segunda-feira, setembro 2

História das traduções da Bíblia - Sangrando para traduzir - ESTUDO 1

A sangrenta história das traduções da Bíblia

Hoje temos inúmeras versões da Bíblia, mas a História das suas traduções contém uma historia de sangue e ódio, com danos aos tradutores.

Muitos que leem a Bíblia nem de longe sabem ou imaginam que antes da inúmeras versões que hoje se dispõem os leitores das Escrituras sagradas são fruto de várias traduções ao longo dos séculos.

Desde a Septuaginta, as versões do conteúdo da Tanah judaica até as versões e traduções há uma grande e desconhecida História sobre os tradutores das Escrituras.

É o que propomos com esta série de estudos. Ao longo destes estudos alinharemos muito da Bibliologia.

                   Tanakh. Tanak: É um acrônimo utilizado dentro do judaísmo para denominar seu conjunto principal de livros sagrados, sendo o mais próximo do que se pode chamar de uma Bíblia judaica. O conteúdo do Tanakh é equivalente ao Antigo Testamento cristão, porém com outra divisão. Tn"k é o acrônimo formado a partir das três primeiras letras das divisões tradicionais do texto massorético: Torá, Nevi'im e Ketuvim (Instrução, Profetas e Escritos) — que resulta em TaNaK.

Embora um certo livro da Bíblia conte a história de um povo específico, como é o caso do Torá, que conta a história de Moisés e a libertação do povo israelita, a Tanah também irá contar a história de um povo específico.

Moisés escreveu a Torá. A Torá, por sua vez, contempla os cinco primeiros livros da Bíblia.

A tradução Wycliffe

John Wycliffe

John Wycliffe (1330-1384) foi um dos principais pensadores ingleses do século 14.

Teólogo e professor da Universidade de Oxford. Foi assessor do Parlamento Inglês em suas negociações com Roma.

Pároco em Lutterworth, no condado de Yorkshire, na Inglaterra, e funcionário do rei inglês, tendo enorme influência sobre este, principalmente quando o assunto era a mediação com o clero.

Wycliffe foi um dos primeiros a denunciar a corrupção no clero católico e a anunciar a tese (que depois seria amplamente defendida por Lutero) de que qualquer um que tivesse fé poderia ter a salvação eterna, sem necessariamente ter que se dedicar ao cultivo das virtudes e às boas obras.

Antecessor de Huss  Lutero.

Uma das vertentes das críticas de Wycliffe foi a defesa da “autoridade suprema” das Escrituras e da não interferência da opinião papal sobre elas e sobre a tradição cristã.

Descreveu o papa como "o anticristo, o sacerdote mundano de Roma e o mais amaldiçoado dos batedores de carteira".

Por esta visão uma das últimas ações de Wycliffe foi tentar traduzir a Bíblia para o inglês.

Um de seus principais tratados foi o De veritate Sacrae Scripturae (Da veracidade nas Sagradas Escrituras), publicado em 1378.

Para Wycliffe, ao contrário do papa, as escrituras eram infalíveis. Essa tese influenciou tanto o luteranismo quanto o calvinismo e suas ramificações.

Em 1377, o bispo de Londres exigiu que Wycliffe aparecesse perante sua corte para explicar as "coisas surpreendentes que brotaram de sua boca".

Julgamento do tradutor:

Wycliffe foi acusado de heresia e colocado em prisão domiciliar. Mais tarde, acabou forçado a deixar seu posto como professor do Balliol College, em Oxford.

O julgamento de Wycliffe na Catedral de São Paulo, em Londres, ocorreu em 3 de fevereiro de 1377.

A audiência foi uma farsa do começo ao fim.

Tudo começou com uma briga violenta sobre se Wycliffe deveria sentar-se ou não. Juan de Gaunt, filho do rei e aliado de Wycliffe, reiterou que os acusados permanecessem sentados; já o bispo exigiu que ele se levantasse.

