sexta-feira, junho 25

Em nome do Pai...Meu pai é o....O "Doador"


EM NOME DO PAI

QUE PAI?

23.22. Ouve a teu pai, que te gerou; e não desprezes a tua mãe, quando ela envelhecer. 25 Alegrem-se teu pai e tua mãe, e regozije-se aquela que te deu à luz.
O avanço científico é uma oportunidade para aqueles que sofrem de doenças sem cura, em algum momento da história.
Assim aconteceu com a descoberta da penicilina por Fleming, da vacina antipólio por Sabin, a técnica que completou 40 anos, da operação de transplante de coração pelo Dr. Barnard, sul-africano, que passou a ciência mais avançada doe Europeus e americanos.
Mas, como no caso do transplante de órgãos, muitos ficam dependentes por toda a vida de remédios, é claro que a vida tem valo muito além disto.
No caso que estamos colocando em destaque, há um efeito colateral no paciente que atinge a sua vida emocional e até a sua personalidade.
Primeiro porque não tiveram escolha pessoal, as de pai ou mãe.
Segundo porque quebra o elo entre a família.
Quem nasce e cresce sabe que há necessidade de pai e mãe, para que possa ter nascido.
Quer ter vínculos contínuos com a sua família.
Quer conhecer a história do pai ou da mãe que o gerou.
Quando alguém nasce e a mãe falece no parto, mesmo sendo triste ele vai conhecer a estória de sua mãe.
Se nasce, e o pai não o aceita, ainda assim sabe que houve e tem um pai.
Mesmo quando há a inseminação artificial, com óvulos e sêmen, dos pais biológicos, há a relação eterna de pai para filho, mãe para filho.
Porém o mesmo não ocorre, com aqueles que são assunto deste post.
A situação destes filhos da proveta ou da inseminação artificial, é extremamente forte no sentido emocional e psicológico dos envolvidos.
Trata-se do caso dos filhos gerados por compra de sêmen nos chamados bancos de sêmen.
Esta chegando, ou já chegaram à idade adulta e de entendimento, os primeiros filhos desta geração de filhos de pais comprados e desconhecidos.
O que está acontecendo na mente destas pessoas?
Infelizmente, parece que não há uma boa resposta.
A ciência que criou esta técnica buscava a satisfação dos pais e mães, mas talvez, não esperasse esta reação emocional dos ‘filhos’ desta técnica.
Está havendo uma decepção destes filhos da tecnologia por não conhecerem a sua história e sua origem e não conhecerem seus irmãos, avós, tios enfim sua rede social familiar, natural ao ser humano.
Se você lê a Bíblia vai notar que ter uma raiz familiar é o natural a todo o ser humano.
Parece-me entender o que diz o texto – Pv.30. 1.1. Há gente que amaldiçoa a seu pai, e que não bendiz a sua mãe.
Quando Deus criou o homem e a mulher ele sabia a necessidade desta relação – pai e mãe.
O desdobramento do raciocínio para outras intervenções humanas no conceito da família é óbvio, e naturalmente, se estende a todas as relações familiares.
Conhecer o pai ou a mãe é um ato natural do ser humano.
Mesmo a mãe que se utilizou do método científico, parece-me estar com um fundo de curiosidade, para dizer o mínimo, ou de algo para preencher a alegria de ter sido mãe.
Talvez pense consigo que houve um que de absoluto egoísmo em pensar em si mesmos, e desprezarem as reações de seus futuros filhos.
O que não considero, nesta reflexão um erro, mas sim considero que houve a superação da esterilidade com a doação e o prazer de dar a luz a um ser humano, ao qual podem chamar de filho ou filha, o que é uma emoção indescritível.
Tão somente estou reflexionando sobre o que poderá passar no interior destas mentes, mas eu se pudesse lhes falar diria que a doação de vida supera tudo isto.
Deus é vida e ama a vida.
Ser pai ou mãe é prazeroso e divino e agradável a Deus.
Falta-lhe o prazer de dizer ao filh[a]o quem é seu pai!
Ao filho falta o que o escritor de Provérbios diz:
6.20 Filho meu, guarda o mandamento de, teu pai [?], e não abandones a instrução de tua mãe [?];
No caso de mãe é mais fácil a aceitação, e o texto bíblico deixa uma abertura capaz de superar este hiato familiar, através do amor, ou seja, pelo amor de quem criou, ao que foi adotado por amor, mas no caso do pai há uma lacuna impreenchível!
Mas, ficam perguntas sem respostas:
-este que está ao meu lado pode ser meu irmão?
-aquele senhor pode ser meu pai?
-será que meu pai já me viu e não falou comigo?
-tenho outros irmãos?
-com quem eu pareço?
Podem ser perguntas de filhos adotivos amados, como são estes filhos do ‘Doador’, mas aparentemente é muito mais forte a sensação do desconhecido.
Esta é a sensação de quem lê a notícia e a posição de psicólogos envolvidos.

