Um Mundo Cada Vez Mais Incrédulo!
Qual é a nossa culpa neste caso?
Como a Igreja tem enfrentado o Comércio da religião?
Ao ler
estudo e pesquisa sobre a irreligiosidade, crescimento das religiões não
cristãs, de igrejas comerciais, e também, a questão do comércio que invadiu as
religiões, nos detivemos a escrever sobre este momento, pelo qual o
religiosidade, quiçá a dita cristã, e mesmo a evangélica pentecostal ou
neo-pentecostal, está vivendo.
O comércio
religioso é antigo.
Iniciado pela
Igreja Católica desde os idos pós Pais da Igreja.
Venda de
indulgencias, venda de santinhos, velas e até lugar no céu, idolatria.
Mesmo em
nosso meio se vende e compra CD’s e DVd’s de famosos pregadores [inclusive comprados
dos famosos vendedores de produtos piratas], muitos até mesmo mal editados, que acabam enganando, só pela capa
da embalagem, com títulos chamativos.
Destaco que
ainda há coisa boa a ser encontrada e é necessário ajudar aos verdadeiros e ler
bons livros, revistas e artigos vendidos como base de manutenção , de
ministério sérios e que Evangelizam multidões ou mantém servos fiéis, a
realizar a Obra.
Tempos Difíceis:
Estamos vivendo tempos trabalhosos –
Os quais
colocam a Igreja numa situação de difícil tomada de decisão, que igreja nós
queremos?
Veja o
quadro, base 2009 – mas, que é um alerta, ao ufanismo eclesial cristão,
demonstrado por muitas lideranças.
Estudo
indica que religião pode ser extinta em 9 países ricos
Crescimento evangélico estimula mercado que une
consumo e religião
Qual é a nossa culpa neste caso?
Estudo indica que religião pode ser extinta em 9 países ricos
Como a Igreja tem enfrentado o Comércio da religião?
"Não
temos um compartimento mental para a religião. Todos buscamos sentido, que pode
ser atingido por espiritualidade, responsabilidade social, esoterismo e até
pelo consumo"
Mario René, professor da ESPM
A (igreja evangélica) Assembleia de Deus já é a segunda maior igreja do Brasil (em número de adeptos), com grande importância nas classes D e E”, explicou Marcelo Néri à BBC Brasil. “E a crença espírita já é a segunda maior na classe AB.
É uma boa notícia, para as Assembléias de Deus, mas precisamos ler as entrelinhas desta notícia, para o Cristianismo Brasileiro.
Ao ler
estudo e pesquisa sobre a irreligiosidade, crescimento das religiões não
cristãs, de igrejas comerciais, e também, a questão do comércio que invadiu as
religiões, nos detivemos a escrever sobre este momento, pelo qual o
religiosidade, quiçá a dita cristã, e mesmo a evangélica pentecostal ou
neo-pentecostal, está vivendo.
O comércio
religioso é antigo.
Iniciado pela
Igreja Católica desde os idos pós Pais da Igreja.
Venda de
indulgencias, venda de santinhos, velas e até lugar no céu, idolatria.
Nos dias atuais se transformou em vendas milionárias de livros, de autoajuda e não mais da Palavra de Deus.
Mesmo em
nosso meio se vende e compra CD’s e DVd’s de famosos pregadores [inclusive comprados
dos famosos vendedores de produtos piratas], muitos até mesmo mal editados, que acabam enganando, só pela capa
da embalagem, com títulos chamativos.
Destaco que
ainda há coisa boa a ser encontrada e é necessário ajudar aos verdadeiros e ler
bons livros, revistas e artigos vendidos como base de manutenção , de
ministério sérios e que Evangelizam multidões ou mantém servos fiéis, a
realizar a Obra.
Tempos Difíceis:
Estamos vivendo tempos trabalhosos –
2Tm 3:1 - SABE, porém, isto : que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
Os quais
colocam a Igreja numa situação de difícil tomada de decisão, que igreja nós
queremos?
Veja o
quadro, base 2009 – mas, que é um alerta, ao ufanismo eclesial cristão,
demonstrado por muitas lideranças.
Talvez até possa parecer que estou misturando um assunto com outro, mas o fim é demonstrar que riqueza e crescimento religioso, aliado a progressão econômica, têm sido um agente corrosivo nas Nações, que professaram a Cristo, por séculos e que agora nem querem ouvir falar de seu Nome, só o fazem, e quando o fazem é de maneira desassistida da Comunhão espiritual, é mera formalidade!
