Deus mostrou que “a libertação concedida por Jeová ao seu povo seria a sua obra, não a dos hábeis políticos que dirigiam os assuntos do reino”.13 Não só no passado, mas também no futuro, Deus coloca de lado as afirmações orgulhosas do homem que procura moldar o seu destino longe do poder divino.

b) Uma segunda ilustração da contradição entre o poder divino e a sabedoria humana é extraída de Isaías 33.18.

Paulo faz a penetrante pergunta: Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? (20) A referência geral é aos conquistadores assírios que vieram com poder militar para esmagar os judeus e levar as recompensas da conquista. O sábio provavelmente se refere ao orgulhoso e suposto intelectual - o sofista grego - que podia discutir sobre qualquer assunto com aparente sinceridade. O escriba seria o obstinado intérprete da lei judaica. Inquiridor é um termo que inclui tanto o filósofo autoconfiante como o judeu auto-satisfeito que confiavam na sabedoria humana para a salvação.

Deus não olha com indiferença para as pretensões orgulhosas do homem: Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? (20) Ele faz com que toda a sabedoria ostentada pelo homem pareça loucura. O Bispo Lightfoot escreve que Deus torna vã a sabedoria do homem de duas maneiras: “1) exibindo a sua insignificância intrínseca e seus resultados corruptos, e 2) pelo poder da Cruz colocado em oposição a ela, e triunfando sobre ela”.14

c) Uma terceira ilustração do fracasso da sabedoria humana é uma acusação impetuosa a toda a humanidade: Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação (21). Formas anteriores de revelação tinham atraído o homem por meio da razão e do entendimento. A respeito do fracasso da razão humana em submeter- se a Deus, Godet escreve: “O homem... não tendo reconhecido a Deus... pelo uso saudável de seu entendimento, Deus manifesta a si mesmo a ele em uma outra revelação que possui a aparência de loucura”.15 A razão frustrada do homem se mostra fútil se for considerada como um meio para um relacionamento pessoal com Deus. Portanto, agradou a Deus resolver este problema por meio da aparente loucura da pregação (gr. kerygma, “a mensagem”) para salvar aqueles que crêem.

d) Um quarto contraste do poder divino e da sabedoria humana usado por Paulo foi a atitude contemporânea dos judeus e dos gregos (22-23). Os judeus exigiam sinais e evidências práticas em observâncias cerimoniais e em especificações legais. Os gregos insistiam em explicações racionais e buscavam sistemas especulativos. Em ambos os casos os judeus e os gregos estavam, de fato, exigindo que Deus se revelasse em harmonia com as suas ideias em particular.

Mas em vez de reduzir Deus ao conceito do homem, Paulo disse: Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos (23). A essência do evangelho é o anúncio de uma mensagem de Deus, não a acomodação de Deus à sabedoria do homem. A mensagem é a do Cristo crucificado. O termo crucificado está no particípio presente. O significado desta forma é declarado por Morris: “Não só Cristo foi uma vez crucificado, mas Ele continua a possuir o caráter do crucificado. A crucificação é permanente em sua eficácia e em seus efeitos”.16

As ideias nacionalistas dos judeus, que buscavam um líder político, não lhes permitiam aceitar um Messias crucificado. Portanto, Cristo tornou-se um escândalo, uma ocasião de insulto, trazendo uma situação espiritual perigosa. Os gregos buscavam um universo no qual a harmonia, a racionalidade e a beleza eram as forças dominantes. Dessa maneira, a Cruz, com a sua aparente feiura, insensatez e tragédia, era para eles uma loucura absoluta.

Glossário:

Mitte - ou um conceito unificador central ou centro ou cerne.

Plenitude – pleroma = número completo, complemento total; medida completa; abundância; plenitude, o que foi completado; enfatiza a plenitude / perfeição.

"Práxis” (do grego πράξις): é o processo pelo qual uma teoria, lição ou habilidade é executada ou praticada, se convertendo em parte da experiência vivida.

Mistagogo: a pessoa que iniciava um novo adorador de uma divindade.

Fundamento:

A Mensagem da cruz é intrínseca a Teologia paulina utilizada na I Epístola aos Coríntios.

