O VÍNCULO DA PERFEIÇÃO
Autor: Osvarela
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Glossário:
koinós:
A – Geral: A falando de coisas
I comum a todo o povo, público ..;
II comum a todos,
B - falando de pessoas e de coisas:
I que participa de, que está em comunidade ...
II que é da mesma natureza
III que se presta a todos
Koinonia – κοινωνία
Comunhão em sociedade afável e sociável.
Anglinização da palavra grega – comunica íntima participação dentro da Igreja de Jesus Cristo, presente no partir e comer do pão, conforme João 6.48-69, no beber do cálice do Senhor, conforme Paulo descreve em I Co. 10.16.
Mandato: Em direito civil, o mandato (do latim mandatum "encargo, cargo, comissão") é o contrato por meio do qual uma pessoa, denominada mandatário, recebe poderes de outra, designada mandante, para, em nome e por conta desta última, praticar atos jurídicos ou administrar interesses. Quanto à maneira pela qual é outorgado, o mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito.
Por conseguinte, o mandatário age em nome do mandante, em seu nome praticando atos ou administrando interesses.
Soteria: O verbo salvar (sozo em grego), freqüentemente utilizado no NT significa não apenas "libertar" ou "tirar de um perigo", mas também "curar", e a palavra "salvação" (em grego soteria) designa não apenas a libertação, mas também a cura. O próprio nome de Jesus significa "Yahweh salva", ou seja "cura";
A salvação significaa "estar em plena saúde física, psíquica e espiritual", "ser livre", "respirar amplamente". Jean-Yves Leloup
I - DISCURSO SOBRE COMUNHÃO NA IGREJA PRIMITIVA:
A Comunhão da Igreja primitiva expressa no partir do pão:
I Co.16.22.ss: Maranatha! A graça do Senhor Jesus Cristo seja convosco. O meu amor seja com todos vós em Cristo Jesus. Amém.
Quando os discípulos dizem em seus escritos “maranatha” – “vem, Senhor”, principalmente, no ato do partir do pão, de certa forma, eles expressam que o anunciado regresso de Jesus acha, sua “antecipação”, à partir, da Comunhão dos presentes, no comer do seu corpo e beber do seu sangue, assim Jesus está no meio deles.
Ele volta “já”, agora, ao seio de sua igreja neste momento de comunhão. Pois o partir do pão, união da Igreja, é um momento que, não mais unicamente se espera a volta de Jesus, mas ela é vivida pelos presentes à comunhão.
Para os crentes da Igreja primitiva, a palavra inferia um duplo entendimento e a esperança.
- Senhor, vem no fim dos tempos para estabelecer o teu reino.
E ao mesmo tempo:
- vem já agora enquanto estamos reunidos (em comunhão) para a ceia.
“O vínculo íntimo que o cristianismo primitivo estabeleceu entre seu culto e o reino futuro prova que a antiga oração Maranatha implora ao mesmo tempo a presença atual do Cristo e seu retorno futuro”. Cullmann – Oscar Cristologia do NT. 2004
Tal qual, a Igreja primitiva precisamos desta comunhão entre nós, na forma de União, plenomática divina, como Cristo disse: “Eu e o Pai somos um”; que eles sejam “UM assim como eu e tu somos UM.”
João 10:30: Eu e o Pai somos um.
João 17:22: E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um.
II – DISCURSO SOBRE COMUNHÃO E UNIÃO:
Comunhão ou União - Koinonia – κοινωνία
Quando estudamos sobre a União Cristã, ou dos santos em Jesus, é inevitável compreender de onde vem ou se origina esta comunhão.
Verificando-se a origem etimológica da palavra que vem de koinós, que em uma das suas definições diz; “que é de origem comum, da mesma raça, da mesma natureza”.
O cristão é participante da natureza:
Do mesmo Pão – que é Jesus.
1 Coríntios 10:17: Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão.
Romanos 12:5 Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.
Do Corpo de Cristo - para ser participante do corpo é necessário ser membro do organismo divino da igreja, como Paulo compara em suas epístolas.
Atos dos Apóstolos 11.26: E...em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.
Da família de Deus – pelo nome conferido e recebido, por eles lá na longínqua Antioquia: cristãos.
Ef.2.18.ss: Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito. Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus; Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas...
Do mesmo Espírito.
1 Coríntios 12:13:Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito.
I Co.1.17: Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito.
De um só pensamento.