Desta maneira é um alerta para mim, que o Cristianismo, à Brasileira pode gerar a mesma síndrome aqui no Brasil cristão!
Estes precisam despertar-se, inclusive eu mesmo, para esta realidade existente, mesmo que haja manipulação de dados, não manipulação da pesquisa[embora, me pergunte: Por que numa pesquisa de orçamento familiar este tema foi inserido:da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), do IBGE.]
Religiões no Brasil
A Igreja Católica
voltou a perder adeptos no Brasil, enquanto cresceu a quantidade de evangélicos
e de pessoas que se declaram sem religião, aponta estudo publicado nesta
terça-feira pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas.
- Os
católicos passaram de 73,8% da
população em 2003 para 68,4% em 2009
- Os
evangélicos passaram de 17,9% em
2003 para 20,2% em 2009
- Os
sem religião passaram de 5,1% em
2003 para 6,7% em 2009
Religião e Renda.
“A (igreja
evangélica) Assembleia de Deus já é a segunda maior igreja do Brasil (em número
de adeptos), com grande importância nas classes D e E”, explicou Marcelo Néri à
BBC Brasil. “E a crença espírita já é a segunda maior na classe AB.”
O Catolicismo é a religião é mais presente nos níveis
extremos do espectro de renda (72,7% na
classe E e 69% na AB), enquanto as crenças evangélicas pentecostais se
popularizam nos níveis intermediários inferiores da distribuição de renda (representa 15,3% na classe D).
Os Evangélicos Tradicionais
estão concentrados na faixa AB (8,35%) e
C (8,7%).
No que diz respeito à divisão geográfica, a maior concentração de católicos é nos
Estados do Nordeste brasileiro - no Piauí,
87,9% da população é católica, contra 68,4%
da média nacional.
“Os dados
demonstram claramente que a velha
pobreza brasileira (como áreas rurais do Nordeste, mais assistidas por
programas sociais) continua Católica, enquanto a nova pobreza (como a periferia desassistida das grandes
cidades) estaria migrando para as novas igrejas pentecostais e para os
segmentos sem religião”, diz o estudo da FGV.
Ao mesmo tempo, porém, a renda familiar per capita dos Evangélicos é 6,9% inferior à dos
católicos - justamente pelo fato de o
catolicismo ainda ter presença relevante na elite econômica brasileira.
Queda da ICAR – Igreja Católica Romana:
Segundo o Novo Mapa das Religiões, coordenado pelo
pesquisador Marcelo Néri, os católicos passaram de 73,8% da população em 2003
para 68,4% em 2009 - uma queda de 5,4 pontos percentuais.
Ao mesmo tempo, os evangélicos passaram a representar
20,2% da população, contra 17,9% em 2003. O grupo dos “sem religião” (ateus e
agnósticos), que era de 5,1% em 2003, subiu para 6,7% em 2009.
O
levantamento foi feito a partir de dados de mais de 200 mil entrevistas da
Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), do IBGE.
A
queda na participação dos católicos na população vem sendo lenta, porém
constante, desde o início do século passado, mas havia se mantido estável na
medição anterior da FGV, entre 2000 e 2003.
"Chegamos em 2009 ao menor nível de adeptos ao
catolicismo na nossa história estatisticamente documentada. (...) Observamos a
queda na proporção de católicos em todas as faixas etárias. Essa mudança foi
menor para os grupos com idade mais avançada e maior entre os jovens"
Estudo Novo Mapa das
Religiões, da FGV
Tal
redução abriu espaço tanto para ateus e agnósticos como para outras crenças.
Estudo
indica que religião pode ser extinta em 9 países ricos
Uma pesquisa baseada em dados do censo e projeções de
nove países ricos constatou que a religião poderá ser extinta nessas nações.
Analisando censos colhidos desde o século 19, o estudo identificou uma
tendência de aumento no número de pessoas que afirma não ter religião na Austrália, Áustria, Canadá, República
Checa, Finlândia, Irlanda, Holanda, Nova Zelândia e Suíça.
Através de um modelo de progressão matemática, o
estudo, divulgada em um encontro da American
Physical Society, na cidade americana de Dallas, indica que o número de
pessoas com religião vai praticamente deixar de existir nestes países.