Corpus Paulinus:

A principal fonte de informação sobre Paulo é o Corpus Paulinus (i.é. as 13 cartas atribuídas a Paulo). Além de seus sermões no Livro dos Atos dos Apóstolos.

Estas quatro ficaram conhecidas como Hauptbriev – “cartas principais”:

Rm, 1 e 2 Cor e Gl.

Texto contextual:

I Corintios 2.12,14: Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, mas sim o Espírito que provém de Deus, a fim de compreendermos as coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus;

As quais também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito Santo, comparando coisas espirituais com espirituais. Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.

23: nós pregamos..., o que:

...A Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos,

Você que está acompanhando nossos comentários sobre este tema desde sexta-feira, abril 10, 2009, já deve ter lido, o texto os Caminhos de Corinto, onde disponho em sequência a um esboço-estudo sistematizando vários documentos sobre esta Epístola.

Procure ler este documento no endereço:

http://www.ebdweb.com.br/2009/04/01/os-caminhos-de-corinto-pr-osiel-varela/

A mensagem da cruz na visão de Paulo se coaduna com a Revelação que ele teve do Cristo glorificado no caminho de Damasco e com a posição de nosso credo sobre o seu sofrimento e morte na cruz.

“Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos.” (1 Co 1.23)

O Pacto da Criação, firmado com Adão, advindo durante este período a Queda, permite Deus revelar através do protoevangelho, o propósito da redenção da Criação. Podemos então, entender que há uma expansão da forma pactual de Deus agir com o Homem AO LONGO DOS SÉCULOS ATÉ A Plenitude dos Tempos, que ocorre com o advento da encarnação de Deus no ventre de Maria, na pessoa de Jesus Cristo.

A mensagem da cruz é inerente a mensagem eterna da salvação, ou seja, é a própria revelação e declaração de Deus em Gn.3.15.

Demonstração da eterna Sabedoria de Deus em Cristo Jesus Nosso Senhor.

O Cordão Dourado--O Mitte Integrador e Unificador

Ao longo da história bíblica Jesus esteve em todas as quadras da história universal humana.

Ele é o grande assunto de Paulo!

Paulo em I Co.15.3,4: porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras...

Paulo ao dizer “recebi”:

Também recebi como ele diz em outras de suas Escrituras, não é somente um receber de uma palavra, mas é a uma palavra que demonstra:

Revelação divina, do próprio Cristo:

Uma palavra de sabedoria que, era necessária ser revelada de maneira entendível por todos, não só os corintos, mas também a todas as Igrejas ao longo da história da Igreja.

Este “recebi” é a sabedoria liberada por Deus a Paulo para retransmiti-la de maneira que os corintos recebessem a sabedoria da revelação, mesmo que fossem crentes necessitavam que Deus, por Paulo lhes aclarasse a mente.

Não se discute o fato de que as Escrituras revelam Deus e Jesus Cristo!

Elas revelam Deus como o Criador Triúno, Governador e Provedor do seu reino. Revelam que Deus é um Senhor pactual e que Jesus Cristo é o mediador do pacto e, conseqüentemente, foi o agente divino do reino aqui na Terra.

Desta forma, toda a escritura é permeada metaforicamente ou simbolicamente ou tipologicamente ou literalmente, pela figura unificadora de Jesus Cristo.

Mitte da pregação de Paulo:

19 – Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos inteligentes.

20 – Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?

21 – Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.

22 – Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria;

23 – mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos.

O tema Mensagem da cruz faz parte do “mitte” da pregação paulina.

Mitte (alemão)- centro

Seu objetivo com as cartas era expor as implicações da obra de Cristo, particularmente sua morte e ressurreição, para a vida dos cristãos, e para sua “práxis”.

“A proclamação e explicação do tempo escatológico de salvação inaugurado com o advento de Cristo, sua morte e ressurreição”. Prof.Antonio Walter R. Almeida.

Há discussão teológica sobre o “mitte” da pregação-escritura paulina, mas eu fico, sob meu ponto de vista, e estudos com a certeza, de que:

O “mitte” do pensamento de Paulo era a sua cristologia, aliás, toda a Bíblia Sagrada é cristocêntrica e Paulo toda a escritura paulina se entende sem nenhuma necessidade de demonstração sobre as escrituras, mas é notadamente um centro expansor do entendimento das escrituras, leia Pedro, falando, à respeito das escrituras paulinas e comparando-as as Escrituras [entenda, que estamos focando sobre escritura de Paulo no período dos anos 50-60DC e a comparação é com a Escritura conhecida e reconhecida canônica ou sagrada desde Moisés a Malaquias]:

II Pe.3. 15,16: e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; como faz também em todas as suas epístolas, nelas falando acerca destas coisas, nas quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, como o fazem também com as outras Escrituras, para sua própria perdição.

