Lição 01-CPAD – 2º Trimestre 2009 Autor: Osvarela
TEXTO ÁUREO:
I Co. 3.1: E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo.
Leitura Bíblica Em Classe:
I Co. 3.1-9.
1 E eu, irmãos não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo.
2 Com leite vos criei, e não com manjar, porque não a podíeis suportar; nem tampouco agora podeis;
3 porquanto ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja e contendas, não sois porventura carnais, e não estais andando segundo os homens?
4 Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; não sois carnais?
5 Pois, quem é Apolo, e quem é Paulo, senão ministros pelos quais crestes, e isso conforme o que o Senhor concedeu a cada um?
6 Eu plantei; Apolo regou; mas Deus deu o crescimento.
7 Pelo que, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.
8 Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho.
9 Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.
Texto devocional:
I Co. 3. 11: Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.
Texto de apoio:
ATOS 18.1.ss: Depois disto Paulo partiu de Atenas e chegou a Corinto.
Os ajudadores:
2. E encontrando um judeu por nome Áqüila, natural do Ponto, que pouco antes viera da Itália, e Priscila, sua mulher (porque Cláudio tinha decretado que todos os judeus saíssem de Roma), foi ter com eles, e, por ser do mesmo ofício, com eles morava, e juntos trabalhavam; pois eram, por ofício, fabricantes de tendas. Ele discutia todos os sábados na sinagoga, e persuadia a judeus e gregos. Quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia...
Deixando os judeus e convertendo judeus:
5.... Paulo dedicou-se inteiramente à palavra, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo. Como estes, porém, se opusessem e proferissem injúrias, sacudiu ele as vestes e disse-lhes: O vosso sangue seja sobre a vossa cabeça; eu estou limpo, e desde agora vou para os gentios. E saindo dali, entrou em casa de um homem temente a Deus, chamado Tito Justo, cuja casa ficava junto da sinagoga.
8. Crispo, chefe da sinagoga, creu no Senhor com toda a sua casa; e muitos dos coríntios, ouvindo, criam e eram batizados. E de noite disse o Senhor em visão a Paulo: Não temas, mas fala e não te cales; porque eu estou contigo e ninguém te acometerá para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade.
Período de formação e ensino em Corinto:
11....E ficou ali um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus.
INTRODUÇÃO:
Neste trimestre temos uma expectativa excelente, quanto ao que estudaremos, primeiro por ser a Palavra de Deus, segundo pelo Livro em estudo e terceiro pelo Comentarista, sem demérito algum, a todos os outros, mas em especial pelo escritor deste trimestre, o eminente Prof. Pr. Antonio Gilberto, decano da Teologia Assembleiana, a quem tive a honra de conhecer desde a minha juventude e com ele poder estudar algumas matérias teológicas, no antigo IBP-RJ, sob a direção do Missº. Lawrence Olsen “in memorian”.
a-O retrocesso da Igreja de Corinto:
A igreja de Corinto estava em franco retrocesso, por ter feito das línguas uma maneira de medir a espiritualidade cristã.
Alguns entendem, contudo, que I Epístola de Paulo aos Coríntios, não é uma epístola de tratamento sistemático, mas de caráter eventual, dado às condições em que foi elaborada, ou seja, em cima de fatos e acontecimentos vivenciados pela Igreja local e ao longo da mesma Paulo apresente doutrinas extraordinárias, que podem fugir do conteúdo dos questionamentos inicias, mas se Paulo assim o fez, o fez, sob a égide do Espírito Santo.
I- Dados sobre a Epístola de I Coríntios:
a-A importância da Comunidade da Antioquia:
Muito embora, nenhuma outra cidade fosse tão importante para o cristianismo, como foi a cidade de Jerusalém, nos primeiros vinte anos da fé cristã, a cidade de Antioquia foi o grande centro secundário para propagação da fé cristã, pela sua independência apostólica e da Lei, pois se desagregou rapidamente da Sinagoga.
A comunidade antioquena local onde procedeu o ministério Paulino é fundamental no entendimento das propostas teológicas para a ação de Paulo entre os Coríntios.
Há um caminho de Antioquia a Corinto, com passagem marcante por Jerusalém, e pela pessoa de Pedro.
