Editor e Autor deste
Estudo-Subsídio: Pastor Osvarela
Texto
Áureo
“E José fez jurar os
filhos de Israel, dizendo: Certamente, vos visitará DEUS, e fareis transportar
os meus ossos daqui” (Gn 50.25).
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE - Êxodo 1.1-14
ESTES, pois são os nomes dos filhos de Israel,
que entraram no Egito com Jacó; cada um entrou com sua casa:
Rúben,
Simeão, Levi, e Judá;
Issacar,
Zebulom, e Benjamim;
Dã
e Naftali, Gade e Aser.
Todas as almas, pois, que
procederam dos lombos de Jacó, foram setenta almas; José, porém, estava no
Egito.
Faleceu José, e todos os seus irmãos, e toda aquela
geração.
E os filhos de Israel
frutificaram, aumentaram muito, e multiplicaram-se, e foram fortalecidos
grandemente; de maneira que a terra se encheu deles.
E
levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José;
O
qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é muito, e mais
poderoso do que nós.
Eia,
usemos de sabedoria para com eles, para que não se multipliquem, e aconteça
que, vindo guerra, eles também se ajuntem com os nossos inimigos, e pelejem
contra nós, e subam da terra.
E
puseram sobre eles maiorais de tributos, para os afligirem com suas cargas. Porque
edificaram a Faraó cidades-armazéns, Pitom e Ramessés.
Mas
quanto mais os afligiam, tanto mais se multiplicavam, e tanto mais cresciam; de
maneira que se enfadavam por causa dos filhos de Israel.
E os egípcios faziam servir os filhos de Israel
com dureza;
Assim que lhes fizeram amargar a vida com dura
servidão, em barro e em tijolos, e com todo o trabalho no campo; com todo o seu
serviço, em que os obrigavam com dureza.
Etimologia
Noumenal - De ou relativo ao númeno
ou Reino das coisas como elas são em si mesmos.
Relativo ao númeno; real; - oposição ao fenomenal. Não se
pode penetrar além do véu do mundo “noumenal” (nômeno, númeno) das "coisas elas mesmas".
-
númeno (Gr. nooúmena) é o real tal
como existe em si mesmo, de forma independente da perspectiva necessariamente
parcial em que se dá todo o conhecimento humano; coisa-em-si, nômeno,
noúmeno
(embora possa ser meramente pensado, por definição é um objeto incognoscível. Do
alemão) Kant
O
termo é geralmente usado em contraste ou em relação com fenômeno, que em
filosofia se refere que aparece aos sentidos, isto é, é um objeto dos sentidos.
Obs.:
por "perspectiva necessariamente parcial" devemos entender por aquilo
que ocorre no tempo, portanto númeno é um real que não depende do
tempo para existir, e por isso o conceito de númeno se opõe ao
conceito de fenômeno ('no kantismo'). Equivale ao real absoluto.
-
do grego, usada por Platão ao falar da ideia, propriamente 'aquilo que é
pensado, pensamento', neutro plural substantivado de nooúmenos, particípio
presente passivo de noéó - 'pensar'.
Obs.: o uso de Kant (filósofo alemão) não é afirmação da sua Filosofia, mas
como uma informação para dar entendimento a esta exposição.
Exórdio
ENTENDENDO A LIBERTAÇÃO
DO POVO HEBREU
A
escolha de um povo para ser o portador da Mensagem da Revelação de Deus é uma
das mais belas narrativas bíblicas e com importância que supera a própria
questão da escruturística bíblica e da questão da cultura semítica.
Este
é o tema que estudaremos neste 1º Trimestre deste novo ano de 2014.
A
saga do povo hebreu a sua libertação do Cativeiro no Egito.
A
providência tipologicamente messiânica, de um Libertador, na figura de um
Príncipe egípcio, desterrado por crime de assassinato – Moisés.
A
história do povo hebreu, povo semítico, tem sua origem no Fértil Crescente.
Gn 7. 13 E no mesmo dia entraram
na arca Noé,
seus filhos Sem,
Cão e Jafé, sua mulher e as mulheres de seus filhos.
Esta
área do Oriente é foco de estudos arqueológicos pela sua intensa carga de
informações sobre a Humanidade.
Seja
pelas três potencias,que ali habitaram e cresceram até dominar ao Mundo:
Assíria, a Babilônia e a Pérsia.
