LIÇÃO 09 – CPAD – Autor: Osvarela
Texto Áureo: Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha. I Co. 11.26.
Leitura Bíblica em Classe:
I Co. 11.23-32.
23 Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão;
24 E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.
25 Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.
26 Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.
27 Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor.
28 Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.
29 Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.
30 Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem.
31 Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
32 Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.
33 Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros.
34 Mas, se algum tiver fome, coma em casa, para que não vos ajunteis para condenação. Quanto às demais coisas, ordená-las-ei quando for.
TERMOS DESTACADOS:
-Tomou o pão;
-Tomai, comei
-Tomou o cálice
-Cálice é o novo testamento no meu sangue
-Examine-se
-Discernindo
-Julgados
-Repreendidos
-Condenados
I - Pequeno glossário com notas introdutórias na Doutrina sacramental da Santa Ceia:
DISCERNIR – “diakrisis” = julgando através de”, “ato de discriminar, de distinguir”.
Iminente: que está por vir. Que ameaça acontecer em breve. Diz-se da notória esperança da volta de Jesus aguardada pelos cristãos desde a Igreja Primitiva, quando eles clamavam: Maranta!
I Co.16.22. Se alguém não ama ao Senhor, seja anátema! Maranata. O termo é a composição de duas palavras, que transliteradas dão origem à palavra Maranata e que significa "Ora, vem Senhor!"
A palavra “Maranata” ou “Maranatha” era utilizada nos cultos para invocar a presença do Senhor na Ceia. O uso da palavra nos tempos do Novo Testamento indicava a forte expectativa dos crentes de que o Senhor Jesus voltaria, o que demonstra a esperança despertada pelo Senhor Jesus em Mateus 26. 29 E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu Pai. Anunciar a volta do Senhor Jesus reforçava, pelo poder, pelos dons espirituais e por sinais que o Senhor operava em seu meio, demonstrado que ele estava vivo no meio do Seu povo! O Rei viajava para fazer justiça. Um arauto ia adiante dele tocando a trombeta e advertindo o povo: O Rei está vindo! - Maranata.
Aqueles que esperavam por justiça desejavam a vinda do Rei.
O povo da terra a ser visitada preparava-se para sua chegada limpava e reparava os caminhos, demonstrando assim obediência e desejo de agradar ao Rei.
A palavra parece ter sido usada como uma senha entre os cristãos da igreja primitiva, e provavelmente foi neste sentido usada pelo Apóstolo Paulo.
Era usada ainda para expressar o desejo de seu retorno para estabelecer seu Reino. Equivale ao pedido feito pela Igreja na oração dominical: “Venha o teu Reino”. Com relação à volta do Senhor Jesus, tinha um duplo sentido: era uma oração – “Vem, Senhor” – e uma expressão de fé – “O Senhor está voltando!”.
II - Subsídio histórico-cultural:
- a Santa Ceia
- A Páscoa Judaica e a instituição da Santa Ceia-Memorial.
A instituição do Memorial da Santa Ceia na realidade se dá na Comemoração da Páscoa Judaica [com um grupo formado por Jesus e seus doze discípulos, atendendo um preceito da Lei, conforme:
- Que culto é este?
Nós podemos responder aos que nos perguntarem:
Diz o Dicionário Aurélio: Ato central do culto cristão.
E o que a Bíblia nos diz: “Este é o sacrifício da páscoa ao Senhor...”
“Esta é a Nossa Páscoa, memorial determinado por Jesus Cristo durante a sua Páscoa, quando Ele revela a vicariedade universal de sua iminente morte na Cruz, tal qual o cordeiro pascal do momento da libertação do Egito, este momento nos faz lembrar da nossa libertação espiritual”.
MATEUS 26.2.ss. daqui a dois dias é a páscoa; e o Filho do homem será entregue para ser crucificado...aproximou-se dele uma mulher que trazia um vaso de alabastro cheio de bálsamo precioso, e lho derramou sobre a cabeça, estando ele reclinado à mesa. Ora, derramando ela este bálsamo sobre o meu corpo, fê-lo a fim de preparar-me para a minha sepultura.
Temos razão para crer que isto é uma comemoração ou lembrança de sua morte na cruz e devemos prosseguir fazendo isto até que Ele venha.
