Novas doenças assustam o Mundo
Ap.8.13. ...e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia com grande voz: Ai, ai, ai dos que habitam sobre a terra!
Agora é a superbactéria.
Homem sofreu acidente de carro no Paquistão e foi infectado no hospital.
Entre novos casos há 3 australianos que foram à Índia para fazer cirurgia.
13/08/2010 – agencias – G1
Um belga tornou-se a primeira vítima de uma superbactéria resistente a medicamentos, originária no sul da Ásia, reforçando o temor de que possa se espalhar por todo o mundo após infectar dezenas de pessoas na Grã-Bretanha e na Austrália.
A vítima foi infectada pela bactéria quando era tratada no Paquistão e morreu em junho, disse na sexta-feira (13) um médico do hospital de Bruxelas onde recebeu tratamento.
"Ele se envolveu em um acidente de carro, durante uma viagem para o Paquistão. Foi hospitalizado com um grande ferimento na perna e, então, foi repatriado para a Bélgica, já infectado", contou o médico.
Apesar de ter sido tratado com colistosina, um poderoso antibiótico, o paciente faleceu, acrescentou.
Um segundo caso na Bélgica foi o de um homem, hospitalizado após er infectado pela bactéria após um acidente durante viagem a Montenegro, sua terra natal, mas se recuperou depois de receber tratamento em julho, disse outro especialista.
"O epicentro da presença desta bactéria parece ser a Índia e o Paquistão, mas aparentemente devido ao contato e às viagens, sua disseminação está se alastrando", explicou à AFP Youri Glupczynski, bacteriologista da Universidade de Leuven.
A superbactéria - encontrada em bactéria contendo o gene Nova Délhi metalo-lactamase-1 (NDM-1) - foi inicialmente identificada no ano passado em um paciente sueco que deu entrada em um hospital indiano.
Segundo a revista médica britânica "The Lancet" relatou esta semana que a bactéria contendo o gene NDM-1 tinha sido encontrada em 37 britânicos, que receberam tratamento médico no sul da Ásia.
O relatório, segundo o qual turistas que visitam o Sul da Ásia para realizar tratamentos de saúde correm o risco de contrair a infecção e que alertou que a superbactéria poderia se espalhar, causou respostas furiosas da Índia.
"Vincular isto (a superbactéria) à segurança da cirurgia em hospitais da Índia, citando exemplos isolados para demonstrar que a Índia não é um lugar seguro, é errado", afirmou o ministério da Saúde em um comunicado publicado nesta sexta-feira.
No entanto, também foi divulgado nesta sexta-feira que uma equipe de cientistas indianos alertaram sobre a superbactéria em março.
Cientistas do hospital privado Hinduja, em Mumbai, estudaram 24 casos de infecção entre agosto e novembro do ano passado e afirmaram ter encontrado 22 incidentes de NDM-1 produzindo bactérias.
Seu relatório descreveu o número crescente de casos como uma "preocupação maior" e alertou que a superbactéria "tem o potencial para a futura disseminação na comunidade".
A superbactéria se espalhou para a Austrália, onde infectou três pessoas que viajaram para a Índia para uma cirurgia.
O professor Peter Collignon, chefe do departamento de doenças infecciosas do Hospital de Canberra, disse que os casos - inclusive o de um paciente que fez cirurgia plástica em Mumbai - eram apenas a "ponta do iceberg".
"Descobrimos esta bactéria multirresistente na urina, felizmente sem causar muitos problemas àquela pessoa. Mas será um problema real caso se espalhe para outros", afirmou.
"O germe que tivemos era intratável - não havia drogas com que pudéssemos tratá-lo", afirmou.
Collignon disse que um dos pacientes está com a doença na unidade de cuidados intensivos de um hospital indiano após uma cirurgia plástica ter dado errado. Mas ele disse que outro pegou a bactéria na comunidade, demonstrando a extensão do problema.
"É provável que haja mais (casos) porque o que estamos vendo nos hospitais é apenas a ponta do iceberg", afirmou.
"Possivelmente está matando muitas pessoas, mas está acontecendo no mundo em desenvolvimento e não há forma de medir isto", acrescentou.
Risco Mundial.
A bactéria mutante, que seria uma forma mais resistente da E.coli, pode levar à morte por pneumonias e infecções urinárias e seria contraída pela água. Os primeiros casos surgiram na Índia e no Paquistão e chegaram ao Reino Unido através de ingleses que foram à Índia para se submeterem a cirurgias estéticas e tratamentos médicos. O temor é que agora ela se espalhe pelo mundo.
A bactéria mutante tem uma enzima chamada de NDM-1, produzida por um novo gene que confere altíssimo nível de resistência aos antibióticos. Em três anos, explicou o professor Tim Walsh, da Universidade de Cardiff, o descobridor do gene, a prevalência da bactéria era de apenas de 1% a 3 % dos pacientes com infecções enterobacterianas na Índia.
- É incrível como a expansão da bactéria foi rápida, graças à globalização e ao turismo médico - explica Walsh. O gene agora pode chegar a qualquer lugar rapidamente.
Walsh disse que é não é possível prever a prevalência da bactéria no Reino Unido, mas a Agência de Proteção à Saúde do país lançou um alerta aos médicos. O grande temor é a falta de medicamentos que possam combatê-la. Segundo os cientistas, mesmo que se comece a investir agora em novos antiobióticos, eles não estarão disponíveis rapidamente.
- Temos um prazo de 10 anos para desenvolver um medicamento capaz de tratar esse tipo de infecção. É a primeira vez que chegamos a um estágio tão ameaçador com este tipo de bactéria.
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