Evangelho de Lucas
Apoio Lições CPAD - 2º Trimestre 2015
3ª Parte
Editor e autor: Pr Osvarela
Lucas é o
quadragésimo segundo – 42 – livro da Bíblia e o terceiro do Novo Testamento.
Lógico na formatação que usamos após a consolidação do Canon Neotestamentário.
O Livro da
Manifestação de um Deus que se move na sua humanidade, é Deus Manifesto em
carne.
Evangelho-Epístola?
Lucas, sob a
minha ótica é o Evangelho Epístola, pelos traços iniciais, pela forma de
apresentação e alguns termos utilizados pelo autor.
Um sinal é a
forma que ele mesmo, tal qual Paulo, O Apóstolo, apresenta o Senhor Jesus como
o Κύριος, ou Kýrios.
Em Lucas, Jesus é o “Senhor”
(Kýrios)
– termo verificado mais de 200 vezes – da história e, sobretudo, “o Salvador”
- “Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o
Salvador, que é Cristo,
o Senhor”. Lucas 2:11
- “διοτι
σημερον εγεννηθη εις εσας εν πολει Δαβιδ σωτηρ,
οστις ειναι Χριστος Κυριος.” Lucas 2:11
“E subiu também José da Galiléia,
da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém (porque era da
casa e família de Davi), A fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava
grávida. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela
havia de dar à luz. E deu à luz a seu filho primogênito” Lucas 2:4-7
O Evangelho
de Lucas trata da humanidade de nosso Senhor, e O apresenta por 26 (vinte e
seis) vezes, como o Filho do Homem —
relacionado com os filhos dos homens, cumprindo tudo que os homens devem
cumprir, sendo batizado como todos ao chamado de seu primo João Baptista, mas
diferenciado deles.
Jesus é o Μεσσίας, mashiach – (Māšîªħ, Mashíach, Mashíyach, "O Ungido/Consagrado"; a forma
asquenazi é Moshiach, e a aramaica é meshicha/meshiacha); A palavra "Cristo" (em grego Χριστός, Christós, "O Ungido" ou
"O Consagrado") é uma tradução para o grego do termo hebraico mashiach.
Muito
embora, João é o Evangelista que escreve a palavra Messias, literalmente: “Este
achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo)”. João 1:41;
“A mulher
disse-lhe: Eu sei que o Messias (que se
chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo. Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que falo
contigo”. João 4:25-26
Nota: No AT a
palavra "Ungido" (consagrado, libertador) aplicava-se a várias
pessoas: os reis de Israel, os juízes, bem como o Sumo Sacerdote, algo próximo
ao termo Messias - alguém de quem o Espírito de Deus se apoderava, fazendo com
que o eleito realizasse maravilhas, e demostrasse ao povo que sua autoridade
sobre o povo de Israel procedia de Deus. Os próprios patriarcas eram
considerados "Ungidos", no sentido mais amplo da palavra. Mas até o
século I a.C., a palavra Messias era aplicada apenas às profecias que se
referiam à vinda do libertador de Israel.
Convicções de Lucas:
A pesquisa
leva Lucas, o mais gentio dos escritores dos Evangelhos, a ter uma visão
internacional do Evangelho.
A sua visão
permite ao romano entender o que se passava, naqueles dias, na palestina, como
ele usualmente cita.
Veja o
texto:
Ao escrever
Lucas se atém a esta linha internacional de seu tempo e escrita, ali ele insere
até mesmo as moedas, para que os de Roma possam entender o valor do dinheiro
nos dias de Jesus, O Filho do Homem, na distante Palestina, para o Centro do
Império.
“Não se
vendem cinco passarinhos por dois ceitis? E nenhum deles está esquecido diante
de Deus. Lucas 12:6
O próprio
recenseamento inserido no texto de Lucas mostra a internacionalidade da visão de
Lucas, pois todo o Império conhecia o que havia acontecido por ordem do César,
de então. Note o termo: “para que todo o
mundo se alistasse”
“E aconteceu
naqueles dias que saiu um decreto da
parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse (Este primeiro
alistamento foi feito sendo Quirino presidente da Síria)”. Lucas 2:1-2
O Império Romano é o universo de Lucas. Lucas fornece dados e títulos
detalhadamente, do Império, o que internacionaliza seu Evangelho.
Ainda, que
ele coloque Israel religiosa como demarcação do seu contexto. Mais uma vez ele
demonstra seu objetivo, ao incluir duas figuras importantes no desfecho do
Plano de Salvação, caso dos famosos sacerdotes da época de Jesus: Anás e
Caifás.
“E no ano quinze do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos presidente da Judéia, e Herodes tetrarca da Galiléia, e seu
irmão Filipe tetrarca da Ituréia e
da província de Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene, Sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias.” Lucas 3:1-2
Na árvore
genealógica, diferentemente dos outros sinóticos ele coloca, Jesus, como um Homem, O Perfeito, da mesma
linhagem de todos os homens, à partir de Adão:
Lucas escreve
e descreve itens do cotidiano, para que os gentios, ou judeus de além, possam
entender, desde o valor do dinheiro na palestina, até as regras e Leis civis
vigentes, e possam entender qual a posição do Filho do Homem, neste contexto.
Temos desta forma, uma visão ampliada, quase megafonizada dos dias de Jesus,
incluindo:
- O Evangelho de Lucas é aquele que nos dá o
mais completo e detalhado relato do nascimento virginal.
- O Evangelho
de Lucas também revela mais plenamente do que qualquer dos outros o estado
caído e depravado da natureza humana.
- Como dissemos,
o Evangelho de Lucas é muito mais internacional em seu propósito do que os
outros três, e é mais gentio do que judeu — temos evidências disso quando
começamos a examinar esse Evangelho em detalhe.
Lucas é o
escritor que se coloca dentro dos fatos, como em Atos dos Apóstolos. Ele
esteve, segundo a história bíblica, em Cesaréia de Felipe por dois (2) anos
durante o período de encarceramento do Apóstolo Paulo, que o cita várias vezes,
em suas Epístolas, esta seria uma oportunidade de empreender a sua pesquisa,
como anunciada no início do Evangelho.
Esta é uma
pista sobre a data de escrita deste seu livro, entre 59-60 e até 75 d.C.
Entendo que
deriva desta constante presença junto a Paulo o uso de determinados termos,
como veremos, abaixo, como o uso de Senhor, Kúryos.
Compare:
“Pois, na
cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” Lucas 2:11
“E toda a
língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para
glória de Deus Pai”. Filipenses 2:11
Termo usual
e que foi inserido na Teologia cristã da Igreja primeva, pelo Apóstolo dos
gentios.
Teologia e Apologia.
Por isto, O
Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo, na pena de Lucas, tem o seu ‘mitte’ na Salvação:
“Porque o Filho do homem veio buscar e
salvar o que se
havia perdido.” Lucas 19:10
A própria
anunciação é uma apologia divinal do Cristo.
E eis que o anjo do
Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram
grande temor. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas
de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu
hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. ... E, no
mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais,
louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa
vontade para com os homens. Lucas 2:9-14
Mais do que
uma preocupação histórica, Lucas situa a sua teologia a nível de um projeto
apologético-missionário com dedicação pastoral subjacente que orienta a
narrativa.
Teologando sobre o Evangelho e seu conteúdo.
“1. Os
acontecimentos históricos não são, em si mesmos, eloquentes ou reveladores;
2. A
revelação de Deus não é acessível por um contato direto da alma com a
divindade. Deus completou sua obra – o que é obra da salvação – pela vocação
especial de Jesus de Nazaré, vocação que se reveste de uma dimensão humana e
histórica”. François Bovon
Veja, agora,
quão própria foi a escolha de Lucas para escrever este Evangelho.
Formação do Evangelho de Lucas
A formação
dos Evangelhos sinóticos – Mateus,
Marcos e Lucas, é entendida por alguns teólogos e estudiosos, como um
conteúdo que tem como base o Evangelho de Marcos, o menos extenso deles.
Marcos – 16 capítulos
Mateus – 28 capítulos
Lucas – 24 capítulos
Registros
únicos, sobre a vida terrena de Jesus Cristo, no Evangelho de Lucas
Registros únicos:
Textos
oferecidos unicamente pelo evangelho segundo Lucas
A pesca
milagrosa (5,1-11);
Unção de
Jesus por uma pecadora (7,36-50);
Mulheres que
ajudavam Jesus (8,1-3);
A rejeição
de Jesus por alguns samaritanos (9,51-56);
A visita a
Maria e Marta (10,38-42);
O episódio
de Zaqueu (19,1-10) e outros.
Há diversas
parábolas exclusivamente nesse evangelho:
O bom
samaritano (10,25-37);
Figueira
estéril (13,6-9);
Ovelha
perdida, a moeda perdida e o filho perdido (15,1-32) e outras.
Estes
exemplos são alguns dos muitos textos oferecidos unicamente pelo evangelho
segundo Lucas.
Heilsgeschichte - A História da salvação está
presente no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, escrito por Lucas.
“E toda a
carne verá a salvação de Deus”. Lucas 3:6
Lucas é
cristológico, no sentido amplo de que a salvação é Cristo
Lucas é
chamado de “teólogo da salvação”. É
ele quem vai, dentro do bloco, Ele tem muito a dizer sobre a história da
salvação (Heilsgeschichte).
Marcando as
Datas e Dias do Filho do Homem
Para um
escritor que pesquisou e depois escreve, após ter realizado suas pesquisas, com
os apóstolos e demais discípulos, com ênfase no convívio de Pedro, com Paulo, Lucas
é muito objetivo, quanto ao Hoje, aqui e
agora do Filho do Homem, quanto à Salvação, dos homens e com a presença
deste e a vinda de Jesus, a Salvação tornou-se uma realidade presente!
“E aconteceu
naqueles
dias que saiu um
decreto da parte de César Augusto...” Lucas
2:1
“E, depois daqueles dias, Isabel, sua mulher, concebeu...” Lucas
1:24
O “hoje” e “agora” em evidência.
“Naqueles dias” e “daqueles dias” é termo recorrente em sua narrativa.
- Lucas
emprega a palavra “hoje” -11 vezes;
- Lucas
emprega a palavra “agora” (14 vezes)
Salvação e
os eventos históricos, Lucas traz à tona uma ideia nova sobre a teologia da
salvação: a salvação divina manifestada na vida, morte, ressurreição e ascensão
de Jesus perpetua na vida diária da Igreja. Deus se faz presente na vida humana
agindo em tudo o que Jesus disse e fez (cf. 2,1-2; 3,1).