2 Coríntios 13:11: Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco.
Este um só parecer ou pensamento deve ser diverso, do sentimento que afastava Síntique de Evódia, na Igreja de Corinto.
É necessário à comunhão e União da igreja o estabelecimento de um vínculo que permita todos ter o mesmo parecer – pensamento – e este vínculo só encontramos na perfeição, que é adquirida através da ação do Espírito Santo, por meio da nossa fé, em Jesus e em suas palavras e no que é mais importante na vida de comunhão dos homens em Cristo: “mar ao próximo”.
Mc.12.28.ss: Aproximou-se dele um dos escribas...perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? E Jesus respondeu-lhe...Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração...este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.
Nenhuma Igreja, jamais, poderá obter este vínculo da perfeição enquanto não tiver um mesmo parecer e este amor que se entranha e permeia todos na Igreja, que nos faz suportar-nos e honrar-nos uns aos outros, sem preferências ou acepção.
Este amor é um revestimento único que é sobreposto, às nossas vidas, permitindo a formação de uma identificação entre todos da Igreja.
Colossenses 3.1.ss: Onde não há grego...Cristo é tudo em todos. Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição. E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações;
E I Co. 16.23,24: Porque eu recebi do Senhor...o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.
III – ENTENDENDO A AUTORIDADE CONCEDIDA AOS HOMENS: MANDATOS.
Nesta lição introduzo um conhecimento sobre as atividades determinadas por Deus ao Homem, os chamados Mandatos, que lhe dão autoridade, mas também lhe gera obrigação.
Gn.1.28: E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.
Mandato social:
Autoridade de estabelecer ditames sociais e de convivência, ditames morais e de vida em grupo, com regras e autoridade estabelecida.
Mandato cultural:
Autoridade de mantença de costumes e outras regras humanas na área da crença e afins.
Mandato do poder; domínio expresso por Deus; autorização para submeter o mundo a sua inteligência.
III-A- DISCURSO-MANDATOS:
Efésios 1.6.ss: Para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado, Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça, Que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência; Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo; De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra;
Congregar em Cristo, no texto diz: De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, significa estabelecer um vínculo divino que resguarda da ação do mal, a comunhão e união entre o povo de Deus, entre si, e o próprio Deus em Jesus Cristo.
O homem recebeu de Deus, no Pacto adâmico, através de Adam (Adão) alguns mandatos para exercer, em sua vida terrrena, entre estes mandatos ou autoridade recebida, estão:
O mandato do poder:
Chamo de mandato do poder a forma de domínio que Deus dá aos homens desde o início da criação, esta forma foi alterada no período noaico (período de Noé), com a introdução do pavor dos animais pelo homem.
Este tipo de mandato ou autoridade, uma vez alterado interfere profunda mente na comunhão, pré-estabelecida por Deus entre os humanos, sua criação.
Perceba isto na intervenção de Deus, junto ao povo da época da Torre de babel, quando a “koinonia”, ou a comunhão de idéias, sem direção de Deus, aliançaram-se para que juntos estabelecessem, uma absurda idéia de construir uma torre para alcançar aos céus e, por conseguinte fugir da ira (aqui como desafio a Deus) de Deus.
Gênesis 11:9: Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o SENHOR a língua de toda a terra, e dali os espalhou o SENHOR sobre a face de toda a terra.
Note que a união estabelecida pela mesma fala ou falar, foi fundamental para o sucesso do empreendimento, de tal forma, que Deus teve que intervir, pois eles estavam falando a mesma linguagem, além da mesma língua.
Imagine querido irmão, uma Igreja que já tem a mesma língua, doada pelo Espírito Santo, e que fale a mesma linguagem (tenham o mesmo parecer), e tem ordem de Deus para isto, quão poderosa será.
Mandato cultural:
Esta autoridade mandatária dada ao homem é fundamental a ação da comunhão entre irmãos, em especial entre nós membros do corpo de Cristo, sua Igreja, assim como Noé foi usado por Deus para manter o estabelecido por Deus no início da Geração, através de alguns mandatos ou autoridade.
Reafirmação no plano do mandato social – uma sociedade pacífica e sem violência;
Reafirmação no mandato cultural – uma sociedade ordenada pelas leis de Deus, em todo o seu viver: casamentos, nascimento, cultos;
Devemos ser como Noé, Mediadores pactuais, mantendo a comunhão entre sua família e com a família de Deus, através do pacto na Nova aliança pelo sangue de Jesus.
