APÓSTOLO PAULO - LONGO ESTUDO DE PUBLICAÇÕES SOBRE ESTE ASSUNTO PARTE 4 (CONTINUAÇÃO)
PELOS CAMINHOS DO MUNDO: HISTORIANDO ROMA
A Epístola Rainha
“Pedindo
sempre em minhas orações que nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça
boa ocasião de ir ter convosco. Porque desejo ver-vos, para vos comunicar algum
dom espiritual, a fim de que sejais confortados; Isto é, para que juntamente
convosco eu seja consolado pela fé mútua, assim vossa como minha. Não quero,
porém, irmãos, que ignoreis que muitas vezes propus ir ter convosco (mas até
agora tenho sido impedido) para também ter entre vós algum fruto, como também
entre os demais gentios.” Romanos 1:10-13
CONHECENDO
A DIFERENÇA E FORMATO DE CARTA E/OU EPÍSTOLA
Formatação das
Cartas Antigas:
As cartas antigas
tinham início com uma saudação, a qual incluía o nome de quem as enviava e o
nome do endereçado, e, usualmente, expressões atinentes à boa saúde e ao bom
êxito do endereçado, e a certeza de que quem as enviava orava por aquele a quem
se dirigia. Seguia-se o corpo principal da carta, e, finalmente, a despedida,
e, ocasionalmente, a assinatura. Por muitas vezes a despedida incluía saudações
enviadas por outras pessoas, juntamente com o autor, além de votos de
prosperidade finais.
Uma Epístola – as Dimensões médias das epístolas de Paulo se
elevavam a cerca de 1.300 palavras, variando desde 335 palavras em Filemom até
7.101 palavras em Romanos.
É óbvio, portanto,
que as epístolas de Paulo são várias vezes maiores do que as cartas médias da
antiguidade, pelo que também, em certo sentido, Paulo foi o inventor de uma
nova forma literária, a epístola - uma novidade por ser carta tão prolongada,
devido à sua natureza teológica, e, usualmente, na natureza comunitária dos
endereçados.
CRONOS DO
APÓSTOLO PAULO:
Ano 5 e 10: Nascimento de Paulo. Poucos anos depois do nascimento
de Jesus, nasce Paulo em Tarso, na Cilícia (parte sul, margens do Mediterrâneo,
atual Turquia).
Ano 30: Morte de Jesus e ressurreição. Pentecostes e formação
da Comunidade de Jerusalém.
Ano 35: Morte de Estevão (At 6-7), Saulo/Paulo nomeado pelo
Sinédrio para perseguir os cristãos (At 7,58; 8,1-3). Conversão a caminho de
Damasco (At 9) Batizado por Gamaliel em Damasco, vai para o deserto da Arábia
por 3 anos (Gl 1,15 - 17)
Ano 36: Volta a Tarso, se une a Barnabé, vai a Jerusalém e
Antioquia (Gl 1,18; At 11,25-30) Inicia a primeira viagem missionária com
Marcos para Chipre e Asia/Turquia) (At 13-14)
Ano 48/49: Concílio de Jerusalém. Defende a presença dos pagãos
na comunidade (At 15); Discute com Pedro e se separa de Barnabé (At 15,36-39)
Ano 50/52: Segunda viagem missionária. Galácia, Macedônia e
Acaia (At 15,36-18,22) Fundação das comunidades de Galácia, Filipos,
Tessalônica, Corinto. Começa escreve as primeiras cartas.
Ano 53/58: Terceira viagem missionária. Permanece bom tempo em
Efeso, ali é preso. Visita às comunidades da Grécia e retorna a Jerusalém. (At
18,23-21)
Ano 58/60: Preso em Jerusalém e Cesárea. É julgado em Roma (At 21,17-26,32)
Ano 61/63: Viagem do cativeiro (At 27-28). Escreve as cartas de
Colossenses, Filemon, Efésios e Filipenses.
Ano 64/67: Decapitado em Roma, na perseguição do Imperador
Nero.
Concluindo: Tendo
como referência estas datas, na ocasião da morte de Jesus, ano 33 d. C. Paulo
deveria estar com 23 anos se aceitarmos a data de 10 d.C como data de seu
nascimento. Deveria Paulo nesta ocasião estar estudando as leis judaicas na
Escola de Gamaliel, um fariseu de orientação moderada quanto à interpretação da
Lei. Nesta oportunidade de vivência em Jerusalém conheceu Jesus em sua vida
pública e como todo fariseu tinha Jesus como inimigo (conf. Zedda, Prima
lettura di San Paolo, pág. 29). Em seguida conforme narrativa dos Atos do
Apóstolos, encontramos Paulo presente no apedrejamento de Estevão.
De Volta ao Tema
de Roma
Continuando sobre a escrita paulina de maior vigor doutrinário, a
Epístola aos de Roma:
A
maioria dos estudiosos do Novo Testamento data a epístola aos Romanos nos anos 56/58 d. C.. Durante o inverno de
56-57 A. D., quando Paulo passou em Corinto, na casa de Gaio seu amigo
que se convertera, de onde pensava fazer uma visita a Jerusalém no futuro
imediato — onde cuidava, ele, cuidaria da entrega de uma oferta em dinheiro aos
Presbíteros da igreja de lá, por cuja arrecadação estivera trabalhando alguns
anos entre os gentios convertidos pelo seu intermédio.
Nota.: A.D. Ano Domini (Ano do Senhor)
O
Dia do Senhor.
Ιησουν
Χριστον τον Κυριον ημών - Jesus
Cristo é nosso Senhor
Ημέρα
του Κυρίου -- dia do Senhor
Podemos encontrar
também, sem nenhum motivo de descrédito, alguns estudiosos colocando o começo
de 58 d. C., quando o apóstolo Paulo permaneceu por três meses seguidos na
cidade de Corinto.
“De
sorte que as igrejas eram confirmadas na fé, [...] pela Frígia e pela província
da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia. E,
quando chegaram a Mísia, intentavam ir para Bitínia, mas o Espírito não lho
permitiu. [...] Paulo teve de noite uma visão, em que se apresentou um homem da
Macedônia, e lhe rogou, dizendo: Passa à Macedônia, e ajuda-nos. [...] Mas,
logo que os judeus de Tessalônica souberam que a palavra de Deus também era
anunciada por Paulo em Beréia, foram lá, e excitaram as multidões. [...] E os
que acompanhavam Paulo o levaram até Atenas, e, recebendo ordem para que Silas
e Timóteo fossem ter com ele o mais depressa possível, partiram. E, enquanto
Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a
cidade tão entregue à idolatria.” Atos 16:5-9; 17:13-16
Paulo estava
concluindo sua terceira viagem missionária, que havia iniciado em 54 a.C. De Éfeso foi para Macedônia, depois
Acaia e Corinto, permanecendo neste local por 3 meses. Ao se completar três
meses considerou esta sua missão terminada, decidindo ir para Jerusalém para
estar presente na festa de Pentecostes Atos dos Apóstolos 20,16. Em Corinto
Paulo se hospedou na casa de Gaio - Romanos 16,23.
Foi quando decidiu
escrever para os cristãos de Roma uma carta que foi levada pela diaconisa Febe
- Romanos 16,1.
Tema-chave: A
justiça de Deus Versículo-chave: Romanos 1:17
De todas as cartas
do apóstolo Paulo, a Epístola aos Romanos é inegavelmente a mais importante. E
isso, não só por ser a mais extensa. Do ponto de vista doutrinal, é uma das
mais ricas e a mais notavelmente estruturada. “Esta epístola toda inteira”,
asseverava Calvino, “é disposta metodicamente”. Historicamente, enfim, nenhuma
outra exerceu igual influência; um teólogo protestante chegou recentemente a
dizer (não sem uma ponta de exagero) que a história da Igreja se confundia com
a da interpretação desta epístola. Não há como negar que este texto sempre
ocupou um lugar privilegiado na história da exegese.
Parênese – subst.
fem. exortação moral. Discurso moral. (Gr. parainesis)
Discurso moral;
exortação. Filosofia: domínio da moral que prescreve deveres e preceitos da
vida prática; Do grego paraínesis, “exortação”, pelo latim paraenĕse.
Foi comentado, quer
de forma continuada, quer não, por Orígenes, João Cristóstomo, Teodoreto, o
Ambrosiáster, Agostinho, Tomás de Aquino, etc.
Sua interpretação
desempenhou um papel decisivo, entretanto, em dois momentos da história da
Igreja: no século V, por ocasião da crise pelagiana e das grandes controvérsias
sobre a gratuidade da salvação, e no século XVI, quando dos inícios da Reforma
protestante. O estudo de Romanos, então, é vital para a saúde e entendimento
espiritual dos cristãos.
- O pelagianismo
foi um conceito teológico que negava o pecado original, a corrupção da natureza
humana, o servo arbítrio (arbítrio escravizado, cativo) e a necessidade da
graça divina para a salvação. O termo é derivado do nome de Pelágio da
Bretanha.
Romanos é um livro
de lógica, encontramos várias conjunções causais e conclusivas. Temos o "visto
que" da condenação em Romanos 3:20, o "pois" da
justificação em Romanos 5:1, de nenhuma condenação em Romanos 8:1 e de
consagração em Romanos 12:1.
Ao apresentar sua
argumentação, Paulo provou que o mundo todo é culpado diante de Deus e que
ninguém pode ser salvo por obras religiosas, como a observância da Lei.
Explicou que o caminho que Deus oferece para a salvação sempre foi "pela
graça [...] mediante a fé" (Ef 2:8, 9) e usou Abraão como ilustração.
Paulo na Carta aos
Romanos expõe as grandes linhas do evangelho. O Evangelho de Jesus foi
anunciado em Jerusalém até o Ocidente -
Romanos 15,19.
É parte de um plano
missionário para abrir um novo e futuro campo de Missões paulinas, O Plantador
de Igreja da primeira hora da Igreja, imaginava ir para Espanha evangelizar.
“Concluída
sua missão nas terras banhadas pelo Mar Egeu, tinha de localizar novos campos a
conquistar para Cristo. Ao fazer a escolha de uma nova esfera de atividade,
resolveu fazer-se pioneiro. Não se estabeleceria como apóstolo radicado num
lugar já alcançado pelo Evangelho. Não iria "edificar sobre fundamento
alheio"- Romanos 15:20. Sua escolha recaiu na Espanha, a mais antiga
colônia romana no Ocidente e o principal baluarte da civilização romana
naquelas partes.” F.F. Bruce em Tyndale New Testament Commentaries, ROMANS
A ida à Espanha lhe
daria a oportunidade de satisfazer uma velha ambição — a ambição de ver Roma.
Embora cidadão romano por direito de nascimento, nunca tinha visto a cidade da
qual era cidadão. Seria esplêndido visitar Roma e passar algum tempo lá!
Melhor ainda, seria
ver que ali havia uma florescente igreja (em Roma), e muitos cristãos que Paulo
tinha encontrado aqui e ali em suas viagens, residiam agora em Roma e eram
membros daquela Igreja. O próprio fato de que o Evangelho tinha chegado a Roma
bem antes de Paulo, excluía Roma como lugar onde ele poderia estabelecer-se
para fazer evangelização pioneira. Mas sabia que continuaria sua viagem para a
Espanha com muito mais gosto se pudesse primeiro renovar seu espírito com
algumas semanas de companheirismo com os cristãos de Roma.”
A cidade de Roma no
Ocidente exerce grande importância assemelhando-se a Antioquia no Oriente.
Neste momento A
Carta Aos Romanos expressa a maturidade de seu pensamento. Considerada a carta
mais importante fazendo parte do conjunto das quatro grandes cartas: Romanos
Gálatas, 1 e 2 Coríntios.
“Portanto,
durante os primeiros dias do ano 57 A. D., ele ditou a seu amigo Tércio —
cristão posto às suas ordens talvez por seu hospedeiro Gaio, para servir-lhe de
secretário ou amanuense (citação com meu acréscimo) — uma carta destinada aos
cristãos romanos. Esta Carta visava prepará-los para a sua visita à cidade e
explicar a finalidade da mesma. E julgou de bom alvitre, ao escrevê-la,
oferecer-lhes uma completa exposição do Evangelho como ele o compreendia e o
proclamava.” "Eu, Tércio, que esta carta escrevi, vos saúdo no Senhor."
Romanos 16:22 F.F.Bruce
Segundo a Bíblia
Plenitude
“...por
volta de 56 dC, ele ainda não tinha estado em Roma, mas vinha pregando o
evangelho desde sua conversão em 35 dC. Durante os dez anos anteriores, ele
tinha fundado igreja através de todo o mundo mediterrâneo. Agora, estava
chegando ao fim de sua terceira viagem missionária. Esta Epístola é, portanto,
uma declaração madura de sua compreensão do evangelho. Em Roma, a igreja havia
sido fundada por outros cristãos; e Paulo, através de suas viagens, conheceu
muito a respeito dos crentes de lá -Romanos 16.3-15.
I –a -Subsídio
Histórico – Ou Panorama Cultural de Roma
Característica: O Império Romano se apresenta (e
manifestar-se-á especialmente momentos depois nas perseguições contra os
Cristãos) como um grande campo aberto, disposto a assimilar qualquer novo povo
que abandone a própria identidade, mas também uma etnia fechada e desconfiada.
- Etnia, grupo
étnico (éthnos em grego) um
agregado social que se distingue pela língua e cultura.
Roma era mesmo uma capital de império, após o relâmpago do
império de Alexandre Magno, com uma organização social de livres com todos os
direitos, uma democracia, com senadores, e no outro extremo, escravos sem
qualquer direito, com patrícios ricos e de plebeus miseráveis, Centro explorador
e periferia explorada, algo como a realização do sonho de Alexandre: criar uma
Humanidade-Unidade, tornar cada homem livre um cidadão do mundo, e fazer do
império uma "Assembléia Universal" (Oikuméne) que
permita uma "Civilização Humana".
Todos que viverem
fora de seu modelo, podem manter a própria identidade para não se confundir com
ela, sabendo, porém, que pode excluído da civilização humana. Mas, Roma manteve
as culturas e povos dominados, livres para manter suas religiões, desde que não
afetem o Imperador-deus e lutem contra o domínio. Este é o momento no qual
Jesus nasceu e sob a ótica deste modelo Ele foi morto.
Roma tinha um grande
temor dos "estrangeiros", dos "diferentes" que poderiam pôr
em discussão a sua segurança. E assim como estabeleceu a "concórdia
universal" com a feroz eficiência de suas legiões, entende mantê-la também
a golpes de espada, crucifixões, condenações aos trabalhos forçados, exílios.
I –a - O Império
Romano
O Império não
constituiu apenas um fator negativo na difusão da nova religião. Acaba por
funcionar como vantajosa a unidade do amplo espaço geográfico, devidamente
organizado e em paz, e as facilidades de comunicação favoreciam a circulação de
ideias. Uma vez que era possível chegar a praticamente todo o Império através
das rotas marítimas do Mediterrâneo [facilitou o deslocamento do Apóstolo Paulo
por suas Províncias, pelas rotas existentes e por Via Marítima] ou pelas
estradas em excelentes condições [cuja técnica se mantém, até o nosso século],
facilitam-se as viagens para a difusão do Evangelho que terão lugar dali em
diante. Também a afinidade linguística – o grego e, sobretudo, o latim –
facilitava a comunicação e o entendimento entre os novos fieis. Sendo possível
cruzar o império por boas vias de comunicação, a difusão tornava-se ainda mais
intensa ao existir entendimento linguístico entre grande parte das populações
do território.
Apesar destas
facilidades, a adesão ao Cristianismo acarretava também dificuldades. No caso
dos Cristão procedentes do Judaísmo, rompendo com a sua comunidade de origem,
seriam olhados como traidores. Também os pagãos enfrentavam dificuldades na sua
conversão: particularmente o que vinham de classes sociais mais elevadas acabavam
por ter de deixar de lado o culto a Roma e ao Imperador, importantíssimos na
vida pública, sendo considerados infiéis ao Império.
Ainda que o Império
fosse tolerante do ponto de vista religioso, aceitando cultos e divindades
estrangeiras, acaba por se dar um choque quando Roma exigiu dos súbditos
Cristãos o que eles não lhe poderiam dar: adoração ao Imperador, algo que, só a
Deus poderiam prestar. ORLANDIS, José – História Breve do Cristianismo.
Lisboa: DIEL, 1993. Apud Cristo Jovem. Com compilação e introduções deste autor
do presente estudo.
I-b- Algum
Entendimento Etimológico
Os termos
"justo, a justiça, a justificar" são sinônimos dos termos:
"Justiça, justo, faça justiça" Uma situação semelhante existe com a
palavra "fé", é sinônimo de "crença". Assim, "Nós
somos justificados pela fé" traduz a mesma frase original, que significa
"Nós somos feitos justos pela crença." O termo " apenas
justificação "pode ser vista como: "apenas como se você nunca pecou
".
II- A Epístola
A Epístola inicia-se
com a clara indicação do grupo de crentes na capital do Império Romano, Roma:
“Paulo, servo de
Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus. O qual
antes prometeu pelos seus profetas nas santas escrituras, Acerca de seu Filho,
que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, Declarado Filho de Deus em
poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dentre os mortos,
Jesus Cristo, nosso Senhor, Pelo qual recebemos a graça e o apostolado, para a
obediência da fé entre todas as gentes pelo seu nome, Entre as quais sois
também vós chamados para serdes de Jesus Cristo. A todos os que estais em Roma,
amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor
Jesus Cristo.” Romanos 1:1-7
Já escrevemos
anteriormente em anos passados sobre a Epístola Aos Romanos, a destacada
Epístola, deste que foi o maior doutrinador, em escrita e decodificador das
Doutrinas Neotestamentárias.
Voltamos, a escrever
sobre a mesma em uma segunda oportunidade, pois a rainha das Epístolas segundo
Lutero, tem inesgotáveis tesouros, destarte sabermos ser a Palavra inerrante de
Deus, mas a exegese da mesma é intensa e profunda exigindo dos leitores e
estudiosos uma sequência de leituras e estudos.
Quando estudamos
Romanos temos claro que nela encontramos Doutrinas Fundamento do Cristianismo.
A literatura Neotestamentária é fundamentada na Fé e Nosso Senhor Jesus Cristo
deixando-nos o cerne da Salvação N’Ele incondicionalmente e fundamentada, a Fé,
na Graça revelada no Amor de Deus O Pai, ao enviar O cristo, de dentre os
judeus, como prometido e ao declarar:
Porque Deus amou o mundo de tal maneira
que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que
condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não
é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do
unigênito Filho de Deus. João 3:16-18
Onde encontramos a
Graça revelada na dação à homens sem valor algum e sem mérito algum, apenas a
Graça se revelou em Jesus para alcançar a todos os homens. Abre espaço para
toda a humanidade, além do circunscrito povo judeu, antes ‘promessado’ por Deus
para receber esta Graça.
I – Doutrinas -
Em Romanos
“Porque não me
envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo
aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a
justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé.” Romanos
1:16,17
III - Um
Fundamento - Romanos 1:17
III.A Cinco
Doutrinas Em Romanos 8:29-30
A Doutrina da
Justificação está clara no texto de Romanos 1:16,17 – Justificar, é antes
de tudo uma ação juridicamente imposta pela imputação da Justificação pela Fé. É
a ação divina da reconciliação do homem com Deus. Desta Doutrina emergem todas
as outras 4 (quatro) Doutrinas que vamos encontrar ao longo da Epístola Aos
Romanos, a Epístola rainha, segundo Martinho Lutero. Por isto a Justificação é
sobre tudo, nas Escrituras Neotestamentárias, uma característica forense sobre
tudo.
Quanto à sua
conceituação, no Antigo Testamento, embora o termo “justificar” tenha, às
vezes, uma conotação moral ou ética, sabe-se que em muitas vezes que o termo
ocorre ou é utilizado destacado é o aspecto forense do termo.
É a declaração
forense pela qual uma pessoa é judicialmente declarada justa por atender as
exigências da lei.
O sentido
Neotestamentário do termo “justificar” amplia este uso para evidenciar que os
homens, ou uma pessoa está declarada justa ante o Tribunal de Deus, com base na
Justiça de Cristo.
Mas, por que há
necessidade de Justificação?
Sem avançar muito,
neste texto inicialmente, sobre a Justificação.
“Porque todos
pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” Romanos 3:23
A Reforma E a
Doutrina da Justificação.
A importância da
Reforma Protestante se dará exatamente, não pela quebra da hierarquia da Igreja
Católica, por Lutero, mas na renovação e introdução da Doutrina Bíblica, da
Justificação Pela Fé.