Com a missão
específica de tornar Jesus Cristo conhecido, Lucas funde temas de ordem
teológica.
Lucas
consegue trazer luz a História da Salvação, ao relacionar datas e fatos
históricos, que envolviam a Salvação, após o advento do Filho do Homem.
Teologia ou Cristologia Em Lucas
Em Carne E
Deidade
A questão de
Jesus como homem perfeito, forma junto com a Trindade, ainda que esteja de toda
forma inclusa na mesma discussão, pelo Filho, é importante para o cristianismo
Universal e secular.
Assim, as informações
de Lucas inferem de muita forma no Credo paulino, em uma das mais antigas
declarações da base do cristianismo, como encontramos em I Coríntios:
“Cristo morreu por nossos pecados,
segundo as Escrituras, E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia,
segundo as Escrituras. E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze”. 1 Coríntios 15:3-5
Buscando o
tema em várias fontes notamos a Declaração
de Fé da Calcedônia, que declara sobre o Homem Perfeito e compilamos e
editamos partes da Declaração, a qual postaremos ao final deste estudo:
Quanto a
Perfeição nas áreas do Ser Divino Encarnado, mesmo sendo Deus -
“Nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à
divindade, perfeito quanto à humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem,
constando de alma racional e de corpo...”
Filipenses 2:6-11 Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre
todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos
céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo
é o Senhor, para glória de Deus Pai.
Uma Exegese
compilada da Declaração de Fé da calcedônia embasa alguns pontos desta difícil
tarefa de entender Lucas, sob a ótica dogmática, a qual ele utiliza de maneira
inspirada, e que muitas vezes foi motivo de confusão doutrinaria e até mesmo de
exclusão de muitos do Corpo da Igreja.
Buscamos
assim, com os antigos estudiosos rever a caminhada deste tema, ao longo dos
anos.
Nossa forma
confessional nos alerta, e nos ensina, que devamos ensinar, e que se deve
confessar o Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, é:
- perfeito
quanto à divindade,
- perfeito
quanto à humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, constando de alma
racional e de corpo;
- substancia
e constituição: O Filho é consubstancial [hommoysios] ao Pai, segundo a
divindade,
- O Filho é
da mesma forma consubstancial a nós, homens, segundo a sua humanidade; Porém,
devido a sua Obra e pelo Plano da Salvação “em todas as coisas semelhante a
nós, excetuando o pecado”, gerado segundo a divindade antes dos séculos pelo
Pai e, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação, gerado da Virgem
Maria...;
Um só e
mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas
naturezas, inconfundíveis e imutáveis, conseparáveis e indivisíveis;
[1] a distinção das naturezas de modo algum é anulada pela união, mas, pelo
contrário, as propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo
para formar uma só pessoa e subsistência [hypóstasis- A palavra também é utilizada para se
referir à divindade de Cristo, na chamada união hipostática de suas naturezas -
divina e humana - em uma única hipóstase.]; não dividido
ou separado em duas pessoas. Mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo,
Jesus Cristo Senhor; conforme os profetas outrora a seu respeito testemunharam,
e o mesmo Jesus Cristo nos ensinou e o credo dos pais nos transmitiu.
Nota.: A palavra hypóstasis, normalmente traduzida por
substância, base, fundamento, é etimologicamente formada por hypò (sob, debaixo) + stáse
(posição). Literalmente seria algo posicionado sob, o que pode realmente trazer
a ideia daquilo que existe debaixo do ente, portanto substância é uma boa
tradução.
O termo substância é usado desde Platão (c427-c347 a.C), mas é
Aristóteles1 (384-322 a.C) que relaciona o conceito com a ideia do ser, isto é,
substância é necessariamente aquilo que é, estabelecendo que a substância
constitui a estrutura necessária do ser em sua concatenação causal2, quer
dizer, o ser é a causa da substância. Quando o termo é relacionado com Deus no
âmbito do Cristianismo, isto acontece nas discussões dos primeiros séculos
relacionadas com a Trindade, especialmente em Atanásio3 (295-373 dC), que no
Concílio de Nicéia (325 d.C) refuta as ideias de Ário, um presbítero em Alexandria,
e em Agostinho4 (354-430 d.C). A palavra substância passa a ser preferida à
palavra pessoa (prósopon) para
descrever o Ser de Deus. O argumento era que o termo pessoa evocava mais a
ideia de representação, máscara ou imagem, enquanto substância consistia na
essencialidade do próprio ser. (1) Aristóteles, Metaphysica; (2)
Conforme Nicola Abbagnano, Dicionário de Filosofia; (3) Bispo Atanásio de
Alexandria; (4) Agostinho, De Trinitate
O Cristo
encarnado é reconhecido pelos que são de Deus.
Em muitas
religiões, há uma forma de “aceitar” (aspas, nossas), o Cristo, como um ser
sobrenatural, até mesmo algumas de suas divindades, mas desprezando e não
aceitando a sua forma humana encarnada. Fato que ocorre por muitos séculos, não
é só em nossos dias, é bom que se diga.
O Apóstolo
João escreve em suas epístolas sobre a identificação de espíritos contrários a
esta totalidade da forma de Jesus Cristo, como o espirito do anticristo:
“Amados, não creiais a todo o espírito,
mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm
levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que
Jesus Cristo veio em carne é de Deus;
E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de
Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis
que já agora está no mundo”. 1 João
4:1-3
Há ainda
aqueles que encontram na vida humana de jesus Cristo, uma forma de
desconsiderar a sua Divindade, sobre isto, escrevemos, à seguir.
Deidade: “E
sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para que
conheçamos ao Verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho
Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. 1 João 5:20
Jesus é
totalmente Deus e totalmente homem e N’Ele habita a plenitude: “Porque nele habita corporalmente toda a
plenitude da divindade;” Colossenses
2:9
Humano e Sem pecado.
Da mesma
forma, há dificuldade na mente de alguns, em aceitarem que um homem, pudesse
realizar o que Jesus Cristo realizou, o que Ele representa para toda a
Humanidade, seja no sentido antropológico natural, seja no sentido salvifíco
para a mesma Humanidade. Por isto, desprezam e desconsideram sua forma humana
sem pecado, ligando-o a vida de alguns de seus discípulos e inserindo ao seu
sabor fatos e erros de ensino sobre a vida de Jesus Cristo. Seja também pela sua ressurreição, fato que
desafia a mente humana, dos que não creem no Senhor Jesus Cristo.
Fato que
espantou seus concidadãos em Nazaré, onde fora criado e de onde eram seus pais.
Assim narrou Lucas:
“O
Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres.
Enviou-me a curar os quebrantados de coração, A pregar liberdade aos cativos...
E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de
todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: Hoje se
cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos. E todos lhe davam testemunho, e se
maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca; e diziam: Não é este o filho de José? E, levantando-se, o expulsaram da cidade, e o levaram até ao cume do
monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o precipitarem. Ele,
porém, passando pelo meio deles, retirou-se.” Lucas 4:18-22;29,30
Sem Pecado
“Porquanto o que era impossível à lei, visto
como estava enferma pela carne, Deus,
enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou
o pecado na carne; Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não
andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”. Romanos 8:3-4
Assim, Deus
é tanto um poder total como uma pessoa total, e uma pessoa com uma natureza
moral. Ele faz distinção entre bem e mal, e define-os ao homem por seus
preceitos e mandamentos. Mas o homem transgrediu esses preceitos e mandamentos,
e isso é chamado pecado.
Jesus Cristo,
sem pecados, e com poder para perdoar pecados, como descreve Lucas, por ocasião
de um dos tantos debates que Jesus teve sobre sua humanidade e sua deidade:
“E, vendo
ele a fé deles, disse-lhe: Homem, os teus pecados te são perdoados. E os
escribas e os fariseus começaram a arrazoar, dizendo: Quem é este que diz
blasfêmias? Quem pode perdoar pecados,
senão só Deus? Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, respondeu... Ora,
para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra poder de perdoar
pecados (disse ao paralítico), a ti te digo: Levanta-te, toma a tua cama, e vai
para tua casa”. Lucas 5:20-24
Lembre-se de
Jesus Cristo, ressuscitado dos mortos, descendente de Davi, conforme o meu
evangelho, pelo qual sofro e até estou preso como criminoso; contudo a palavra
de Deus não está presa. 2 Timóteo 2.8-9
Isaías, “sou eu, eu mesmo, aquele que apaga suas
transgressões, por amor de mim, e que não se lembra mais de seus pecados” Is. 43.25.
E disse por
Jeremias, “porque eu lhes perdoarei a
maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados” Jr. 31.34.
Conceito de
um pregador de Hong Kong, conforme Vicente Cheung: “Deus pega os nossos pecados e lança para trás dele, e quando Deus lança
algo, isso continua em movimento para sempre.”
Um descendente eterno de Davi, ao encarnar e vir a este Mundo.
Deus, O
Filho tomou sobre si a natureza humana, e essa natureza humana estava ligada à
linhagem histórica de Davi, cumprindo as antigas profecias concernentes ao
Messias. Então, homens o assassinaram. Ele foi morto fisicamente, e então
sepultado. Mas Deus o ressuscitou dentre os mortos. Dessa forma, o evangelho é
tanto histórico como sobrenatural. Visto Deus ser a causa metafísica de todos
os eventos naturais e sobrenaturais, não existe nenhuma diferença essencial
entre o natural e o sobrenatural. O sobrenatural designa apenas o
extraordinário, isto é, não algo que seja metafisicamente diferente, mas algo
que é incomum.
Em
Lucas, Cristo é apresentado como o Filho do Homem
O Evangelho
de Lucas trata da
humanidade de nosso Senhor, e O apresenta como o Filho do Homem — relacionado com os filhos dos homens,
mas diferenciado deles.
Em todo
caso, se uma mensagem compromete o aspecto histórico ou o sobrenatural, ela não
é mais o evangelho salvador de Jesus Cristo. Os fatos sobre ele não são mais
anunciados. Não podemos dizer que Jesus de fato apareceu na história, mas que
ele não realizou milagres e que ele não ressuscitou dentre os mortos. Nem
podemos espiritualizar ou supernaturalizar todo o relato sobre Jesus e
arrancá-lo da história. O histórico e o sobrenatural são um em Jesus Cristo.
Rejeitar um é rejeitar o todo, e ser um incrédulo, sujeito ao castigo sem fim
no fogo do inferno.
Em Lucas,
Cristo é apresentado como o Filho do Homem, aparentado com os filhos dos homens,
mas distinto deles; e tudo na narrativa ajuda a evidenciar esse fato.
