terça-feira, março 23

O papa pede perdão. PENSANDO ALTO. A SITUAÇÃO DOS QUE OFENDEM CRIANÇAS...

PENSANDO ALTO.
Osvarela
Não gostaria de repercutir, esta notícia, sobre ocorrências nos subterrâneos da ICAR, pois pode parecer que estou tirando partido dos erros dos envolvidos.
Coral da Catedral de Regnsburgo.
Mas, parece-me que a repercussão exige que nos posicionemos sobre os fatos.
Tenho acompanhado e publicado o noticiário, sobre estes absurdos ocorridos nas Congregações da ICAR, incluindo os Jesuítas.
Há anos a Justiça americana condenou, prendeu e exigiu o pagamento de bilhões de dólares da ICAR por erros de seus prelados.
Para piorar, ainda mais, a situação, um dos mais renomados bispos americanos da ICAR nos EUA, morreu assassinado na cadeia.
Parece duro ou por outras vezes, fácil, discorrer sobre este fato.
Na realidade é uma situação pouco confortável, para qualquer um.
Primeiro, pela possível generalização para outros párocos inocentes e desconforto para os vitimados, e seus familiares, mas outros cronistas e escritores teem se manifestado, como o Professor Dr. Cláudio Lembo, ex-Governador do Estado de SP; ex-reitor do Mackenzie, onde estudei, e fiz Pós-Graduação.
Segundo porque pode parecer ser fácil falar das mazelas alheias e esquecer as nossas, mas o fato é, que há uma divulgação sem precedentes, e falta de transparência muito grande sobre o assunto.
O que me preocupou após a última publicação, aqui nesta página foi a posição da ICAR, que tomaria medidas internas formais contra os envolvidos nestes casos horrendos de abusos, que se estendem desde 1930 no seio das mais diversas Entidades mantidas pela ICAR, pelo Mundo afora.
Temos um escopo de Escolas, Colégios, Seminários, Corais, etc.
São situações constrangedoras, que agora vêem à tona. Casos conhecidos agora, mas já prescritos judicialmente.
Quem nos garante que há muitos outros casos escondidos os entremuros de tão grande igreja?
Figuras impolutas da ICAR, como Georg Ratzinger [diretor musical de um colégio interno de Ratisbona, no qual várias crianças foram vítimas de abusos sexuais entre 1958 e 1973, o qual ocupou o cargo entre 1964 e 1994.], o Irmão de Dom Ratzinger – atual Bento XVI, Chefe do Estado Vaticano e da ICAR, se encontram no “olho do Furacão”, e alegam que se, não agiam com abusos da ordem íntima, aplicavam os mais severos castigos físicos em seus alunos e tutelados, e ainda se conformavam com a situação de espancamento, por ser “um costume” ou prática.
Outros como o Bispo da Irlanda, demonstram que eram sabedores dos acontecimentos, e pior acobertaram os envolvidos.
Não houve outra maneira, a ICAR teve que realizar um evento paliativo e inócuo:
Publicou um Boletim de Pedido de Perdão aos católicos Irlandeses.
Da mesma forma que já pediu inúmeros perdões as vítimas do Holocausto, mas quer beatificar Pio XII.
Pedido de Perdão!
E a Punição?
O que me chamou a atenção, até em conversa com amigos e familiares, é que a ICAR, vem tomando, atitude como Estado, e se utilizado deste status, para formalizar: culpas e disciplinas, somente de caráter interno, sem prisões ou condenações.
Todo Estado que tem um corpo governamental, o qual deve exercer o Poder de Polícia, junto aqueles que lhe devem respeitar os Direitos que lhe foram concedidos, sejam canônicos ou jurídicos.
Tudo seria normal, para usar este expediente disciplinar, se os casos ocorressem no solo do Vaticano, mas o problema é que os fatos ocorreram e estão ocorrendo e “pipocando” em várias partes do Mundo.
Talvez, não tenho certeza, mas poderia haver certa exclusão, do Brasil, por conta do Tratado de Estados: Brasil versus Vaticano.
Quando a ICAR disse que tomará medidas formais de julgamento, ainda não está falando, em punição dos envolvidos, ela quer afirmar sua autoridade extra-Estado em outros países, configurando inclusive um problema diplomático.
É de esperar que a ICAR deixe os Estados julgarem seus párocos, bispos e prelados nos Estados onde ocorreram os fatos e imediatamente os afaste de suas funções.
Até mesmo, o confesso irmão do Bispo de Roma deveria sofrer no mínimo um afastamento, apesar da idade, 86 anos, pois, tortura, crimes contra crianças, não prescrevem, assim ele deveria deixar de lado sua autoridade pastoral, até que se esclareçam os fatos e o tamanho de sua participação, nos fatos, digamos, não condizentes coma Ordenação que a Santa Sé lhe autorgou.
Poucos casos na Europa tiveram condenação e pelo que dizem os próprios envolvidos, com cabedal cardinalício, “há muito a que explicar”.
Ou o vaticano toma uma atitude séria ou ficará cada dia mais desacreditado.
