A Tolerância Cristã – 2ª
Parte
Lição
Bíblica Da Escola Dominical.
Lição
11 CPAD 2º Trimestre 2016
Estudo de Pastor Osvarela
Texto Áureo
“Porque o reino de Deus
não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”.
Romanos 14. 17
Leitura Bíblica
Porque
um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes.
O
que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come;
porque Deus o recebeu por seu.
Quem
és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou
cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar.
Um
faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um
esteja inteiramente seguro em sua própria mente.
Aquele
que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o
Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o
que não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus. Romanos 14:1-6
Continuação:
I – A Graça não julga
Koinonia em risco por Um
Dia.
“Quem
és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou
cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar.”
Os
“fracos” são objeto de julgamento, segundo a narrativa de Paulo, na Epístola
aos Romanos. Nesta série de estudo o que pontua nosso pensamento é a
Maravilhosa Graça. A Graça é maravilhosa exatamente por não julgar, mas por
perdoar, não podemos nos esquecer. Embora esta ação da Graça não desfaça a ação
da Justiça.
Mas,
não somos nós que vamos deixar a intolerância agir em nossa posição no interior
da Igreja para julgar os chamados enfermos, os “fracos”. Pois quando nos
colocamos nesta posição, impedimos a ação da Graça. Além, de nos colocarmos na
posição de juízes, ao invés de irmãos e impedimos a ação de um dos grandes
pilares da Igreja, a Koinonia.
Sob
esta ótica devemos analisar a demonstração de Paulo sobre a fraqueza que era
motivo de restrição de uns crentes sobre os outros. Paulo queria evitar que
numa Igreja miscigenada pelas origens de sua membresia, judeus e gentios, os
chamados bárbaros segundo a visão romanista.
A
intolerância poderia ser impedimento pra manifestações da Graça divina entre
eles.
Adornos,
cabelos, comidas “kosher”,
circuncisão, bebidas [vinho],
guardar luas e sábados, ritualismo do judaísmo e resquícios do paganismo.
Considerações
sobre Kosher: Literalmente
significa ”próprio ou correto”. É o termo usado para descrever o alimento
permitido de acordo com as leis alimentares judaicas. Os detalhes de kashrut (o
conjunto de leis relativos a comidas e bebidas) são muito extensos.
AS
LEIS DERIVAM-SE DAS SEGUINTES REGRAS BÁSICAS:
Certos animais não podem ser consumidos de
forma alguma. Essa restrição inclui a carne, os órgãos, os ovos e o leite
desses animais. Mesmo os animais permitidos só podem ser ingeridos se forem
abatidos de acordo com as regras da lei judaica. Todo sangue deve ser drenado
da carne antes de comer. Algumas partes de animais permitidos não podem ser
ingeridas. Carne não pode ser ingerida junto com leite. Peixes, frutas,
vegetais e grãos podem ser comidos tanto com carne quanto com leite. Os
utensílios que estiveram em contato com carne não podem ser utilizados com
leite e vice-versa. Produtos a base de uva fabricados por um não judeu não
podem ser consumidos. Somente os peixes que possuem escamas e nadadeiras podem
ser consumidos. Todos os tipos de moluscos e frutos do mar são proibidos. Os
vegetais e grãos devem ser rigorosamente supervisionados para que não haja
vermes ou insetos.
Continuando:
II - Afirmação da superioridade da fé
sobre a razão
Além
de, diversidade de entendimento sobre como agir. Uns apresentando liberdade,
aparentemente exagerada, sobre estas coisas, com entendimento alargado da ação
da salvação pela Graça.
Outros
buscando manter seus costumes e ritos da antiga forma de viver, antes da
salvação pela Graça, sob a visão de que estes costumes os ajudariam a serem
melhores crentes e ajudariam a servir a Deus em piedade.
Talvez
uma busca do “pietismo”, não como movimento, mas como “afirmação da superioridade da fé
sobre a razão”.
A
busca de uma Igreja em que a unanimidade fosse a base do comportamento dos
crentes, talvez na busca da mesma unanimidade da Igreja mãe ou da Igreja
antioquena, e total koinonia é a
base da escrita paulina. Tudo isto, sob o entendimento bíblico de que Deus não
faz acepção e não se deixa levar por costumes e modo de viver.
A
ótica é que Deus é o Senhor da Igreja e dos crentes e não se deixa levar por um
ou outro modo de vida, pois aceitou a cada um conforme a sua maneira de viver e
deu dons igualitariamente. É uma insistência para aplicação das determinações
do Concílio de Jerusalém, em busca da comunhão e forma igualitária de servir ao
Senhor. Os cristãos judeus insistiam na prática da lei e desejavam impor as
mesmas aos cristãos gentios como forma de pietismo e santidade.
III – Unir a Igreja
Um Dia faz diferença?
A
comunhão da igreja de Roma era
importante no planejamento de Paulo para sua próxima Viagem missionária, cujo
alvo era a distante Espanha.
Se
vermos a questão sob esta lógica podemos entender melhor esta questão:
“A questão
da lei: A igreja cristã poderia manter o dia de descanso no sábado
e servir a Cristo, porém se guardasse um só preceito da lei seria obrigada de
todos os outros (Tiago 2.10) e estaria servindo a dois senhores”. Mateus 6.24
A
Epístola aos Romanos era a boa oportunidade para um contato mais próximo com
uma comunidade que não o vira face a face, para expor melhor sua fé em Cristo,
sua teologia [doutrina] acerca da salvação e sua apostolicidade, sempre
discutida, ao longo do seu exercício, com ênfase no meio judeu-cristão, e desta
forma forjar uma ligação apostolar que lhe permitiria, ser bem recebido e seu
apoio para execução do Plano de evangelização da Europa peninsular, na Espanha,
província mais ocidental do Império Romano.
Quem
mais poderia escrever estas linhas, entre os escritores escolhidos pelo
Espírito Santo?
Pedro
foi excludente por si, mesmo, segundo a Epístola aos Gálatas.
Paulo?
Um romano de nascimento, local, e hebreu de ventre, um cidadão do Mundo. Em síntese,
Paulo é um judeu da diáspora ligado às culturas judaica e grega.
Claro,
que a ótica é vesga, pois o Espírito escolhe a quem quer.
“Um
faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um
esteja inteiramente seguro em sua própria mente”.
Muito
antes de Constantino se converter a Igreja Primitiva já fazia seus cultos no
domingo.
“Na Igreja Cristã primitiva, os cristãos
judeus continuaram a guardar o sábado, assim como outros pontos da Lei mosaica,
os cristãos mantiveram o domingo como dia de descanso, o Dia do Senhor, pelo
menos 300 anos antes de Constantino estabelece-lo como dia de descanso. Paulo
sempre ressaltou que o sábado judeu não era obrigatório para os cristãos”.
Enciclopédia Britânica.
Paulo
sofria pela sua liberalidade em relação a Lei e costumes, inclusive rituais do
Templo, embora frequentasse o mesmo em suas visitas a Jerusalém.
“Depois, passados catorze anos, subi outra
vez a Jerusalém ... levando também comigo Tito... lhes expus o evangelho, que prego entre os gentios ... Mas nem ainda
Tito, que estava comigo, sendo grego,
foi constrangido a circuncidar-se; E isto por causa dos falsos irmãos que
se intrometeram, e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade,
que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão; Aos quais nem ainda por
uma hora cedemos com sujeição, para que a verdade do evangelho permanecesse
entre vós. E, quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa (quais
tenham sido noutro tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do homem),
esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram; Antes, pelo
contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me estava confiado,
como a Pedro o da circuncisão...” Gálatas
2:1-7
Podemos
entender isto ao lermos outras Epístolas paulinas, que contém informações sobre
esta forma de entendimento, como lemos no texto acima.
Esta
confusa forma de entender os costumes de cada membro, em função de sua origem
criava sensações de maior ou menor crença e fé entre os membros da Igreja em
Roma.
