terça-feira, fevereiro 15

Mundo Árabe - O Que Pode Acontecer, Depois do Egito...

Perspectiva do Mundo árage, após a queda do Governo do Egito.
Uma legítima e inegável luta, pela Democracia, ou tem algo mais além disto?
Sem dúvida alguma e com toda as fibras de meu coração, apoiei a luta do povo do Egito.
Afinal liberdade é coisa de cristão e de homens de fibra!
Povo acolhedor, o que pude sentir, ao vivo estando lá, e viajando por quase toda a extensão do País, onde pretendo voltar em breve e compartilhar a liberdade do povo e a melhora de vida dos mesmos.
Povo que hospedou Jesus Cristo, Abraham, Jacob e Youssef, e foi por isto, incluído nas bençãos de Deus de Abraham.
O Grande e amplo espectro, que se abre é motivo para a análise crítica do envolvimento religioso na vida da Região, para que o radicalismo, não deságue em um rio cheio de obstáculos, às Nações  irmãs em alguns conceitos culturais, religiosos e de idades seculares.
O Brasil deu um grande exemplo, de que mesmo culturas e religiões diferentes podem conviver em harmonia.
Mas, o foco em transcrever o texto é pensar na questão teológica e escatológica, que permeiam todo o Planeta, seja pelas grandes movimentações da placas tectônicas, como as grandes manifestações religiosas, que como aquelas devem ser mantidas estáveis para evitar atritos, que se transformem em terremotos.
Muito embora, nós já saibamos, que a movimentação das placas, e os movimentos acabarão por resultar, no que imaginamos, no que pode acontecer...
Bem! É melhor o leitor tirar as suas próprias conclusões.

Hélio Schwartsman é um jornalista de origem judaica, mas agnóstico, o que não o ofenderá.
Tem forte crítica em suas matérias, mas pauta pela sinceridade e autenticidade na sua critica mordaz.
Respeito muito os seus textos, mesmo quando ferem, sob o meu ponto de vista cristão, certos valores, para mim caros e rudimentares.
Nesta crônica Hélio descreve, o que venho escrevendo em minha página na rede Mundial Web, sobre a noção rudimentar e basal que vem sendo o motor de todas as revoluções em nome da democracia e contra as ditaduras, no mundo islâmico.
Ele desconstrói, a comunidade dos irmãos Muçulmanos, mostrando a sua inserção em todo o mundo oriental islâmico, inclusive em Israel, e como as aparentes diferenças com a Al Qaeda e outros grupos radicais.
E as diferenças de entendimento do Islã, ainda se constituem, em barreira para a formação na Região, quiçá em mais de um Continente, de uma só nação, a Nação do Islã.
Talvez a maior Nação teocrática, jamais existente no Mundo.
No Mundo árabe há grandes líderes carismáticos, como Muahamar Kadafi, da Líbia, que esta semana já começou a sua saída de uma aparente imersão da mídia.
Ele chama isto de noção “umma”, traduzida nos dias de hoje como “Nação”, etimologicamente derivada da palavra ‘umm’ que significa mãe.

E como isto afetará a relação com o Ocidente com seus valores e modo de vida junto a futura ‘Nação” do Islã.
Com este pensamento, ele me faz lembrar dos preparativos de ações futuras escatológicas quanto a Iminência, ou seja, a inevitável aceleração, para este acontecimento para Igreja de Cristo e para a situação de Israel.
Ou alguém, que conheça e viva as palavras bíblicas, acha que tudo isto não tem nada a ver com alguns fatos dos últimos dias?
Conheça:

- socialismo árabe ("al ishtirakia al arabia"); socialismo sem prescindir da cultura do oriente islamizado.
- partido Baath (ressurreição),
- noção de "umma". Modernamente, a palavra pode ser traduzida como "nação". Seu significado primordial, contudo, é o de "comunidade", que idealmente engloba todo o islã e à qual todo bom muçulmano deve submeter-se; derivado da palavra "umm", que significa "mãe".
- Irmandade Muçulmana ("al Ikhuan").
- "sharia", a lei islâmica;
- Knesset (Parlamento Israelense).
- pan-islamismo
"Alá é nosso objetivo; o Alcorão é nossa constituição; o Profeta é nosso líder; 'Jihad' é nosso caminho; e morrer por Alá, a mais alta de nossas aspirações".
Estes itens, de forma geral embasam o artigo a ser lido.
Talvez você nunca os tenha lido, em um único texto.

Não vejo mais como me furtar a um comentário sobre o Egito. A confusão ali, afinal, pode virar do avesso a geopolítica do Oriente Médio e, por extensão, a do globo.
Comecemos pelos consensos. Existe uma unanimidade no mundo árabe. É a de que os valores ocidentais não podem ser simplesmente importados e implantados sem tradução. Por isso, os países árabes precisam encontrar seu próprio caminho, que deve culminar na união de todas as nações da região. Em minha modesta interpretação, isso tem a ver com a noção de "umma".
Modernamente, a palavra pode ser traduzida como "nação". Seu significado primordial, contudo, é o de "comunidade", que idealmente engloba todo o islã e à qual todo bom muçulmano deve submeter-se, sem dissenso (ou quase).
O termo, que aparece 64 vezes no Alcorão, é derivado da palavra "umm", que significa "mãe". Uma alternativa de tradução à Caetano Veloso seria "mátria". A concórdia para nessa ideia de diferença em relação ao Ocidente e união entre os árabes.
Para lograr esse objetivo, uma parte se voltou para o nacionalismo secular. 
É dessa tradição que Hosni Mubarak é herdeiro, muito embora o pan-arabismo já tenha contado com representantes mais populares, notadamente Gamal Abdel Nasser (1918-70).
O outro ramo é o dos que apostaram na religião como força unificadora. É aí que se encaixa a Irmandade Muçulmana ("al Ikhuan"). Fundada em 1928, é a primeira representante do pan-islamismo.
No Egito, os nacionalistas seculares, liderados por um grupo de jovens oficiais das Forças Armadas que incluía Nasser e Anuar al Sadat (1918-81), chegaram ao poder através do golpe de Estado que derrubou o rei Faruk 1º em 1952. O pretexto para a deposição foi a derrota dos árabes para Israel na guerra de 1948.
Explorando a ordem mundial imposta pela Guerra Fria, Nasser, que assumira a Presidência em 1956, estabeleceu uma cooperação com os soviéticos e foi incorporando elementos socialistas em sua retórica. A relação do Egito e dos árabes com a URSS, entretanto, sempre foi ambígua e cheia de idas e vindas. Uma das primeiras medidas dos jovens oficiais depois que derrubaram o rei foi eliminar os comunistas egípcios.
O próprio socialismo árabe ("al ishtirakia al arabia"), em parte abraçado por Nasser e, em maior grau, pelo partido Baath (ressurreição), forte na Síria e no Iraque, precisa ser colocado em perspectiva. Era um socialismo adaptado às necessidades, que não incluía, por exemplo, nenhum elemento de ateísmo e não buscava eliminar a propriedade privada. A ideia é que o socialismo não deveria contrapor-se aos valores tradicionais. Um socialismo nesses termos não era estranho à "umma".
Seguindo o projeto pan-árabe, Nasser ensaiou uma união com a Síria em 1958. O "novo" país se chamava República Árabe Unida. A Síria levou três anos para descobrir que tinha virado um feudo do Egito e pular fora.
Mesmo sem grandes sucessos a exibir, Nasser continuava a entusiasmar as massas árabes, no Egito e fora dele. Essa situação durou até a Guerra dos Seis Dias, em 1967, quando os exércitos árabes sofreram uma segunda e ainda mais humilhante derrota para os israelenses.
Nasser ameaçou renunciar, mas a multidão foi às ruas no Cairo para pedir que ficasse. Ficou, mas sem o brilho de antes. O pan-arabismo já entrava em decadência.
Depois da morte de Nasser, em consequência de um ataque cardíaco, em 1970, a Presidência do Egito foi ocupada por Sadat. Ele lançou mais uma guerra contra Israel --a de 1973--, perdeu e, seis anos depois, sob os auspícios dos EUA, assinou uma paz em separado com os inimigos.
Em 1981, Sadat foi assassinado por radicais religiosos ligados ao Jihad Islâmico.
Nesse processo, porém, lançou as bases da cooperação com os norte-americanos. A aproximação com os soviéticos e a retórica inflamada do pan-arabismo foram paulatinamente substituídos pela substancial ajuda militar dos EUA, que hoje ultrapassa a marca do US$ 1 bilhão anuais.
Foi nesse contexto, em especial a partir dos anos 80, que a Irmandade e outros grupos religiosos ganharam espaço.
Aliás, a "ameaça fundamentalista" é uma das razões a justificar o auxílio norte-americano. Por paradoxal que pareça, é um acerto que agrada a todos: os EUA podem dar dinheiro a um ditador aliado, o ditador recebe a grana com a qual satisfaz os apetites das Forças Armadas, que o mantêm no cargo, e a Irmandade, discretamente tolerada, se consolida como verdadeira oposição, tanto à ditadura como aos EUA e, por extensão, a Israel.
Voltemos, porém, às origens da Irmandade. Seu fundador, Hassan al Banna (1906-49), tinha claro quais eram seus propósitos: "Alá é nosso objetivo; o Alcorão é nossa constituição; o Profeta é nosso líder; 'Jihad' é nosso caminho; e morrer por Alá, a mais alta de nossas aspirações".
Também em seus primórdios, a Irmandade esteve associada aos nazistas. Era uma chance de combater de uma vez seus dois piores inimigos, os ingleses e os judeus que iam se fixando na Palestina.
De 1928 para cá, porém, as coisas ficaram um pouco mais complicadas. Para começar, a Irmandade cresceu. E cresceu muito. Hoje ela existe em mais de 15 países, atuando como um misto de movimento religioso, partido político e organização de auxílio aos necessitados --o que ajuda a explicar seu sucesso.
Ela existe até em Israel, onde está representada na Knesset (Parlamento).
No Egito, embora tecnicamente ilegal, é bastante forte. No pleito legislativo de 2005, membros que concorreram como "independentes" obtiveram 88 cadeiras (20%) no Parlamento.
Seu braço nos territórios palestinos é o Hamas, que controla Gaza. É o único lugar onde seus representantes assumiram de fato o poder. Não chegaram a promulgar uma república islâmica, mas impuseram uma série de restrições religiosas, em especial contra as mulheres.
A questão fundamental agora é descobrir quais são os objetivos atuais da Irmandade, pois, se houver eleições livres no Egito, eles teriam grandes chances de vencer uma disputa para o Executivo e/ou de conquistar um naco substancial do Legislativo.
Parte dos analistas estima que o movimento vem passando por um processo de moderação. Eles seriam hoje como as democracias cristãs europeias na década de 70 ou como o Partido do Desenvolvimento na Turquia, originalmente religioso, mas que parece ter incorporado a democracia em seu DNA.
A favor dessa tese está o fato de que em diversas ocasiões, como o 11 de Setembro, o grupo condenou a violência (mas em muitas outras, aprovou, em especial os ataques suicidas contra israelenses). Além disso, um dos principais inimigos da Irmandade hoje é a Al Qaeda, a organização jihadista capitaneada por Ossama bin Laden.
Não obstante a recente desavença, a Irmandade, através de um de seus principais ideólogos, Said Qutb (1906-66), autor de uma obra com fortes traços antiamericanos, influencia a Al Qaeda até hoje. Seus militantes são por vezes chamados de qutbistas.
Outra parte (menor) dos analistas, porém, diz que a contenção que a Irmandade exibe atualmente é calculada e desaparecerá depois que chegarem ao poder, quando tentarão restaurar o califado.
O mais provável é que a própria organização esteja dividida em relação a seus objetivos finais. Se você entrevistar um dos porta-vozes encarregados de manter contatos com a mídia estrangeira, certamente encontrará a face moderada do movimento. Se for conversar com um pregador de rua em Ismaília, provavelmente vai se deparar com uma outra Irmandade. Resta saber qual ala prevalecerá.
De qualquer forma, não há nenhum motivo para o Egito (e os demais países árabes) não tentar instituir uma democracia autêntica, que não chega a ser incompatível com a "umma" (talvez o seja com a "sharia", a lei islâmica, e outros pontos da religião, mas não com a noção de comunidade). 
Não estamos, afinal, falando de tribos indígenas perdidas na Amazônia, mas de sociedades razoavelmente industrializadas, letradas e que já foram, num passado meio longínquo, o farol da humanidade. 
Não será, por certo, um processo fácil, como o demonstram Iraque, Líbano e territórios palestinos, os países árabes em que a população pode pelo menos expressar-se livremente nas urnas. Mas depender de ditaduras mais ou menos selvagens para conter os religiosos não é exatamente o que eu chamaria de negócio tentador.
Hélio Schwartsman, 44 anos, é articulista da Folha. Bacharel em filosofia, publicou "Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no Afeganistão" em 2001m

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