A presença de Pulo por doze anos nesta comunidade permitiu ao mesmo, desenvolver através da revelação de Jesus Cristo uma teologia desassociada da presença que, o brilho do ministério de Jerusalém trazia consigo, da força da presença judaica, muito embora, isto não quer dizer que não houvesse uma forte presença hebraica ou judaizante entre aqueles de Corinto, basta ver pontos abaixo, esta força inicial, a scintilla, é também um dos motivos da dureza e o desencadear da desordem na Igreja de Corinto.
A autonomia apostólica paulina carecia de sua voz e isto é demonstrado na Igreja de Corinto, após a passagem de vários Obreiros por ela, nisto Paulo é o primeiro a falar, não só aos coríntios, mas a outras Igrejas, tanto o faz se preocupar que ele elege Timóteo, Tito e outros para continuarem a ministrar aquilo que plantara.
A obra antioquena foi resultado da dura perseguição á Igreja, ao Caminho, mas por esta perseguição o evangelho de Cristo se propagou para aquelas partes do mundo oriental, de tal forma, que a Obra de Antioquia servirá para ensinar aos Corinto sobre muitas atividades da Igreja, entre elas, sobre ofertas e ajuda [Atos 13.29,30: E os discípulos resolveram mandar, cada um conforme suas posses, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia; o que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e Saulo.].
b-A escolha de Paulo e Barnabé em Antioquia:
A dispersão causou a disposição de evangelizar outras partes, tudo como Jesus previra e ensinava.
Atos 11.19.ss: Aqueles, pois, que foram dispersos pela tribulação suscitada por causa de Estêvão, passaram até a Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus. Havia, porém, entre eles alguns cíprios e cirenenses, os quais, entrando em Antioquia, falaram também aos gregos, anunciando o Senhor Jesus. Chegou a notícia destas coisas aos ouvidos da igreja em Jerusalém; e enviaram Barnabé a Antioquia; Partiu, pois, Barnabé para Tarso, em busca de Saulo; e tendo-o achado, o levou para Antioquia.
Esta parceria Paulo-Barnabé, ou disputa antioquena, acabou indo parar no Concílio entre disputas sobre práticas judaizantes e posteriormente pela presença de João Marcos na caravana de pregadores, veio a ser desfeita.
Atos 15.36: Decorridos alguns dias, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar os irmãos por todas as cidades em que temos anunciado a palavra do Senhor, para ver como vão. Ora, Barnabé queria que levassem também a João, chamado Marcos. Mas a Paulo não parecia razoável que tomassem consigo aquele que desde a Panfília se tinha apartado deles e não os tinha acompanhado no trabalho. E houve entre eles tal desavença que se separaram um do outro, e Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre. Mas Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu encomendado pelos irmãos à graça do Senhor. E passou pela Síria e Cilícia, fortalecendo as igrejas.
c-O colégio de Mestres e profetas de Antioquia:
Antioquia tinha um invejável corpo de Obreiros, mestres e doutores, gente da alta classe social realmente convertidos a Jesus Cristo e se dispuseram a trabalhar sem medir esforços na propagação do evangelho.
Assim sendo, Antioquia tem um caráter de rudimento na história da Igreja de Corinto, inclusive sobre os questionamentos realizados pela comunidade local, ao Apóstolo Paulo.
ATOS 15.1,2: Então alguns que tinham descido da Judéia ensinavam aos irmãos: Se não vos circuncidardes, segundo o rito de Moisés, não podeis ser salvos. Tendo Paulo e Barnabé contenda e não pequena discussão com eles, os irmãos resolveram que Paulo e Barnabé e mais alguns dentre eles subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, por causa desta questão.
ATOS 13.1: Ora, na igreja em Antioquia havia profetas e mestres, a saber: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes o tetrarca, e Saulo.2 Enquanto eles ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.
d-A FÉ PRÉ-CORÍNTIA:
I Co 8.6: todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual existem todas as coisas, e por ele nós também.
A partir, da Antioquia, mas deve-se procurar entender que estes fundamentos e tradições utilizadas por Paulo pertencem ao patrimônio da comunidade de orientação, cristã-gentílica da Antioquia, a despeito dos cristãos-judeus ali estabelecidos.
É importante este entendimento, haja vista a questão das divisões apontadas no capítulo primeiro e na Leitura bíblica em classe de nossa lição deste domingo.
e-A questão Pedro:
Uma questão judaico-cristã e uma questão gentílica-cristã.