A
diversidade provocada pela atitude de uns para com os outros levava-os a
sensação, como em nossos dias encontramos, os santarrões e os crentes acusados
de menos crentes em relação àqueles.
Paulo
não quer regular um ou outro Dia, mas ele queria que estas diferenças, por
causa de um Dia não fosse impedimento para a Unidade da Igreja, ou de valoração
de um crente romano, para com um outro apenas porque um guardava o Sábado e
outro não guardava e mesmo assim era abençoado por Deus, o que causava na mente
do que guardava, e na do que não guardava, o Dia confusão quanto a sua Fé, ou
serviço agradável para com o Senhor Jesus.
“Entender o Plano de Salvação,
começando com os judeus através da Lei e concluindo com todos os povos em
Cristo através da Graça”.
“Porquanto não há diferença entre judeu e grego;
porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para
com todos os que o invocam”. Romanos
10:12
Era
em função da visão judaica em relação ao paganismo em antítese à visão
helenista inculcada nas mentes de cada cristão, judeu ou gentio. Mas, a Graça
santifica tanto o cristão judeu, quanto ao cristão romano, ou gentio.
A
santidade um pressuposto da salvação não esta no Dia, “pela Graça, sois salvos”, mas é cultual, no servir
ao Senhor, usando o “mitte” paulino na Pessoa, do Senhor Jesus, o Kyrios, a
nossa santificação, sob a visão da tese que o Cristianismo é a antítese e a
redução do judaísmo e do paganismo, em Cristo, que salva a todas as Gentes. Sendo
(aqui) Santificação: “a atividade de Cristo que
nos santifica pela salvação” L.Cerfaux – rodapé fls 233
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso
espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. 1
Tessalonicenses 5.23
“Paulo (chamado apóstolo
de Jesus Cristo, pela vontade de Deus), e o irmão Sóstenes, À igreja de Deus
que está em Corinto, aos santificados em
Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo o lugar invocam o
nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” 1 Coríntios 1:1,2
A
necessidade de termos um culto racional, leva Paulo a orientar aquela
Comunidade sobre deixar de lado, toda e qualquer divergência por Dia.
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela
compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional”. Romanos 12:1
O
rogo de Paulo era para não deixar um Dia tirar a comunhão e separar a Igreja.
É
uma lição para nossos dias, quando muitos “dias” [metáfora] tem impedido a comunhão
de uns para com os outros.
Uns
acham que não pode ter um tipo de culto, seja com periodicidade, chamado de
“campanha”, etc... seriam muitos os exemplos, mas o que nos interessa é
entender que servimos e somos do Senhor. Estilos de liturgia diferentes não
podem separar o Corpo de Cristo! “...aos
santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em
todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”
1 Coríntios 1:1,2
Diferenças
Costume do sábado judeu – uma cultura de ser um
dia para usar a melhor roupa, após ir ao culto [antes à Sinagoga, à tarde] e
desfrutar da melhor refeição.
Idas ao Templo em Dias de Festas do Calendário
Judaico. Antes de tudo uma festa e dia de encontrar os parentes mais distantes,
que vinham e se reuniam em Jerusalém. Na Páscoa se estima que cerca de 2.500.000
(dois milhões e meio) de pessoas viajavam para Jerusalém.
Não
respeito ao sábado judeu, que traz ainda confusão quanto ao dia do Domingo, o
Dominus Dei. Não vou detalhar, aqui.
Período
de festas pagãs, com comida oferecidas aos ídolos, que se confundiam com
feriados nacionais e grandiosidade de festas em Roma.
Culto
ao Imperador
Cristianismo
visto como um culto do Movimento de Jesus, um judeu.
Liberdade
total Em Cristo
Fonte:
O sábado para o judeu e o domingo para o cristão –
Estudos Gospel Mais
IBES – Grego - Thiago Thimoteo - Bacharel em
Teologia
Usos e costumes dos tempos bíblicos – Ralph Gover
Cristo na Teologia de Paulo L. Cerfaux
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