Osvarela
Na noite de quarta-feira (6), moradores do Morro do Bumba, no Cubango, foram atingidos por um deslizamento de terra.
Aproximadamente 50 casas teriam sido atingidas. O desabamento, considerado o maior da história de Niterói, segundo a prefeitura, já deixou 17 mortos e dezenas de feridos.
Após vistoria, cerca de 60 imóveis foram interditadas no entorno do desabamento do local.
Trabalham no local 40 homens da Força Nacional, 90 bombeiros e cem policiais, dos batalhões de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, além da Companhia de Cães, do Batalhão Florestal, do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
A equipe é reforçada ainda por 24 operadores de máquina.
O deslizamento de uma enorme parte de uma comunidade habitacional é o assunto mais aterrador das chuvas que desabaram sobre o Rio de Janeiro.
A tragédia é mais uma das muitas que ocorrem no Brasil por conta da dificuldade em conseguir uma habitação de baixo custo.
Os brasileiros desafortunados se vêem obrigados a construírem suas habitações, a maioria delas, nos últimos tempos, em alvenaria, ou seja, uma construção definitiva em qualquer espaço urbano, próximo ao seu local de trabalho.
Assim, as encostas dos morros, principalmente no Estado do Rio de Janeiro, como
No caso, o que aconteceu no Rio de janeiro, é uma situação que eu conheço bem, por dever de ofício.
Valos entre morros são usados para deposição de lixo urbano, a maioria deles foram simples Depósitos de Lixo.
E mesmo que o fossem, não são aptos a ter sobre a sua superfície, a construção de edificações, pois elas vão promover:
-lançamento de águas servidas; esgotos; dejetos, e abrir sulcos pelos caminhos abertos para acesso as residências, por onde a água pluvial [das chuva] vai procurar correr e abrir caminho.
Assim, o terreno se torna extremamente vulnerável.
Além do mais, estes Aterros, geralmente clandestinos, ou mesmo municipais, sem tratamento, são literalmente montanhas de matéria orgânica em decomposição [lixo doméstico, orgânico, ou industrial-restos de madeiras...], o que ao longo dos anos formam:
-Bolsões de gás – gás que queima ao entrar em contato com o ar.
Mc.9.44. onde o seu verme não morre, e o fogo não se apaga.
Geena é a transliteração comum para o português de um termo de origem grega: "géenna". Por sua vez, géenna origina-se do termo hebraico Geh Hinnóm (גֵיא בֶן-הִנֹּם) que significa literalmente "Vale de Hinom", e que veio a tornar-se um depósito fora de Jerusalém onde o lixo era incinerado.
Agora o vale é conhecido como Uádi er-Rababi.
A menção de "o vale dos cadáveres e das cinzas", em Jeremias 31:40 (BJ) pode ser também, uma referência a este local.
Lançavam-se ali cadáveres de animais para serem consumidos pelos fogos, aos quais se acrescentava enxofre para ajudar na queima.
Também se lançavam ali os cadáveres de criminosos executados, considerados imerecedores dum sepultamento decente num túmulo memorial. Quando esses cadáveres caíam no fogo, então eram consumidos por ele, mas, quando os cadáveres caíam sobre uma saliência da ravina funda, sua carne em putrefacção ficava infestada de vermes, ou gusanos, que não morriam até terem consumido as partes carnais, deixando somente os esqueletos.
Desabamento no Morro do Bumba (Foto: Marcelo Martins)-criam instabilidade ao depósito
-ficam sem controle das autoridades, sem medição de movimentação da massa.
-não se controla a edificação de casas sobre elas
-aliás, tem todos serviços, que provoca o adensamento populacional:água, luz e outros serviços...
Tudo isto faz com que a Massa ao longo dos anos se movimente, até chegar ao ponto em que, como ocorreu no Estado do Rio de Janeiro – na Cidade de Niterói [do outro lado da Baía da Guanabara] – em algum momento, pode literalmente “Escorregar”, em direção ao ponto mais baixo, como uma Massa única, um verdadeiro “Tsunami” vertical, o que veio acontecer.
Infelizmente, com o Morro Do Bumba, onde cerca de 200 vidas [estimadas] estão debaixo de toda massa que se transformou o antigo Lixão.
É uma questão de Saúde Pública e de falta Política Habitacional.
Lamento, mas outros Morros do Bumba, podem vir ocorrer pelo Brasil afora, e até aqui na Região do ABC, onde centenas de pessoas moram sobre estas “bombas” prestes a explodir.
A Declaração [abaixo: “Quando eu assumi pela primeira vez, já havia um início de ocupação. A região é muito pobre e as informações que eu tinha eram de que aquele aterro era muito antigo e não representava nenhum risco”.] do Prefeito de Niterói – RJ[na foto ao lado do Gov. Sérgio Cabral], infeliz a meu ver, demonstra que ele foi mal informado ou assessorado sobre a questão e não tomou por duas gestões nenhuma medida pelo menos avaliatória ou de retirada dos moradores do local, caso para o MP, mas este não é momento de acusações, mas de solidariedade, com Niterói e com os vitimados e suas famílias. Deus tenha misericórdia destas...
Ao longo dos anos o risco destes “Lixões” descontrolados, aumenta.
Veja alguns pronunciamentos:
O engenheiro civil Alberto Sayão, da PUC-Rio:
- volume de chuva que atingiu o estado, principalmente na última semana, foi “excepcional”. “É mais ou menos o que aconteceu
Geógrafa Ana Lúcia Nogueira de Paiva Britto, pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ):
“O número de 13 mil domicílios em áreas de risco na cidade do Rio de Janeiro, informado pelo prefeito Eduardo Paes, não é alto o suficiente para justificar a dificuldade em resolver o problema”.
Leia Algumas Notícias do Caso:
Morador mostra vista do Bumba antes e após deslizamento.
Vista antes do desabamento (Foto: Marcelo Martins)
O morador Marcelo Martins enviou fotos da vista da varanda da casa dele, de frente para o Morro do Bumba, onde na noite desta quarta-feira (7) um deslizamento soterrou dezenas de casas.
Acima, uma imagem de como era a vista da varanda antes da tragédia. A foto acima mostra como ficou a vista da varanda com o entulho que se formou depois que a terra cedeu.
Este post foi publicado em Chuva, Rio de Janeiro, quinta-feira, (08/04/2010), às 11h41.
A doméstica Andrea Rodrigues dos Santos era uma das muitas pessoas que aguardavam com angústia alguma informação do Instituto Médico Legal de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, responsável por Niterói.
“Eram umas oito casas, todas ali na beira da rua, o deslizamento foi todo em cima das casas deles”, disse ela, acompanhada de cinco parentes.
O porteiro Rogério Teixeira buscava informação de três sobrinhos mortos no Caramujo, na terça-feira (6).
“Eles quatro estavam dormindo. Meu irmão foi salvo pelos vizinhos, mas as crianças não resistiram. Ele está sendo acompanhado por uma assistente social porque está muito abalado”, contou ele, que, tenta, desde terça conseguir saber se os corpos das crianças estão no Rio ou em Niterói.
'Não tinha conhecimento desse risco todo', diz prefeito de Niterói.
Jorge Roberto afirmou que vai remover famílias em áreas de risco.
PDT administrou a cidade 15 dos últimos 21 anos.
Do G1, no Rio, com informações do Jornal da Globo
O prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira (PTD), admitiu, na noite desta quinta-feira (8), que sabia que a comunidade do Morro do Bumba, no Cubango, atingida por um deslizamento de terra na noite de quarta-feira (7), tinha sido construída sobre um antigo lixão.
“A gente sabia que o lixão estava desativado há 30 anos. Quando eu assumi pela primeira vez, já havia um início de ocupação. A região é muito pobre e as informações que eu tinha eram de que aquele aterro era muito antigo e não representava nenhum risco”, disse.
Veja imagem em 360º do Morro do Bumba, local de deslizamento em Niterói
Dezenas de moradias ficaram sob os escombros.
Estimativa é que soterrados cheguem a 200.
Veja a situação no Morro do Bumba com o auxílio da Câmera 360º.
É uma visão geral impressionante.
Clique sobre a imagem e acesse a foto original 360º.
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