Ele discorre como poucos nas Escrituras, sobre a importância e significado da Cruz de Cristo.

Nota do editor.

Obs. : daqui em diante quando usarmos cruz, será sempre entendido: Cruz de Cristo.

2 – Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.

3 – E eu estive convosco em fraquezas, e em temor, e em grande tremor.

4 –  A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder.

5 – para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.

Paulo abre um novo tempo de entendimento ao citar que a Cruz é aparente loucura, pois, os judeus não entenderam o momento da Cruz, mas o capitão de cem, romano que, ali estava disse e entendeu, tudo o que eles não conseguiram entender:

Os que viram a crucificação entenderam e se atemorizaram diante do que aconteceu naquele instante.

Daquele patíbulo funesto alo extraordinário e pleromático se iniciou;

Primeiro:

Início do período escatológico

Segundo:

Universalização da salvação; Jesus Cristo ao sofrer a morte na cruz, para obter a salvação eterna para os homens no reino de Deus, mas que restaurado à vida e exaltado à direita de Deus no céu, dali voltará em majestade para consumar o reino de Deus;

Terceiro:

Glorificação do Filho

Quarto:

Graça universalizada

Quinto:

Acesso ao Pai pelo Filho

Sexto:

Ação do Espírito Santo acessível na Obra da Redenção como comunicador profético do caminho a ser acessado pelo pecador

Sétimo:

O Paraíso acessível diretamente e imediatamente na própria Cruz.

Mc.15.39: Ora, o centurião, que estava defronte dele, vendo-o assim expirar, disse: Verdadeiramente este homem era filho de Deus.

Lc.23. 47 Quando o centurião viu o que acontecera, deu glória a Deus...

I Co. 2.8: a qual nenhum dos príncipes deste mundo compreendeu; porque se a tivessem compreendido, não teriam crucificado o Senhor da glória.

Paulo discorre sobre a Cruz de Cristo como algo que os carnais não podem compreender que da morte saia vida.

Que da maldição saia benção;

Que da cruz saia esperança;

E que na cruz haja regeneração!

Paulo quer mostrar que a Mensagem que emana da Cruz é a Mensagem que religa o homem a Deus e permite acesso à todos e permite ao mais miserável pecador unir-se a Cristo em sua morte, pela Cruz.

Seja como base doutrinaria para:

Vida – João 6.53: Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos.

Igreja – Cl.1. 18: também ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio, o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência,

I Co. 8.11,12: Pela tua ciência, pois, perece aquele que é fraco, o teu irmão por quem Cristo morreu. Ora, pecando assim contra os irmãos, e ferindo-lhes a consciência quando fraca pecais contra Cristo.

A união corporativa dos crentes, com Cristo domina de tal modo, o pensamento de Paulo, o conceito de novo homem, que os próprios crentes em sua totalidade podem ser chamados de um novo homem. Revelado na carne, Carne e Espírito.

I Co. 12: 13,14: Pois em um só Espírito fomos todos nós batizados em um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos quer livres; e a todos nós foi dado beber de um só Espírito. Porque também o corpo não é um membro, mas muitos.

Comunhão do Corpo:

I Co. 6.14.ss: Ora, Deus não somente ressuscitou ao Senhor, mas também nos ressuscitará a nós pelo seu poder. Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo. Mas, o que se une ao Senhor é um só espírito com ele.

I Co. 10.16: Porventura o cálice de bênção que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos, não é porventura a comunhão do corpo de Cristo?

João 6. 56 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.

Valor principal do evangelho

Valor da cruz compatibilizado ao bem-estar do crente.

Estar em Cristo, com Cristo.

Por nós – O conceito de por nós reflete a continuidade que Paulo vê entre a obra de Cristo na cruz e o sistema sacrificial do AT

Jesus Cristo sem Cruz seria impossível.