‘‘Em muitas democracias seculares modernas, há uma
crescente tendência de pessoas que se identificam como não tendo uma religião;
na Holanda, o índice foi de 40%, e o mais elevado foi o registrado na República Checa, que chegou a 60%’’,
afirmou Richard Wiener, da Research
Corporation for Science Advancement, do Departamento de Física da Universidade
do Arizona.
O
estudo projetou que na Holanda, por exemplo, até 2050, 70% dos holandeses não estarão seguindo religião alguma.
Modelo
A pesquisa seguiu um modelo de dinâmica não-linear que
tenta levar em conta fatores sociais que influenciam uma pessoa a fazer parte
de um grupo não-religioso.
A equipe constatou que esses parâmetros eram
semelhantes nos vários países pesquisados, resultando na indicação era de que a
religião neles está a caminho da extinção.
"É
um resultado bastante sugestivo", disse Wiener.
"É
interessante que um modelo tão simples analise esses dados...e possa sugerir
uma tendência".
"É óbvio que cada indivíduo é bem mais
complicado, mas talvez isso se ajuste naturalmente", disse ele.
A crescente envoltória de crescimento do cristianismo
nos países emergentes deve ser observada pelos líderes destas Igrejas, pelos
seus mais eminentes teólogos, doutores e pesquisadores, para que não sejamos
pegos desprevenidos, quanto a evasão de fiéis, em nossas Igrejas.
Ufanismo:
As grandes Igrejas ou denominações cristãs
evangélicas, neo-pentecostais ainda não atravessaram o Vau, pelo qual passaram
as mais tradicionais Igrejas ou religiões do Mundo.
Ainda em destaque mundial, ou quase mundial, o Cristianismo tem diversas igrejas, que se ufanam de ser a maior ou a que mais
cresce, ou a que mais desenvolve apologia e proselitismo para crescimento.A que tem o maior templo,ou Mega templo!
Crescimento Econômico e Crescimento da Descrença:
Segundo
Fator: Moderna Democracia Liberal.
Esta equação ou axioma parece-me ser o foco a
equacionar ou a ajustar entre os cristãos de todo o Mundo.
As grandes Nações, ou as mais ricas do Mundo, mormente
Europa - UE – vide Grã-Bretanha, Suécia, Canadá, Finlândia, Itália, Alemanha, França, - Itália, Holanda e
algumas outras Repúblicas Democráticas Modernas e saídas do Comunismo, com PIB
e Renda per – capita, alta, têm sido alvo de análise deste fenômeno[o Brasil, apesar de ser a sexta economia do Mundo, está caindo de novo para sétima posição - é ainda um país de pobres, pois a sua economia privilegia a chamada Classe A e B, e tem a base na Pirâmide Econômica os pobres em extremo]:
A Tendência
do Afastamento dos seus Cidadãos da Religião.
Quanto mais ricos, menos religiosos.
Quanto mais, abastados, mesmo em crise, porém ainda
altamente aculturados, e com índices de pobreza em índices pequenos mais
afastamento da Religião.
Nós não necessitamos de religião, temos quase tudo a
nosso favor:
Aposentadoria, estudo, bons hospitais, Ciência
avançada, saúde privilegiada e outros.
Contudo, há que se olhar para outros parâmetros que
distanciam os cidadãos de alguns países da religião.
Abertura e
Queda do comunismo:
Livres do tacão do Comunismo, não ideológico, mas ditatorial,
alguns países que adotaram a democracia com seu Pilar de Governo são absorvidos
pelo mesmo surto: Falta de Religiosidade!
Outros, mesmo que não tenham adotado a Democracia como
modo de Governo, entretanto, se mantiveram sob a irreligiosidade e afastados da
crença em Deus – ateísmo - na qual foram criadas as mais recentes gerações e os
mais antigos, ainda que ainda tenham interiorizado uma religiosidade errada,
vestida da idolatria e misticismo e simpatias de tradição, já não mais atentam
para isto.
Querem mais é ser livres de tudo.
O Brasil E
Suas Igrejas:
Duas correntes se enfrentam no cristianismo.
A corrente católico-romana e a corrente evangélica.
A primeira tem sido bombardeada pela evasão crescente
e não estancada de seus fiéis.
Atrelada secularmente ao poder temporal, desde a
descoberta do Brasil, se alavancou com as benesses do estado, que embora laico,
acena com mão aberta para qualquer pedido desta Igreja.