Mediador redentor – Noé realizou a soteria de sua família, conservando viva, deste modo, a criação mais cara para Deus, o homem, sem o que seria uma espécie extinta pelo dilúvio. Através de Noé, Deus realizou a redenção da sua Criação, em especial o Homem.
Assim como Noé, nós podemos avivar e manter a atividade redentora de Cristo entre a Igreja, pois quem não ama seu irmão ou não tem comunhão com o mesmo ou o faz perdê-la é um assassino de alma e quebrador da comunhão.
I João 3.1,14. ss: VEDE quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque não o conhece a ele. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte. Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele. Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos. Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus?
Portanto, é nosso dever, e o não cumprimento disto, pecado, evitar a quebra da comunhão e reafirmarmos como homens de Deus e sacerdotes, o mandato social que nos foi dado como Igreja e exercido plenamente pela Igreja Primitiva.
Atos 2.42: E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração.
IV - DISCURSO SOBRE A UNIÃO:
A ORDENAÇÃO DA UNIÃO DOS SANTOS PELOS APÓSTOLOS:
Os textos do Apóstolo do amor, João, escritos logo abaixo, contêem, para nós, algumas excepcionais informações sobre o amor entre os irmãos [base da união e vínculo da perfeição] comunhão:
I Jo.3.1.ss: Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus...agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro...esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros...Qualquer que...não ama a seu irmão, não é de Deus.
Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte. Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna...ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos.
II Jo.2.8: Outra vez vos escrevo um mandamento novo....Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão, até agora está em trevas. Aquele que ama a seu irmão está na luz...Mas aquele que odeia a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos.
Primeiro:
Somos filhos de Deus;
Segundo:
Lembra-nos da semelhança, ou seja, na forma que fomos criados, muito embora, expresse de maneira futura, atendendo ao contexto da vida que nos espera, remete ao passado da criação, quanto a semelhança adâmica e nos lembra: assim como ele é – Uno – seremos, lembrando que Deus triuno é a perfeição que devemos espelhar como corpo místico da Igreja, cujo Cabeça é Cristo. E sendo Cristo uno ao Pai e ao Espírito Santo, indivisíveis esta é a qualidade esperada da Igreja, Comunhão e União perfeitas.
Terceiro:
O crente em comunhão sempre terá vida, porque passamos da morte para vida, mas, se deixamos de amar algum de nossos irmãos, ou o odiamos [sentimento humano e maligno, pela quebra do pacto adâmico], nos tornamos assassinos ou homicidas e filhos do adversário de nossas almas, Satanás.
A Bíblia diz: João 8:44. “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.” A mentira pronunciada com palavras lisonjeiras, pode declarar o amor a outro irmão, mas devemos nos pautar no amor que deve ser demonstrado e não apenas pronunciado por palavras, como ensina João, o Evangelista [vide texto básico da lição].
Apocalipse 22.14,15: Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade...Ficarão de fora os...os homicidas...e qualquer que ama e comete a mentira.
O homicida é declarado pela Bíblia Sagrada, como alguém que nessas condições, jamais, terá acesso aos céus, por ser homicida.
Quando meditamos neste texto inferimos que, se Deus perdoa de todo o pecado, devemos admitir que esta condenação, pode ter muito mais do caráter, ou cunho espiritual, se referindo a nós, como membros do corpo de Cristo.
E que ela nos fala diretamente, numa releitura do texto ou transliteração do mesmo: “se você está em Cristo e não ama seu irmão, se torna um homicida, e portanto nesta condição de homicida, não terá acesso a vida eterna.”
V - BREVE CONCLUSÃO:
Quem tem comunhão jamais realizará estas obras, é fundamental que sigamos em comunhão para que tenhamos vida em nós mesmos, por Jesus, somos feitos filhos de Deus e devemos praticar a “koinonia” plena, para não sermos achados em falta e alcançarmos a vida eterna.
Fonte:
Bíblia digital on-line – ACF; http://www.bibliaonline.com.br
Cristologia do Novo testamento – Cullmam – Ed. Custom;
Bíblia ARC;
Apontamentos do autor;
Mauro Meister – Mandatos.
AT – Andrew Jumper.
Nelpa.
Um comentário:
Pr. Osiel,
Como precisamos da verdadeira koinonia nestes dias de tanta divisão no meio cristão. Gostei desta matéria, e também li a da China. Parabéns pelo blog.
Graça e Paz do Senhor,
Juber
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