Os eventos escatológicos estão determinados na teologia da Cruz

Tudo foi realizado no “consumatum est”

A Mensagem da Cruz em tópicos relevantes:

João 15.19:E Pilatos escreveu também um título e pô-lo em cima da cruz; e nele estava escrito: JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS.E muitos judeus leram este título, porque o lugar onde Jesus estava crucificado era próximo da cidade; e estava escrito em hebraico, grego e latim. Diziam, pois, os principais sacerdotes dos judeus a Pilatos: Não escrevas Rei dos judeus, mas que ele disse: Sou rei dos judeus.

A ironia não superou a Mensagem da Cruz!

A aparente ironia foi uma seta no coração cauterizado dos príncipes dos sacerdotes.

Veja o que a morte na cruz representa como conteúdo principal da Mensagem da Cruz.

Atente para a superioridade dela, profeticamente ela atendeu todos os requisitos dos profetas nas Escrituras;

a) Vista no fato de ter sofrido a mais humilhante e cruel forma de morte conhecida: a crucificação, sendo identificado com a pior e mais baixa escória da humanidade na sua morte, cumprindo as mais extremas exigências da lei (Sl 22).

b) Vista no fato de ter sentido o abandono de Deus, isto é, a falta da presença do Pai, da qual estivera cônscio durante toda sua vida terrena. Sua alma foi deixada a sofrer sozinha naquele instante, em conflito com as forças do mal que tentavam desviá-lo da execução do plano da redenção. Sendo a oferta pelo pecado, foi tratado por Deus como se fosse pecador. (Sl 22.1; Mt 27.46).

c) Vista no fato de que este tipo de morte era tida como amaldiçoada pela lei (Gl 3.13; Dt 21.22-23). Não propriamente a crucificação, mas o fato de alguém ser exposto no madeiro era uma intensificação da pena capital, aos olhos dos judeus e uma abominação aos olhos de Deus.

Obs.) É importante notar o cumprimento de profecias no que dizem respeito aos sofrimentos de Cristo. Uma comparação entre o relato da crucificação com passagens como Is 50. 6; 53 e Sl 22 vão mostrar isso.

Willem Van Gemeren declara que Paulo se propunha focar "Jesus Cristo como o centro (mitte)"

I Co.2. 2: Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado.

1- O Evangelho pregado por Paulo tem seu ponto de partida e centro na morte e ressurreição de Cristo.

- A ressurreição de Cristo, como Paulo entende, significa a erupção da nova era no sentido real e histórico-redentivo do termo.

Estar em Cristo, com Cristo

· Por nós – O conceito de por nós reflete a continuidade que Paulo vê entre a obra de Cristo na cruz e o sistema sacrificial do AT

· Em Cristo, Nele – Com esta expressão, o apóstolo Paulo tenciona demonstrar que Cristo está em tão estreita comunhão com aqueles, por quem ele se manifestou que eles estão nele. Estar em Cristo, na pregação de Paulo, é um estado contínuo, um modo de existência, e não um evento que acontece quando alguém é batizado ou toma o pão e o vinho.

O Velho Homem E O Novo Homem - No pensamento de Paulo os termos devem ser entendidos da perspectiva escatológica da pregação do apóstolo. A união corporativa dos crentes com Cristo domina de tal modo o pensamento de Paulo, o conceito de novo homem, que os próprios crentes em sua totalidade podem ser chamados de um novo homem.

Revelado na carne, Carne e Espírito

A trajetória do mistério da Crucificação:

“E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.” 1 Timóteo 3:16

Manifestado na Carne – Quando Paulo diz que Cristo revelou-se na carne, ele se refere à fraqueza e à transitoriedade da sua condição, como encarnado, e depois morto na Cruz , em aparente contraste com o fato de que ele é o Filho de Deus. O Messias de Israel.

O Conteúdo do Corpus Paulinus:

A principal fonte de informação sobre Paulo é o Corpus Paulinus (i.é. as 13 cartas atribuídas a Paulo). Além destas, temos seus sermões em Atos dos Apóstolos.

Rm, 1 e 2 Cor e Gl.

Estas quatro ficaram conhecidas como Hauptbriev – “cartas principais”.