Para consubstanciar minhas palavras, e mostrar que há mais pessoas querendo respostas, deixo o Professor DR. Claúdio Lembo falar sobre o assunto, através de artigo publicado no Terra Magazine. Ou trechos da Coluna Sem Fronteiras de Terra Magazine do Professor Wálter Fanganiello Maierovitch – jurista e professor de renomada.
ICAR-Igreja Católica Apostólica Romana.
O papa pede perdão.
Segunda, 22 de março de 2010
Cláudio Lembo-De São Paulo
Vergonha! É o sentimento presente na consciência de muitos. Aqueles que aceitaram os valores morais propagados, as formas de convivência transmitidas em espaços religiosos.
A figura do cura impunha respeito. Dignificava o lugar onde sua presença surgia. Toda cerimônia pública ou familiar exigia sua palavra. Era lenitivo para os percalços do dia-a-dia. Para os erros pessoais.
No último sábado - 19 de março - a carta do Papa Benedito XVI ao clero da Irlanda desvenda e assume, urbi et orbi, pesadelo que domina toda a hierarquia e atormenta aos laicos:
A infame presença de abusos sexuais em jovens entregues aos cuidados de colégios religiosos. Por toda a parte surgem notícias e mais asperamente na nobre e valorosa Irlanda.
Em defesa dos ideais religiosos de grande parte de seus iguais, os irlandeses combateram e morreram.
Conheceram perversidades sem par e estimularam avanços no pensamento político.
No entanto, alguns agrediram a confiança de muitos. Aproveitaram-se da fraqueza de crianças e jovens e os submeteram a sevícias intoleráveis. O abuso sexual é nefando. Inaceitável. Intolerável.
A relação de corpos só pode ocorrer quando existir recíproca confiança e pleno consentimento. Toda vez que faltar - confiança e consentimento - a violência marcará presença, mesmo no mais superficial contato.
A carta do pontífice é documento extraordinário.
Uma instituição milenar, acostumada a manter em reserva atos de seus integrantes, apresenta sem censura deplorável ação de alguns de seus membros.
À mente vêm situações perdidas nos séculos, onde a maldade substituiu a bondade. A violência a boa palavra. Aniquilada restou a dignidade humana. Tristes acontecimentos inscritos em autos da Inquisição.
Lá, os réus eram relaxados, muitas vezes, para Justiça comum.
Deixavam a jurisdição eclesiástica e passavam a ser submetidos a processos subordinados à lei do Reino.
Agora - quanto aos episódios relatados no documento papal - os autores de delitos de natureza sexual são enviados à Justiça do Estado irlandês para processá-los e, se for provado, condenados.
Nada, contudo, é dito sobre penas impostas pelas dioceses a que pertencem os acusados. Nem a alta hierarquia e muitos menos as esferas locais são chamadas a se pronunciar.
Parece abdicação da legislação canônica em favor da legislação do Estado. Um elemento novo nas relações do Estado do Vaticano com as demais soberanias existentes.
Triste e deplorável episódio. Leva a muitas reflexões. A fragilidade humana se apresenta em toda sua dimensão nos acontecimentos da Irlanda. O prazer da dominação e da submissão do mais fraco.
A capacidade de personalidades bem formadas intelectualmente de se portarem como entes primitivos. A força da sexualidade na vida das pessoas. Elemento que, muitas vezes, foge do controle racional e ético.
São temas que afloram em momento tão delicado.
Explode ainda a presença dos Concílios de Elvira (306) e de Roma (386), quando decretos foram emitidos, instituindo o celibato para os presbíteros.
Mais tarde - muito mais tarde - Paulo VI voltou ao tema e apontou o celibato como capaz de tornar a pessoa - o pastor - mais disponível aos irmãos (Carta Apostólica Sacerdotalis coelibatus (1967)).
São posições aceitáveis, mas discutíveis face às situações vividas por toda a parte por integrantes do catolicismo. As sociedades se alteraram e os costumes, a seu turno, de maneira alarmante.
As condutas de outras épocas já não se coadunam com as maneiras contemporâneas de viver. A vida em comum, em casamento monocrático, lição do cristianismo, se impôs por todo o Ocidente.
O celibato, por seu turno, não é dogma religioso.
Trata-se de mera imposição aceita no decorrer dos tempos. A "virgindade consagrada" não pode ser imposta indiscriminadamente.
Acontece o pior.
A carta do Papa a seu rebanho é documento corajoso.
É sinal de novos tempos, onde a verdade dos atos humanos já não pode ser objeto de mitigação. A transparência é valor vitorioso.
As comunidades de base deverão se debruçar sobre o amargo documento e propor novos caminhos e rumos para a vida religiosa.
Não é sem tempo.
Cláudio Lembo é advogado e professor universitário.
Foi vice-governador do Estado de São Paulo de 2003 a março de 2006, quando assumiu como governador.
Destacado da publicação original.
Para ler a íntegra:Clique aqui...
Texto de Wálter Fanganiello Maierovitch
1. Neste 2010, a Alemanha virou a bola da vez com relação a escândalos decorrentes de crimes sexuais em colégios internos, religiosos e laicos.