Pedro era pertencente ao círculo íntimo de Jesus, foi exortado a cuidar do rebanho, foi exortado a iniciar a pregação sem acepções de raça, línguas ou nações.
Pedro no Concílio de Jerusalém se proclama, com todo direito, Pregador dos gentios [ veja Atos 10.9-30], mas foi fundamental a sua fala durante o Concílio, pois dali se estabeleceu uma nova jornada para o Apóstolo Paulo da Igreja antioquena e seus demais companheiro, o que levou Paulo a disassociar-se, por anos da Igreja de Jerusalém e posteriormente iniciar sua jornada solo, óbvio, que acompanhado de ajudadores, mas que acaba desembocando ou desaguando, nesta sua etapa pós-antioquia, na Evangelização de cidades importantes e capitais, incluindo neste jornadear a cidade de Corinto, após deixar a Via Egnatia,.
Sendo assim surgem num espaço de aproximadamente três anos desde Antioquia até a Carta aos Tessalonicenses escrita em Corinto, as comunidades na Galácia [antiga Ancira – hoje Ancara], Filipos, Tessalônica [Via Egnatia] e a própria Igreja de Corinto – solo da Europa. Leia a literatura lucana de Atos dos Apóstolos.
Deve-se, também destacar neste período a extensão geográfica alcançada pela missão antioquena na pessoa do Apóstolo Paulo e companheiros.
Paulo é agora um missionário universal, não mais preso a Jerusalém, mas respeitando-a como sede da Igreja [leia e veja Gl.2].
f-Período da escrita de Coríntios:
Todo a escrita da correspondência epistolar de Paulo aos coríntios situa-se no período em que o mesmo encontra-se em Éfeso.
II - Abordando o Tema:
A teologia da cruz que Paulo ensinou aos coríntios foi e é seguidamente ressaltada por ele como base de sua pregação e ensino.
I Co.1.17,18: Porque Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho; não em sabedoria de palavras, para não se tornar vã a cruz de Cristo. Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.
I Co.6.11: mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.
Primeiro ter a Sabedoria de Deus:
I Co 2.4.ss: A minha linguagem e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito de poder; para que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus. Na verdade, entre os perfeitos falamos sabedoria, não porém a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que estão sendo reduzidos a nada; mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, que esteve oculta, a qual Deus preordenou antes dos séculos para nossa glória;
Paulo ensina sobre como Ele próprio conseguiu aglutinar em Cristo o povo da Acaia, não foi pelo seu próprio poder de persuasão ou das muitas letras, mas foi pelo poder da verdadeira Sabedoria a Sabedoria de Deus.
Sendo assim é um Paulo perplexo e conhecedor da capacidade espiritual existente em Corinto que inicia a sua fala no capítulo primeiro da Epístola:
I Co.1 4.ss: Sempre dou graças a Deus por vós, pela graça de Deus que vos foi dada em Cristo Jesus; porque em tudo fostes enriquecidos nele, em toda palavra e em todo o conhecimento,... de maneira que nenhum dom vos falta... Rogo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que sejais concordes no falar, e que não haja dissensões entre vós; antes sejais unidos no mesmo pensamento e no mesmo parecer. Pois a respeito de vós, irmãos meus, fui informado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós.
Rogar – tentar convencer com pedidos; instar; insistir com rogos.
Paulo começa a descrever a necessidade da sabedoria, uma sabedoria, não do mundo natural, mas a sabedoria dada pelo Senhor.
Há aqui uma necessária tentativa de entender, através do próprio ensinamento, como uma Igreja dotada de tantos dons, se envolveu em si mesmo em contendas, por tão pequenas coisas, se a própria teologia da cruz significava, o Cristo crucificado:
I Co.1. 18;30: Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus....vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; 13 será que Cristo está dividido? foi Paulo crucificado por amor de vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?
Paulo procura lembrar aos coríntios que apenas quase dois anos da sua saída da Igreja ele se afastaram tão celeremente da teologia e ética que aprenderam e se deixaram levar pelo entusiasmo dos dons de charisma que haviam recebido e se achavam suficientemente adultos espirituais.
Paulo não procura jogar culpa alguma sobre outras lideranças, mas ele se propõe a ensinar aos irmãos de Corinto o ser “santificados em Cristo Jesus, chamados para serem santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”.
a-Importante:
A liderança de um homem de Deus é um refúgio quando Igrejas estão em confusão teológica, é bom ter um homem de Deus, com peso espiritual, e Paulo representou, para o bem de Corinto, esta figura.