Seu objetivo com as cartas era expor as implicações da obra de Cristo, particularmente sua morte e ressurreição, para a vida dos cristãos, e para sua “práxis”.

Em seus escritos Paulo – O Apóstolo – se encontra em debates diferentes em cada etapa de seu ministério, no caso de I Coríntios ele procura passar aos de Corinto a importância da Mensagem da Cruz sobre todas as demais Mensagens, como querendo dizer:

Sem a Mensagem da Cruz tudo é vão, nada que pregamos teria sentido, por isto esta palavra que pregamos é considerada loucura.

Quase no fechamento de sua I Epístola aos Coríntios, Paulo discorre no capítulo 15, Paulo carrega na tinta sobre o último grande tema, a esperança da ressurreição, de onde vem esta certeza, vem da compreensão do significado do “mitte” de Paulo a morte de Cristo na Cruz, sobre a cruz, Paulo explica toda a questão da ressurreição, sendo até provocador aos que desacreditavam no fato da ressurreição, o que segundo ele, Paulo, significava não aceitar a morte de Jesus Cristo: I Co.15.12.ss: Ora, se prega que Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, como dizem alguns entre vós que não há ressurreição de mortos? Mas se não há ressurreição de mortos, também Cristo não foi ressuscitado. E, se Cristo não foi ressuscitado, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. Mas na realidade Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Porque, assim como por um homem veio a morte, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Pois como em Adão todos morrem, do mesmo modo em Cristo todos serão vivificados.

Os gregos achavam ser risível, sob sua ótica, a idéia da ressurreição do corpo [At.17.32].

O corpo seria uma barreira para a alma.

Sobre a Mensagem da Cruz:

Atentemos para alguns fatos históricos:

Cruz na Palestina e no Império romano era um vitupério e uma maldição.

Anunciado no Antigo Testamento:

Dt.21. 23: o seu cadáver não permanecerá toda a noite no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia; porquanto aquele que é pendurado é maldito de Deus.

Ora, Jesus se fez maldição por toda a humanidade e isto era algo que perturbou a mente de todos, como uma loucura, que todos não assimilaram, nem mesmo os discípulos de Jesus, para sermos bem claro.

Confirmado no Novo Testamento:

Gl. 3.13: Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;

Confirmado pelos demais Apóstolos, do círculo íntimo de Jesus:

I Pe. 2.24: levando ele mesmo os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para que mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.

Hb. 12.2: olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.

O escritor aos hebreus elenca alguns pontos importantes desta mensagem:

Autoria:

Autor e consumador da fé.

A renúncia:

Pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz.

O que suportou:

A própria cruz.

Nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro

A mensagem da Salvação sob a ótica da Cruz, segundo Paulo:

Mensagem da cruz é o parâmetro da medida do amor de Deus.

Rm.5.6.ss: Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque dificilmente haverá quem morra por um justo; pois poderá ser que pelo homem bondoso alguém ouse morrer. Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho.

Há uma distinção clara no discurso Paulino quando ele divide o tempo antes e depois da plenitude dos tempos, antes era o tempo das obrigações agora na plenitude dos tempos é o tempo da comunhão e união com cristo de maneira graciosa, isto é, a Graça apresenta todos aos que aceitam a Cristo, diante de Deus como filhos reconciliados e não mais como inimigos de Deus, entenda-se que a inimizade ocorria na ação da carne pelo pecado.

O conceito da plenitude do tempo é fundamental na pregação de Paulo, e expressa-se em suas cartas pelo conceito correlato da chegada do dia da salvação.

Dia da salvação. – Não se refere primariamente à oportunidade de conversão apresentada ao ouvinte, mas, aos eventos históricos da encarnação, morte na cruz, ressurreição, glorificação de Cristo e a vinda do Espírito.

Quanto aos irmãos de Corinto, envolvidos nas questões culturais das “práxis” anteriores ao cristianismo, e que ainda vicejavam em solo Corinto, se deixaram levar por algumas posições do panteão de deuses mitológicos e pela relação discípulo-filósofo ou pensador, ao modo de entendimento comum ao grego.

Quero aqui voltar, aproveitando este momento à questão das escolhas e acepções dos líderes, pode parecer fora de hora, mas lembre-se que o próprio Cristo estava sendo visto como líder de um partido na Igreja de Corinto, ou seja, a Mensagem da cruz também foca a posição de Cristo como Cabeça e não um líder.

