segunda-feira, novembro 15

Libertada líder pró-democracia Aung San Suu Kyi.
A líder pró-democracia Aung San Suu Kyi pediu neste domingo (14) a milhares de seguidores em comício em Mianmar que seus seguidores "mostrem o caminho" que ela deve seguir.
Foi o primeiro grande comício da Nobel da Paz desde sua libertação, ocorrida na véspera. Ela deu a entender que vai continuar agindo politicamente contra a junta militar que controla o país.
"Quero trabalhar com todas as forças democráticas", disse, conclamando as forças políticas pró-democracia a se unificarem no país.
"Estou muito feliz e encorajada de ver todos vocês", disse. "Eu sei o que as pessoas querem. Eu também sei o que vocês querem."
Ela pediu às pessoas que contem a ela o que estão pensando e expliquem as mudanças que ocorreram nos últimos seis anos no país.
Suu Kyi também afirmou que não estava com raiva da junta militar e disse que foi bem tratada durante sua prisão domiciliar.
"Eu ouvia rádio 5 ou 6 horas por dia, apesar de isso ser chato. Mas para o bem do povo eu tinha de ouvir rádio."
Ela falou na sede do seu partido, a Liga Nacional pela Democracia (LND).
A condenação de 18 meses de prisão domiciliar, que a vencedora do Nobel da Paz em 1991 cumpria atualmente, foi a última de uma longa série de punições.
O governo já havia adiantado que iria libertar Suu Kyi, que há mais de 20 anos simboliza a resistência democrática pacífica em Mianmar.
A soltura ocorre poucos dias depois das primeiras eleições no país em 20 anos, celebradas no último domingo.
Os países ocidentais e a oposição criticaram o processo e denunciaram fraudes.
Mas o partido ligado à junta militar que governa o país ignorou a censura internacional e alegou ter recebido 80% dos votos para as futuras assembleias nacionais e regionais.
Há alguns meses, analistas previram que o regime terminaria libertando Suu Kyi, que foi mantida afastada das eleições.
Mas também lembram que o homem forte da junta a libertou duas vezes antes de determinar sua prisão novamente.
Em maio de 2009, Suu Kyi estava prestes a ser libertada quando um americano conseguiu nadar até sua casa em Yangun, às margens de um lago. Em agosto do mesmo ano, ela foi condenada a mais 18 meses de prisão domiciliar.
Apesar dos pedidos da ONU, a junta militar que controla o país recusava-se a se reunir com secretário-geral Ban Ki-moon, que, na ocasião, visitou especialmente Mianmar para isso.
Suu Kyi sempre clamou inocência, denunciando o caráter parcial das acusações atribuídas a ela pelo governo birmanês.
Isolamento
Mesmo com a libertação, Suu Kyi está politicamente mais isolada do que nunca. A vitória eleitoral de 1990 de seu partido parece cada vez mais longe.
O resultado da votação de 20 anos atrás nunca foi reconhecido pelo regime ditatorial, e a líder opositora passou 15 dos últimos 20 anos privada da liberdade.
Mas a vitória deu legitimidade a Suu Kyi em Mianmar e no exterior. O principal objetivo da junta militar nas eleições de domingo era tentar reduzir esta legitimidade.
Suu Kyi boicotou as eleições, assim como a LND, que foi oficialmente dissolvida. Em tais condições, o futuro político da dissidente é incerto.
Em outro problema para o governo, a junta militar acusou de "terroristas", que cometeram "atos subversivos para perturbar a estabilidade do Estado", os rebeldes da etnia Karen que enfrentaram o Exército no leste do país.
Os combates provocaram a fuga para a Tailândia de 20 mil pessoas. Quase todas já retornaram, mas a tensão persiste em um país onde muitas minorias étnicas não têm uma relação pacífica com o governo central.
Uma História de Luta e sofrimento em prisão.
Ativista Aung San Suu Kyi, de 65 anos, passou a maior parte dos últimos 21 anos sob alguma forma de detenção, em consequência de sua campanha para restaurar a democracia em Mianmar, país governado por uma junta militar.
Em 1991, um ano depois de seu partido, a Liga Nacional pela Democracia (LND) ter obtido uma vitória esmagadora nas urnas, em um pleito anulado pela junta, ela foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz.
Impedida de participar das primeiras eleições de Mianmar em duas décadas, realizadas em novembro de 2010, Suu Kyi é um símbolo de esperança para muitos em Mianmar.
Aung San Suu Kyi é filha do herói da independência do país, general Aung San.
Ele foi assassinado durante o período de transição, em julho de 1947, seis meses após a independência.