Houve seus príncipes e oficiais, e sempre que pode
manda o seu maior Líder mundial ao Brasil e a América latina, para evocar um
exemplo de fidelidade das massas idólatras mantidas distanciadas do verdadeiro
Evangelho.
Haja vista que teremos no Brasil, mais uma Jornada da
Juventude católica, quando centenas de milhares de jovens, ou não jovens, estão
sendo arrebanhados para trabalhar e estar naquele evento.
Do outro lado temos mais Diversidade.
Não
temos um compartimento mental para a religião. Todos buscamos sentido, que pode
ser atingido por espiritualidade, responsabilidade social, esoterismo e até
pelo consumo"
Mario René, professor da ESPM
As Igrejas tradicionais seculares, que quase se abstém
desta guerra,, ainda que algumas mantenham a Ortodoxia da Palavra e preguem-na a
outros.
Encontramos verdadeiros bastiões do evangelho em
algumas delas, mas outras tem se mostrado tímidas nesta guerra.
Parece que não nasceram na guerra contra a ICAR.
As Igrejas Pentecostais, que cerram fileira
apologética, na conquista de almas, e são mais aguerridas nisto.
Porém, pecam em vários pontos.
Permitindo a mercantilização do evangelho e não
olhando para as mudanças que o mundo está sofrendo.
Divididas em agrupamentos, tal qual, a época das Capitanias
Hereditárias [inclusive na sucessão ministerial, exceções existem e tem filhos de
ministros, que são verdadeiramente chamados e são uma benção dada as Igrejas ],
dividem espaço, para cada região.
Porém nestes Tempos Trabalhoso fomos pegos no seio do
Evangelho pelas chamadas neo-pentecostais.
Algumas sérias e validadas pelo bom exemplo e pela
vida com Deus.
Outras nem tanto.
Assim, há uma geração destes dias que se sentem
desmotivados a servir ou sequer aceitar uma palavra sobre o Evangelho, pelo mau
exemplo dês algumas destas Igrejas.
Igrejas que criaram uma liturgia que lembra o antigo
modo de vida espiritual dos seus adeptos, com uma religiosidade multifacetada.
Não dá para saber se são Evangélicas, porque ‘professam’
ao Nome de Cristo, mas usam costume seitário, beirando a idolatria, com oferendas,
compra de direitos junto a Deus, e perseguem o dinheiro, quando deveriam
perseguir a outros fins aos quais somos ensinados pela Bíblia Sagrada.
Têm sido fruto de noticiário policial, de disputas
entre si, que nos envergonham e fazem-nos tornar objeto de escárnio até nos
programas de humor.
Brigam por espaço na TV para anunciar as suas
conquistas, ao invés de anunciar que Jesus Cristo é o Salvador!
Preferem anunciar e convidar os telespectadores a
juntarem-se em suas campanhas de valores monetários, pelas quais eles [telespectadores]
terão seus problemas financeiros resolvidos!
As Igrejas
Segmentárias.
Por outro lado começam e já se cristalizam as Igrejas
de segmentos dos mais ricos, dos descolados socialmente abastados.
As comunidade ou entidades dos Famosos, e até dos
homossexuais.
Assim nós temos um corolário abundante de famosos, ou ex-famosos, de ‘tribos’[chamo
de tribos, grupos que tem interesses semelhantes, seja por modo de vida, por nível
de escolaridade, por interesses em esportes radicais, por roupas de grife, etc
(sempre apontando, que há exceções e boas exceções, neste meio), de gente que vai a
Igreja apenas para receber a oração forte do pastor, ou manter a sua
espiritualidade, como uma recarga de bateria íntima do espírito pessoal, mas
que no dia-a-dia se mostra totalmente alheio ao fato e compromisso de ser
cristão verdadeiro.
Frequentam as baladas, as noitadas e promovem ajudas
ou movimentos sociais aos carentes, tal qual, certas religiões sem Cristo
promove, para ficar bem com sigo mesmo e ‘com’ Deus.
Já é hora de nos despertarmos do sono, e iniciarmos
uma corrida contra o relógio da Iminência, para que não nos custe e caia sobre
os meus e nossos ombros, o sangue de muitos que nunca ouviram que já ouviram e
deixaram de dar ouvidos, a Palavra de Deus.
Que Deus faça imergir deste sono, aqueles que nele
estão!