Por que os corintos faziam esta diferença?

I Co.1.17: Porque Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho; não em sabedoria de palavras, para não se tornar vã a cruz de Cristo.

A Igreja de Corinto e mistagogo: veja capítulo 1 e capítulo 3.

Na formação de discípulos pelos filósofos gregos, o entendimento era baseado no pensamento helenista, segundo a qual o mistagogo [a pessoa que iniciava um novo adorador de uma divindade], tinha uma especial posição em relação ao neófito, e isto foi transposto de certa forma adaptado, para o batizador cristão, por esta razão Paulo fala sobre as famílias que batizou e sobre a Mensagem original da cruz, era ela que incluía o neófito no Corpo e não havia autoridade do mistagogo [no Evangelho: pregador], nesta ação divina, só Jesus pode realizar esta ação mística na vida do homem.

Outrossim, havia um misto de entendimento, e confusão, entender ou identificação do herói grego [ex: Hercules] que era sempre visto como um deus do panteão grego, com a figura de Cristo, o que Paulo desfaz ao afirmar:

I Co.1 2: à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para serem santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso:

Neste pensamento podemos entender uma das vertentes do pensamento Paulino sobre a atitude dos coríntios, e o que Paulo quer dizer em I Co.4. 10: Nós somos loucos por amor de Cristo, e vós sábios em Cristo; nós fracos, e vós fortes; vós ilustres, e nós desprezíveis.

I Co.6.11,12: mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas; mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas.

Para melhor entendimento busquei um antigo estudo de nossa lavra, do qual apresento parte, à seguir:

RESUMO DAS ESTRUTURAS DO ENSINO PAULINO.

1. Visão escatológica;

2. Visão histórico - redentiva;

3. Visão do cumprimento, em Cristo, de todo o plano de Deus, consumando-se em sua totalidade;

4. Visão baseada na sua própria revelação, através do encontro do caminho de Damasco;

5. Visão baseada na morte e ressurreição de Cristo.

6. Visão do “plenoma”, plenitude integral em Cristo.

7. Visão da plenitude profética do Antigo Testamento em Cristo, de forma escatológica;

8. Visão da revelação de todos os mistérios em Cristo;

A Ceia do Senhor e a Mensagem da cruz:

Quando Paulo ensina aos corintos à respeito da ceia do senhor, na realidade Paulo está expressando o ponto principal da vida cristã.

Por ele Paulo pode informar e tirar o véu da ignorância dos corintos, à respeito do memorial sacramento dado em ordenança por Cristo.

Ele discorre pontualmente sobre a importância da morte de Jesus, morte de cruz e sua implicação para salvação do crente, pois, infere diretamente em vida eterna nas própria palavras de Jesus:

João 6. 51 Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha [carne]. Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a [carne] do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha [carne] e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.

Fonte:

Antonio Walter R. Almeida;Universidade Mackenzie; Curso: Pós-graduação em Teologia Bíblica;Matéria: Teologia Paulina

G. Van Groningen, From Creation to Consumation, p. 166-169.

Cristologia - João Alves dos Santos – Prof. UPM; Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano Conservador; mestre em Divindade (M.Div.) e em Teologia do AT (Th.M.) pelo Faith Theological Seminary (Filadélfia - EUA) e mestre em Teologia do NT (Th.M.) pelo Seminário Presbiteriano "Rev. José Manoel da Conceição". Bacharel em Direito e em Letras. Professor da área de Novo Testamento do CPAJ (Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper), ex-professsor de Grego e Exegese do NT no Seminário "Rev. José Manoel da Conceição”.

Bíblia digital cortesia Tio Sam

Comentário Beacon de Romanos a Coríntios

Bíblia Plenitude

Formas Romanas de Crucifixão, Postado em 26 jan, 2011 por United Church of God (com reservas teológicas)

Apóstolo Paulo – J.Becker

Lição CPAD – 2º Trimestre.

https://estudandopalavra.blogspot.com/search?q=A+Mensagem+da+cruz+%C3%A9+intr%C3%ADnseca+a+Teologia+paulina+utilizada+na+I+Ep%C3%ADstola+aos+Cor%C3%ADntios.

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