Lições
Bíblicas EBD/ CPAD – 2º Trimestre 2015
1ª PARTE
Estudo e compilação de Pr Osvarela
Estudo e compilação de Pr Osvarela
Indico a busca de subsídios sob o tema
Jesus, nesta minha página.
Jesus, o Homem Perfeito
O Evangelho de Lucas, o Médico Amado
Data – 59 – 75 d.C.
“Lucas, companheiro de viagem de
Paulo, registrou o evangelho por este pregado em um livro”. Irineu, Pai da Igreja - 185 dC
Mitte
Um versículo
chave do evangelho de Lucas é o 19.10,
que declara que Jesus “veio buscar e
salvar o que se havia perdido”.
Etimologia
Consubstancial - latim: “consubstancialis”; adj.m
e adj.f. Da mesma substância ou que está numa mesma substância: as três pessoas
da Trindade Santa são consubstanciais.
hypóstasis- hypò (sob, debaixo) + stáse
(posição). A palavra também é utilizada para se referir à divindade de Cristo,
na chamada união hipostática de suas naturezas - divina e humana - em uma única
hipóstase.
“anothen”, que pode significar “do
começo”, ou “do alto”.
Hommoysios - Homoousios (gr: da mesma substância, consubstancial ou de igual
substância) foi um termo criado pelos pais da Igreja para designar a relação
entre O Pai, o Filho e mais tarde, com o desenvolvimento da pneumatologia, o
Espírito Santo, sendo essa definição a base da Doutrina da Trindade. Dicionário Teológico
– Comunidade Wesleyana
Quem era ele?
Lucas era
médico. Lucas, segundo Eusébio, era natural da Antiioquia, na Síria. Gentio,
talvez grego. Homem letrado e educado, médico Companheiro de Paulo – Atos 16.10
Ele não era
nem pescador nem coletor de impostos; era “médico” - veja Colossenses 4.14, e como tal
era um estudante da natureza humana e conhecedor da constituição humana.
Há vários e
grandes motivos que nos levam a crer que Lucas não era judeu, e, sim, gentio, eis
então, uma pista, para que ele, Lucas, utilizasse o termo diferenciado e apropriado
que apresentasse Cristo não como “o Filho de Davi”, mas como “o Filho do Homem”.
Um autor com
profissão liberal, um estudioso. Talvez, por sua formação e necessidade de
pesquisa Lucas tenha sido o maior evangelista na área da pesquisa da verdade do
Evangelho de Jesus Cristo.
Sob sua
própria afirmação inicial, ele foi comprometido
com a verdade histórica, registrou em seu evangelho o que ouvira diretamente
dos apóstolos e discípulos que testemunharam a vida de Jesus.
O exame do
vocabulário de seu Evangelho levou a crítica moderna a confirmar a antiga
tradição de que era um médico e excelente escritor, preocupado em manter-se
fiel aos fatos históricos e, politicamente, com as injustiças sociais.
Sendo assim,
já em sua introdução, que acho reveladora ele aponta para esta forma especial,
pela qual o Espírito Santo o levou a escrever sobre seu principal personagem: Jesus - O Filho do Homem.
Existem
várias versões sobre o local e como morreu. Uma versão registra que foi
martirizado em Patras e, segundo outras, em Roma, ou ainda em Tebas.
Em sua introdução
aparece a palavra grega “anothen”,
que pode significar “do começo”, ou “do alto”, como em Mateus 27.51. Mas aqui,
sob a ótica da forma ativa do verbo “investigar’
nos parece, como assumem outros estudiosos, que devamos aceitar o sentido “do começo”, como o fazem diversos
tradutores. Bengel diz; ““anothen”, de cima (subindo), isto é desde o começo, dá a atender que Lucas
quis fornecer os pormenores, que sua base escriturística Marcos omitira”.
Os estudiosos dos Evangelhos hão de concordar, que a tese usual de que marcos é
a base para os demais sinóticos é relevante.
Nota.: JA
Bengel; Johann Albrecht Bengel (nascido em 24 de junho de 1687, Winnenden, perto de Stuttgart,
Württemberg [Alemanha] – morreu em 02 de novembro de 1752, Stuttgart), teólogo
luterano alemão e estudioso da Bíblia que foi o fundador do Swabian Pietism.
Um
pioneiro na crítica exegese do Novo Testamento. Bengel estudou em Tübingen e em
1713 foi nomeado professor em um seminário em Denkendorf, onde publicou seus
primeiros trabalhos sobre o Novo Testamento. Como um estudante que ele tinha se
preocupado em relação às várias leituras do texto do Novo Testamento e procurou
desenvolver um criticamente consistente.
Para quem escreveu?
Quando se
estuda os livros bíblicos esta pergunta é fundamental, segundo a boa norma
teológica. Lucas escreveu para leitores gregos, o primeiro deles o
destinatário, do que eu chamo Evangelho-Epístola foi o nobilíssimo Teófilo,
alguém que já possuía algum conhecimento das verdades do cristianismo.
“Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; Mas
nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos
a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus”. 1 Coríntios 1:22-24
A crença e o
estudo do Evangelho de Lucas escrevendo para gregos pela diferente ótica dos
gregos sobre os assuntos, eles querem e buscam detalhes (Atos 17), os gregos possuíam
o ideal diferente do conceito romano.
“E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se ... todos os
dias na praça com os que se apresentavam. E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele; e uns diziam:
Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses
estranhos; porque lhes anunciava a Jesus
e a ressurreição. E tomando-o, o levaram ao Areópago, dizendo:
Poderemos nós saber que nova doutrina é essa de que falas? ... (Pois todos
os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam,
senão de dizer e ouvir alguma novidade). E, estando Paulo no meio do
Areópago, disse: Homens atenienses...” Atos
17:16-22
Enquanto
estes, buscavam a glória da conquista militar, a autoridade, em manter, sob seu
tacão os povos com a autoridade de governo, os gregos buscavam a sabedoria, a
poesia, o estudo, a formosura das letras, a ênfase no ensino e na aprendizagem,
em elevar o conhecimento e aperfeiçoamento do conhecimento do homem, em
conhecer o homem, em todos os seus traços.
“Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o
ministério”. 2 Timóteo 4:11
Características do Evangelho de Lucas:
Mensagem
universal. “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.” Lucas 2:14
“Luz para iluminar as nações...” Lucas
2:32
É nele que
encontramos o comissionamento para a Missão universalizadora da Mensagem do
Filho do Homem:
“...em seu nome se pregasse o arrependimento e
a remissão dos pecados, em todas as nações”. Lucas 24:47
Um Messias
para Israel, como Libertador é incluído na mensagem lucana:
“E para
glória de teu povo Israel”. Lucas 2:32
“E estava ali a profetisa Ana, filha de
Fanuel, ... E sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a Deus, e falava dele a todos os que esperavam a redenção ...” Lucas 2:36-38
Um homem,
que desde o seu nascimento, e como todos os meninos, cumpre tudo segundo a
lei,:
“...quando acabaram de cumprir tudo
segundo a lei do Senhor, voltaram à Galiléia, para a sua
cidade de Nazaré. E o menino crescia,
e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; ... todos os anos iam seus pais a
Jerusalém à festa da páscoa; E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa.” Lucas
2:39-42
Destaque no Evangelho de Lucas.
Um evangelho
que destaca a Oração:
É Lucas quem
mais destaca em suas referências à oração. É enfático sobre esta característica,
que nos aproxima de Jesus como homem que necessitava de uma vida diária de oração.
São 7 (sete) tais referências:
1-
Ao ser batizado: “E aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo batizado também
Jesus, orando ele, o céu se abriu;”
Lucas 3:21
2-
Orando a sós: “Ele, porém, retirava-se
para os desertos, e ali orava.” Lucas 5:16
3-
Orando com seus discípulos: E aconteceu
que, estando ele só, orando, estavam com
ele os discípulos; e perguntou-lhes, dizendo: Quem diz a multidão que eu
sou?
E,
respondendo eles, disseram: João o Batista; outros, Elias, e outros que um dos
antigos profetas ressuscitou.
4-
Orando no Monte, para transfigurar-se.
Entendo, que
a forma simbólica, “subir” (neste
texto), traduz a necessidade de aproximar-se do Pai, no isolamento de um local
onde Deus sempre se apresentou aos homens de Israel:
“E aconteceu que, quase oito dias depois
destas palavras, tomou consigo a Pedro, a João e a Tiago, e subiu ao monte a orar.
a. E, estando ele orando, transfigurou-se a aparência do seu rosto, e a
sua roupa ficou branca e mui resplandecente.” Lucas 9:18-29
5- Aquele que Ora e ensina a Orar.
Lucas insere
esta característica ao escrever a oração do Pai Nosso, assim ele destaca que
Jesus orava, e sua devoção, a oração, despertou o desejo dos seus discípulos
aprenderem a orar, como Jesus fazia. Infere que a oração de Jesus causava
efeito, após seus longos períodos de oração a sós, ou mesmo com seus
discípulos.
“E aconteceu que, estando ele a orar num certo lugar, quando acabou, lhe disse um dos
seus discípulos: Senhor, ensina-nos a
orar, como também João ensinou aos seus discípulos. E ele lhes disse:
Quando orardes, dizei: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu
nome; venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu.”
Lucas 11:1-2
6- Oração (intercessória e a última oração) até mesmo na hora de sua morte:
“E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem... E, clamando Jesus
com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. Lucas 23: 34;46
7- Ensinando com exemplos, a oração
do homem soberbo, a oração de um homem humilhando-se, na sua oração, como um
necessitado de Deus:
Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. O
fariseu, estando em pé, orava consigo
desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens,
roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas
vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém,
estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia
no peito, dizendo: Ó Deus, tem
misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua
casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e
qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado. Lucas 18:9;11-14
A Confirmação Teológica sobre a autoria do Evangelho de Lucas
“Para a confirmação da autoria do Evangelho de Lucas devemos buscar os
idos de Irineu e o Fragmento Muratório,
no fim do Segundo Século”. Book by Book
O Cânone Muratori, também conhecido por
fragmento muratoriano ou fragmento de Muratori, é uma cópia da lista mais
antiga que se conhece dos livros do Novo Testamento. Foi descoberto na
Biblioteca Ambrosiana de Milão por Ludovico Antonio Muratori (1672 – 1750) e
publicado em 1740. Na lista figuram os nomes dos livros que o autor
desconhecido da lista considerava admissíveis, com alguns comentários. A lista
está escrita em latim e encontra-se incompleta, daí ser chamada de fragmento. O
cânone não é uma mera lista das Escrituras, mas um esboço geral, que fornece os
dois tipos históricos e outros de informações sobre cada livro. O texto
preservado começa com a última linha do segundo Evangelho e notas, totalmente
preservada, sobre o terceiro e quarto Evangelhos. Depois de Os mencionados
Atos, Epístolas de São Paulo (inclusive de Filemon, Tito e Timóteo;
Apesar de
ser consensual datar o manuscrito como
sendo do século VII, ele é cópia de um texto mais antigo, datado como tendo
sido escrito por volta do ano 170, já que nele é referido o Pastor de Hermas.
O fragmento
é de extrema importância para a história do cânon bíblico.
Ele foi
escrito na mesma Roma ou em torno à 180-200; provavelmente o original em grego,
que foi traduzido para o latim.