Leia parte de uma destas matérias:
Crescimento evangélico estimula mercado que une
consumo e religião
Paula
Adamo Idoeta
Da
BBC Brasil em São Paulo
Atualizado
em 1 de setembro, 2011 - 06:35 (Brasília) 09:35 GMT
É
um grupo cada vez mais numeroso e com sede de prosperar e consumir. O crescimento
dos evangélicos no Brasil, em especial no ramo pentecostal, provocou mais do
que mudanças religiosas: fortaleceu um mercado econômico, que chama a atenção
tanto de igrejas como da iniciativa privada.
De seu lado, as
igrejas criaram estratégias de negócios. Algumas desenvolveram estruturas
empresariais e planos de carreira; outras lançaram até cartões de crédito. E
diversas montaram grupos e reuniões em que estimulam os fiéis a abrir negócios
próprios e sanar suas finanças, com base na Teologia da Prosperidade -
movimento que prega o bem-estar material do homem.
Religião
"Passava
uma vida de miséria, comendo carcaça de frango", conta uma frequentadora
da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), acrescentando que, depois que
começou a assistir às "reuniões da prosperidade" semanais da igreja,
"as portas começaram a se abrir". O depoimento é exibido pela própria
IURD no YouTube.
Em outro vídeo,
um fiel diz que seus negócios não deram certo até ele entrar para o culto.
Depois de "sair das trevas", ele comprou "quatro, cinco
casas", onde cabem "sete ou oito carros".
"A igreja é
um local de ritos, mas hoje também um espaço de trocas e bens simbólicos",
diz Leonildo Silveira Campos, do departamento de Ciências Sociais e Religião da
Universidade Metodista.
"É voltada
a pessoas cada vez menos preocupadas com questões transcendentais, e sim com o
aqui e o agora. Para o novo pentecostal, o dinheiro não é para ser acumulado
como previa a ética protestante, mas para comprar o carro e o apartamento novo.
Para se inserir no mercado de consumo."
Igrejas e
empresas respondem a isso com produtos, que incluem cartões de crédito -
emitidos pelas igrejas Internacional da Graça de Deus e Assembleia de Deus - e
lançamentos constantes.
A rua Conde de
Sarzedas, no Centro de São Paulo, se especializou em atender consumidores
cristãos. Ali, é possível comprar de bíblias segmentadas a CDs, jogos de
tabuleiro com temas bíblicos e pacotes de turismo para Egito e Israel.
Público
fiel
"É um lugar
onde as pessoas sabem o que querem consumir. É um público fiel", diz à BBC
Brasil a cantora e apresentadora Mara Maravilha, que, há 15 anos convertida à
fé evangélica, tem uma loja onde vende seus CDs e DVDs gospel na Conde de
Sarzedas.
"Graças a Deus que se abrem muitas igrejas. É
melhor do que abrir botequim. A gente, por mais que dê, nunca vai conseguir dar
mais do que Deus nos dá"
Mara
Maravilha, cantora e fiel da Igreja Universal
Daniel dos Reis
Berteli, 29, da igreja Nazareno do Brasil, comprava livros, roupas e CDs
evangélicos em uma loja ao lado. "Antes, não tínhamos essa variedade de
livros", diz. "Há uns 15 anos, minha mãe fazia lembrancinhas
religiosas com cartolina. Hoje, está tudo mais profissional."
A percepção de
que o setor caminhava rumo à profissionalização levou Eduardo Berzin Filho a
promover a feira ExpoCristã, realizada há dez anos em São Paulo. Ele diz
que a edição de 2010 atraiu 160 mil visitantes e expositores como editoras,
gravadoras gospel, empresas de mobiliário para igrejas e até consultorias de
gestão de templos.
O mais claro
exemplo pentecostal de estratégia de negócios vem da Igreja Universal do Reino
de Deus (Iurd), que diz ter presença em mais de cem países – mais do que
qualquer multinacional brasileira.
A IURD montou
uma estrutura empresarial que faz de seus pastores "profissionais da
religião, com metas de atração e conversão de fiéis, de arrecadação (de dízimo)
e de ampliação de recursos", afirma Ricardo Mariano, professor da PUC-RS e
autor de um livro sobre a Universal.
Para os
pastores, diz Mariano, "existe quase um plano de carreira, que permite que
eles passem para congregações maiores, vão para outros países e participem de
programas de TV" se baterem as metas.