Aung San Suu Kyi tinha apenas 2 anos à época.
Em 1960, ela foi para a Índia com sua mãe, Daw Khin Kyi, que havia sido nomeada embaixadora em Nova Déli.
Quatro anos depois, foi cursar a Universidade de Oxford, no Reino Unido, onde estudou filosofia, política e economia. Lá, conheceu seu futuro marido, o acadêmico Michael Aris.
Após períodos vivendo e trabalhando em Japão e Butão, passou a viver na Inglaterra, onde criou seus dois filhos, Alexander e Kim.
Mas Mianmar nunca esteve longe de seus planos.
Quando ela voltou a Yangun, em 1988 - para cuidar da mãe doente - Mianmar passava por um período político turbulento.
Milhares de estudantes, trabalhadores e monges saíam às ruas para pedir reformas democráticas.
'Eu não poderia, como filha de meu pai, ficar indiferente a tudo que acontecia', disse ela, em discurso em Yangun no dia 26 de agosto de 1988.
Suu Kyi foi rapidamente alçada à categoria de líder de uma revolta contra o então ditador general Ne Win.
Inspirada pelas campanhas dos líderes de defesa dos direitos civis Marting Luther King, nos EUA, e Mahatma Gandhi, na Índia, ela organizou comícios e viajou pelo país, pedindo reforma democrática pacífica e eleições livres.
Mas as manifestações foram brutalmente reprimidas pelo Exército, que tomou o poder em um golpe no dia 18 de setembro de 1988.
O governo militar convocou eleições nacionais em maio de 1990.
A LND de Aung San Suu Kyi venceu o pleito, apesar do fato de ela estar sob prisão domiciliar, e ter sido impedida de participar da votação.
Mas a junta se recusou a entregar o poder, e permanece no controle do país desde então.
Prisão domiciliar
Suu Kyi permaneceu sob prisão domiciliar em Yangun por seis anos, até ser libertada em julho de 1995.
Ela foi posta sob prisão domiciliar novamente em setembro de 2000, quando tentou viajar para a cidade de Mandalay, desafiando restrições a viagens impostas a ela pela junta.
Foi libertada incondicionalmente em maio de 2002, mas após um ano, foi novamente detida, após um choque entre seus partidários e uma multidão apoiada pelo governo.
Ela obteve permissão para voltar para casa - mas foi posta, novamente, sob prisão domiciliar, onde permanecia desde então.
Durante períodos de confinamento, Suu Kyi ocupa seu tempo estudando e se exercitando.
Ela pratica meditação, estuda francês e japonês, e relaxa tocando Bach ao piano.
Nos últimos anos, conseguiu encontrar outros integrantes da LND e diplomatas aprovados pelo governo.
Mas nos seus primeiros anos de detenção, ela esteve quase sempre submetida a um confinamento solitário. Não tinha permissão para ver seus dois filhos ou seu marido, que morreu de câncer em março de 1999.
As autoridades militares do país permitiram que ela viajasse para a Grã-Bretanha quando ele estava gravemente doente, mas ela se sentiu obrigada a recusar a oferta, porque temia não obter autorização para voltar ao país.
Ela tem netos que nunca conheceu.
'Não se pode impedir a liberdade'
Nos últimos meses, Suu Kyifoi criticada por várias pessoas, devido à sua decisão de boicotar as eleições de novembro, as primeiras de Mianmar em 20 anos.
A LND afirmou que as leis eleitorais eram injustas, e decidiu não participar do pleito. Sob as novas leis eleitorais, a liga teve então que se desmantelar.
Mas um grupo de integrantes da liga formou um novo partido para participar das eleições, afirmando que ter alguma representação no novo Parlamento seria melhor do que não ter alguma.
As eleições - descritas como 'nem livres nem justas' pelo presidente dos EUA, Barack Obama - aparentemente deixaram os partidos apoiados pelos militares firmemente no controle do país.
Este fato deu origem a especulações de que ela poderia ser libertada em breve. Ela disse que não aceitaria uma libertação se fossem impostas restrições a suas atividades.
Suu Kyi sempre afirmou que a prisão a deixava mais segura de sua determinação de dedicar sua vida a representar o cidadão comum birmanês.
Em uma rara entrevista em 2007 durante o levante que foi reprimido pelos militares, ela afirmou que a democracia 'não tinha terminado em Mianmar'.
'Não importa a força física do regime, no final eles não podem parar as pessoas, eles não podem impedir a liberdade', disse ela a o jornalista britânico John Pilger. 'Nossa hora vai chegar.'

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