2. O último veio a furo em 5 de março, conforme comentamos em dois posts deste blog Sem Fronteiras de Terra Magazine.
O escândalo de março de 2010 refere-se aos consumados crimes de pedofilia e atentado ao pudor que vitimaram meninos do famoso coral da catedral de Regensburgo, também conhecida por catedral de Ratisbona, isto pelo histórico diálogo de Ratisbona entre católicos e protestantes, ocorrido no século XVI.
3. Os crimes sexuais de autoria de padres e a envolver os meninos-cantores da catedral de Regensburgo (Domspatzen) consumaram-se entre 1958 a 1973.
O irmão do papa Bento XVI, padre Georg Ratzinger, dirigiu o coral de 1964 a 1994 e não pesa contra ele nenhuma suspeita de autoria de tais delitos.
A dúvida, apenas, é se houve omissão do padre Georg. Ou melhor, ocorreu ou não “abafamento” dos casos para evitar a exposição da Igreja?
Georg vai colaborar com a polícia, pois, durante muitos anos, dirigiu o coral.
4. No fim de semana, conforme noticiamos no Sem Fronteiras de Terra Magazine , o padre Georg Ratzinger, de 86 anos, irmão mais velho de Bento XVI, disse que cuidava apenas da parte musical e não da disciplinar. Mais ainda, sustentou nada saber a respeito de crimes sexuais: “Não acredito que ocorreram”. Ressaltou, também, que não dirigia o coral quando dos ilícitos apontados.
5. O responsável pela diocese, bispo Gerhard Müller, confirmou os crimes. Admitiu dois casos com padres, entre 1958 e 1973. O último deles, em 1973, quando Georg Ratzinger já dirigia o coral.
O bispo Müller destacou que os dois padres-criminosos já faleceram.
6. Desde o início desta semana, o padre Georg mudou seus relatos, diante da reclamação do governo da Alemanha da não colaboração da Igreja tedesca nos esclarecimentos.
Para a chanceler alemã Angela Merkel, a Igreja precisa colaborar nas apurações pela sua seriedade e empenho social-construtivo.
7. Georg Ratzinger, nesta semana, já reconheceu que algumas violências aconteceram, mas não de natureza sexual. Ele mesmo admitiu ter dado uns tapas em alguns meninos, como corretivos.
Pelos tapas nos meninos pediu desculpas na terça-feira passada. E frisou que, depois da entrada em vigor da lei alemã que proibia violência física contra estudantes (a lei é de 1980), parou de ministrar corretivos: tapas, alguns no rosto dos meninos.
Ao confessar os tapas e, agora, se desculpar, parece que o padre Georg não cuidava apenas da parte musical, como ressaltou em entrevista.
Sobre os tapas, falou que os tempos eram outros. “Isso era admitido, isto é, tolerado, até a chegada da lei”, diz Georg.
8. O coral de Regensburgo é o mais antigo do mundo. Foi formado em 975, ou seja, tem mais de mil anos. Tornou-se famoso na segunda metade do século XX e, pelo sucesso, tem agenda de excursões para apresentação em vários países.
9. Ontem, dois dados novos surgiram.
Dos dois padres-professores mencionados pelo bispo Müller, autores dos abusos sexuais, a Justiça alemã os processou e condenou.
Soube-se disso ontem, pelo levantamento realizado pelos jornais alemães.
O primeiro dos padres-pedófilos, por fato consumado em 1958 (Georg não dirigia o coral de Regensburgo-Ratisbona), foi condenado a dois anos de prisão.
O segundo clérigo-pedófilo recebeu a pena de 11meses de detenção, em face de crime perpetrado em 1971 (Georg já era diretor do coral).
Pelo que sabe, os dois foram expulsos do internato de Regensburgo, mas ainda não se tem informação se afastados da Igreja. Ignora-se, ainda, se cumpriram a pena na prisão ou se beneficaram de regime aberto ou sursis (suspensão condicional da execução da pena privativa de liberdade).
10. Amanhã, sexta-feira, o papa Bento XVI receberá o arcebispo Robert Zollitsch, prelado maior na hierarquia católica da Alemanha, para melhor se inteirar do sucedido.
Como já se sabe, o papa Ratzinger vai manter a linha “tolerância zero”. Ou seja, nada de impunidade e transparência absoluta.
11. Enquanto isso, a polícia começou a ouvir alunos que, nos últimos dez anos, dizem ter sido vítimas de abusos em colégios internos. Religiosos ou laicos.
12. PANO RÁPIDO. A Rádio Vaticano, veículo de difusão oficial do Estado, acaba de entrevistar o padre Federico Lombardi e sua manifestação foi muito comentada na mídia européia: “Os erros verificados nas instituições e de responsabilidade eclesiástica são particularmente reprováveis. Mas a questão é muito mais ampla”.
A referência à amplitude vem na linha do recomendado pelo arcebispo de Viena (Áustria), Christoph Schönnhorn, e encampado pela Santa Sé. Para o vienense , “o problema envolve a sociedade como um todo”. Daí, o papa Ratzinger falar em transparência.
Wálter Fanganiello Maierovitch

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