Leia a matéria e comente o assunto.


O nome do meu pai é Doador

24/6/2010 -MARCELA BUSCATO – revista Época
A inglesa Caroline Halstead hoje e na infância.
Ela não conhece o pai, um doador anônimo de esperma
“Essa é uma maneira horrível de ser concebida”, diz a inglesa Caroline Halstead, a menina que aparece no colo da mãe na foto ao lado, hoje uma mulher de 25 anos, grávida de seu segundo filho.
Caroline é fruto de uma inseminação artificial feita por sua mãe, que comprou esperma de um doador anônimo.
O sentimento de Caroline, entrevistada pelo jornal britânico “Daily Mail”, é partilhado por pelo menos metade das 485 pessoas, entre 18 e 45 anos, que foram ouvidas pela organização americana Commission on Parenthood’s Future. Todas foram concebidas com esperma de doadores anônimos.
Metade dos entrevistados afirma se sentir incomodada pelo fato de haver dinheiro envolvido em sua concepção, dizem imaginar se podem ser parentes de uma pessoa que se parece fisicamente com eles e temem se sentir atraídos sexualmente por alguém que pode ser seu parente.
O resultado do estudo, chamado “O nome do meu pai é Doador”, causou surpresa até mesmo entre os pesquisadores.
Eles também entrevistaram 562 pessoas que foram adotadas quando eram crianças e descobriram que a mágoa é muito maior entre os filhos de doadores anônimos do que entre os adotados que, teoricamente, teriam sido rejeitados pelos pais biológicos.
“Muitas pessoas pensam que, por terem sido fruto de uma gravidez muito desejada, esses filhos de doadores anônimos não se importam sobre os detalhes da forma como foram concebidos”, diz uma das autoras do estudo, a pesquisadora Elizabeth Marquardt, que afirma: 
“Mas eles têm um imenso sentimento de perda por terem negado o direito de saber quem são seus pais.”
-“Para mim, teria sido mais fácil aceitar que eu fui fruto da curtição de uma noite porque pelo menos teria havido o envolvimento de duas pessoas para que eu nascesse”, disse a inglesa Caroline ao “Daily Mail”.
-“Minha mãe me contou quando eu era pequena, mas me fez acreditar que isso era o nosso segredinho sujo, que ninguém deveria saber. Eu escondi meus sentimentos por muito tempo e acabei me distanciando da minha mãe. Sinto-me mais próxima do meu pai não-biológico, que foi quem me criou. Às vezes, tenho inveja da minha filha Charlotte, de 3 anos, criada em uma família convencional. Eu olho para ela e vejo as minhas características e as do Tom, meu marido. Ela é tão segura de si, do seu lugar no mundo. Já eu, quando me olho no espelho, vejo só metade de uma pessoa. É um fardo conviver com isso.”
Narelle Grace, filha de doador anônimo, diz que nunca recorreria a um banco de esperma
No Reino Unido, cerca de 2 mil crianças nascem por ano graças a doadores anônimos de esperma. Nos Estados Unidos, as estimativas chegam até a 60 mil crianças concebidas dessa maneira anualmente. No Brasil, a prática ainda é vista com mais preconceito e a comercialização de material biológico é proibida. Não há uma lei que regule a questão do anonimato do doador, mas o Conselho Federal de Medicina recomenda que o sigilo seja garantido e que só possa ser aberto, entre médicos, em casos especiais. No Reino Unido, essa postura já está mudando. Desde 2005, os filhos de doadores anônimos têm o direito de saber a identidade de seus pais se quiserem. Mas quem nasceu antes dessa data ainda tem de conviver com o mistério.
A inglesa Narelle Grace, de 27 anos, é uma delas. 
Narelle sabe que o esperma de seu pai foi usado para fertilizar outras oito mulheres e, hoje se pergunta onde estarão seus oito meio-irmãos. “Aí pelo mundo há toda uma família que eu nunca vou conhecer e que nunca vai saber da minha existência”, disse Narelle ao “Daily Mail”. “Eu posso dizer com sinceridade que não importa quão desesperada eu esteja para ter um filho, eu nunca vou recorrer a um doador de esperma”, diz Narelle. “Eu não condenaria uma criança a crescer da maneira como eu cresci.”
Aqui no blog, a Ruth já contou a história emocionante da Lilian Seldin, que aos 53 anos fez uma inseminação de doador anônimo para ter o Patrick
Vocês acham que o ato de doar vida desculpa as consequências para a criança de não saber quem é seu pai? 


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