Seja
pelos escritos e sabedoria advindos desta região:
os escritos da profecia de Mari, os textos de
presságio, as profecias Acadianas. Com seu devido conteúdo moral, político e/ou
da divindade, não discorridos ou analisados aqui, neste texto.
Neste
trecho da Terra se desenvolveu inúmeros povos e línguas, entre as quais a
língua semítica, a língua do povo descendente de Sem.
Entendendo
que o povo israelita foi a primeira nação a dar atenção ao registo da história,
pois esta foi o meio básico da Revelação de Deus.
Rm 3. 1,2 QUAL é logo a vantagem
do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? Muita,
em toda a maneira, porque, primeiramente, as palavras de
Deus lhe foram confiadas.
A
História Geral ressalta esta região, assim como a História Bíblica se passa
neste cenário territorial.
Gn
9. 18-26 E os filhos de Noé, que da arca
saíram, foram Sem, Cão e Jafé; e Cão é o
pai de Canaã. Estes três foram os filhos de Noé; e destes se povoou toda a
terra... E disse: Bendito seja o Senhor Deus de
Sem; e seja-lhe Canaã por servo.
Heródoto
(sec. 5 a.C.) é conhecido como “o pai da história”, porém centenas de anos
antes a Bíblia já continha em seus escritos as características do que
conhecemos hoje como Historia.
-
narração contínua;
-
datação, com informações de períodos dos personagens;
-
associação de cauãs e efeitos;
-
informações detalhadas, dos personagens, como local de nascimento, feitos, inferências
dos mesmos nos eventos, etc.
Embora,
os livros bíblicos históricos narrem a história sob a ótica religiosa, e haja obvia
distinção por ser uma narrativa sob a visão da direção divina, podemos conceituá-los
com este viés. E seja como muitos eruditos considerem: Heilsgeschichte (história da Salvação), esta é a distinção da
História Bíblica da História Geral. E sob esta ótica nela encontramos questões dogmáticas
[da Fé], as quais avançam além da razão, e fazem diferença real entre ambas as
Histórias.
Temos
aí a questão do “noumenal” e do “fenomenal”.
Ou
seja, o registo das escrituras pode ser visto, (como Deus não se prende apenas
em informações históricas), como um elemento sobrenatural, místico-divino, como
o chamo, revelado no tempo e espaço, com o fim de promover a fé aos que a leem,
contudo, sem com deixar de conter dados históricos, que informam, mas não
buscam revelar a intenção divina de confirmação humana.
A
Fé bíblica assume a historicidade dos eventos, com a confiabilidade garantida
na aceitação e interpretação destes eventos. Desta forma, eventos históricos são
utilizados por escritores bíblicos para validar algum argumento teológico,
apresentado nas Escrituras. Como inerrante, a Escritura torna confiável a
evidencia histórica.
A
verdade é que; os livros históricos possuem, além da historicidade, relevância teológica,
para sua época e para nós cristãos do presente século.
Uma
das características dos livros históricos é o aspecto extremamente humanista, ênfase
da retribuição de Deus, como parâmetro – Justiça/Lealdade.
Tudo
ocorre sob o aspecto da Aliança de Deus com seu Povo!
Cuidado,
sustento, proteção e todos os aspectos da Providencia para com o eleito. De forma
humanista pode-se falar de recuperação, resgate.
Origem
A
continuação da história deve ser revisitada através da Genealogia, que as
Escrituras apresentam:
O
mesmo Deus que se apresentou a Moises, se apresentou primevamente ao Patriarca
hebreu, um “oriundi” de Ur dos Caldeus, Abraão como: Eu Sou.
Gn 11.10-32 Estas são as gerações
de Sem: Sem era da idade de cem anos e gerou a Arfaxade, dois anos depois do
dilúvio.
E
viveu Sem, depois que gerou a Arfaxade, quinhentos anos, e gerou filhos e
filhas...
E
viveu Serugue trinta anos, e gerou a Naor.
E viveu Serugue, depois que gerou a Naor, duzentos anos, e gerou filhos e
filhas.
E
viveu Naor vinte e nove anos, e gerou a Terá.
E
viveu Naor, depois que gerou a Terá,
cento e dezenove anos, e gerou filhos e filhas. E viveu Terá setenta anos, e
gerou a Abrão, a Naor, e a Harã.
E
estas são as gerações de Terá: Terá gerou a Abrão, a Naor, e a Harã; e Harã
gerou a Ló. E morreu Harã estando seu pai Terá ainda
vivo, na terra do seu nascimento, em Ur dos caldeus.
E
tomaram Abrão e Naor mulheres para si: o nome da mulher de Abrão era Sarai, e o
nome da mulher de Naor era Milca, filha de Harã, pai de Milca e pai de Iscá.
E
Sarai foi estéril, não tinha filhos.
E
tomou Terá a Abrão seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a
Sarai sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles
de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; e vieram até
Harã, e habitaram ali.
Atualização
Embora
estejamos estudando sobre o Êxodo, é necessário passar pelo livro do Genesis, já
que entendemos ser uma continuidade deste, para melhor compreensão desta
caminhada até a Saída.
Etimologia
Êxodo
(do latim tardio exŏdus do grego ἔξοδος, composto de ἐξ "fora" e ὁδός "via,
caminho", significando partida) é o segundo livro do Antigo
Testamento e do Pentateuco-Torá, vem depois do livro de Gênesis e antes do
livro de Levítico.1 2 . Na tradição
hebraica, chama-se Sh'moth (em
hebraico: שמות, literalmente "nomes", hebreu moderno: Shmot).
(latim
exodus, -i, do grego éksodos, -ou, saída)
sm
- Saída de um povo ou de multidão de um país ou de uma região (ex.: êxodo
rural). Emigração. Religião - Livro da
Bíblia onde se relata a saída dos hebreus do Egito (Com inicial maiúscula.)
DISCURSO
A
saga do povo hebreu foi iniciada sob a questão da Promessa:
Gênesis 12. 1,2 ORA, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua
terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.
E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu
serás uma bênção.
Desta
promessa se origina a construção continuada do povo Hebreu.
Assim,
temos:
Deixando
os ídolos na Terra de Ur da Caldéia para a Promessa;
A
Rota da benção passa por Canaã;
Pelo
Egito;
Pelo
desastre de Sodoma e Gomorra;
Ajudando
ao Senhor;
Desastre
permitido; a causa separação de pai e filho;
Divisão
e dissensão na família (repetição de evento);
Milagre
do Primogênito;
Família
Patriarcal;
Ramos
separados;
A
Benção contínua;
A
escolha de ventre (repetição de evento);
A
Regeneração do caráter; nova Personalidade, para continuação da Promessa;
A
formação das Tribos, por filhos gerados;
A
divisão iniciada no conflito familiar (repetição de evento);
A
elevação de um filho – José;
A
descida ao Egito (evento repetido);
A
descida para a Terra de Gosen;
Matando
a fome da Terra; a família dos pastores;
A
Crise política alcança a Terra dos abençoados;
Preparação
para cumprir a Promessa; Sofrimento;
A
Exaltação do filho da hebréia; No meio da perseguição, nasce um Libertador;
Um
príncipe hebreu, neto de Faraó;
Assassinato
e fuga;
Aprendendo
cuidar de um povo, no meio de ovelhas;
LIVRO DO ÊXODO
O
livro pode ser dividido em divisões principais:
A
– a opressão, após a morte de José; - 1.1-13.6; as Dez pragas; A Páscoa;O
Início dos dias e tempos do Povo Hebreu – Abibe (Nisã)
B
- A saída e Jornada, guiados pela Nuvem, e pela Coluna de Fogo; 13.17-18.27;
C
– A pousada e acampamento junto ao Sinai – revelações; Aliança (19); 19.1-40.38.
Conhecendo o inimigo dos
Hebreus.
A
narrativa bíblica é histórica, quando informa:
Como
informamos anteriormente, a Bíblia é também histórica, e traz na narrativa
destes fatos a identidade do Faraó da época dos eventos e importantes
informações geopolíticas: Geografia, Exércitos e Administração, como construções
estratégicas, daquele império.
E puseram sobre eles maiorais de tributos, para
os afligirem com suas cargas.
“Porque
edificaram a Faraó cidades-armazéns, Pitom e Ramessés”.
Mostrando
e confirmando a ação de uma administração competente e estruturada para grandes
safras, com previsão de armazenamento.
Embora
a Bíblia não nomeie o Faraó desta época, mas cite o Nome Ramessés. Esta citação
leva a muitos e variados entendimentos sobre a localização no “cronos” dos
fatos e na cronologia das dinastias dos Faraós.
A
Bíblia Plenitude cita:
“...se
o Êxodo aconteceu por volta de 1446 a.C. o faraó deveria ser: Tutmés III”.
Se
o fato ocorreu mais tarde poderíamos identificar o faraó como sendo: Seti I.
Podemos desta situação, inferir: opiniões
eventuais e diversificadas partem do nome Ramessés como identificador do Faraó.
O que não está escrito no texto bíblico, o texto apenas cita a cidade Ramessés,
a qual era a cidade real dos reis egípcios, localizada a Noroeste do Delta
Fértil do Rio Nilo.
O
Egito se mostrou ao longo de sua História, uma nação de grandes enfretamentos, belicosa.
A
História bíblica nos mostra que a porção da Terra da Promessa era um verdadeiro
canal de transição entre o Egito (Norte da áfrica) e o Oriente.
O
caminho natural, pelo qual o Patriarca Abraão, e todas as caravanas de comércio
transitavam.
Além,
de acesso para os Exércitos em suas campanhas.
Arqueologia e Geografia - História - Um pouco do que se estuda sobre o
fato:
O
Egito conquistou as terras ao norte do Eufrates depois da expulsão dos Hicsos
(povo do Crescente Fértil).
Houve
mudança de sua capital, em direção ao estado-tampão de Canaã, a capital foi
mudada de Tebas para a região oriental do delta do Nilo.
Provavelmente
isto aconteceu durante o tempo em que Ramssés II, “este bem amado de
Amom”, ocupava o trono.
Grande
construtor cuidou de forma zelosa da segurança de seu país.
Isto
tem importância ao longo deste estudo, o que pode ser visto na narrativa da
saída do Povo Hebreu do Egito.
Ramssés II reconstruiu e ampliou as cidades de Píton e
Ramssés transformando-as em cidades-armazéns.
-
governou de 1292-1225 a.C. (???), durante a 19ª dinastia (ou a dinastia Ramsseída), e
construiu uma cidade chamada Pi-Ramese ou "casa de
Ramsés".
"Para
isso contou com a excepcional quantidade de Mão-de-obra dos hebreus, os quais
haviam se multiplicado nas Terras de Gosen, com o uso de trabalho escravo,
recrutando os homens hebreus".
A
questão das cidades, aqui inserida em uma de suas explicações, poderá ser
contradita, pois há correntes diversas que estudam o assunto.
Umas
correntes buscam achar brechas no texto bíblico; outras no sentido de buscar
respostas arqueológicas da região.
Contudo
é interessante para o aluno, como conteúdo arqueológico e da Geografia bíblica,
ter conhecimento do assunto.
Localização das
Cidades-Armazém.
Pitom (Píton)
Pitom
– parece ser, segundo a Arqueologia o cômoro Tell er Retâba, no Wadi Tumilât
Era
conhecida nos tempos antigos como Pi-Tum, ou “casa do deus Tum (Atom)”.
Ramssés (Tanis) -
Mencionada
nesta Lição (Livro do Êxodo) é aceita pelos estudiosos, como Tanis, a
residência dos faraós da Dinastia ramesseída no delta.
Antes
pensou-se que fosse Tell el Maskhûta, a treze quilômetros ao Leste de Píton.
Hoje
Pi-Ramese é a moderna Tell el-Dab'a, ou seja, o mesmo sítio arqueológico que abriga
as possíveis ruínas do palácio de José. Ela se localiza a trinta quilômetros de
Tânis, e a menos de Três da moderna Khatana-Qantir.
É
aceita pela Arqueologia como Cidade bíblica de Sucote, local do primeiro
acampamento hebreu, do Êxodo (Ex 12,37).
As
escavações arqueológicas realizadas nestes sítios confirma a determinação da construção
destas cidades citadas no texto bíblico, no período do reinado de Ramssés II, o
faraó do Êxodo.
Fonte:
TBAT
– Antigo Testamento – Universidade Presbiteriana Mackenzie;
Dicionário
Priberam da Língua Portuguesa - 2008-2013; consulta em 04/01/2014;
Bíblia
Plenitude.
Arqueologia
Bíblica – consulta em 04/01/2014. Wesley Alfredo Gawlinski de Arruda; apud "Escavando
a verdade", de Rodrigo P. Silva;
Descorbetas
arqueológicas – acessado em 04/01/2014;
Continua...
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