A - Páscoa:
Êxodo 12.8. E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. Assim, pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor. E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito. E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo. E ao primeiro dia haverá santa convocação... Guardai, pois a festa dos pães ázimos, porque naquele mesmo dia tirei vossos exércitos da terra do Egito; pelo que guardareis a este dia nas vossas gerações por estatuto perpétuo. Nenhuma coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações comereis pães ázimos. Chamou pois Moisés...os anciãos de Israel, e disse-lhes: Escolhei e tomai vós cordeiros...e sacrificai a páscoa. Portanto guardai isto por estatuto para vós, e para vossos filhos para sempre. E acontecerá que, quando entrardes na terra...guardareis este culto. E acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: Então direis: Este é o sacrifício da páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou.
O rito da Páscoa Judaica acontece para lembrar dois grandes acontecimentos para o povo hebreu: a libertação dos judeus que estavam sob o domínio egípcio e a comemoração da época da cevada, uma lembrança do relacionamento de Israel com a terra.
B - Elementos da Páscoa judaica, da qual Jesus participou:
Confira alguns componentes da ceia e seus significados.
Zeroah: osso da perna do cordeiro usado como lembrete do cordeiro oferecido na Páscoa no Templo de Jerusalém. Também lembra que Deus passou por cima das casas do povo judeu no Egito.
Beytza: o ovo simboliza o ovo assado oferecido no templo de Jerusalém na festa da Páscoa.
Maror: pedaço de erva amarga que relembra a amargura e opressão durante o período de escravidão.
Haroset: mistura de maçãs raladas, canela, castanhas e vinho que simboliza a argamassa usada pelos trabalhadores judeus escravos no Egito.
Karpas: pedaço de salsa ou aipo relembra a estação da primavera, a época da Páscoa, é o símbolo da gratidão para com Deus pela qualidade da terra.
Água salgada: símbolo da amargura que Israel suportou em sua experiência de cativeiro. É usada para mergulhar a salsa.
Matzot: 3 pães sem fermento [ázimos] que representam os patriarcas Abraão, Isaac e Jacó.
Vinho: o vinho relembra a cor do sangue que os judeus pincelaram os batentes das portas de suas casas para que os primogênitos pudessem sobreviver.
C - Conteúdo físico dos elementos da Santa Ceia:
Símbolos comuns:
O Cordeiro:
Cristo é o cordeiro imolado que salva a humanidade com seu sangue onde nenhum dos seus ossos foi quebrado.
A páscoa de Cristo tem um significado profundo, apesar da correspondência com alguns símbolos da páscoa judaica: como Ele ressurgiu três dias após sua morte, todos ressurgirão para a vida eterna. E a páscoa para os cristãos é a festa da esperança na vida eterna. Temos os símbolos cristãos que evocam um novo desabrochar da vida, uma passagem da morte para a vida, através da ressurreição.
I Co. .5. 7. Porque Cristo, nossa páscoa, já foi sacrificado.
I Pe. 1 19. Mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo...
O cordeiro sem ossos quebrados e seu sangue, marcando o povo para uma nova realidade de mudanças e libertação em meio a toda opressão.
Quando Jesus, então distribuía os elementos da ceia, pão e vinho disse: “Isto É O MEU CORPO” e “ISTO É O MEU SANGUE”, arrematando ordena: “FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM”.
- O Pão.
C - A noção da Iminência era notória na celebração da Santa Ceia:
Apressados para a Libertação do Corpo:
I Co.5. 8. Por isso celebremos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade.
O pão ázimo lembra também aos judeus a pressa que seus antepassados tiveram que lutar pela sua saída do Egito.
23 Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus...tomou o pão;
24 E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós...
- O Vinho:
O vinho relembra a cor do sangue vertido por Jesus Cristo na Cruz do Gólgota.
I Co. 11.25: ...depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue...
III - Início e implantação da Santa Ceia, como Celebração do momento da morte vicária de Jesus Cristo:
A Bíblia Sagrada nos mostra o momento da inserção e implantação do Memorial de Jesus Cristo, conforme os textos abaixo:
A partir, da Ceia Pascoal judaica, Jesus Cristo, antes de sua morte vicária, quando Ele teve a sua última Ceia cerimonial, com o seu grupo íntimo, os doze apóstolos, há uma instituição memorial daquele ato.
Há uma demonstração daquilo que marcou a vida de Jesus O Nazareno, o Filho do Homem, em toda a sua vida pessoal e ministerial, se é que, podemos separar estas.
