Bíblia abriga duas versões contraditórias da criação do mundo
06/04/2008 - 10h39
Deus tem nomes diferentes e realiza ações em ordem inversa em textos do Gênesis.Datação e contexto cultural explicam incongruências; política também impactou texto.
Reinaldo José Lopes Do G1, em São Paulo
A maioria esmagadora dos leitores da Bíblia não percebe, mas os dois primeiros capítulos do livro sagrado de cristãos e judeus retratam não uma criação do mundo, mas duas. O ser humano surge de duas maneiras diferentes, uma logo depois da outra, e até o deus responsável pela criação não tem o mesmo nome nos dois relatos.
Essa natureza contraditória e fascinante do Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, está sendo revelada por uma série de estudos históricos e lingüísticos do texto sagrado. A arqueologia, por sua vez, mostra a relação dessas histórias com as de outros povos do Oriente Médio -- às vezes tão parecidas com o Gênesis que ajudam a recriar a "pré-história" das Escrituras.
"A hipótese básica é que os textos bíblicos foram reunidos de várias fontes diferentes, de períodos diferentes, ao longo de nove séculos", explica Suzana Chwarts, professora de estudos da Bíblia hebraica na USP. "Essa é a chamada hipótese documentária, discutida aos gritos em qualquer congresso internacional desde o século 19 até hoje", brinca Chwarts, referindo-se às polêmicas que rondam a idéia.Controvérsias à parte, a hipótese documentária costuma ver dois textos-base principais para as narrativas da criação, conhecidos pelas letrinhas P (primeiro relato) e J (o segundo). As diferenças entre a dupla são numerosas, como se pode conferir no infográfico abaixo.
06/04/2008 - 10h39
Deus tem nomes diferentes e realiza ações em ordem inversa em textos do Gênesis.Datação e contexto cultural explicam incongruências; política também impactou texto.
Reinaldo José Lopes Do G1, em São Paulo
A maioria esmagadora dos leitores da Bíblia não percebe, mas os dois primeiros capítulos do livro sagrado de cristãos e judeus retratam não uma criação do mundo, mas duas. O ser humano surge de duas maneiras diferentes, uma logo depois da outra, e até o deus responsável pela criação não tem o mesmo nome nos dois relatos.
Essa natureza contraditória e fascinante do Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, está sendo revelada por uma série de estudos históricos e lingüísticos do texto sagrado. A arqueologia, por sua vez, mostra a relação dessas histórias com as de outros povos do Oriente Médio -- às vezes tão parecidas com o Gênesis que ajudam a recriar a "pré-história" das Escrituras.
"A hipótese básica é que os textos bíblicos foram reunidos de várias fontes diferentes, de períodos diferentes, ao longo de nove séculos", explica Suzana Chwarts, professora de estudos da Bíblia hebraica na USP. "Essa é a chamada hipótese documentária, discutida aos gritos em qualquer congresso internacional desde o século 19 até hoje", brinca Chwarts, referindo-se às polêmicas que rondam a idéia.Controvérsias à parte, a hipótese documentária costuma ver dois textos-base principais para as narrativas da criação, conhecidos pelas letrinhas P (primeiro relato) e J (o segundo). As diferenças entre a dupla são numerosas, como se pode conferir no infográfico abaixo.
De P a J
O relato de P é o único a detalhar a criação de todos os corpos celestes e seres vivos em seis dias. Nele, o homem e a mulher são criados ao mesmo tempo, e a divindade usa apenas palavras para fazer isso. Já o relato de J inverte a ordem de alguns elementos e, na verdade, enfoca apenas a criação dos seres humanos (trata-se da famosa história do homem feito de barro e da mulher modelada a partir de sua costela).
De quebra, os personagens que comandam a ação parecem não ser os mesmos. O primeiro recebe o nome hebraico Elohim (originalmente uma forma do plural, como "deuses", mas usada para designar uma única divindade), normalmente traduzido simplesmente como "Deus". O segundo é apresentado como Yahweh Elohim (dependendo da versão da Bíblia, chamado de "Senhor Deus" ou "Javé Deus" em português). Os indícios nesse e em outros textos bíblicos sugerem que os dois nomes refletem a influência de antigos deuses pagãos sobre a concepção de Deus dos antigos israelitas, autores e editores da obra.
As idéias sobre a origem dos relatos são variadas. Recolhendo pistas no texto hebraico completo da Bíblia, há quem aposte que J é o material mais antigo da dupla, tendo sido composto por volta do ano 700 a.C. Por outro lado, fala-se numa data mais recente para P, talvez a fase que se seguiu ao exílio dos habitantes do reino de Judá (a parte sul do antigo Israel) na Babilônia -- ou seja, pouco antes do ano 500 a.C.
Chwarts, no entanto, diz que a principal diferença entre a dupla talvez não seja a data, mas a visão de mundo. P teria sido escrito pela casta sacerdotal israelita, a julgar pelo seu ritmo altamente ritualizado e organizado. "Ele é arquitetonicamente estruturado e ordenado, hierárquico. É totalmente antimitológico: tudo é criado pela palavra, inclusive os astros celestes, que são divindades em todas as outras culturas do Oriente Médio antigo, viram meras criações de Deus", afirma ela.
O relato de P é o único a detalhar a criação de todos os corpos celestes e seres vivos em seis dias. Nele, o homem e a mulher são criados ao mesmo tempo, e a divindade usa apenas palavras para fazer isso. Já o relato de J inverte a ordem de alguns elementos e, na verdade, enfoca apenas a criação dos seres humanos (trata-se da famosa história do homem feito de barro e da mulher modelada a partir de sua costela).
De quebra, os personagens que comandam a ação parecem não ser os mesmos. O primeiro recebe o nome hebraico Elohim (originalmente uma forma do plural, como "deuses", mas usada para designar uma única divindade), normalmente traduzido simplesmente como "Deus". O segundo é apresentado como Yahweh Elohim (dependendo da versão da Bíblia, chamado de "Senhor Deus" ou "Javé Deus" em português). Os indícios nesse e em outros textos bíblicos sugerem que os dois nomes refletem a influência de antigos deuses pagãos sobre a concepção de Deus dos antigos israelitas, autores e editores da obra.
As idéias sobre a origem dos relatos são variadas. Recolhendo pistas no texto hebraico completo da Bíblia, há quem aposte que J é o material mais antigo da dupla, tendo sido composto por volta do ano 700 a.C. Por outro lado, fala-se numa data mais recente para P, talvez a fase que se seguiu ao exílio dos habitantes do reino de Judá (a parte sul do antigo Israel) na Babilônia -- ou seja, pouco antes do ano 500 a.C.
Chwarts, no entanto, diz que a principal diferença entre a dupla talvez não seja a data, mas a visão de mundo. P teria sido escrito pela casta sacerdotal israelita, a julgar pelo seu ritmo altamente ritualizado e organizado. "Ele é arquitetonicamente estruturado e ordenado, hierárquico. É totalmente antimitológico: tudo é criado pela palavra, inclusive os astros celestes, que são divindades em todas as outras culturas do Oriente Médio antigo, viram meras criações de Deus", afirma ela.
Já o segundo relato "não traz uma reflexão filosófica, mas reflete a visão popular de um camponês na terra de Israel. Esse é um deus mais paternal: quando cria o homem, o verbo usado é yatsar, ou seja, modelar a partir de uma substância", explica.
Polêmica
O curioso é que elementos que lembram tanto a primeira quanto a segunda história da criação aparecem em textos desencavados por arqueólogos no Oriente Médio. "A imagem de deuses fazendo uma série de pequenos humanos com argila, como se fossem oleiros, também é muito comum", lembra Christine Hayes, professora de estudos judaicos da Universidade Yale (EUA). O mais famoso desses textos mitológicos é o "Enuma Elish", achado no atual Iraque e escrito em acadiano, uma língua aparentada ao hebraico. Tal como o primeiro capítulo do Gênesis, o "Enuma Elish" também descreve um mundo primordial coberto pelas águas, que é organizado por um deus -- no caso, Marduk, que estabelece o firmamento celeste, a terra firme e os astros.
O curioso é que elementos que lembram tanto a primeira quanto a segunda história da criação aparecem em textos desencavados por arqueólogos no Oriente Médio. "A imagem de deuses fazendo uma série de pequenos humanos com argila, como se fossem oleiros, também é muito comum", lembra Christine Hayes, professora de estudos judaicos da Universidade Yale (EUA). O mais famoso desses textos mitológicos é o "Enuma Elish", achado no atual Iraque e escrito em acadiano, uma língua aparentada ao hebraico. Tal como o primeiro capítulo do Gênesis, o "Enuma Elish" também descreve um mundo primordial coberto pelas águas, que é organizado por um deus -- no caso, Marduk, que estabelece o firmamento celeste, a terra firme e os astros.
Política pós-exílio
Silva diz que a relação entre 'adam e 'adamah, ou "terra" em hebraico, tem a ver com a idéia de terra enquanto lavoura, terreno para plantar. Nesse caso, as narrativas do Gênesis estariam de olho na necessidade de voltar a cultivar a terra da Palestina depois que o povo de Judá voltou do exílio na Babilônia.
Ribeiro, da PUC-RJ, aposta justamente nessa interpretação social e política para explicar a primeira narrativa da criação. "Essas narrativas tinham uma função específica no antigo mundo semítico, e essa função aparentemente não tinha a ver com a nossa visão delas como relatos da origem de tudo o que existe", afirma. O "Enuma Elish", por exemplo, era recitado na construção de templos e cidades -- como uma parte ritual da ação criadora que estava sendo executada.
Ora, ao voltar do exílio, os ancestrais dos judeus, capitaneados pelos sacerdotes, viram-se diante da tarefa de reconstruir o Templo de Jerusalém -- e o relato da criação seria justamente uma versão ritual desse processo. Ribeiro afirma que há um paralelo claro entre a situação de caos e de desolação antes da ação divina e a terra de Israel devastada pela guerra. "Por exemplo, quando uma cidade é destruída na Bíblia, há a invasão das águas", diz. Isso explicaria também porque, estranhamente para nós, Deus não cria as coisas do nada, mas reorganiza elementos que já estão presentes -- como alguém que traz de novo a lei e a ordem para uma região.
"Eu sinceramente nem sei se os povos semitas antigos tinham essa noção da criação do Universo inteiro a partir do princípio. Para eles, a criação significava provavelmente a criação de sua própria cultura, de sua própria civilização. O que ficava fora dos muros da cidade ou dos campos cultivados perto dela era considerado o caos", afirma Ribeiro.
Contradições preservadas
Diante da história complicada e tortuosa do texto, a pergunta é inevitável: por que os editores antigos resolveram preservar as contradições, em vez de apagá-las?
"Porque ambas eram respeitadas em seus círculos, ambas eram fontes com autoridade, e os redatores bíblicos utilizaram o sistema de edição 'cortar/colar', e nunca 'deletar'. Para o pensamento semita antigo, não há contradição alguma em dois relatos diferentes estarem no mesmo livro. Aliás, a idéia é que a palavra de Deus é múltipla e e se expressa de múltiplas formas, assim como sua verdade", arremata Suzana Chwarts.
Silva diz que a relação entre 'adam e 'adamah, ou "terra" em hebraico, tem a ver com a idéia de terra enquanto lavoura, terreno para plantar. Nesse caso, as narrativas do Gênesis estariam de olho na necessidade de voltar a cultivar a terra da Palestina depois que o povo de Judá voltou do exílio na Babilônia.
Ribeiro, da PUC-RJ, aposta justamente nessa interpretação social e política para explicar a primeira narrativa da criação. "Essas narrativas tinham uma função específica no antigo mundo semítico, e essa função aparentemente não tinha a ver com a nossa visão delas como relatos da origem de tudo o que existe", afirma. O "Enuma Elish", por exemplo, era recitado na construção de templos e cidades -- como uma parte ritual da ação criadora que estava sendo executada.
Ora, ao voltar do exílio, os ancestrais dos judeus, capitaneados pelos sacerdotes, viram-se diante da tarefa de reconstruir o Templo de Jerusalém -- e o relato da criação seria justamente uma versão ritual desse processo. Ribeiro afirma que há um paralelo claro entre a situação de caos e de desolação antes da ação divina e a terra de Israel devastada pela guerra. "Por exemplo, quando uma cidade é destruída na Bíblia, há a invasão das águas", diz. Isso explicaria também porque, estranhamente para nós, Deus não cria as coisas do nada, mas reorganiza elementos que já estão presentes -- como alguém que traz de novo a lei e a ordem para uma região.
"Eu sinceramente nem sei se os povos semitas antigos tinham essa noção da criação do Universo inteiro a partir do princípio. Para eles, a criação significava provavelmente a criação de sua própria cultura, de sua própria civilização. O que ficava fora dos muros da cidade ou dos campos cultivados perto dela era considerado o caos", afirma Ribeiro.
Contradições preservadas
Diante da história complicada e tortuosa do texto, a pergunta é inevitável: por que os editores antigos resolveram preservar as contradições, em vez de apagá-las?
"Porque ambas eram respeitadas em seus círculos, ambas eram fontes com autoridade, e os redatores bíblicos utilizaram o sistema de edição 'cortar/colar', e nunca 'deletar'. Para o pensamento semita antigo, não há contradição alguma em dois relatos diferentes estarem no mesmo livro. Aliás, a idéia é que a palavra de Deus é múltipla e e se expressa de múltiplas formas, assim como sua verdade", arremata Suzana Chwarts.
Terroso
A análise moderna do texto hebraico revela outras surpresas em relação a Adão, o suposto ancestral isolado de todos os seres humanos. "Para começar, Adão não é um nome próprio", diz Hayes. A primeira narrativa diz que Deus criou o 'adam -- com artigo definido, como se fosse uma categoria de seres, e não um indivíduo. "Já se traduziu 'adam como o terroso [ou seja, o feito de terra]", conta Osvaldo Ribeiro. De quebra, nesse relato diz-se explicitamente que o 'adam, homem e mulher juntos, são criados ao mesmo tempo e ambos seriam "imagem e semelhança" de Deus.
"É que, no mundo antigo, não se concebe um deus sozinho. Todo deus tem sua fêmea -- não dá para imaginar um deus celibatário", explica Rafael Rodrigues da Silva, professor do Departamento de Teologia e Ciências da Religião da PUC-SP.
A análise moderna do texto hebraico revela outras surpresas em relação a Adão, o suposto ancestral isolado de todos os seres humanos. "Para começar, Adão não é um nome próprio", diz Hayes. A primeira narrativa diz que Deus criou o 'adam -- com artigo definido, como se fosse uma categoria de seres, e não um indivíduo. "Já se traduziu 'adam como o terroso [ou seja, o feito de terra]", conta Osvaldo Ribeiro. De quebra, nesse relato diz-se explicitamente que o 'adam, homem e mulher juntos, são criados ao mesmo tempo e ambos seriam "imagem e semelhança" de Deus.
"É que, no mundo antigo, não se concebe um deus sozinho. Todo deus tem sua fêmea -- não dá para imaginar um deus celibatário", explica Rafael Rodrigues da Silva, professor do Departamento de Teologia e Ciências da Religião da PUC-SP.
Posição do Editor:
Publicamos partes deste texto para que possamos estar atentos a informações, que tem encontrado abrigo no meio cristão, e que sem percebermos, começa a se avolumar, para ser crida como verdade, quando não o é. CUIDADO!
Publicamos partes deste texto para que possamos estar atentos a informações, que tem encontrado abrigo no meio cristão, e que sem percebermos, começa a se avolumar, para ser crida como verdade, quando não o é. CUIDADO!
Parece que é mais fácil reconhecer "Enuma Elisha" como algo sagrado, do que se acreditar ou querer entendê-lo como uma confirmação do Dilúvio relatado na Bíblia Sagrada, ou seja, os povos contam o que ocorreu durante este período, confirmando o que diz a Bíblia e revelam também a questão da origem da famílias da terra; esta tentativa desenfreada de desqualificadora, tem sido por anos a luta do homem contra a Palavra de Deus.
No texto desta publicação, só Suzana Chwarts (pelo que me parece) apresenta um pouco de descortínio nas suas citações, muito embora, careça de muita compreensão sobre o que é a Palavra de Deus.
“Explica Suzana Chwarts, professora de estudos da Bíblia hebraica na USP. "Essa é a chamada hipótese documentária, discutida aos gritos em qualquer congresso internacional desde o século 19 até hoje", brinca Chwarts, referindo-se às polêmicas que rondam a idéia.”. Deixando aberto a caminho para nós combatermos este tipo de visão liberal da composição divina-humana, da Palavra de Deus, e deixa claro “É UMA HIPÓTESE, isto é, não há comprovação).
Ao longo da história esta Palavra tem sido atacada, na tentativa de coloca-la no mesmo nível que os livros humanos, porém Ela tem resistido a todos ataques, e a si mesmo confirmando com os acontecimentos que Ela prenuncia na Revelação plenomática de Deus aos seus profetas que a escreveram, sob a unção do Espírito Santo.
Jr 1.1.ss: As palavras de Jeremias... Então estendeu o Senhor a mão, e tocou-me na boca; e disse-me o Senhor: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca...disse o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir.
Lc.21.33: Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão.
I Pe.1.25:... mas a palavra do Senhor permanece para sempre.
I - Uma das regras, entre tantas, que devemos usar para o entendimento bíblico é a seguinte regra:
A Bíblia sempre se utiliza, de um princípio ou modelo narrativo, pelo qual, toda narrativa, é primeiramente enunciada, e posteriormente explicada ou detalhada.
Ou seja, sempre começa do básico para ir para o geral, sempre começa do conceito para depois explicar o conceito;
II - Bem como, a regra áurea:
A Bíblia explica a própria Bíblia.
II Pe. 2.20: sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação...Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo. Aqui, profecia refere-se a toda a Escritura ou Palavra de Deus escrita, em sua revelação aos que a escreveram sob a égide "teopneuma", ou sopro de Deus, pelo seu Espírito Santo.
Logicamente, não é tão simples assim, estas regras são fruto de muito estudo e revelação de Deus aos homens e segundo a própria Bíblia.
No texto desta publicação, só Suzana Chwarts (pelo que me parece) apresenta um pouco de descortínio nas suas citações, muito embora, careça de muita compreensão sobre o que é a Palavra de Deus.
“Explica Suzana Chwarts, professora de estudos da Bíblia hebraica na USP. "Essa é a chamada hipótese documentária, discutida aos gritos em qualquer congresso internacional desde o século 19 até hoje", brinca Chwarts, referindo-se às polêmicas que rondam a idéia.”. Deixando aberto a caminho para nós combatermos este tipo de visão liberal da composição divina-humana, da Palavra de Deus, e deixa claro “É UMA HIPÓTESE, isto é, não há comprovação).
Ao longo da história esta Palavra tem sido atacada, na tentativa de coloca-la no mesmo nível que os livros humanos, porém Ela tem resistido a todos ataques, e a si mesmo confirmando com os acontecimentos que Ela prenuncia na Revelação plenomática de Deus aos seus profetas que a escreveram, sob a unção do Espírito Santo.
Jr 1.1.ss: As palavras de Jeremias... Então estendeu o Senhor a mão, e tocou-me na boca; e disse-me o Senhor: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca...disse o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir.
Lc.21.33: Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão.
I Pe.1.25:... mas a palavra do Senhor permanece para sempre.
I - Uma das regras, entre tantas, que devemos usar para o entendimento bíblico é a seguinte regra:
A Bíblia sempre se utiliza, de um princípio ou modelo narrativo, pelo qual, toda narrativa, é primeiramente enunciada, e posteriormente explicada ou detalhada.
Ou seja, sempre começa do básico para ir para o geral, sempre começa do conceito para depois explicar o conceito;
II - Bem como, a regra áurea:
A Bíblia explica a própria Bíblia.
II Pe. 2.20: sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação...Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo. Aqui, profecia refere-se a toda a Escritura ou Palavra de Deus escrita, em sua revelação aos que a escreveram sob a égide "teopneuma", ou sopro de Deus, pelo seu Espírito Santo.
Logicamente, não é tão simples assim, estas regras são fruto de muito estudo e revelação de Deus aos homens e segundo a própria Bíblia.
