Síria e
a Guerra contra a Fome, em meio a guerra!
Contra
fome, religiosos liberam consumo de gatos, cachorros e burros na Síria
15
de Outubro de 2013•09h11 • atualizado às 09h38
Exatamente
neste dia 15, no qual, se comemora o Dia do Sacrifício em oferta a Maomé e se
atira pedra no demônio, as autoridades religiosas da Síria emitiram uma “fatwa”
permitindo a população de damasco, a maioria na Região Sul, da milenar capital,
a comerem carne de animais domésticos ou usados no campo e regiões agrícolas.
Depois
de décadas de repressão, as pessoas resolveram lutar por liberdade e
democracia. Mas o ditador não cedeu. Então, o movimento que iniciou durante a
Primavera Árabe se transformou em um conflito sangrento que matou mais de 100
mil e afetou sete
milhões
(há dois milhões de refugiados), um terço da população do país.
Eid al-Adha
O início do ritual de
apedrejamento de Satã coincide com o primeiro dia do Eid al-Adha, a festa do
sacrifício, celebrada pelos muçulmanos em todo o mundo.
A lapidação
simboliza, segundo a tradição muçulmana, a resistência a Satã, que apareceu em
três lugares diferentes para o patriarca Abraão para tentar convencê-lo a não
sacrificar seu filho Ismael, seguindo as ordens de Deus. Quando Abraão estava
prestes a sacrificar seu filho, ele recebeu um cordeiro, que foi morto no lugar
de Ismael.
Assim,
a população, em meio a guerra civil, que opõe o Governo de Bashar al-Assad e os
revolucionários que dominam certas regiões poderá comer a carne “haram” ou a
carne antes considerada impura, como
Carne
de cachorro;
Carne
de burros;
Carne
de gatos.
A
notícia deixou os radicais em polvorosa, pois é contra os princípios religiosos
muçulmano,
o uso destas carnes.
O
que me espanta é que neste período e dia, são sacrificados milhares de animais,
como camelos, ovelhas e gado bovino, nos países muçulmanos, neste Eid al-Adha.
Refugiados e
sofredores
No
centro de cadastro da Agência da ONU para os Refugiados, em Beirute,
encontramos a família do sírio Bassel Rihavi. Ele, a esposa e quatro filhos
dependem do auxílio internacional para sobreviver.
"Espero
que nos ajudem economicamente, que nos forneçam alimentos e, se possível, agora
com o início do ano escolar, vagas para as crianças. Fugi por temer pela vida
dos meus filhos. Não suportava mais aquela situação que a cada dia se tornava
ainda mais perigosa".
Respeitando
a religiosidade dos fiéis, no entanto... Fica a pergunta: Por quer não enviar esta carne para os seus
irmãos na síria e ajuda-los a combater a Fome?
É
um mundo difícil de entender. Na mesma época na Sérvia se sacrificam milhares
de ovelhas em homenagem a São Jorge.
Segue a
reportagem:
Um
grupo de xeques e ulemás sírios emitiram nesta terça-feira uma fatwa (espécie
de decreto islâmico) pelo qual permitem aos habitantes dos subúrbios do sul de
Damasco comer gatos, cachorros e burros para não morrerem de fome devido à
guerra civil.
"Fazemos
uma chamada humanitária dolorosa a todo o mundo sobre a situação que estamos
vivendo no sul de Damasco", disseram os clérigos em um vídeo publicado na
internet.
Os
religiosos denunciaram que os moradores dos distritos do sul, cenário diário de
bombardeios e enfrentamentos entre as forças do regime de Bashar al-Assad e os
rebeldes, correm o risco de morrer de fome.
"Nossa
fé autoriza comer gatos, cachorros e burros porque o povo não tem mais
alimentos", disseram.
Os
clérigos advertiram que se a situação continuar assim os vivos serão obrigados
até mesmo a comer a carne dos mortos.
O
Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) informou ontem que as autoridades
sírias tinham permitido que 2.000 mulheres, crianças e idosos abandonassem a
cidade de Muadamiya al-Sham, ao sudoeste da capital, em guerra há vários meses.
Segundo
algumas interpretações islâmicas, é proibido por diversos motivos o consumo de
carne de cachorros, gatos e burros em alguns ditos do profeta Maomé e no
Alcorão.
Tais
interpretações consideram "haram" (proibido) comer esses animais por
serem "impuros" ao se alimentarem de sobras, enquanto outras
argumentam que, segundo um versículo Alcorão, não se pode consumir animais que
tenham presas.
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