Este texto Latino
está preservado apenas no manuscrito da Ambrosiana. Algumas frases do Canon Muratoriano são preservadas em
alguns outros manuscritos, especialmente nos códices de Epístolas de São Paulo.
O Pastor de Hermas, que pode
ser lido em todos os lugares, mas não no serviço divino foi então mencionado;
e, finalmente, falsas escrituras que foram usados são rejeitados
por hereges. Como consequência do
latim bárbaro o
significado correto de algumas frases não pode ser compreendido. No que diz
respeito ao autor, muitas conjecturas foram feitas, propondo a Papias, Hegesippus, Cayo Roma, Santo
Hipólito de Roma, Rodon, Melito de Sardes, mas ainda não produziu uma
hipótese bem fundamentada.
CANON DE MURATORI (Trecho)
O terceiro livro do Evangelho segundo
Lucas.
Depois da ascensão de Cristo, Lucas, o
médico, a quem Paulo tinha trazido como um especialista legal, escreveu em seu
próprio nome, concordando com o parecer de [Paulo]. No entanto, ele próprio
nunca vira o Senhor em carne ..., começou a contar desde o nascimento de João. Traduzido
do Inglês http://members.aol.com/Judiciary/Muratori.html
Márcion – o docético, admitia por volta dos
anos 140 d.C., só reconhecia o evangelho de Lucas, como um trabalho de um
discípulo de Paulo.
Lucas é um
sírio de Antioquia, médico de profissão, um discípulo de apostolo; mais tarde
ele acompanhou Paulo até ao martírio. Depois de ter seguido o Senhor fielmente,
sem mulher e sem filhos, faleceu aos 84 anos cheio do Espírito santo. Visto que
já existiam evangelhos – o de Mateus, o de marcos escrito na Itália – ele
escreveu, movido pelo Espírito santo, nas regiões da Acaia, todo esse
evangelho, informando já no prólogo que antes deste, outros evangelhos tinham
sido escritos e que era necessário levar aos cristãos provenientes dos gentios
um relato exato da salvação, para que não fossem arrastados por mitologias
judaicas e não fossem enganados por fantasias vazias e heréticas e assim
perdessem o caminho da verdade. Prólogo segundo Márcion – Sec. IV
Conceitos e
palavras de pais da Igreja, sobre o Tema:
Atanásio disse acerca de Cristo: “ele
não abandonou parte alguma da criação, mas tudo enche, permanecendo contudo,
unido ao Pai” (A Encarnação do Verbo, 8.1).
Para Agostinho: “O Pai, o Filho e o Espírito Santo, isto é, a própria
Trindade una e suprema realidade é a única coisa a ser fruída, bem comum a
todos. (...). Não é fácil encontrar um nome que possa convir a tanta grandeza e
servir para dominar de maneira adequada a Trindade. (...). Assim, o Pai, o
Filho e o Espírito Santo são cada uma deles Deus. E os três são um só Deus.
(...). O Pai não é o Filho, nem o Espírito Santo. O Filho não é o Pai nem o
Espírito Santo. E o Espírito Santo não é o Pai nem o Filho. O Pai é só o Pai, o
Filho unicamente o Filho e o Espírito Santo unicamente o Espírito Santo. Os
três possuem a mesma imutabilidade, a mesma eternidade, a mesma majestade e o
mesmo poder” (A Doutrina Cristã, I, 5.1).
Prof. Edson Douglas de Oliveira
Teologia em Lucas
A questão de
Jesus como homem perfeito, forma junto com a Trindade, ainda que esteja de toda
forma inclusa na mesma discussão, pelo Filho, é importante para o cristianismo
Universla e secular.
Assim, as
informações de Lucas inferem de muita forma no Credo paulino, em uma das mais
antigas declarações da base do cristianismo, como encontramos em I Coríntios:
“Cristo morreu por nossos pecados,
segundo as Escrituras, E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia,
segundo as Escrituras. E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze”. 1 Coríntios 15:3-5
CONTINUA
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