A IURD e outras
seguem "os principais preceitos do marketing: preço, publicidade, praça
(localização de templos) e produto", opina Mario René, professor de
Ciências do Consumo na ESPM e doutor em teologia prática.
Os especialistas
ressaltam que há traços de profissionalização e mercantilização também em
outras religiões – só que eles estão mais evidentes nas pentecostais e neopentecostais
por conta de sua exposição midiática e do próprio crescimento dos evangélicos
no Brasil.
Segundo o estudo
Novo Mapa das Religiões, da FGV, os evangélicos representavam 20,2% da
população brasileira em 2009, contra 9% em 1991. Boa parte se concentra na
emergente classe C.
Os pentecostais
são por volta de 12% da população, mas, segundo estudo prévio da FGV, respondem
por 44% das doações feitas às igrejas.
Doações
"A igreja é um local de ritos, mas hoje também um
espaço de trocas e bens simbólicos"
Leonildo
Silveira Campos, do departamento de Ciências Sociais e Religião da Universidade
Metodista
Agora, além de
solicitar "ofertas" para continuar a "obra de Deus", a
Igreja Universal pede contribuições para financiar o Templo de Salomão - versão
brasileira de um histórico templo em Israel.
Em um culto
recente da igreja em São Paulo, o pastor exibia aos fiéis um vídeo sobre o
templo, que está sendo erguido na Zona Leste da cidade e custará R$ 350
milhões.
"Os
(doadores) terão seus nomes colocados nas 640 colunas do templo", diz o
pastor, pouco antes de serem entregues envelopes para doações. "O bispo
disse que um homem doou R$ 200 mil. Se você não pode 200 mil, pode mil, pode
500. Doe de acordo com a sua fé."
Alguns fiéis
apóiam o pagamento do dízimo e doações desse tipo como forma de dar
continuidade ao trabalho religioso.
Mara Maravilha,
fiel da Universal, é uma delas. Para a cantora, quem não paga a contribuição
está "roubando de Deus" e "se o pastor vai fazer certo ou errado
(com o dinheiro), isso não cabe mais" ao fiel.
"Graças a
Deus que se abrem muitas igrejas. É melhor do que abrir botequim", afirma
Mara. "A gente, por mais que dê, nunca vai conseguir dar mais do que Deus
nos dá."
Ela também
rejeita as críticas de mercantilismo. "Os produtos têm efeito que não tem
dinheiro que pague para uma pessoa sem esperança. Antes, eu vendia até revista
masculina. Hoje, vendo a palavra de Deus. Estou errada hoje ou estava
antes?"
Perigo
A executiva
Márcia Félix, 37, fiel da Igreja Quadrangular, tem opinião semelhante. Afirma
que sua igreja incentiva seu crescimento e a realização de seus sonhos e que o
eventual enriquecimento de pastores não a incomoda.
"Busco
primeiro o Reino de Deus e sua justiça", argumenta a fiel evangélica.
"Se tem quem rouba, é cada um com Deus."
Já Daniel
Berteli, frequentador da Conde de Sarzedas, diz que considera a visão
empresarial da religião "perigosa". "(Algumas igrejas) têm
deixado o princípio de servir e viraram indústria."
O limite para a
atuação das igrejas é difícil de definir, levando-se em conta que é tênue a
linha que separa consumo e religião.
"Não temos
um compartimento mental para a religião", diz Mário René, da ESPM.
"Todos buscamos sentido, que pode ser atingido por espiritualidade,
responsabilidade social, esoterismo e até pelo consumo."
"Não temos um compartimento mental para a
religião. Todos buscamos sentido, que pode ser atingido por espiritualidade,
responsabilidade social, esoterismo e até pelo consumo"
Mario
René, professor da ESPM
René avalia
ainda que, hoje, a prática comercial é praticamente inerente ao processo de
angariar fiéis para uma determinada crença.
"Posso
abrir uma igreja com praticamente nada. E daí, o que eu faço? Preciso de uma
estratégia de marketing para ter sucesso, então vou procurar um pastor
carismático e assim por diante", diz o pesquisador.
Para Ricardo
Mariano, da PUC-RS, a questão é se a narrativa do apelo à prosperidade terá
força no longo prazo. "Se a solução para os problemas (dos fiéis) é
pontual, como engajá-los por um longo período? Isso não foi resolvido
ainda."
*Com Paulo Cabral,
da BBC News em São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário