quarta-feira, julho 29

A FORÇA DO AMOR - LIÇÃO 05 - CPAD -

Lição 05 – CPAD Autor:Osvarela

TEXTO ÁUREO: “Um novo mandamento vos dou: Que vos amei uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns ao outros vos amei”. João 13.34.
Leitura Bíblica em Classe:
I João 2.7-11.
I João 3.14-18.
Para pensar:
Por falar em Gnose:
George Herbert: “O conhecimento não passa de tolice, se não for guiado pela graça.”.
“Parece-nos, é que essa carta, apesar de poder ser aplicada de certa forma aos gnósticos do primeiro século, também foi escrita para se defender daqueles que se diziam judeus, e não eram, que afirmavam que O CRISTO não havia vindo em carne”.
“Não seja a nossa religião um culto dos mortos... Pois, se viveram vidas santas, não devemos supor que estavam à procura de tais honras; ao contrário...que adoremos aquele por cuja iluminação eles se alegraram de que sejamos conservos dos seus méritos”. Santo Agostinho.Hb.11.

I - A Lei e o Mandamento sob a visão do Cristo de Deus:

É necessário estudar sob esta ótica, o que Jesus dizia ao expressar as palavras Lei e “Meus mandamentos” ou “Meu mandamento”.
Uma questão significativa é que a palavra “mandamento” não só tem o significado de Mandamento do Pai para Jesus, mas também do Mandamento de Jesus para os seus discípulos, vejamos:
“Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros " João 13:34

“Se me amais, guardareis meus mandamentos”. João 14:15.
"Aquele que tem meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama". João 14:21
“Se guardardes meus mandamentos permanecereis no meu amor...”. João 15:10
O meu mandamento é este: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" João 15:12
“Vós sois meus amigos se vos fizerdes o que eu vos mando”. João 15:14
Gutbrod
declara que João “não tem nenhum interesse particular na Lei como uma possibilidade para regular o ser humano ou até mesmo para prática Cristã”.
Ele também diz que em João “a Lei nunca é usada como a regra de conduta Cristã para a igreja”. Deste pensamento podemos inferir junto a esta Lição que a regra revelada nas páginas canônicas de I João é o Amor, sendo o Mandamento Novo sob o padrão Cristo. I João 3.16. Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos.
João 13.34.
Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros;
Por outro lado, no Evangelho segundo escreveu São João, Jesus repetidamente deseja que seus discípulos obedeçam aos seus mandamentos.
Em todos, excetuando-se apenas uma vez, o termo lei aparece acompanhado de artigo definido. Sempre aparece o termo "a lei", veja:
"A Lei foi dada por intermédio de Moisés." João 1:17.
“Felipe achou a Natanael, e disse-lhe: Acabamos de achar aquele de quem escreveram Moisés na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José". João 1:45.
A "Lei" em pauta, é claro, se refere à Lei de Moisés.
O fim da Lei é Cristo.

A Lei aponta para Cristo, que é o cumprimento da Lei.
Jesus é a revelação final de Deus. Hb.1.1

A Lei ao passar por Jesus toma um sentido final mais do que regrar o viver, mas o sentido de vivê-la pela vida de Cristo, no uso da Lei.
A revelação suprema de Deus não veio com Moisés, mas com o Filho de Deus.
A Lei e a Cristologia Joanina:

João evita usar o termo “ lei” ou " nova lei" para o Novo Testamento que veio por Jesus Cristo. Ao invés disso, ele usa a palavra " mandamento" .
João não usa a expressão "a lei" nem nas suas epístolas, no evangelho ou no livro do Apocalipse. Parece que ele abandona a termo " lei " ao tentar expressar nossa obrigação para obedecer a Palavra de Deus. Nos escritos de João, Jesus, não define um código novo de regulamentos para a comunidade Cristã. E Paulo tampouco dá detalhes sobre a ética cristã. O ensino deles é profundamente espiritual. É centrado na mesma pessoa de Cristo.
II -A questão:

Não vos escrevo mandamento novo, mas o mandamento antigo;
Outra vez vos escrevo um mandamento novo...
Qual era o mandamento antigo?
Qual era o mandamento novo?
A etimologia de “novo” no grego:

A aparente desconexão entre o mandamento, se era novo, como podia ser antigo e vice-versa, pode-se explicar como:
Isto é, o Mandamento do Amor, não era do desconhecimento deles e o “novo (kainós)”, isto é, deveria ser entendido na extensão do Amor, na forma da revelação dada por Cristo, em seu Ministério Terreno, outrora acompanhado por João.
Há dois termos gregos principais, vertidos como “novo” em nossas Bíblias: néos e kainós.
O primeiro termo, significando novo com respeito ao tempo, isto é, recente, que não existia antes, ou novo em contraste com o velho que o novo substitui; Ec. 3. 15. O que é, já existiu; e o que há de ser, também já existiu; e Deus procura de novo o que já se passou.
Assim encontramos Paulo dizendo:
I Tm.3. 6. não neófito
, para que não se ensoberbeça e venha a cair na condenação do Diabo.
O segundo termo se prendendo mais à qualidade, ou forma, ou sentido daquilo que se diz novo.
Em outras palavras, algo que é dito ser kainós não significa absolutamente que não existia antes, mas que agora se projeta numa nova feição, ou dimensão, ou sob a forma de uma qualidade desconhecida que se apresenta ou brota num determinado instante, mas é necessário que ele possa agir em nossos corações, como o Mestre ensinou:
Mt.22. 34-40.
Os fariseus, quando souberam, que ele fizera emudecer os saduceus reuniram-se todos; e um deles, doutor da lei, para o experimentar, interrogou-o, dizendo: Mestre, qual é o grande mandamento na lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.
Jesus coloca em igualdade o amor em geral dispensando o entendimento que ao amar o próximo você obrigatoriamente ama a Deus.
E sem amar o próximo você jamais conseguirá amar a Deus.
Este o “novo” de João em relação ao “antigo” da Lei.
Tudo depende do amor sob a ótica do novo mandamento, antigo.
Mc.12. 28-31.
Aproximou-se dele um dos escribas que os ouvira discutir e, percebendo que lhes havia respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? Respondeu Jesus: O primeiro é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças. E o segundo é este: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que esses.
Ora, Jesus ensina uma novidade para o entendimento [ou um “kainós”] da Lei, e os que o interrogavam tiveram que aceitar, sem poder responder palavra alguma.
É importante esta introdução para que possamos avançar no estudo da Lição sem devaneios sobre as palavras utilizadas de maneira sábia e Reveladas a João.
I João 2. 8. ...
Outra vez vos escrevo um mandamento novo
João 13.34.
Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros.
Jo 13:35.
“Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”
Lv. 19.18,19
. ...mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor. Guardareis os meus estatutos.
João marca sua mensagem com a novidade que tinha ouvido, aprendido e exercitado junto ao Senhor Jesus.
Ele desafia a nós os crentes a entendermos que o mandamento antigo não é só a letra fria da Lei mosaica, como assim exercitavam-se os fariseus ou os gnósticos ou os falsos profetas, ele quer que entendamos que o Antigo mandamento, tem agora uma forma maior que a letra, é a ação do Amor em sua plenitude de movimento de uns para com os outros da Igreja de Cristo.
Amar não só, a si mesmo, mas como Cristo nos amou.
Como Pedro fala da mesma fonte em que João bebeu:
I Pe.1.22.
Já que tendes purificado as vossas almas na obediência à verdade, que leva ao amor fraternal não fingido, de coração amai-vos ardentemente uns aos outros...
Ou o próprio João escreveu, em seu Evangelho, as palavras ditas por Jesus.
João 15. 12.
O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
Não basta falar que ama, precisa demonstrar que “ama”!
Parece simples, mas aí é onde encontramos o verdadeiro: Entre irmãos.
Rm. 12. 10.
Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros;
Será que podemos ler sem restrições o que João escreve na sua epístola primeira?
I João 3. 14.
Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte. Todo o que odeia a seu irmão é homicida; e vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele. Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e nós devemos dar a vida pelos irmãos. Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitando, lhe fechar o seu coração, como permanece nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obras e em verdade. Nisto conheceremos que somos da verdade, e diante dele tranqüilizaremos o nosso coração;
O mandamento de Jesus é um mandamento novo em sentido ativo e dinâmico: porque «renova», torna novo, transforma tudo.
Aliás, aqui está a grande explicação, a qual João queria que nós, e as Igrejas da Ásia entendessem:

Jesus veio para renovar conceitos e Revelar a Profundidade da Lei, além do uso e costume, que era o que ela se tornara, após 400 anos sem Deus falar ao seu povo.
O Novo de Jesus não se opunha ao Antigo, mas era a Revelação da Plenitude da vontade de Deus, através do Verbo.
Mt. 5.17. 17.
Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim abrogar, mas cumprir.
«É este amor que nos renova, fazendo-nos homens novos, herdeiros do Testamento novo, cantores do cântico novo» (Santo Agostinho-(354-430), bispo de Hipona e doutor da Igreja).
João coloca-nos em permanente posição de sermos como Cristo, pois somos cristãos, devemos dar a nossa vida por amor a vida de nossos irmãos.
Não que isto seja uma condição de salvação, mas esta é uma condição da Salvação: amar aos irmãos a ponto de darmos a nossa vida por eles.
É importante que isto possa ser realizar por várias vias da nossa Comunhão e Conduta Eclesial:
-Pelo trabalho junto aos necessitados
-Pelo trabalho de evangelizarmos
-Pelo trabalho de alcançarmos os que precisam de uma Palavra de Deus
-Pelo trabalho missionário
-Pelo trabalho voluntário de dedicar-nos inteiramente a Obra de Deus. [Gl.2.19. 20. Pois eu pela lei morri para a lei, a
fim de viver para Deus.Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.]
Ou como em Fp.1. 14-21. ...a maior parte dos irmãos no Senhor, animados pelas minhas prisões, são muito mais corajosos para falar sem temor a palavra de Deus...outros o fazem de boa mente; estes por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho; ...e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo, segundo a minha ardente expectativa e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a ousadia, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro.
A nova do Amor obriga-nos até a: “Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, bendizei aos que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam”. [Lc.6.27,27]
Ao escrever este texto, não me preocupei com a etimologia e diversas formas de entendimento das palavras e verbos ligados a expressão AMOR.
Pareceu-me que a perspectiva do Pr. Eliezer de Lira e Silva era demonstrar a Força e poder do amor na vida comunal e na esperança certeza de vida eterna que tem o que ama.
Ou caso contrário, a inexistência do verdadeiro Amor marcará a desfiliação divina daquele que é falto neste sentimento comunicável do Pai.
Mas, sobre tudo o “velho” Apóstolo João orienta a todos das igrejas a verdadeira forma do comportamento cristão para que através do Amor não sejamos reprovados, condenados como homicidas, impiedosos [faltos da piedade e caridade cristã]. Tudo isto proveniente da mudança que sofremos, se é que passamos pela mudança, cada um sabe em seu coração, da morte para a vida.
Tendo por exemplo, o divino e humano sacrifício de Jesus Cristo na Cruz:
I João 3.
16 Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos.
A- Este É O Discurso Central!

Era uma nova Força o Amor pregado por João. Aquilo que Ele ouvira precisava ser exercitado nas Igrejas da Ásia para que o verdadeiro Godspel fosse proclamado e lançasse fora todo o medo da:
Disputa
Do conhecimento superior de qualquer vento de doutrina
Do agir dos falsos profetas
Da ação dos gnósticos, como ensinadores ou detentores do “conhecimento”, os quais procuravam minar as bases lançadas pelo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo,proclamado entre eles pelo Apóstolo do A mor João – filho de Boanerges e do trovão.

III – O Homicídio/Assassinato de vidas, na visão de João:
Homicida
- João 8: 44: “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.”
Significa no grego: matar homens
.
Veja Heb 2:14.

O seu maior desejo é destruir os filhos de Deus, de provocar a morte , assassinatos, abortos, guerras, todo tipo de violência, agressividades, pois para ele a morte é perder a glória de Deus.

Homicídio é uma palavra dura de expressar e até mesmo de ouvir.
Se no mundo secular já é forte falar da morte de um ser humano por outro, imagine no ambiente eclesial?
Homicídio é a morte de um ser humano, por outro ser humano. A palavra morte
tem características próprias por causa da ação fonética em cada língua, veja os exemplos abaixo:
Uma análise lingüística nos revela que a palavra morte não apresenta fonema nem grafia uniformes conforme se nota nessa comparação: Em francês: mort; inglês: death; alemão: Tod; espanhol: muerte; hebraico: mawet (); grego: thanatos (mrt_grg.jpg (3295 bytes)); latim: mors. Esse fenômeno já indica, de antemão, que a morte, em cada cultura, tem uma configuração peculiar.
Em cada uma dessas línguas, a palavra ganha uma conotação diferente de acordo com o grau de especificidade do sentido. Na Coréia, por exemplo, há uma curiosa superstição em relação ao número quatro. Há prédios modernos que "não têm" o quarto andar. É que a palavra quatro, em coreano, soa igual à palavra morte.
Na língua portuguesa

A palavra morte,
na língua portuguesa, não tem qualquer especificidade. Aplica-se a mesma característica em muitas outras línguas, tal qual a italiana em que a palavra morte indica "um fato natural como todos os outros e não tem, para o homem, um significado específico". Morte e fim são palavras sinônimas e ambas pedem um complemento nominal. A Morte é sempre a morte de algo.
I João 2.15. Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele.
Para João a morte
era uma questão do transcendente à vida material era a morte eterna, ou mesmo a morte espiritual do irmão que como conseqüência levava a morte dois cristãos, um por ser homicida e o outro por ser assassinado espiritualmente!
Na língua portuguesa, as palavras que parecem indicar fim ou morte, contudo, com mais precisão, são: extinção, estrago, cessação, corrução, falecimento, destruição, esquecimento, ceifação, perda, terminação, entorpecimento, paralisação, apagamento, inércia, parada e separação.
A palavra morte no hebraico antigo.

No hebraico antigo, a palavra morte aproxima-me bastante do conceito de morte humana na medida em que está atrelada à idéia de separação.
Neste aspecto João aponta para este fato, pois há uma separação de Deus de todo que se torna homicida espiritual!
Levando a visão de João para o lado da Luz e Trevas, sob a visão de que a Luz é fundamental para a mantença da vida aquele que não ama se torna homicida, está morto e se encontra em Trevas, região da sombra[sem destino espiritual] e da Morte.
I João 2.11.Mas aquele que odeia a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos.

A Morte é a separação entre o corpo físico e o elemento sutil refraim (sombras) ou espírito, nas versões menos arcaicas. O conceito de separação é sugerido nas palavras decomposição (fim de um ser composto quando ocorre a separação dos elementos que o formavam) e expiração (fim que ocorre pela separação em forma de esvaziamento do corpo com a retirada do sopro vital).
É interessante notar como as palavras morte e pecado também estão unidas no aramaico para representar a separação entre Deus e o homem. Após a morte, o refraim ia para o sheol, uma região subterrânea que significa "ser oco". Vide o som da palavra inglesa hell (inferno).
A palavra morte na língua latina.

No latim, mors tem dois sentidos: num primeiro, significa "fim da existência". A palavra existir tem o prefixo "ex" que significa aparecer, sair, mostrar. Nesse sentido, existir é mostrar-se, vir à luz. O começo da existência é o momento em que a luz toca na superfície do corpo no momento do nascimento e o fim da existência é o momento em que não há mais luz sobre o corpo por este já estar submerso na terra escura ou sob qualquer situação onde a luz não lhe chegue. É claro que um cadáver a céu aberto era tido como não-existente, mas uma não-existência bizarra, anormal, pois a sepultura era direito natural do não-existente.
Num segundo sentido, mors é a antítese de “inter homines” esse. Em latim, a palavra 'viver' sempre coincidiu com “inter homines” esse, 'estar em companhia de homens'. Mors é solidão.
Crente solitário é a antítese da Igreja, eu diria que está morto, pois “eklésia” significa: tirados para fora com um propósito assembleiano, ou seja, para participar de um ato em comum, sendo assim não há como ser crente solitário.
Para ser verdadeiro crente tem que viver em amor, que é a unção da Graça de Deus por seu Filho Jesus Cristo, nosso elo comum, seja aqui ou em qualquer parte do mundo até mesmo nos Céus. Aleluia!
Em ambos sentidos - hebraico e latino - há um convite para o estudo do objeto mais privilegiado da morte: o homem.
Como vimos, assassinato, ou homicídio, está relacionado com várias questões.
Assim pode estar relacionado com:

Primeiro:

Particularmente com o texto bíblico, o primeiro homicídio aconteceu na ação por desamor, ou inveja de um amor por outro irmão.
Segundo:

Causou o desterro e separação do homicida do seio de sua família.
Terceiro:

Causou a primeira separação familiar e a tristeza na comunhão do lar de Adão e de sua mulher Eva, nossa antropológica mãe.
Assim, homicídio é um fato narrado nas páginas bíblicas, mas íntimamente ligado ao desprezo pela vida de outro, através de um ato de desamor, contrário a tudo, que as linhas e letras do Apóstolo São João impregna em sua I Epístola Universal.
João fala deste desesperado homicida atingido pelo maligno:
I João 3.12. Não como Caim, que era do maligno, e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más e as de seu irmão justas.

Na expressão do versículo em Gênesis, [“eis aí, o mal te espera”] quando Deus orienta a Caim, a não executar tal plano, urdido nas sombras do maligno em seu coração. A palavra usada significa “um demônio à espreita à porta esperando o momento de agir sobre o homem”.
Na expressão “inter homines” [“estar em companhia de homens”] esse ato – “Mors” é uma forma de quebrar relacionamentos, é viver em solidão [Mors é solidão], a Igreja é um local de koinonia, é local de comunhão, antônimo de solidão;
Homicídio
- João 8:44 – é um elemento de personalidade do mal, satanás ou diabo [Satanás -52 vezes: Jó 1:6; 2:1; I Cron. 21:1; Sal 109:6; Zac 3:1. Significa aquele que odeia, inimigo ou adversário.], do qual João diz:
Homicida
- João 8:44 - significa em grego: matar homens. Strong's (#443). Ver Heb 2:14.
A degeneração humana iniciada por Caim é um fator que não passou despercebido por alguns autores:

Em outras sociedades, apartado de seu grupo, o criminoso pôde revestir-se de um caráter sobre-humano, sagrado, ainda que impuro. Hubert e Mauss (1981, pp. 189-90)
Ao tratamento dispensado aos homicidas nas cidades gregas: Segundo J-P Vernant (1984, especialmente caps. 4 e 5), na polis grega o assassinato inspirava um ‘horror religioso”.
Gl. 2.20.
Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.
Na vida, que agora vivemos é uma vida de alegria em Cristo.
Esta frase sacada de um texto sobre a ação quase religiosa sobre a morte praticada, como nos dias de hoje por grupos suicidas, demonstra que no contexto grego, no qual se situavam a Igrejas da Ásia menor, às quais João escreveu, poderiam entender muito bem o que ele estava dizendo sobre homicídio e pecado e ser participante das ações do diabo. I João 3.8. Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.
João entendia que:
os gregos tinham conhecimento gnósticos culturais que exigiam a realização de ritos catárticos, expiatórios e purificadores, a um só tempo mágico-religiosos e jurídicos.
“Os sábios - magos purificadores, homens que já se colocavam nas fronteiras da sociedade - competia presidir os ritos expiatórios que tinham por finalidade livrar a cidade do miasma, das forças maléficas e disruptoras, liberadas - acreditava-se - após cada assassinato”. Como diz Vernant (op. cit., pp. 40-1):
Estes não poderiam, jamais, ser comparados com a Propiciação ou Expiação realizada na Cruz pelo Senhor Jesus Cristo.
B - A força de um homicídio:

O homicídio coloca em jogo ou dramatiza temas muito caros à nossa cultura, como o da liberdade humana – livre arbítrio -, da singularidade individual “tudo que o homem fizer através do corpo”, da criação “a criação geme pela redenção dos filhos de Deus”, da mudança “agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus , mas passaram da MORTE para a vida”. Todos esses temas poderiam ainda ser relacionados à nossa própria experiência acontecimental da temporalidade.
Os ‘homicídios [assassinatos] que se contam’ parecem nos lembrar sempre, que nada no Reino dos homens - mundo e sua concupiscência - é eterno, nada é imutável, nada é sagrado, “mas no Reino de Deus é Paz, Vida Eterna e Alegria em Cristo”.
Gl. 5.13. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor.
Vídeo: Chorar e sorrir com você - Nani Azevedo

A FORÇA DO AMOR:
ESTA FORÇA
sempre será superior à força da Morte, pois o que a inseriu nas relações divino-humana, foi alguém que a Bíblia chama de Filho do Amor de Deus.
IV - Falando de Amor para deixar o erro do desamor ou da Morte:
Gl. 5.
14-21.
Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede não vos consumais também uns aos outros. Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei. Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia,Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.
Rom 6:4 -
De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
Rom 7:6 -
Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra. Observe a questão do “novo” [novidade e antigo [velhice].
I João 2.6.
Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.
Uma passagem ou transição espiritual do mundo carnal para o espiritual-celeste com Cristo, pelo Amor:
I João 1.7. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.

O Amor na Essência do Pensamento Cristológico de João, é viver, andar, ter e estar com Deus em nossas vidas.
Lc.9.23. E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e
tome cada dia a sua cruz, e siga-me.
Quem assim consegue, e só o consegue por Jesus Cristo [Ap. 3.20. Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.], pode ter certeza que está assentado nas regiões celestiais com Cristo Jesus.
Gl 5. Andai em Espírito
, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis.
Ef. 2.6. E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;

A – A manifestação dos Filhos de Deus, segundo o Apóstolo São João:
I João 3.10,11.
Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do diabo. Qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus. Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.
Os verdadeiros Filhos de Deus são marcados pela manifestação contínua do amor uns para com os outros e até mesmo por seus inimigos.
Conclusão:

O Apóstolo nos ensina que não há vida cristã verdadeira no exercício apenas corporal do culto, mas devemos vivenciar a todo o momento a vida de Cristo em nós, para que haja prova da ação do mandamento de Deus em nós sob a forja da nova aliança de Deus para com os Homens, Jesus Cristo, o Filho de Seu Amor.
Amor demonstrado em João 3.16 e pelo qual João nos aconselha a permanecer neste amor todo o dia, todo momento, toda hora.
Há um momento, o qual João cita em sua Primeira Epístola Católica, em que sabemos em nosso coração que passamos a Amar:
I João 3.14 Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos.

Se você e eu, ainda não aprendemos a nos desprender das mágoas, da raiz de amargura, do não perdoar, ainda não nascemos de novo, mas Cristo ainda está com Jubileu [tempo de remissão] do amor em pleno exercício, como Sacerdote Eterno nos esperando a exercitar o Amar, como ele nos amou.
Fonte:

Monergismo
Crédito imagem - Ev. Luis henrique - ebdeweb

Prof. Paulo Cristiano- Presbítero da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, professor de religiões, vice-presidente do CACP e escritor.
Igreja Batista de Catanduva;
2002. Israel de Alexandria
Pr BRÁS CLÁUDIO – Igreja Congregacional de Itaguaí
Fr. Cantalamessa
O Diabo - Missionário Calvin Gardner- Correção ortográfica e gramatical: Albano Dalla Pria 11/00
Singularidade, igualdade e Transcendência: Um ensaio sobre o significado social do Crime - Sérgio Carrara – ANPOCS . Org
Nota:

Visão de transgressão por Carrara: “como transgressão estarei pensando particularmente em rupturas provocadas pelo comportamento de indivíduos ou grupos em relação aos sistemas de valores, normas e regras sociais. Para não me distanciar muito de meu objeto, evitei pensar a transgressão no sentido amplo de `desordem' ou de `impureza', conforme elaborado por M. Douglas (1976).” Sérgio Carrara.
A visão de João é transgressão do Amor como regra áurea para a vida comunal.

A ruptura no seio eclesial é provocada fundamentalmente pela falta do Verdadeiro Amor – O amor derramado por Deus através de seu Filho Jesus Cristo.

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