Assim Lutero e os
reformadores mostram a desabilitação da Obras, seja por ajudar a Igreja com os
xelins, ou com doações de terras e serviços, diante de uma Igreja centrada no
domínio do Estado e do Povo, de que a Justificação não é pelas Obras, mas pela
Fé, os reformadores apontaram para o alvo a ser apresentado ao Mundo sem os
véus dos pagamentos ou tributos: Cristo como Autor e Consumador da fé.
Destaco algumas
passagens para entender a inserção de quadro sobre leis que podemos encontrar
na Epístola aos Romanos:
“Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei.” 1 Coríntios 9:21
Quadros compilados e adaptados (arte deste escritor) de: Romanos - Comentários Expositivos - C. Marwin Pate“Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.” Romanos 8:7
Deus se manifestou - Pecadores podem conhecer a Deus pela sua Criação:“Porquanto o que de
Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as
suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder,
como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão
criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus.”
Romanos 1:19-21
“Mas agora se
manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos
profetas;” Romanos 3:21
As Leis que
encontramos em Romanos
νομια - Lei
Lei de Deus, (mas,
com a carne, surge a lei do pecado)
Lei do Pecado
Lei do Casamento
Lei Mandamento –
A Lei de Moisés
Lei da Carne
Lei dos Nossos
Membros – “Mas vejo nos meus membros
outra lei, que batalha contra ... o meu entendimento, e me prende...”
Lei do
Entendimento
Estas são colocadas
como guia do pensamento paulino para a afirmação doutrinária da necessidade de
um novo nascimento.
“Não sabeis vós,
irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem
por todo o tempo que vive? Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto
ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do
marido. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro
marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se
for de outro marido. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei
pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre
os mortos, a fim de que demos fruto para Deus. Mas agora temos sido libertados
da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos
em novidade de espírito, e não na velhice da letra.” Romanos 7:1-4;6
IV- Doutrinas -
Corrente Dourada da Salvação
Alguns teólogos
deduzem cinco doutrinas principais desta passagem:
1) Presciência,
2) Predestinação,
3) Chamado
Efetivo,
4) Justificação e
5) Glorificação.
Estas cinco
doutrinas são conhecidas como a “Corrente Dourada da Salvação” e tem sido
espalhada como verdade para os crentes e não crentes. Mas suas afirmações estão
cheias de falhas.
Todas as cinco
doutrinas falam apenas do que Deus fez, ou seja, “Deus já conheceu, já elegeu,
já chamou, justificou e glorificou alguém”.
Se há um livro
sagrado que contenha um panorama tão amplo sobre os judeus os gentios e o que acontecerá,
sobre a relação entre os povos bíblicos e a salvação este é a Epístola de Paulo
aos Romanos, nesta Epístola Paulo une todos os grandes temas da Bíblia:
Pecado, Lei,
julgamento, destino humano, fé, obras, graça de Deus, justificação, eleição, o plano
de salvação, a obra de Cristo e do Espírito Santo, a esperança cristã, a
natureza e vida da igreja;
O lugar do judeu e
do gentio nos propósitos de Deus;
A filosofia da
igreja e a história do mundo;
A mensagem do Antigo
Testamento;
Os deveres da cidadania
cristã e os princípios de retidão e moralidade pessoal.
Insiro neste
primeiro [na realidade, segundo] Estudo, trechos de publicações anteriores
sobre a Graça, ou Romanos em nossas páginas, como segue:
V- Graça
Romanos 4:1-4 “Que
diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne? Porque, se
Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de
Deus. Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado
como justiça. Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão
segundo a graça, mas segundo a dívida.”
V-a -DISCURSO
Graça “favor divino
imerecido”, quando a usamos , como neste Estudo, quanto a ação de Deus para com
os homens.
“Mas se é por graça,
já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça.” Romanos 11.6
Graça é “charis” derivada do termo grego “charizomai”, significa “mostrar
favor para”, é uma demonstração de empatia, ou seja, assumindo a bondade do
doador e a indignidade daquele que a recebe.
