sábado, abril 8

Lição 2: A Predileção dos Pais por um dos Filhos - 09/04/2023 Domingo de Páscoa

Lição 2: A Predileção dos Pais por um dos Filhos

Subsídio Pastor Professor Osvarela

Relacionamentos em Família — Superando desafios e problemas com exemplos da Palavra de Deus; Comentarista: Elienai Cabral

Feliz Páscoa com Cristo a todos!

Texto Áureo

“E amava Isaque a Esaú, porque a caça era do seu gosto, mas Rebeca amava a Jacó.” Gn 25.28

Prática

A preferência de filhos dentro do lar gera divisão e promove o egoísmo na formação deles.

Leitura Bíblica

Gênesis 25.19-28

19 – E estas são as gerações de Isaque, filho de Abraão: Abraão gerou a Isaque;

20 – e era Isaque da idade de quarenta anos, quando tomou a Rebeca, filha de Betuel, arameu de Padã-Arã, irmã de Labão, arameu, por sua mulher.

21 – E Isaque orou instantemente ao Senhor por sua mulher, porquanto era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu.

22 – E os filhos lutavam dentro dela; então disse: Se assim é, por que sou eu assim? E foi-se a perguntar ao Senhor.

23 – E o Senhor lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas: um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor.

24 – E, cumprindo-se os seus dias para dar a luz, eis gêmeos no seu ventre.

25 – E saiu o primeiro, ruivo e todo com a uma veste cabeluda; por isso, chamaram o seu nome Esaú.

26 – E, depois, saiu o seu irmão, agarrando sua mão ao calcanhar de Esaú; por isso, se chamou o seu nome Jacó. E era Isaque da idade de sessenta anos quando os gerou.

27 – E cresceram os meninos. E Esaú foi varão perito na caça, varão do campo; mas Jacó era varão simples, habitando em tendas.

28 – E amava Isaque a Esaú, porque a caça era do seu gosto; mas Rebeca amava a Jacó.

A) Objetivos da Lição:

I) Apresentar o plano de Deus para a família de Isaque e Rebeca;

II) Apontar a predileção dos filhos como uma das principais causas de conflito familiar;

III) Explicar os malefícios da predileção na formação e desenvolvimento físico, emocional e espiritual dos filhos.

Hinos Sugeridos: 175, 318, 426 da Harpa Cristã

Étimo:

Predileto - aquele que é amado com preferência; preferido

Que é o preferido;

Que é amado intensamente, de modo extremista; n.m. Designa aquele que é apreciado ou amado com predileção. Etmo. do latim: prae + dilectu

Predileção é a escolha de um dos filhos, como o filho que terá sempre a importância e o desvelo dos pais sobre os demais filhos, dentro da família. A predileção envolve preferência, mais amor por um, mais querido, mais cara a alguém, mais estimado, mais apreciado, mais prezado, mais admirado.

Mais querido e amado em comparação com as demais

Envolve eleição, preferência, ser mais benquisto.

Tornar um dos filhos favorito, ou dileto.

Causa estremecimento no círculo familiar.

Escolhido – adj. que foi objeto de preferência, de escolha; preferido. Selecionado [Jacó foi selecionado por Deus, dentre os seus para um Plano maior]

Hebraico-  נִבחָר

Ευδοκεω – eudokeo (gr.); v. parecer bom para alguém, ser a satisfação de alguém;

- achar bom, escolher, determinar, decidir; preferir, escolher; estar inclinado em favor de alguém

κρινω - krino; v. separar, colocar separadamente, selecionar, escolher; aprovar, estimar, preferir

προαιρεομαι - proaireomai; v. apresentar, trazer para fora daquilo que é seu;fazer para si mesmo, escolher por si mesmo antes de outro, preferir

Exórdio:

A predileção é um ato de desunião que pode desencadear brigas, porfias, lutas na família com consequências imprevisíveis e muitas vezes com fatalidade, ou quebrando a comunhão da família.

A “predileção” divina, contudo, não faz acepção, mas é uma questão de escolha divina que se sobrepõe aos desejos e visão humana, e por desígnios divinos incompreensíveis aos envolvidos, a quallevará o predileto não ser fator de desunião, mas de comunhão, livramento e benção para família.

Nas Escrituras a predileção de filhos se inicia dentro da família patriarcal, ou Abraãmica na linhagem em Isaque ao ter dois filhos com a Rebeca. Podemos inferir por sinonímia que Rebeca tinha Jacó por seu protegido.

Gênesis 25.28 – E amava Isaque a Esaú, porque a caça era do seu gosto; mas Rebeca amava a Jacó.

A instigação e o plano de Rebeca, por variados motivos  de ordem afetiva e proximidade ao filho Jacó, o qual tinha relevância pela sua atividade doméstica com sua mãe.

A ação de Rebeca sob a visão do étimo grego, temos a visão de que ela queria apresentar, ou destacar Jacó, diante de seu marido Isaque (gram. trazer para fora daquilo que é seu) mostrar que Jacó poderia ser, mesmo não sendo o legítimo primogênito, um filho que poderia ter os mesmo privilégios, além de seu espaço no clã e nas atividades “caseiras/familiares”, aparentemente menos destacadas por seu pai;

Assim Rebeca fez a escolha que era para si mesma, e que havia escolhido, por si, superando a escolha de Isaque pelo outro – Esaú!

Talvez, este pensamento nos de uma interpretação do texto, pois nas linhas do mesmo, não se pode determinar o porque da predileção de Rebeca por Isaque.

1-    Destaque textual:

Este é o cerne de toda a questão da predileção de Rebeca por Jacó, que o texto principal destaca na leitura desta perícope, das mais importantes do livro de Genesis.

Esta perícope vai nos levar a entender a escolha ‘prediletiva’ dos pais terrenos e a escolha ‘promessal’ de Deus.

Distintas quanto ao objetivo, mas paralelas aos olhos humanos, que não anteveem o futuro e as consequentes obras divinas sobre o escolhido.

A escolha humana é inconsequente quando se tem um filho predileto, como neste texto, embora, por este meio ambas escolhas/predileção seguem paralelas e se ‘ubicam’ após o tempo Kairós, para conclusão efetiva do Plano divino na plenitude dos tempos.

                   Obs.: ubicar: Situar ou instalar em determinado espaço.;

Estar em determinado espaço ou lugar.

Escolhido – adj. Selecionado; sub. masc. o eleito de alguém.

2-   A escolha de Rebeca – consequências:

A predileção de Rebeca por Jacó foi um comportamento reprovável que pode destruir uma família.

Gênesis 25.21 – 23 E Isaque orou instantemente ao Senhor por sua mulher, porquanto era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu. E os filhos lutavam dentro dela; então disse: Se assim é, por que sou eu assim? E foi-se a perguntar ao Senhor. E o Senhor lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas: um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor.

A concepção de filhos na estéril Rebeca (que tinha vivido muitos anos com a frustração de não poder ser mãe) pode ser um daqueles fatos que implicam no que possivelmente afetou a noção de Rebeca, pois ela ouvira de Deus a guerra existente em seu ventre entre os meninos em gestação. Rebeca basicamente ouviu que o seu filho caçula seria dominante sobre o seu filho primogênito.

Cumpriu-se o dia do parto e Esaú foi o primeiro a sair do ventre de Rebeca, mas Jacó veio logo atrás agarrado nele.

Gênesis 25.23 – E o Senhor lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas: um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor.

A partir disto, e na sequência posterior e possivelmente, no dia a dia, do lar Rebeca notou o apego de Isaque por Esaú.

Poderemos inferir que provavelmente o apego de Rebeca por Jacó ocorreu devido a vários atos de Isaque e fatores durante o crescimento dos jovens na família.

É possível que a palavra que ela ouvira da parte do Senhor, na sua gravidez, consolidara e ainda estivesse presente em sua mente de como este problema se resolveria, daí ela agiu.

3-   A predileção por Jacó – a profecia – a ordem de direitos:

Conflitos em família sempre existem e não são novidade nas famílias, desde os idos de Abraão (vide Ló)

Administrar os conflitos que nós mesmo criamos por favorecer alguém, da família é um dos mais difíceis, não foi de outra forma que Rebeca viu-se numa situação e não considerou os conflitos existentes na vida dos filhos.

Não sabia que, mais cedo ou mais tarde, os teria que administrá-los. Ela não pensou nem mediu as consequências na predileção por Jacó, como Isaque não atentou para a disputa na gravidez de Rebeca e sua predileção lhe pareceu natural diante da normativa tribal na ordem da primogenitura.

Os pais Isaque e Rebeca aos exporem suas preferências e sendo elas contrárias não abdicaram de suas predileções, talvez nem mesmo penavam nisto, muito embora, tanto Isaque como Rebeca conhecessem a voz de Deus, com clareza, mas preferiram manter as escolhas, ditadas naturalmente pelos seus corações.

4-   Como devemos nos portar:

O dilema: abrir mão ou não de nossa posição? Ceder ou não em nosso ponto de vista, mas fazer o que é certo. E para sabermos o que é certo e para que isso aconteça é preciso que sejamos orientados e conduzidos por Deus.

Destaque: Não podemos desprezar a condição monogâmica do casal, a única até então entre o clã patriarcal.

O próprio Isaque foi desígnio divino de uma especial predileção ou escolha pelo próprio Deus.

Como mãe Rebeca sabia quem exatamente como era Esaú, suas predileções e contato com o Pai.

E convencida da sua escolha por Jacó interferiu para garantir a seu filho mais novo a bênção paterna que, de acordo com a tradição, seria concedida a Esaú, o primogênito.

Obs.: Penso, que ela entendia que Esaú seria abençoado pela própria primogenitura e Jacó receberia a benção por ter sido gerado no mesmo ventre e espaço temporal.