Quando o Papa ouviu falar sobre o fiasco do julgamento, emitiu uma bula [carta ou documento oficial papal] em que acusou Wycliffe de "vomitar do calabouço sujo de seu coração as mais perversas e condenáveis heresias".

Wycliffe foi acusado de heresia e colocado em prisão domiciliar. Mais tarde, acabou forçado a deixar seu posto como professor do Balliol College, em Oxford.

Direito universal da leitura da Bíblia.

Emancipando os pobres.

Assim como, Lutero defendeu a leitura, por todos, das Escrituras, Wycliffe também pensara sobre o direito e emancipação dos pobres e indoutos lerem a Bíblia sem a tutela impeditiva da Igreja.

Aliás, a antiga Escritura Veterotestamentária foi utilizada para alfabetização e ensino do povo.

A formatação do ensino se deve a teólogos e reformadores cristãos, como o foi o pai da Pedagogia Moderna Comenius -  devotado seguidor de Jan Huss – de quem falaremos logo, sobre este mesmo tema – tradução da Bíblia (Teólogo e Educador Jan Amos Komenský - Defendia, o acesso das crianças pobres e das mulheres à escola, algo que não ocorria até então. Além disso, acreditava que os textos escritos utilizados em sala de aula deveriam seguir a língua nativa dos alunos, em vez de latim.)

Ele  firmemente que a Bíblia deveria estar disponível para todos. Via a alfabetização como a chave para a emancipação dos pobres.

Assim lançando mão das Escrituras iniciou a tradução para a sua língua, o Inglês.

Naquela época, embora partes da Bíblia já tivessem sido traduzidas para o inglês, ainda não havia uma tradução completa das Escrituras Sagradas.

As pessoas comuns, que nem falavam latim e nem podiam ler, só podiam aprender com o clero. E muito do que eles achavam que sabiam, ideias como o fogo do inferno e o purgatório, não faziam parte das Escrituras.

Assim, com a ajuda de seus assistentes, Wycliffe produziu uma Bíblia em inglês, durante 13 anos, começando em 1382.

Não viu a sua obra ser condenada.

Um morto que incomodava.

Em 1391, antes que a tradução da Bíblia fosse concluída, um projeto de lei foi apresentado ao Parlamento para proibir a Bíblia em inglês e prender qualquer pessoa que possuísse uma cópia do livro sagrado.

O projeto de lei não foi aprovado – John de Gaunt cuidou disso no Parlamento -, mas a igreja retomou sua perseguição contra Wycliffe.

aquele canalha pestilento, de memória condenável, sim, o precursor e discípulo do Anticristo que, além de sua maldade, inventou uma nova tradução das Escrituras em sua língua materna”. Arcebispo de Canterbury da época.

Mas Wycliffe havia morrido 7 anos antes, em 1384.

Ossos queimados e atirados em rio.

A ira contra Wycliffe era tal que o melhor que podiam fazer era queimar os ossos, o que ocorreu em 1427, 40 anos depois, de modo que seu túmulo não fosse reverenciado.

Em 1427, o papa Martinho 5º ordenou que os ossos de John Wycliffe fossem exumados de seu túmulo, queimados e jogados em um rio.

Arcebispos do período:

1375 a 1381 Simon Sudbury

1381 1 1396 William Coyrtney

1396 a 1397 – 1399 a 1414 Thomas Arundel – Lord Chancellor; acusado de alta traição sob Ricardo II, fugiu, mas foi restaurado mais tarde.

1397 a 1399 – Roger Walden

- 1414 a 1443 Henry Chichele (Henry Chicheley; Henry Checheley)

Fonte:

John Wycliffe, precursor da Reforma – Mndo Educação - UOL

Apontamentos do autor

Comênius: Origem Genética, Cultural, Religiosa E Acadêmica - Uma Visão Histórico-Teológica De Jan Amos Komenský: Pai Da Didática Moderna, Segundo A Ética Protestante Da Instrução, Virtude E Piedade - Sueli Biasetti

https://www.bbc.com/portuguese/geral-48403194


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