Ainda nos dias de hoje eu tenho dito:
As Assembléias de Deus chegou até aqui através do joelho de muitos homens convencionais, entre outros da membresia, que entenderam a Igreja como propriedade de Deus e ao abrir de suas bocas, o plenário convencional se cala para ouvi-los.
I Co. 4.1 Que os homens nos considerem, pois, como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus.2 Ora, além disso, o que se requer nos despenseiros é que cada um seja encontrado fiel.3 Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós, ou por qualquer tribunal humano; nem eu tampouco a mim mesmo me julgo.4 Porque, embora em nada me sinta culpado, nem por isso sou justificado; pois quem me julga é o Senhor.
Não poderíamos jogar o peso do desvio de comportamento espiritual sobre outros que governaram a Igreja, como Apolo ou Pedro, pois Lucas em Atos 18 fala bem de Apolo.
At. 18. 24.ss: Ora, chegou a Éfeso certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloqüente e poderoso nas Escrituras. Era ele instruído no caminho do Senhor e, sendo fervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão as coisas concernentes a Jesus, conhecendo entretanto somente o batismo de João. Ele começou a falar ousadamente na sinagoga: mas quando Priscila e Áqüila o ouviram, levaram-no consigo e lhe expuseram com mais precisão o caminho de Deus. Querendo ele passar à Acáia, os irmãos o animaram e escreveram aos discípulos que o recebessem; e tendo ele chegado, auxiliou muito aos que pela graça haviam crido. Pois com grande poder refutava publicamente os judeus, demonstrando pelas escrituras que Jesus era o Cristo.
A questão do fervor era uma questão relacionada à questão da liberdade em Cristo e não da orientação de cada líder das facções que existiam em Corinto.
Haja vista que, existia até o grupo dos que “seguiam a orientação de Jesus”, ora, fosse isto verídico, seria inconcebível que, Jesus pudesse dar orientação contrária ao dos seus apóstolos e seria faccioso sobre as mentes, iluminando algumas e deixando em seus absurdos pensamentos sobre o uso dos dons que Ele mesmo dá a Igreja.
O próprio Apóstolo Paulo na mesma Epístola revela como age o Espírito de Deus:
I Co.14.33: porque Deus não é Deus de confusão, mas sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos,
III - A liberdade do Espírito de Deus:
I Co.3. 16: Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?17 Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque sagrado é o santuário de Deus, que sois vós.
Paulo revela que onde o Espírito de Deus habita não há porque ocorrer a destruição, embora o versículo aponte para a questão do corpo como templo do Espírito, podemos utilizar o mesmo para uma reflexão sobre ao uso destrutivo do corpo místico da Igreja com divisões , de tal ordem que a Igreja estava sofrendo uma verdadeira mutação, passando além dos limites do espiritual divino para o místico contaminado pelo anátema.
I Co.4.17:Por isso mesmo vos enviei Timóteo, que é meu filho amado, e fiel no Senhor; o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo, como por toda parte eu ensino em cada igreja. Mas alguns andam inchados, como se eu não houvesse de ir ter convosco. Em breve, porém, irei ter convosco, se o Senhor quiser, e então conhecerei, não as palavras dos que andam inchados, mas o poder. Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder.
Este é o mesmo espírito que tem atuado no meio pentecostal contemporâneo trazendo toda a sorte de confusão e até mesmo escândalo para os de fora, pois há demonstrações diferentes e novas a cada dia, alguns se contorcem, outros rodopiam, outros mudam o rosto, outros entram quase num êxtase místico que nada tem dos Dons dados a Igreja.Havia um inchaço que os coríntios pensavam ser crescimento ou expansão para as coisas espirituais divinas.
I Co.3.18.ss: Ninguém se engane a si mesmo; se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para se tornar sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia; e outra vez: O Senhor conhece as cogitações dos sábios, que são vãs. Portanto ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso;
IV- O Ensino do amor e com Amor:
O Apóstolo Paulo é forte e nominativo, indicando pessoa e problema, família, casais, e liderança, tipos de erros e pecados cometidos, não deixa pedra sobre pedra. Osvarela
Uma das preocupações que deve pairar sobre aquele que gera filhos espirituais, é não trazer exortação ou disciplina, sobre a base da vergonha, ou seja, nunca deve estar apoiado, no ato de trazer juntamente com o ensino, a vergonha, para aquele que:
Primeiro: pede conselho.
Segundo: necessita de ensino.
Terceiro: se dispõe a ouvir e suplicar pela correção, este é um ponto que Paulo e I Coríntios nos ensinam abundantemente, muito embora, Paulo seja forte em alguns momentos, mas é ele usa expressões de um pai, quando necessita corrigir com energia sendo assim Paulo ensina com Amor e também nos ensina a corrigir da mesma maneira.
I Co.4.14: Não escrevo estas coisas para vos envergonhar, mas para vos admoestar, como a filhos meus amados.
A facção não é parte da Obra de Deus:
A disputa da fervorosa igreja de Corinto é uma demonstração de que havia alguma coisa não espiritual, alguma coisa, não advinda da parte de Deus, agindo entre os irmãos.
Tg. 3 16: Porque onde há ciúme e sentimento faccioso, aí há confusão e toda obra má. Porventura a fonte deita da mesma abertura água doce e água amargosa? Meus irmãos, pode acaso uma figueira produzir azeitonas, ou uma videira figos? Nem tampouco pode uma fonte de água salgada dar água doce....Mas, se tendes amargo ciúme e sentimento faccioso em vosso coração...Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica....Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois pacífica, moderada, tratável...sem parcialidade, e sem hipocrisia.
Por que?
I Co.14. 6.ss: E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, de que vos aproveitarei, se vos não falar ou por meio de revelação, ou de ciência, ou de profecia, ou de doutrina? Ora, até as coisas inanimadas, que emitem som, seja flauta, seja cítara, se não formarem sons distintos, como se conhecerá o que se toca na flauta ou na cítara? Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?
Porque eles queriam só demonstrar qual falava mais em línguas estranhas, qual manifestava mais, o que eles entendiam ser os melhores dons, mas ninguém zelou pela integridade do crescimento sólido da Igreja, enfim eles eram realmente “meninos no entendimento”.
Contemporizando estes versículos, ao girar o dial das rádios FM’s “gospel”, é uma verdadeira demonstração de fervor inútil [quase uma babel], ou seja, com fins próprios, esta é a mesma ação que ocorria em Corinto.
Cada qual se achava tão especial e fervoroso que se esqueceram de olhar para todo o tipo de erro que adentrou no seio da Igreja, mesmo com Dons variados.
Não há crentes sem dom nem crente com todos os dons (12:29-31).
Assim como não há membro auto-suficiente no corpo nem membro sem função.
Do começo ao fim Deus está no controle.
A igreja precisa conhecer os seus dons e usá-los corretamente.
O dom é para a edificação e crescimento da igreja e não para orgulho pessoal ou divisão na igreja.
Como uma jovem comunidade cristã em meio a tantas informações helênicas, acostumados a tanta filosofia, é de se supor que, Paulo entendeu o que se passava inter muros na Igreja de Corinto, ele mesmo que disputara no areópago, sabia muito bem o que era passível de suceder.
Mas, felizmente Corinto é alcançada pelos vigilantes da casa de Cloé.
Paulo pode avisa-los: “Mas nós temos a mente de Cristo”.
V - Ensinando sobre a ação do Espírito de Deus:
Paulo procura esclarecer aos coríntios que a espiritualidade exarcebada deve ser analisada pela forma pela qual o que se diz ser espiritual age, até mesmo em suas expressões durante as reuniões:
I CORINTIOS 12.1.ss: Ora, a respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. Vós sabeis que, quando éreis gentios, vos desviáveis para os ídolos mudos, conforme éreis levados. Portanto vos quero fazer compreender que ninguém, falando pelo Espírito de Deus, diz: Jesus é anátema! e ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor! senão pelo Espírito Santo.
A discórdia existente era sem dúvida uma fonte amarga de espírito não de paz, mas de ação anátema.
Para entendermos este proceder, sugiro que você leia o texto que é indicado acima para compreender a helenização do culto em Corinto, a qual permitiu uma deformação do entendimento do culto na SABEDORIA DE DEUS em detrimento a uma sabedoria filosófica-cultual helenística.
Tudo isto, fruto da querela iniciada pela fuga da maneira judaizante entre os crentes da Acaia, o que seria de bom alvitre, se tornou um empecilho para a questão espiritual.
No entanto a posição dos coríntios, como disse acima foi uma posição de humilhação.
Queriam uma solução.
Queriam ser ensinados
Queriam ser orientados
Queriam que a Igreja continuasse ser um corpo, o Corpo de Cristo.
Nisto Corinto nos deixa um exemplo de que mesmo com dissensões ou infantilidades, como crianças, a abundancia dos Dons espirituais é um fator positivo no seio da Igreja.
Paulo procurou incentivá-lo na busca dos dons, só que com segurança e não com divisões ou preferências personalísticas:
I Co.12.27: Ora, vós sois corpo de Cristo, e individualmente seus membros.
No capítulo 12 Paulo disciplina, e ordena segundo esta ordem da epístola os dons, classificando-os todos como pertinentes á Igreja, contudo deve-se procurar com ordem, os melhores dons, mas todos são dados para a edificação do Corpo.
I Co.12.4. Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. ...E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito para o proveito comum.
As manifestações ou dons do Espírito formam as passagens mais conhecidas sobre o Espírito Santo (caps 12-14).
Mas não devemos fazer vista grossa ao papel do Espírito Santo em revelar as coisas de Deus ao espírito humano de uma maneira que impede todas as bases para o orgulho (2.1-13). Talvez o mais iluminador entre o debate atual da igreja em geral seja a maneira como o apóstolo direciona os coríntios a um equilibrado emprego de falar línguas, afirmando essa prática e recusando qualquer direito de proibi-la (cap 14).
VI- Paulo e a concisão da Igreja de Corinto:
Mesmo em meio a tanta “fervorosidade”, ainda havia espaço para que Deus operasse em Corinto.
Como poderia isto ocorrer:
PAULO SABIA E CONHECIA TODOS, E EXPRESSA ISTO CITANDO NOMES de alguns que ele próprio batizou.
I Co.1.10,11: Rogo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que sejais concordes no falar, e que não haja dissensões entre vós; antes sejais unidos no mesmo pensamento e no mesmo parecer. Pois a respeito de vós, irmãos meus...
Ele sabia que havia ainda um Corpo a ser tratado por Deus, ele conhecia introduzido este pensamento Paulino entre as Igrejas que fundou ou ensinou.
A vida da comunidade de Corinto e das demais Igreja era pensada por Paulo como dois círculos, como foi também o ministério do Senhor Jesus Cristo [os 12 e os 70].
Os dois círculos eram concêntricos, baseados na centralidade da cruz e através da cruz em Cristo.
O círculo interno marcado pelo amor fraternal;
O círculo exterior relacionado aos cidadãos da polis, ou seja, da cidade.
Desta maneira a vaidade do mundo pode atingir a fervorosa Igreja de Corinto, contudo deus agiu através de Paulo para discipliná-los e eles voltarem a ser espirituais e não carnais.
Podemos comparar com o que Jesus fala no Evangelho segundo escreveu São João:
João 17. 12: Enquanto eu estava com eles, eu os guardava no teu nome que me deste; e os conservei, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. Mas agora vou para ti; e isto falo no mundo, para que eles tenham a minha alegria completa em si mesmos. Eu lhes dei a tua palavra; e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não rogo que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. Eles não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.
Assim devemos aprender com Corinto que o fervor é bom e desejável, mas devemos em primeiro lugar pensar na edificação da Igreja e dos membros á nossa volta, com o uso da sabedoria de Deus através dos Dons que nos são concedidos.
Conclusão:
Ser fervoroso não que dizer ser espiritual, isto é, não ser detentor dos Dons, como algo que nos faz maior ou menor entre os irmãos, mas é edificador da Igreja do Senhor com a disponibilidade que ele nos dá para usar os seus Dons, pois ele é quem os dá á sua Igreja para: I Co.12.25. Para que não haja divisão no corpo, mas que os membros tenham igual cuidado uns dos outros.
Fonte:
Apóstolo Paulo – Vida, Obra e teologia – J. Becker
Estudando a Epístola de Coríntios -Uma visão contemporânea e suas Aplicações à Igreja atual. Osvarela
Bíblia Plenitude
Dicionário Aurélio
Lição CPAD
Bíblia explicada – CPAD
Bíblia Plenitude
Rev. Hernandes Dias Lopes
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