Parece que Rebeca estava consciente das possíveis limitações de Esaú, no plano patriarcal, e como dissemos, acima, mas acreditava que a bênção de ter sido o primogênito, o melhoraria e lhe garantiria aquela.

A primogenitura era transferível, como nos casos de Judá/Rúben, Efraim/Manassés e Salomão/Adonias” (Bíblia de Estudo de Genebra). Em outras palavras, a primogenitura era algo que não se podia dispensar. Era tida como ação graciosa de Deus para um propósito divino e, portanto, considerada uma bênção imensurável.

5-   A divisão pela predileção:

Gênesis 25.6 “E amava Isaque a Esaú, porque a caça era do seu gosto, mas Rebeca amava a Jacó.” Gn 25.28

O casal em sus predileções, talvez sonhasse com uma parceria, uma comunhão entre os irmãos Esaú e Jacó.

Perfeito, Esaú proveria alimento e sustento ao irmão, Jacó, por sua forma caseira cuidaria do clã, com autoridade, e juntos herdariam e transmitiriam o legado patriarcal.

Os dois filhos de Isaque e Rebeca eram totalmente diferentes tanto fisicamente como moral e espiritualmente. Enquanto Esaú era um caçador, Jacó era o tipo pensante.

Rebeca, no entanto, com intuição feminina, percebeu que a Esaú não interessava a “parceria” com Jacó?

Interessava-lhe apenas usufruir sozinho de seu sucesso material?

E que Jacó seria o único a herdar e a transmitir o patriarcalismo de seu pai Isaque.

Poderíamos recorrer a uma solução de falta de visão de Rebeca ou de Isaque, mesmo na predileção que trouxe guerra na família havia o agir de Deus.

Mas, não podemos afirmar que esta seria a forma de agir correta, pois Jacó poderia ser abençoado sem esta luta familiar?

“..., porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração. 1 Samuel 16:7

Quando não sabemos interpretar os planos de Deus podemos ser como Samuel, ver apenas o exterior.

Rebeca também não hesitou em interferir para que Isaque abençoasse Jacó no lugar de Esaú, fazendo de seu filho menor o pai das Doze Tribos de Israel.

Esaú – O primogênito sem o direito de o ser

Esaú, em hebraico, significa “peludo”. Ele também foi chamado de Edom, que, em hebraico, significa “vermelho”. Ele foi o pai dos edomitas, que habitaram em uma região que hoje é conhecida por Aqaba. Esaú nasceu ruivo e peludo. Ele era um perito caçador, um homem viril, do campo, destemido e agitado, completamente oposto a Jacó. Eles eram muito diferentes, tanto na aparência quanto no temperamento.

Esaú era o primogênito. Na cultura hebraica “o filho mais velho tinha o direito de ser o herdeiro principal da fortuna da família (27.33; Dt 21.17; 1Cr 5.1-2).

Transcrevo:

                                      “Livre e soberanamente, Deus havia escolhido Jacó como o herdeiro da promessa e, Isaque, por maior amor que tivesse por Esaú, não poderia contrariar o que Deus já havia estabelecido.

O partidarismo ‘patrifilial' é danoso na vida familiar.

Temos que aprender conviver e os trazer a conviver com as diferenças de nossos filhos e ajudá-los a superarem quando os conflitos aparentemente insolúveis aparecerem.

As nossas predileções não podem jamais contrariar o que Deus, livre e soberanamente, estabeleceu e determinou.

Gn 25.24 – E, cumprindo-se os seus dias para dar a luz, eis gêmeos no seu ventre.

25 – E saiu o primeiro, ruivo e todo com a uma veste cabeluda; por isso, chamaram o seu nome Esaú.

26 – E, depois, saiu o seu irmão, agarrando sua mão ao calcanhar de Esaú; por isso, se chamou o seu nome Jacó. E era Isaque da idade de sessenta anos quando os gerou.

Um alerta sobre o perigo da predileção entre os filhos:

Dar atenção especial a um filho, em detrimento do outro – ainda que em alguns casos isso seja necessário – pode causar sérios problemas: ciúme, ódio, falta de cordialidade, etc.

Os pais são criados para edificar um lar de amor, disciplina e aceitação mútua.

Os pais devem combater a rivalidade e a competição entre irmãos.

Os pais devem agir para que os filhos sentirem-se acolhidos e amados, ainda que considerando a peculiaridade de cada filho.” Parte (compilada e editada) do Estudo publicado originalmente pela Editora Cultura Cristã, na série Nossa Fé -– Casais da Bíblia.

 

Em EDIÇÃO

Fonte:

Mulheres Bíblicas; Morashá - Rebeca, a Segunda Matriarca - Corajosa, decidida e generosa. Estas são algumas características da personalidade de Rebeca, esposa de Itzhak e segunda matriarca do povo judeu. Edição 40 - Março de 2003

Isaque e Rebeca: um casal dividido pelo amor por seus filhos

Lição CPAD 2º trimestre 2023

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