Portanto, como
estudamos, neste artigo a Graça é Eterna:
A “descoberta”
da Doutrina da Graça proporcionou ao entendimento amplo sobre a possibilidade
de entendimento de todas as Doutrinas incluindo a Antropológica e as
Soteriológicas, ou como já escrevi:
“Lembrando, este pensamento:
“O protestantismo
nasceu da luta pela doutrina da justificação pela fé somente. Segundo Lutero,
essa não era meramente uma doutrina entre demais, mas o “resumo da toda
doutrina cristã”, o artigo pelo qual a igreja se mantém ou cai. Em 1537, Lutero
vigorou este artigo, onde afirma “nada neste artigo pode ser abandonado ou
atingido, mesmo no céu e na terra, e as coisas temporais devem ser destruídas”.
Porém, ele estava ciente de que essa doutrina era rara de ser mantida e que
poucas pessoas estavam aptas a ensiná-la fielmente.” Sola Fide na perspectiva
de Martinho Lutero. Em subsídio da Lição 13 3º Trimestre 2015
Onde prossigo dizendo:
“Ou seja, não há
Cristianismo sem a Doutrina da Graça. Preocupa-me algumas Doutrinas que
relativizam a operação da Graça junto aos homens, com restrições de sua
eficácia e alcance, e quanto ao impedimento se não forem observados aspectos
religiosos, que impedem algum homem recebê-la.
A Graça está
disponível, à todos os Homens e não há evidencias bíblicas, que ela escolhe
alguns para sua atuação, concernente a Salvação.
Compreendendo que
Deus ama a todos, pois não há um justo, na maneira primária, ou em mistério, na
Era Pós-Adâmica, que a merecesse, por isto que Ela, A Graça da Salvação é
absolutamente geral e é disponível para todos. .... Deus concede-lhes graça
comum. Podemos definir graça comum da seguinte maneira: “Graça comum é a graça
de Deus pela qual Ele dá às pessoas bênçãos inumeráveis que não são parte da
salvação. A palavra comum aqui significa algo que é dado a todos os homens e
não é restrito aos crentes ou aos eleitos somente.... a Graça de Deus se
manifesta no mundo de duas maneiras diferentes. “
Livre do Pecado, Novidade de Vida em espírito
“Mas agora temos
sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos;
para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.”
Uma vez entendido
que o pecado quer exercer a sua malignidade de forma continua sobre os homens,
há necessidade de entendermos que para nos mantermos livres de sua ação
devemos, os alcançados pela Graça em Jesus Cristo, buscar uma nova forma de
viver, que Paulo chama de “Novidade de Vida”.
“Portanto, agora
nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo
a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo
Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Romanos 8:1,2
Paulo demonstra que
o homem, só pode obedecer a uma única Lei que o mantém livre a lei do Espírito.
Não há como servir a “dois senhores”.
“Porque bem sabemos
que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que
faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso
faço.”
"De Cristo vos
desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes" Gálatas 5:4.
Há esperança para
sermos escondidos na Graça para livrar-nos da ação carnal pois a Graça é
totalmente espiritual e mesmo sabendo que não temos bem algum em nós a Graça
nos faz assentar nas Regiões celestiais, com Cristo: “Porque eu sei que em mim,
isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em
mim, mas não consigo realizar o bem.” Romanos 7.18
É por isto, que há
uma luta entre a ação destas leis, mas só uma Lei agora rege a nova vida do que
está em Cristo: A Graça.
“Digo, porém: Andai
em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça
contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro,
para que não façais o que quereis.” Gálatas
5:16,17
A novidade de vida
só se dará quando entendermos que somos carnais, mas comprados pelo Sangue da
Graça, podemos vencer as nossas lutas interiores, nas quais a carne, porque,
ainda, estamos neste corpo, tenta sobressair-se, mas devemos nos manter sob a
ação da Graça servindo a Justiça:
“Não
sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois
servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência
para a justiça? Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes
de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. E, libertados do pecado,
fostes feitos servos da justiça.” Romanos
6:16-18
Como a tradição
rabínica já informava: “...quem
morria estava livre dos deveres da Lei” – b. Shabb, 30 a -
Assim, não estamos
mais sob o Domínio da Lei – kyrieuo
(ter o domínio ou autoridade sobre). Nós que morremos para este Domínio, pois,
como todos sabem, é axiomático: a Lei não pode agir sobre um morto.