Na hipótese apresentada pelos consultores da matéria, nota-se que eles se utilizam do pensamento liberal sobre a seguinte discussão:
1- O Pentateuco foi todo escrito por Moisés?
2- Houve alteração ou acréscimo ou complementação no Período sacerdotal, séculos após, por interesse dos sacerdotes(P), manterem seus previlégios e domínio sobre o povo?
Esta é a base das declarações dos consultores e da matéria publicada.
Por isso, o uso da letra P e J.
P - priest – sacerdote
Segundo estes liberais, no período sacerdotal, séculos depois do que a Bíblia nos ensina, sacerdotes, teriam acrescentado ou escrito trechos do Pentateuco.
J- de Javista (Javé) ou YHWH).
P - priest – sacerdote
Segundo estes liberais, no período sacerdotal, séculos depois do que a Bíblia nos ensina, sacerdotes, teriam acrescentado ou escrito trechos do Pentateuco.
J- de Javista (Javé) ou YHWH).
Trata-se de estudos das Escrituras, mormente dos Pentateuco, em que correntes liberais discutem, se há inclusão ou não de mitos e personagens de outras culturas, principalmente a Mesopotâmica, no relato da Criação ou na Cosmogonia de Gênesis.
Acho interessante que um dos entrevistados descobre o que nós estudiosos da Bíblia já sabemos há séculos:
“Para começar, Adão não é um nome próprio", diz Christine Hayes, professora de estudos judaicos da Universidade Yale (EUA), grande informação, qualquer aluno de teologia, desde o básico sabe disto.
Abaixo, segue um pequeno texto de Anísio Andrade sobre as Teorias das Fontes.
Acho interessante que um dos entrevistados descobre o que nós estudiosos da Bíblia já sabemos há séculos:
“Para começar, Adão não é um nome próprio", diz Christine Hayes, professora de estudos judaicos da Universidade Yale (EUA), grande informação, qualquer aluno de teologia, desde o básico sabe disto.
Abaixo, segue um pequeno texto de Anísio Andrade sobre as Teorias das Fontes.
A TEORIA DAS FONTES
Alguns eruditos sugerem que a partir de Gênesis 2.4, temos outro relato da criação.
O texto que antecede esta parte, seria de uma origem e o que começa em 2.4 seria de outra.
A primeira fonte chamada de “Eloísta”, por se referir a Deus pelo nome “Elohim”, conforme se lê na bíblia hebraica.
O texto seguinte foi chamado de “Javista”, por se utilizar do nome “Javé” ou “Iavé”.
Esta teoria apóia a argumentação de que Moisés teria reunido fragmentos escritos sobre a criação. De qualquer forma, nada disso invalida ou lança dúvida sobre o texto bíblico.
Ambos os textos se completam.
No capítulo 1, a criação do homem já tinha sido narrada.
O capítulo 2, volta a este assunto, nos fornecendo detalhes da forma como Deus criou o homem e a mulher, e como foi a relação de Deus com o ser humano antes do pecado.
Alguns eruditos sugerem que a partir de Gênesis 2.4, temos outro relato da criação.
O texto que antecede esta parte, seria de uma origem e o que começa em 2.4 seria de outra.
A primeira fonte chamada de “Eloísta”, por se referir a Deus pelo nome “Elohim”, conforme se lê na bíblia hebraica.
O texto seguinte foi chamado de “Javista”, por se utilizar do nome “Javé” ou “Iavé”.
Esta teoria apóia a argumentação de que Moisés teria reunido fragmentos escritos sobre a criação. De qualquer forma, nada disso invalida ou lança dúvida sobre o texto bíblico.
Ambos os textos se completam.
No capítulo 1, a criação do homem já tinha sido narrada.
O capítulo 2, volta a este assunto, nos fornecendo detalhes da forma como Deus criou o homem e a mulher, e como foi a relação de Deus com o ser humano antes do pecado.
Leia sobre Mitos na Bíblia do Prof. Dr. Pastor Augustus Nicodemus, de quem aprendi a ortodoxia da Palavra.
Texto compilado e adaptado por: Osvarela
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