Isso,
esclarece a razão por que o terceiro Evangelho aponta a Sua genealogia até
Adão, o primeiro homem (em vez de
restringir-se a Abraão, como faz Mateus); por que razão Ele, como o Homem
perfeito que é, tantas vezes é visto aqui em oração, e por que se vêem os anjos
ministrando a Ele, em vez de receberem ordens d’Ele, como vemos em Mateus.
Salvação e termos da salvação.
Salvação
para qualquer tipo de homem.
“Pois, na
cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o
Senhor”. Lucas
2:11
Lucas é um
autor especial, pois o NT contém dois de seus Livros, O Evangelho e o Livro dos
Atos dos Apóstolos.
Salvação Em Lucas
“E disse-lhe
Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão. Porque
o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” Lucas 19:9-10
Quando Lucas
e os Evangelhos descrevem esta cena, é importante lembrarmos, que os hebreus,
os judeus esperavam a Salvação, mas não na figura humana de um filho de Nazaré,
de um filho de um José!
Salvação é termo comum para Lucas, em
seus escritos, no sentido de comum, aqui comum é utilizado com o sentido de “próximo” e sobre o qual ele trabalha ao escrever para localizar e encaminhar
seus leitores sobre o principal da Cristologia
funcional, A Salvação.
Veio o Filho do homem ... dizeis: Eis
aí um homem comilão e bebedor de vinho, amigo dos publicanos e pecadores.E
rogou-lhe um dos fariseus que
comesse com ele; e, entrando em casa do
fariseu, assentou-se à mesa.
E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa
em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento;
... Não me ungiste a cabeça com óleo,
mas esta ungiu-me os pés com ungüento. Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados,
porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama. E disse-lhe a
ela: Os teus pecados te são perdoados. E os que estavam à mesa começaram a
dizer entre si: Quem é este, que até perdoa pecados? E disse à mulher: A tua fé
te salvou; vai-te em paz. Lucas 7:34-50
Lucas
utiliza o termo “salvar” (sozêin) -
17 vezes no Evangelho;
O termo “salvar” (sozêin) aparece 13 vezes
nos Atos dos Apóstolos.
Ele também
se utiliza de variantes do termo e objetivo salvifíco, da palavra “salvar” aparecem em Lucas e em Atos: “salvador” (sóter), 4 vezes, e além destas, “salvação” (sotería ou sotérion), 13 vezes.
“E aconteceu que, no segundo sábado após o primeiro, passou pelas
searas, e os seus discípulos iam arrancando espigas e, esfregando-as com as
mãos, as comiam. E alguns dos fariseus lhes disseram: Por que fazeis o que não
é lícito fazer nos sábados? E Jesus, respondendo-lhes, disse: Nunca lestes o
que fez Davi quando teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na
casa de Deus, e tomou os pães da proposição, e os comeu, e deu também aos que
estavam com ele, os quais não é lícito comer senão só aos sacerdotes? E
dizia-lhes: O Filho do
homem é Senhor até do sábado.” Lucas 6:1-5
Para Lucas,
Jesus é o “Senhor” (Kýrios) – termo verificado mais de 200
vezes – da história e, sobretudo, “o
Salvador” (2,11). Jesus, portanto, está no centro da história
“Pois, na
cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor”. Lucas 2:11
Uma data em
Lucas é importante e relacionada a este foco cristológico. Lucas sabe
introduzir um personagem no Evangelho do Ministério e vida de Jesus, conforme a
importância final do seu Livro, a Salvação, assim ele insere nomes de
personagens, como marca para o epílogo.
Vejam o foco
inicial, sobre um personagem importante na História da Salvação, Pôncio
Pilatos.
“E no ano quinze do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos presidente da Judéia, e Herodes tetrarca da Galiléia, e seu irmão Filipe
tetrarca da Ituréia e da província de Traconites, e Lisânias tetrarca de
Abilene...” Lucas
3:1
A
Cristologia é plena e envolve:
-Missão
-Parousia
-História da
Salvação
-Indícios
tênues de Pneumatologia, fazem parte do Evangelho de Lucas, levando o leitor ao
centro principal da Teologia lucana: A Cristologia.
Lucas
introduz o nascimento ao mencionar um ato governamental, e no contexto seguinte
ele vai destacar a Cristologia deste fato.
Jesus é o
Salvador, não de um povo, mas de toda a humanidade.
“Jesus […]
filho de Adão, Filho de Deus” (3,38).
A
universalidade da salvação está presente em todo o evangelho, desde a infância
de Jesus, feito “luz para iluminar as gentes” (2,32), ao prenúncio do Batista
para quem “todo homem verá a salvação de Deus” (3,6).