Para poder atender ao mandamento cerimonial de Moisés, Jesus precisou de um lugar emprestado.
Isto nos fala da precariedade material daquele grupo de homens errantes em Israel.
Lucas 22:10 E ele lhes disse: Eis que, quando entrardes na cidade, encontrareis um homem, levando um cântaro de água; segui-o até à casa em que ele entrar.
Precisou de um homem-servo, com um vaso de água, em horário inapropriado para realizar esta missão, demonstrando, seu próprio, sentimento ou necessidade de levar água, como servo dos homens, mesmo que isto fosse motivo de desprezo ou vergonha.
“...e Jesus enviou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a páscoa, para que a comamos. E direis ao dono da casa: O Mestre manda perguntar-te: Onde está o aposento em que hei de comer a páscoa com os meus discípulos?” Lucas 22:8-11
Necessitou de alguém para abrigar seu grupo e a Ele mesmo para tal cerimônia. Ainda hoje, ele precisa de homens ou mulheres que queiram estar prontos para abrigá-lo, principalmente neste momento de Memorial.
Todas as suas ações e palavras tinham alguma relação com a antiga páscoa. Tendo isto em vista devemos procurar na antiga festa uma explicação para a Santa Ceia que Ele iria substituir, pois Ele, Jesus, é a nossa páscoa (I Cor. 5:7)! Mt. 26. 2. Bem sabeis que daqui a dois dias é a páscoa; e o Filho do homem será entregue para ser crucificado.
IV - Santa Ceia em Corinto:
A Santa Ceia em Corinto seguia a forma de a Igreja primitiva relembrar o Memorial de Cristo na Festa da Ágape.
Entre os cristãos daquela época existia uma festa chamada “Festa Ágape” ou festas de amor (Jd. 12. Estes são manchas em vossas festas de amor, banqueteando-se convosco, e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas;).
Era comum entre os cristãos celebrarem a ceia com esta refeição (esta prática perdurou até na época de Justino, o mártir) que era destinada a ajudar os pobres.
Corinto era uma igreja problemática em termos de doutrinas (véu, dons espirituais, batismo, brigas, divisões e Santa Ceia).
1 - Situação da Igreja de Corinto em relação à Santa Ceia:
Os Corintíos não estavam discernindo o real objetivo de suas reuniões (v.17,18,20).
Será que estamos discernindo este Memorial?
A - Ainda a dissensão:
Tenho ensinado que, o ponto nevrálgico da situação de Corinto, o que produziu um desequilíbrio na Igreja, foi motivado pela Divisão, ou seja, pela dissensão, o próprio Apóstolo o diz:
Não posso acreditar!
I Co. 11. 18. Porque antes de tudo ouço que, quando vos ajuntais na igreja, há entre vós dissensões; e em parte o creio.
B - A dissensão que trouxe heresias,
Profanação,
Negligencia,
Abusos.
19 E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós.
Utilidade.
Paulo ainda encontra alguma coisa útil em meio a tantos erros, que nós saibamos e aprendamos, com o Apóstolo, não só condenar, mas achar no meio do erro, pela misericórdia anos conferida por Deus, uma forma de corrigir a nós e aos nossos membros.
Digo isto, pois, muitos só têm enxergado os erros e não procurado corrigir, e ensinar a sair do erro, àqueles que nele caem!
C - O Que trouxe a deformidade ao momento da Santa Ceia:
Importante esta revelação sobre o ato da Santa Ceia, demonstrando que nós estamos realizando algo com o mesmo valor que, a Igreja primitiva, salvo engano, apenas aqui na epístola aos Corintíos se tem, uma clara demonstração doutrinária, sobre tão importante festa de celebração sacramentaria.
Logicamente estamos falando da prática da Igreja Primitiva, não a da realizada, pelo grupo, de Apóstolos e o Senhor Jesus Cristo.
20 De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do Senhor.
D - Discriminação:
A Igreja em Corinto era formada por grande número de pobres, alguns ex-escravos ou escravos livres, e membros ricos, que estavam discriminando os pobres e menos abastados.
Estes tomavam antecipadamente sua própria Ceia e criavam constrangimento aos que nada tinham, demonstrando que para eles a Ceia não tinha o valor ou discernimento de um momento Memorial, mas sim o realizar de uma festa de comida e bebida, até mesmo com profusão desta última.
Além da discriminadora e soberba posição dos ricos sobre os pobres, de um grupo sobre outro.
Não havia o discernimento necessário quanto ao ato realizado.
Isto nos remete a questão do julgamento e da condenação, não entendiam que havia algo superior naquela Celebração que pudesse condená-los.
21 Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome e outro embriaga-se.
33 Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros.
34 Mas, se algum tiver fome, coma em casa, para que não vos ajunteis para condenação. Quanto às demais coisas, ordená-las-ei quando for.
Para eles aquilo era apenas uma festa como as demais festas mundanas da sociedade grega da qual tinham vindo.
Então, quando se reuniam, todos se embriagavam (v.21) como faziam antes de se converterem e não discerniam que aquilo era muito mais que uma festa, era “em memória” de Cristo (v.25).
Contexto mais próximo:
O Apóstolo Paulo na continuidade dos seus ensinamentos procura ensinar, a cerca, da participação dos fiéis de Corinto à Mesa do Senhor, no ato Memorial da Santa Ceia.
Paulo encontra sérios motivos, para disciplinar, este momento particular e específico da Igreja, a reunião mais íntima da Igreja como Corpo de Cristo.
IV - Quem deve participar da Santa Ceia:
A lógica de Paulo com respeito ao corpo de Cristo e o sacramento, em 1 Coríntios 10:16-17, aqueles que pertencem ao corpo, pertencem à mesa.
Aqueles que são batizados em Cristo, possuem os direitos plenos à herança na nova aliança (Gálatas 3:27), e, são, portanto, incluídos em todos os seus privilégios (Gálatas 3:26-29).
Algumas Igrejas, em nossos dias, adotam a participação de todos os presentes na Santa Ceia inclusive crianças, independente de ser ou não membro da Igreja, sendo ou não converso.
Entendo que a ordem de Jesus: “Comei dele, todos vós”? É uma informação sobre a sua comunidade presente ao ato, todos participantes das ações advindas, do aparecimento de João O Baptista, e do exemplo do próprio Cristo em submeter-se aquele momento especial, da regeneração da presença de Deus Revelado, ao seu Povo após séculos, na exigência do arrependimento.
I Co.5.6-9. Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa? Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade. Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem;
I Co. 10.16.ss. Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é porventura a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão. Não podeis beber do cálice do Senhor e do cálice de demônios;
A posição mística da Igreja, como Corpo de Cristo - Corpus Christi – para mim é o parâmetro determinador, da participação do homem, neste evento místico-memorialista.
Creio que aqueles que estudam as Paulinas poderão, muito bem, certificar-se disto, pelo pensamento exarado em I Corintíos – Capítulos 5-6, 10,12 e embasado na autoridade Apostólica dos Ministros da Igreja primitiva, Tiago, Cefas e João.
Portanto, a posição da Igreja no mundo espiritual é Única e Ela é o Corpo místico de Cristo na Terra, e para fazer parte do Corpo são precisos alguns passos, na vida do homem: Confissão do Nome de Jesus como Salvador, Crer em Jesus; Arrependimento de pecados; Batismo...
Rm.10. 9. Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo;
É fato notório a posição e valorização da Iminência, na visão de Paulo para as Igrejas por Ele plantadas.
I Co.16.22. Se alguém não ama ao Senhor, seja anátema! Maranata.
O termo é a composição de duas palavras, que transliteradas dão origem à palavra Maranata e que significa "Ora, vem Senhor!”.
A palavra “Maranata” ou “Maranatha” era utilizada nos cultos para invocar a presença do Senhor na Ceia. O uso da palavra nos tempos do Novo Testamento indicava a forte expectativa dos crentes de que o Senhor Jesus voltaria, o que demonstra a esperança despertada pelo Senhor Jesus em Mateus 26. 29. E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu Pai. Anunciar a volta do Senhor Jesus reforçava, pelo poder, pelos dons espirituais e por sinais que o Senhor operava em seu meio, demonstrado que ele estava vivo no meio do Seu povo!
Tal visão contribui para defesa de nossa posição, em nossos dias, quanto àqueles que podem participar da Mesa da Santa Ceia!
- Paulo procurou junto aos Ministros da Igreja, o Circulo Íntimo do Ministério de Jesus Cristo e da Igreja Primitiva verficar se o que ensinava estava parametrado com o entendimento da Igreja de Jerusalém.
Gl.2.1. ...passados catorze anos, subi...a Jerusalém com Barnabé...E subi por uma revelação, e lhes expus o evangelho, que prego entre os gentios, e particularmente aos que estavam em estima...quando viram que o evangelho da incircuncisão me estava confiado, como a Pedro...Porque aquele que operou...em Pedro para o apostolado da circuncisão, esse operou...em mim com eficácia para com os gentios)...conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que me havia sido dada, deram-nos as destras de comunhão...
V - Objetivo da Santa Ceia:
- Reunir a Igreja ao redor da mesa de Cristo para um Memorial:I Co.11.33
- Realizar um evento espiritual em Memória de Jesus Cristo. I Co.11.24,25.
- Anuncio do encontro da Morte de Jesus. I Co.11. 25
- Igreja com o Senhor Jesus, nos céus. I Co.11. 26
- Julgamento pessoal. I Co.11.28
- Criar discernimento aos crentes. Quem não participa ou participa sem discernir sofre conseqüências. I Co.11. 29.
- Fonte de vida eterna pela mística atuação de Cristo na vida do que participa deste ato. I Co.11.30
- Sujeitos ao julgamento e repreensão de Deus. I Co.11.31,32.
- Anúncio da nossa esperança de sermos participantes com Ele do beber do cálice nos céus, pois Ele como Pão já nos alimenta e nos garante vida eterna como Pão dos Céus. Mt.26. 29..
Mt.26. 29. E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu Pai.
VI - Os Efeitos da Santa Ceia:
Sob a ótica do ensino Paulino aos coríntios tratava de disciplinar a participação da Igreja na Santa Ceia, como vemos neste comentário e na Lição, através do Pr. Dr. Antonio Gilberto.
Contextualizando com a instituição da Santa Ceia por Jesus, veremos que há uma soma de efeitos no ato, demonstrado pelo conteúdo do contexto distante das próprias palavras de Jesus Cristo no Evangelho segundo escreveu São João.
João 6. 4,51.ss. Ora, a páscoa, a festa dos judeus, estava próxima. 51 Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre...pela vida do mundo é a minha carne...Em verdade...vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna...eu o ressuscitarei no último dia...a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida...Este é o pão que desceu do céu;
Julgamento - a participação na Ceia, sem condições do examine-se, assim como foi o caso nas festas do antigo pacto, torna-se uma abominação que provoca julgamento.
Condenação
Sono da morte
Sono espiritual [ou morte espiritual]
Vida Eterna
Ressurreição no último dia
Precisamos lembrar sempre:
I Co. 11.23. Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite...
Porque – introduz o motivo da ceia ser continuamente repetida, porque Jesus assim ordenou, porque ele cumpriu o ato redentor e derramou o seu sangue, e foi moído por nossas pisaduras.
Porque anuncia a morte do Senhor, como ele mesmo preconizou na sua última Páscoa, e introduziu este Memorial até que ele volte.
Para atender o apelo de Jesus, como Proclamação eterna de sua Morte de cruz.
Morte vicária, substitutiva com propósito de remir toda a humanidade, e trazer ao pensamento da igreja que, por esta Morte somos salvos, resgatados, comprados e proclamamos a Vitória da cruz.
Que a Santa Ceia seja sempre uma confissão ativa – anunciais – atual e apropriada para a Lembrança daquele que morreu por Nós!
A - Os “Porque”:
Paulo cita vários, “porque’s”, no texto doutrinário da Santa Ceia.
1- O primeiro:
Versículo 23: Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei:
Ele estava ensinando o que recebera diretamente de Jesus sobre a importância da disciplina da Santa Ceia. Enquanto os discípulos receberam o ensino sobre porque realizar, Paula recebera o ensino porque Valorizar.
2- O segundo:
Versículo 26: Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.
Propósito evangelizador e proclamador deste ato.
3- O terceiro:
29 Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.30 Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem.
O sentimento de participar de algo sobrenatural é destacado por Paulo, pois participar deste ato sem discernir o seu propósito pode condenar, fazer o cristão enfraquecer, e até produzir o sono, seja espiritual ou físico.
4- O quarto:
31 Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
O julgamento pessoal para participar do ato sacramental infere em sermos passíveis de um julgamento posterior, com repreensão do próprio Senhor. Não sabeis do que estais participando? Este é o meu Corpo que é partido por vós, este é o sangue da Nova Aliança...
VII - A Santa Ceia é o ato mais solene na vida da Igreja. Costumo dizer quando tenho oportunidade de pregar em reunião de Santa Ceia:
“Todos que participam da Santa Ceia, jamais saem da mesma forma que entraram. Ou saem melhores ou piores”. Osvarela
Por que digo isto?
Porque só temos estas opções, conforme os versículos do 28-30: Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem.
Deste versículo retiramos a importância e solenização do Ato:
A - O Discernimento do ato.
Em I Co.10:16-17, Paulo mostra que o sacramento da Ceia do Senhor edifica um corpo (a Igreja) para Cristo, como resultado de Sua morte sacrificial, a auto-oferta de Seu corpo e sangue. Fp. 2.
Cl. 2. 14,15. Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.
Conseqüentemente, no capítulo 11, Paulo está atacando aqueles que estão cometendo sacrilégio contra esta auto-oferta, ao mutilarem a Igreja.
“Esta manifestação – o discernimento – [inserção do comentarista] não se relaciona com fatos pessoais, e nem cria precedentes para se fazer prognósticos sobre o futuro. O seu valor está em nos levar a compreender melhor a visão de Deus para nós e para sua igreja”. Bispo Tito Oscar.
B - O Examine-se.
Examine-se é um ato de auto-exame, pois mais além do Senhor conhece o coração do homem e suas obras.
Guardando-se o coração guarda-se as saídas da vida.
Quando Paulo dá o requerimento de auto-exame (1 Coríntios 11:28), no contexto, seu propósito é prevenir os cristãos de vir à mesa do Senhor de uma maneira divisória.
Ora, o Apóstolo Paulo está ensinando a Corinto e a nós:
A Celebração da Santa Ceia, não é um ato privado, mas um ato comunal, um ato que afirma o povo de Deus. Aqueles que oprimem os pobres e vêem à Celebração da Santa Ceia, estão testificando contra si mesmos, sem examinar suas atitudes.
VIII - Conforme a Bíblia Plenitude nos ensina, em uma das suas notas, cada observância na Mesa do Senhor tem um sentido ou significado para:
O mundo físico,
Para o mundo espiritual.
Para todo céu:
Estamos confessando que cremos e tomamos para nós as bênçãos da Mesa do Senhor com todas as suas promessas, como estamos declarando:
“Nós não nos esquecemos da Obra do Senhor Jesus Cristo, nem do seu corpo partido por nós, nem do seu Sangue derramado por nós”. Aleluia!
São posições que estão em ação no ato do Memorial.
Sem isto, não participamos dos efeitos benéficos prometidos pelo Senhor Jesus no Evangelho de João. [vide acima]
IX - Pecando contra o Corpo – pecando contra a Comunidade Igreja:
Paulo escreve sobre discernir, com a visão de Corpo, de divisão da Comunidade [pobres, escravos, livres, ricos, dissensores...], demonstrando que estes atos contra a Comunidade demonstram, em si mesmos, que há uma falta de entendimento sobre a ação unificadora do corpo e do sangue de Cristo.
Paulo exorta aos corintíos, no sentido disciplinar desta palavra sobre a ação destes, envolvendo:
Porque o assunto em I Corintíos 11 é relacionado com atitudes gravíssimas, como: bebedeira (11: 21 Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome e outro embriaga-se.) e envergonhar aqueles que nada têm (11:22).
Na própria mesa do Senhor, onde o povo de Deus celebra Sua provisão e sua unidade, os pobres são oprimidos, enquanto os ricos se deleitam.
Pecar contra a comunidade do povo de Deus, enquanto se participa da adoração, é sacrilégio.
A questão, então, é que “discernimento do corpo” é um requerimento enraizado nos sacramentos e festas do antigo pacto.
X – A solenidade e sua forma de realizá-la:
Como aprendemos devemos utilizar, de toda a solenidade neste ato.
Muitos se esquecem disto e o realizam sem qualquer cerimonial, muito embora todo culto seja solene, a ministração da Santa Ceia é a celebração do motivo de estarmos no Corpo de Cristo.
Nós devemos, dentro das possibilidades, de nossa Congregação procurar usar, o que tiver de melhor e mais solene neste culto, muito embora, Jesus Cristo queira achar os verdadeiros Adoradores e crentes dignos deste ato. Sempre dentro da realidade local, pois não nos seria útil parecer com certas igrejas, em que o ouro dos paramentos do altar ofuscam a presença de Deus e constrangem e desprezam o desprovido material.
Pois, não podemos cair no erro de Israel:
“Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me exalarão bom cheiro. E ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas. Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça como o ribeiro impetuoso”. Amós 5:21-24
Mas, aprendi com papai [Pastor de uma Igreja Assembléia de Deus, que completará 50 anos, em Junho, no Rio de Janeiro - Brasil], e outros pastores que, Santa Ceia é a maior Celebração-Memorial da Igreja, por todos os sinais e tipologia e sentidos, que são representados neste ato, para:
A Igreja – lembrança e agradecimento.
Para o Senhor Jesus – alegria
Para o Pai – promessa cumprida de salvação do homem, por seu Filho morto na cruz.
Para o Espírito Santo. Mais uma etapa da Igreja conduzida na Terra sob a Sua direção.
Para o Mundo místico sobrenatural [maligno e divino] – demonstramos todo o valor e poder da Morte de Jesus que nos libertou das garras deste mundo.
XI - Qual é o valor da Santa Ceia:
A - Individual:
O resultado espiritual individual em participar da Santa Ceia:
Confirma a nossa remissão.
Assegura vida eterna.
Garante nossa participação no Corpo de Cristo.
Demonstra que estamos preparados para a iminente vinda de Jesus.
Demonstra vitória.
Que cremos na morte vicária de Cristo.
Fortalece o crente.
Alimenta o crente. [vide acima – sob a ótica de Jesus]
Garante vida eterna.
B - Para o Corpo – Igreja:
Mostra comunhão (participação comunal) ao redor da Mesa do Senhor.
Une o Corpo de Cristo
Fortalece vínculos. Estar junto com alguém para participar de uma refeição [espiritual] demonstra: amizade, irmandade, familiaridade e comunhão, assim quem está assentado em uma mesma mesa tem algo em comum.
XII - Para a Reforma, são dois os sacramentos, instituídos pelo próprio Cristo:
1 - o batismo, que marca o início da vida cristã,
2 - e a Santa Ceia, que significa a manutenção dessa vida - a santificação.
Aspecto histórico da Santa Ceia e a Reforma:
Santa Ceia - Posição dos reformadores:
Os reformadores se dividiram sobre o sentido da eucaristia.
Lutero.
O oferecimento da graça se efetua sob duplo signo instituído por Cristo: não se pode recusar a nenhum fiel o pão e o vinho oferecidos por Jesus, em oposição ao Concílio de Constança, de 1414, que proibiu o uso do cálice aos leigos.
Contudo, Lutero opõe-se a uma presença meramente simbólica de Cristo na ceia.
Mantém a tese da "consubstanciação", segundo a qual o pão e o vinho permanecem presentes na ceia simultaneamente com o corpo e o sangue de Cristo.
Zwinglio vê na ceia cristã o simples memorial que comemora o sacrifício único e infinitamente suficiente de Cristo.
Para Calvino, a "substância" não se refere a um substrato invisível na matéria do objeto, mas significa a realidade profunda de um ser.
O pão e o vinho não só representam a comunhão com o corpo e o sangue de Cristo, mas "apontam" a realidade desse significado.
O anglicanismo adotou o essencial das posições da Reforma.
A confissão anglicana conserva dois sacramentos (batismo e ceia), proíbe as procissões solenes do Santíssimo Sacramento e a adoração das espécies consagradas, como nós também mantemos estes dois mandamentos de Jesus Cristo para sua Igreja.
O corpo do Senhor é recebido mediante a fé (conceito calvinista).
A maioria esmagadora dos protestantes aceita as noções de Calvino e Zwingli.
Fonte:
JORNALISTAS: Ester Parreira de Miranda, Gilmar Dias, Marcello Zanluchi Surano Simon
Salvatorianos
Dicionário Aurélio
Bíblia Plenitude
Bíblia digital - cortesia Tio Sam
Apontamentos do autor
Lição CPAD – 2º Trimestre – Comentarista Pr. Dr. Antonio Gilberto
Tim Gallant
Bispo Tito Oscar.
Monergismo
Portal Nova Vida.
Outros sem indicação de autoria
Wikipédia
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