O Pecado é
oportunista:
Enganar – Gr. Exapatao [enganou-me] - απαταω – apatao ; v.
enganar, iludir, lograr; εξαπατήσει
Epicteto
dizia:
“Todo pecado envolve uma contradição. Quem peca não
deseja pecar, mas fazer o que é certo; logo não faz o que deseja”. Apud
Marvin Pate Disc. 2.26.1,2;cf. 2.26,4,5
Leia Romanos 8:1,2
Paulo então pode
entender por que Deus lhe havia dito, como ele seria mantido, mesmo neste corpo
mortal, manchado e formado em pecado [em pecado me concebeu a minha mãe...],
sob ação da Graça, um vencedor:
– “posso todas
as coisas, naquele que me fortalece...”
“E
disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.
De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite
o poder de Cristo. 2 Coríntios 12:9
Portanto, a Graça é o bastante e superior a lei, que só aponta o pecado, mas a Graça mantém o pecador sob o poder de Cristo!
conceito e
características da Epístolas.
Quanto ao volume da
escrita:
Uma carta comum - as
cartas particulares contavam, em média, com quase noventa palavras. Missivas
literárias, como aquelas compostas pelo orador e estadista romano Cícero, ou
aquelas de Sêneca, o filósofo, orçavam, em média, pelas duzentas palavras. Visto
que a usual folha de papiro media cerca de 34 cm x 28 cm (aproximadamente as
dimensões de nossas comuns cadernetas de anotações), podendo acomodar entre 150
a 250 palavras, dependendo do tamanho da escrita, e a maioria das cartas
antigas não ocupava mais que uma página de papiro.
Formatação das
Cartas Antigas:
As cartas antigas
tinham início com uma saudação, a qual incluía o nome de quem as enviava e o
nome do endereçado, e, usualmente, expressões atinentes à boa saúde e ao bom
êxito do endereçado, e a certeza de que quem as enviava orava por aquele a quem
se dirigia. Seguia-se o corpo principal da carta, e, finalmente, a despedida,
e, ocasionalmente, a assinatura. Por muitas vezes a despedida incluía saudações
enviadas por outras pessoas, juntamente com o autor, além de votos de
prosperidade finais.
Uma Epístola – as Dimensões médias das epístolas de Paulo se
elevavam a cerca de 1.300 palavras, variando desde 335 palavras em Filemom até
7.101 palavras em Romanos.
É óbvio, portanto,
que as epístolas de Paulo são várias vezes maiores do que as cartas médias da
antiguidade, pelo que também, em certo sentido, Paulo foi o inventor de uma
nova forma literária, a epístola - uma novidade por ser carta tão prolongada,
devido à sua natureza teológica, e, usualmente, na natureza comunitária dos
endereçados. De outro ângulo, todavia, as epístolas de Paulo são cartas
verdadeiras, porquanto possuem endereçados genuínos e específicos, no que
divergem das antigas epístolas literárias, que eram escritas para o público em geral,
a despeito de seus endereçados artificiais. Paulo adotou a prática de escrever
de próprio punho as linhas de despedida e também a sua assinatura, a fim de
garantir a autenticidade. Usualmente as cartas não eram datadas. A inexistência
de um serviço postal público tornava mister enviar as cartas por meio de
viajantes.
No caso de
documentos longos, como as epístolas de Paulo, as folhas soltas de papiro eram
coladas beirada com beirada a fim de formarem um rolo.
Visto que a
granulação áspera do papiro fazia o ato de escrita tornar-se tedioso, era
costumeiro ditar as cartas a um escriba profissional chamado amanuense, que
usava uma espécie de estenografia durante o ditado rápido. A rudeza do estilo
literário de Paulo - o que se verifica, por exemplo, em inúmeras sentenças
incompletas - sugere que, às vezes, Paulo ditava por demais rapidamente para
que desse a devida atenção à correta estrutura das sentenças, e também que seu
amanuense sentia dificuldades em acompanhá-lo. Interrupções súbitas do
pensamento sugerem, semelhantemente, suspensão temporária do ditado, talvez até
o dia seguinte, ou mesmo por períodos mais curtos ou mais longos. Algumas
vezes; um autor simplesmente deixava instruções orais, uma observação qualquer
ou anotações que deveriam ser seguidas pelo seu amanuense.
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