A visão da moral lucana
O início
desta visão da moralidade é demonstrada pela inserção de um Discurso de Jesus,
O Discurso ou Sermão da Planície, onde os sem voz e vez são o centro do sermão:
“E, descendo com eles, parou num lugar plano, e também um grande número de seus discípulos, e grande multidão de
povo de toda a Judéia, e de Jerusalém, e da costa marítima de Tiro e de Sidom;
os quais tinham vindo para o ouvir, e serem curados das suas enfermidades; E,
levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus.” Lucas 6:17;20.ss
Conversão – “...
veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias. E percorreu toda a
terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de
arrependimento, para o perdão dos pecados;” Lucas 3:2-3
Mudança de
vida –
“E a multidão o interrogava, dizendo: Que faremos, pois? E, respondendo ele, disse-lhes: Quem tiver duas
túnicas, reparta com o que não tem,
e quem tiver alimentos, faça da mesma maneira. E chegaram também uns
publicanos, para serem batizados, e disseram-lhe: Mestre, que devemos fazer? E
ele lhes disse: Não peçais mais do que o
que vos está ordenado. E uns soldados o interrogaram também, dizendo: E nós
que faremos? E ele lhes disse: A ninguém
trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo.” Lucas 3:10-14
Regeneração –
O Batismo é
mostrado nas páginas de Lucas, com especial destaque sobre seu significado e
pelo batismo do Filho do Homem, para cumprir toda a Justiça – “E aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo batizado também Jesus, orando ele, o céu se abriu;” Lucas 3:21
Está baseada
no atendimento a lei sob a visita do Cristo Salvador
Metanóia faz
parte da moral do Evangelho de Lucas. Ela não contradiz a Lei, mas a
radicaliza.
É a conversão
quem muda o proceder do homem, por isto, Lucas não traz novidades sobre a visão
cristão doutrinária, mas da visão da regeneração que atua de acordo com os
fatos que ocorrem com o homem, junto a Jesus.
O Evangelho traz
uma organização moral da vida: ruptura dos elos familiares, renúncia dos bens
materiais, aceitação do sofrimento, e todo este contexto numa atmosfera de
alegria e partilha.
A
Humanidade, a partir do menino Jesus, é um fato a se destacar no Evangelho
Lucano, que apresenta Jesus dentro de uma vida humana e humanizado, com todos
os seus envolvimentos com os homens, é o Cristo plenamente inserido na vida
humana.
É importante
destacar que o Cristo tem todas as características de um ser humano e cumpre
como Filho do Homem todos os atos normais e não simbólicos, mas reais de um
menino judeu.
“E, quando os oito dias foram cumpridos, para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus,
que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido. E, cumprindo-se os dias da
purificação dela, segundo a lei de Moisés, o levaram
a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor. (Segundo o que está escrito na lei do Senhor: Todo o macho primogênito
será consagrado ao Senhor);” Lucas 2:21-23
O menino [E crescia
Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os
homens.] nascido tem, no Evangelho
cristológico lucano, os atributos
divinos, mais uma vez ele segue no seu tema principal da Cristologia; “E toda a carne verá a salvação de Deus.”
Lucas 3:6 (2,22; 3,6; 2,11; 3,22).
Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; ... fora-lhe revelado, pelo Espírito Santo, que ele não
morreria antes de ter visto o Cristo do
Senhor. E pelo Espírito foi ao templo e, quando os pais trouxeram o menino
Jesus,... Ele, então, o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse: ... Pois já os meus olhos viram a tua
salvação, A qual tu preparaste perante a face de todos os povos; Luz para
iluminar as nações, E para glória de teu povo Israel. E José, e sua mãe, se
maravilharam das coisas que dele se diziam. E Simeão os abençoou, ... para que
se manifestem os pensamentos de muitos corações. E... estava ali a profetisa
Ana, ... era viúva, de quase oitenta e quatro anos, ... e falava dele a todos os que esperavam
a redenção em Jerusalém. E, quando acabaram de cumprir tudo
segundo a lei do Senhor, voltaram à Galiléia, para a sua cidade de Nazaré. Lucas 2.28,49.
O menino
está certo e cientificado desta sua condição de Filho: - tem consciência do
dever de ocupar-se com as coisas de seu Pai
A ida ao
Templo para discutir com os doutores, mostra esta posição própria do mestre.
“E quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis
que teu pai e eu ansiosos te procurávamos. E ele lhes disse: Por que é que me
procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?”
Quanto ao
Arauto anunciador, O Batista ele o trata como o profeta do Altíssimo - Lucas 1.76, o qual tem a missão de
preparar o povo - Lucas 1.17.
Nesse
processo de humanização – tornar-se homem
- Lucas ressalta a oração como uma prática constante na vida de Jesus.
Este ato
manifesta a intimidade entre o Pai e o Filho. A palavra “oração” aparece cerca de 70 vezes no Evangelho e 40 nos Atos. A relação de
oração entre Jesus e seu Pai é única e inspirativa.
Humanização - Humanização é a ação ou efeito de
humanizar, de tornar humano ou mais humano, tornar benévolo, tornar afável.
Contexto Bíblico Geral
A Visão Veterotestamentária e O Evangelho de Lucas
Destaco:
Lucas é o
quadragésimo segundo – 42 – livro da Bíblia e o terceiro do Novo Testamento.
Lógico na formatação que usamos após a consolidação do Canon Neotestamentário.
O Livro da
Manifestação de um Deus que se move na sua humanidade, é Deus Manifesto em
carne.
Homem - Em Zacarias 6.12, lemos: “Eis aqui o homem cujo nome é Renovo”. Não é nem preciso explicar como isto
corresponde perfeitamente à descrição que Lucas faz de Cristo.
É a
excelência do homem:
- Nascido de
mulher, como nenhum outro;
- Vivendo
como homem, como nenhum outro homem pode viver;
- Morrendo
como nenhum outro homem poderia fazê-lo.
E Lucas o
insere no sexto mês, o número do homem, para mostrar a sua divindade e
santidade, no encontro de sua mãe, com Isabel e João, o qual estremeceu no seu
ventre.
“E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos,
sendo (como se cuidava) filho de José, e José de Heli”, Lucas 3:23
O Homem que salva:
“Porque o Filho do homem não veio para
destruir as almas dos homens, mas para salvá-las.
E foram para outra aldeia”. Lucas
9:56
O título
Filho do Homem, aparece 88 (oitenta e oito) vezes no Novo Testamento.
Destaco que
os Evangelhos contem fatos biográficos, de Jesus, mas não biografias, eles
contêm o que Deus, pelo Espírito Santo quis revelar para instrução da Igreja.
Portanto, há hiatos da vida pessoal de Jesus Cristo, quanto há revelações
divinas para nossa formação como cristão e salvos.
Lucas se
destaca por elencar e apontar para marcos cronológicos e de personalidades da
época.
Mas, o
leitor dos Evangelhos deve saber, que estes apontam em sua essência, três
pontos que os definem como Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo:
- Nascimento
- Ministério
- Morte
Os
Evangelhos em número de quatro destacam o Senhor Jesus exercendo, quatro, ofícios
divinos, que são representações, ou escatológicas, e sempre proféticas.
Destes
quatro três tem a mesma “forma” de apontar, nestes “ofícios” uma visão
sinótica, como já definimos.
Sabemos que
a Teologia aponta os Evangelhos conforme este “ofício”, assim temos:
Mateus – Jesus, O Filho de Davi – O Rei dos
Judeus, a narrativa gira entorno desta figura real de Jesus.
Jeremias
23.5
Ali
encontramos, sob este ângulo do “ofício”:
A genealogia
real de Jesus – “Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi...” Mateus
1:1; “Onde está aquele que é nascido rei dos
judeus?” Mateus 2:2
O Manifesto
do Rei, no Sermão do Monte, ele descreve as regras áureas (Leis reais) de seu
Reino; Capítulos 5 a 7
Marcos – Jesus, O Servo (O Servo de Jeová) – este
Evangelho tem uma particularidade, entendida como a representação que se dá ao
Filho, como Servo ele não tem genealogia de Jesus. Há uma introdução quase
direta de Jesus em plena atividade ministerial, isto é, em seu Ministério. Zacarias 3.8
Nele há mais
serviços – diakonnia - (milagres e
atendimentos ao povo).
Lucas – o
nosso tema, Jesus é o Filho do Homem. Zacarias
6.2
Deus e Homem
unido aos homens, do qual descende, veja-se a sua genealogia:
“Jesus começava a ser de quase trinta anos,
sendo (como se cuidava) filho de José,
e José de Heli, ... E Heli de Matã, e Matã de Levi, e Levi de Melqui, e Melqui
de Janai, e Janai de José... Enos de
Sete, e Sete de Adão, e Adão de Deus.”
(Obs.: é filho de Adão, em linha direta e vindo de
Deus, diferentemente do Evangelho de Mateus, no qual a genealogia vai até a
Abraão, o Pai dos hebreus) Lucas 3:
23-24;38
Em Lucas,
como destacamos Jesus é o Homem perfeito, visto sempre em Oração, um dos
destaques neste Evangelho.
Em Lucas os
Anjos o servem, (“...os anjos são
espíritos ministradores...” – Hb
1.14), atendendo-o e não sendo “liderados” por Ele.
As Profecias – AT e Escatologia e o Homem de Lucas.
Autenticando os Evangelho, ou contextualizando dentro das Escrituras
A passagem
do AT que pode-se usar para tais definições zoomórficas, encontra base bíblica
no Livro do Profeta Ezequiel.
Em Ezequiel 10.15,17ss., os querubins são
chamados “seres viventes”: isso nos
permite provar a identidade dos “quatro
animais” de Apocalipse 4.6, pois o texto grego diz, literalmente, “quatro
seres viventes”.
Esses “seres viventes” ou “querubins” também são em número de
quatro, e, da descrição que deles se faz em Apocalipse
4.7, descobre-se que eles correspondem de forma notável aos diferentes
caracteres com que o Senhor Jesus Cristo é apresentado em Mateus, Marcos, Lucas e João.
Podemos
verificar como essa descrição dos quatro querubins em Apocalipse 4.6,7 autentica a ordem dos quatro Evangelhos como nós
os temos na Bíblia, provando o fato de que a ordem em que atualmente se
encontram é providência de Deus — fato confirmado pelo texto inserido.
A
Escatologia é referenciada por Lucas, ao descrever as palavras de Jesus sobre o
sua Vinda para buscar, em um momento de harpazo (rapto) dos seus servos:
“Portanto, estai vós também apercebidos;
porque virá o Filho do homem à hora que não imaginais”. Lucas 12:40
“Porque,
qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará
o Filho do homem, quando vier na sua glória, e na do Pai e dos santos anjos”.
Lucas 9:26
Entendendo
as figuras dos Evangelhos
Portanto, o
uso da figura de quatro animais na história da interpretação bíblica, foi usado
para simbolizar os Evangelhos, e contextualizado com o Antigo Testamento.
Quanto a
formatação de quatro Evangelhos, há então, que se considerar a questão das simbologias proféticas e escatológicas. read more
“...ao redor do trono, um ao meio de cada lado, quatro seres viventes... E o primeiro animal era
semelhante a um leão, e o segundo
animal semelhante a um bezerro, e
tinha o terceiro animal o rosto como de homem,
e o quarto animal era semelhante a uma águia
voando.” Apocalipse 4:6,7
Estas passagens
o Livro do Apocalipse, são como uma autenticação dos símbolos utilizados pelos
evangelistas, ao escreverem, distantes de si, os Evangelhos.
Os Símbolos usados pelos Evangelistas:
Evangelista Mateus recebe como símbolo o Leão,
o Rei do mundo zoo. Veja, também: Ap.
5.5
Evangelista São Marcos recebe como símbolo o Touro, ou Bezerro,
o boi jovem. Jesus é representado por um animal importante no contexto dos
hebreus, na prestação de serviços, ou servidão: o Boi. Tudo começa no Templo de Jerusalém,
lugar dos sacrifícios dos bois e carneiros. É anunciado o nascimento de João
Batista no templo, onde os touros eram oferecidos em sacrifício ao Senhor. Lucas 1,8-23.
Evangelista São Lucas recebe como símbolo o Homem.
A completa humanidade de Jesus.
Evangelista São João recebe como símbolo a Águia.
O quarto evangelho destaca de forma
inigualável o Senhor Jesus como uma águia, o que voa para o alto e mais alto do
que todos animais alados!
João, este é
um evangelho espiritual, usa termos difíceis de compreensão usa uma linguagem
que vai aos céus, por exemplo, vida eterna, verdade, amor, Espírito, nascer
pelo Espírito, água viva, etc... que voa para o alto, porque nele o Espírito
Santo fala de forma mais vigorosa e contundente, porque ele paira nas regiões
sublimes e elevadas da consciência assim como a águia que vive nas alturas. João 1,1-18. W. Pink Arthur
Podemos
inferir, que mesmo na redação escriturística, os escritores inspirados, pelo
Espírito Santo, foram utilizados, nos escritos dos Evangelhos, e tal forma, que
os podemos associar a suas funções e atividades pessoais:
Mateus – um oficial do Reino; O Evangelho do
Rei de todos os homens, em meio ao Reino Romano, apontando para atingir a
todos, mesmo como Rei da nação de Israel.
Marcos – um servo dos apóstolos. 2 Timóteo 4.11
Lucas – um médico, o que cura as doenças dos
homens, tem proximidade com os homens em suas necessidades. O Evangelho mais
gentílico, o mais internacional, como já dissemos anteriormente.
João – um homem de alta relação com os Céus.
Este Evangelho, não sinótico tem como escritor o mais espiritual dos apóstolos,
o mais próximo de Jesus Cristo, veja-se o Livro do Apocalipse e seu encontro
com o Cristo. O Quarto Evangelho, o mais recente na ordem cronológica de redação
tem como símbolo a águia.
“Revelação de Jesus Cristo, que
Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem
acontecer; e, enviando-as pelo seu anjo, as notificou a seu servo João” Apocalipse 1:1
Alguns
estudiosos destacam esta conformação de Quatro Evangelhos, com o número 4,
número da Terra:
Quatro pontos cardeais:
Norte, Sul,
Leste e Oeste.
Quatro estações da Terra:
Primavera,
Verão, Outono e Inverno.
Quatro elementos:
Fogo, Ar,
Terra, Água.
Ou como diz
o Apocalipse 5.9:
Tribos,
Línguas, Povos e Nações
Sem apontar
com isto nenhum “cabalismo”, ou misticismo numérico, mas como uma forma de
demonstrar a equivalência de termo, o fato da Escritura Neotestamentária
iniciada com os Quatro Evangelhos.
CONTINUA
Ceitil – referenciada no Novo
Testamento (Bíblia) que tem o valor de 1/16 denário. Não se vendem cinco
passarinhos por dois ceitis? E nenhum deles está esquecido por Deus. Lucas 12.6. O que tem pouco valor ou
pouca importância; NINHARIA
Denário
- [Hist.]- O sistema monetário romano incluía o denário, (em latim ¨denarius¨,
plural ¨denarii¨), que era uma pequena moeda de prata, a de maior circulação no
Império Romano. É geralmente aceito que no fim da República, o denário
correspondia ao salário diário de um trabalhador. Com um denário era possível
comprar cerca de 8 quilos de pão. O conteúdo de prata em um denário varia com o
tempo, dependendo das circunstâncias políticas e econômicas, tendo sido
reduzido paulatinamente.
Dracma - nome de uma antiga
unidade monetária usada em muitas cidades da Grécia , na Antiguidade, e também
em alguns reinos do Oriente Médio , no período helenístico. 2- Dracma é o nome
de três unidades monetárias gregas modernas; a 1ª introduzida em 1832 e a
última substituída pelo Euro , em 2002. O dracma era a moeda mais antiga ainda
em circulação no mundo, até ser substituída pelo Euro.
Bibliologia:
Por que
Quatro Evangelhos – Pink. W Arthur
Biblia on
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Apontamentos
do autor
Estudandopalavra.blogspot.com
Why for
Gospel
Arthur Walkington Pink
Fonte:
Kirsch, Johann Peter. "Canon Muratoriano."
A
Enciclopédia Católica. 10. Vol. Nova Iorque: Robert Appleton Company, 1911
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