Hoje é o DIA DA REFORMA PROTESTANTE.
31 de outubro de 1517 – 31 de outubro de 2008!
491 anos da Reforma!
- Sola Scriptura, Sola Gratia e o Sola Fide, Solo Christi, Soli Deo Gloria.
- Só a Escritura, Só a Graça, Só a Fé, Um Só Cristo, Só a Deus Glória.
Em 31 de outubro de 1517, afixou, à porta do Castelo em Wittenberg, na Saxônia, as suas 95 Teses.
Em menos de 1 mês elas foram traduzidas do latim para o alemão, o holandês e o espanhol, e já assustavam a igreja em Roma.
Efésios 2.8.
Hoje comemoramos?
Hoje, Dia 31 de Outubro os cristãos evangélicos deveriam lembrar da Reforma Protestante.
A grande a maioria, sequer procura em saber quem eram:
Martinho Lutero, João Hus, João Calvino, Wycliffe, Zwinglio, e tantos e tantos outros, homens que se preocuparam pelos descaminhos da Igreja ao longo dos séculos, e em sua indignação sofreram, morreram, mas deixaram para nós um legado. Alguns foram famosos e outros de forma anônima se deixaram envolver por Deus e Sua Palavra Verdadeira e Fiel.
Alguém disse: “Não é uma questão de idolatria disfarçada de veneração, como alguns segmentos cristãos fazem. É uma questão de lembrança do papel daqueles homens na história, e ainda maior importância deles no plano de Deus para a humanidade”.
Na verdade, a reforma protestante nada mais é do que o cumprimento de um clamor por mudança religiosa, ainda que de maneira esporádica através dos anos anteriores à própria origem da reforma.
CACP. Autor :Prof. João Flávio Martinez
- O que a mesma significa para a atual Igreja Reformada?
Quais idéias, que nortearam a Reforma como Movimento continuam atuando no seio da Igreja Reformada.
Parece que precisamos uma reforma no meio da Igreja reformada, deve-se ter em mente as palavras do Lema da Reforma: “do reformado holandês Gisbertus Voetius, à época do Sínodo de Dort: "Ecclesia reformata, semper reformanda", que muitos têm traduzido equivocadamente, mas que quer dizer: Igreja Reformada sempre se mantendo fiel aos princípios da Reforma.”, pois vemos adulterações críticas nas Idéias que fizeram mudar para sempre a Fé em cristo, com as ações de homens como os abaixo citados.
Será que eles estariam contentes com o Rumo da atual Igreja?
Será que Lutero ficaria descontente com a situação da Igreja e pensando: Foi para isso que eu me rebelei?
Estaria Lutero realizando outra Reforma, nos dias atuais?
Li hoje uma frase, dita anônima, a qual transcrevo.
‘Comemore a Reforma Protestante; Pregue as 95 teses de Lutero na porta da igreja católica mais próxima...’ Anônimo (melhor mantê-lo assim) (sic)
Será isto mesmo?
Pensando bem, talvez fosse necessários pregar as 95 teses, com ênfase naquelas que mais precisamos lembrar, em nossos dias, não na porta da Igreja indicada na Frase, mas nas portas, de muitas de nossas, e certas Igrejas Evangélicas ou mesmo em todas as nossas Igrejas.
Para umas como lembrança, para outras como esperança, para outras como documento de vergonha às suas ações em contraposição as idéias de Lutero.
Para as místicas, para as vendedoras de ‘milagres’,para as esotéricas (rosas ungidas e outros pontos de contato), para as que criaram um verdadeiro "Talmude evangélico", para as que estão em meio ao caminho, entre o Evangelho e a religião primeira dos hebreus [ judaizantes do século XXI, um israelismo evangélico], para as vendedoras de ‘prosperidade’, para as vendedoras de ‘ilusões evangélicas’ para outras pentecostais para a verdadeira atuação do Espírito Santo na Igreja, sem trejeitos, sem rodopios, sem saltos, sem ‘visagens’, sem reveladas’, sem ‘routrina’, mistura de doutrina com costume de roupas.
MOVIMENTOS REFORMISTAS NA IDADE MÉDIA.
Haviam surgido no interior da igreja movimentos reformistas que pregavam uma vida cristã mais consentânea com o Evangelho.
No século XIII surgiram as ordens mendicantes, com a figura de são Francisco de Assis.
Outros movimentos reformistas surgiram em aberta oposição à hierarquia eclesiástica.
Os Valdenses:
No século XII os valdenses, conhecidos como "os pobres de Lyon" ou "os pobres de Cristo", questionaram a autoridade eclesiástica, o purgatório e as indulgências.
Os Cátaros ou Albigenses:
Os cátaros ou albigenses defenderam nos séculos XII e XIII um ascetismo exacerbado, considerando a si mesmos os únicos puros e perfeitos.
Os Petrobrussianos rejeitavam a missa e defendiam o casamento dos padres. No século XIV, na Inglaterra, John Wycliffe defendeu idéias que seriam reconhecidas pelo movimento protestante, como a posse do mundo por Deus, a secularização dos bens eclesiásticos, o fortalecimento do poder temporal do rei como vigário de Cristo e a negação da presença corpórea de Cristo na eucaristia.
O ESTOPIM PARA A REFORMA:
A faísca ignidora, veio em 1517, ocasião em que a campanha das indulgências para a Basílica de São Pedro em Roma [local que já visitei. Fui a Roma e não vi o Papa] estava a todo vapor.
O propagador das Indulgências - Padre dominicano Tetzel:
Tetzel um padre dominicano, pregava sobre as indulgências com grande exibicionismo: diz que cada vez que cai a moeda na bolsa do frade, uma alma sai do purgatório.
Tetzel tinha uma “tabela de preços” para o perdão de pecados:
Bruxaria - 2 ducados
Poligamia - 6 ducados
Assassinato - 8 ducados
Sacrilégio - 9 ducados
Perjúrio - 9 ducados
Tais medidas foram alavanca para Martinho Lutero iniciar e publicar suas teses.
REFORMADORES:
Martinho Lutero: Nasceu na cidade Eisleben, em 10 de Novembro de 1483. Veio de uma família humilde, seus pais Hans Luther e sua mãe Margarete Ziegler Luther eram camponeses. Teve uma próspera carreira acadêmica: foi ordenado sacerdote em 1507 entrando na ordem agostiniana, estudou filosofia na Universidade de Erfurt, doutorou-se em teologia e lecionou como professor em Wittemberg. Também recebeu o grau de mestre em artes. Lutero deixou oficialmente a Igreja Romana em 1521. Em 1546, no dia 18 de Fevereiro, aos 62 anos, Martinho Lutero faleceu. A casa onde morou Lutero é hoje patrimônio mundial da Unesco.
Lutero e a Reforma são as principais atrações turísticas de Wittenberg, no estado de Saxônia-Anhalt, no leste da Alemanha. A pequena cidade de 47 mil habitantes atrai anualmente cerca de 400 mil turistas do mundo inteiro.
Um pouco de História:
A sua conversão aconteceu em 1516-17, sobre a qual ele escreveu o seguinte:
“Ainda que, como monge, eu levasse uma vida irrepreensível, sentia que era um pecador perante Deus, e tinha uma consciência extremamente perturbada. Não podia acreditar que Deus era aplacado com as satisfações que eu lhe dava. Eu não amava, mas sim, odiava a justiça de Deus que pune pecadores e, secretamente, se não com blasfémia, com certeza murmurando muito, estava irado contra Deus e disse: “Como se não bastasse que miseráveis pecadores, eternamente perdidos por causa do pecador original, sejam esmagados por toda espécie de calamidade pela Lei do Decálogo, Deus tivesse de acrescentar dor em cima de dor pelo Evangelho, e também com o Evangelho nos ameaçando com sua ira justa!” Deste modo, eu me irava, com uma consciência furiosa e perturbada. Todavia, persistentemente golpeava aquela passagem de Paulo, querendo ardentemente entender o que ele quis dizer com “a justiça de Deus”.
Finalmente, pela misericórdia de Deus, meditando de dia e de noite, consenti ao contexto das palavras, a saber: “Porque no Evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: O justo viverá pela fé”. Então comecei a entender [que] a justiça de Deus é aquela pela qual o justo vive por um dom de Deus, em outras palavras, pela fé. E este é o significado: no Evangelho, é revelada a justiça de Deus, isto é, a justiça passiva com a qual [o] Deus misericordioso justifica-nos pela fé, como está escrito: “O justo viverá pela fé”. Foi quando senti como se tivesse nascido de novo e entrado no paraíso por portões abertos. Aqui, me foi mostrada uma face completamente diferente da Escritura. Com base nisso, percorri outra vez, de memória, os textos das Escrituras (...)
E, exaltei minha palavra amabilíssima com um amor tão grande quanto o ódio com o qual antes havia odiado “a justiça de Deus”. Portanto, aquela passagem em Paulo tornou-se para mim verdadeiramente o portão para o paraíso (Prefácio aos Escritos em Latim, LW, 34:336-37). Não é necessário dizer que a descoberta de Lutero da graça bíblica e a sua conversão pessoal alteraram radicalmente sua visão sobre o papado Católico Romano. O evangelho, Lutero argumentou, repudia “a ímpia idéia do reinado inteiro do papa, o ensino de que um cristão deve estar incerto sobre a graça de Deus para com ele. Se esta opinião permanece, então, Cristo é completamente inútil...Portanto, o papado é uma verdadeira câmara de tortura de consciências e o próprio reino do diabo” (LW 26:387).
Lutero decidiu tornar públicas as suas descobertas e elaborou 95 teses, reunindo o mais importante da sua (re)descoberta teológica, e fixou-as na porta da igreja do Castelo de Wittenberg, no dia 31 de Outubro de 1517. Ele pretendia abrir um debate para uma avaliação interna da Igreja, pois acreditava que a Igreja precisava de ser renovada a partir do Evangelho de Jesus Cristo.
O Movimento da Reforma espalhou-se pela Europa. Em 1530 os líderes “protestantes” escreveram a "Confissão de Augsburgo", resumindo os elementos doutrinários fundamentais.
Huldreich Zwinglio: Nasceu em 1484 no povoado de Wildhaus, da família de fazendeiros, Zwinglio, recebeu o grau de bacharel em artes estudando nas Universidades de Viena e Basiléia. Antes disso, havia se tornado sacerdote católico onde Glarus foi sua primeira paróquia. Por volta de 1519, já sob a influencia dos escritos de Erasmo e Lutero, começou a pregar em Zurique, contra certos abusos da Igreja Católica e logo em seguida a deixou, convertendo-se.
João Calvino: Nasceu em 1509 na cidade francesa de Nóyon na Picardia. Seu pai era cidadão abastado e por isso se valeu do benefício de estudar na Universidade de Paris. Depois foi estudar advocacia na Universidade de Orleans e em Bourgs. Calvino converteu-se às idéias reformadas em 1533. Foi forçado a abandonar a França por colaborar com a reforma, instalando-se em Basiléia onde terminou sua obra “As Institutas da Religião Cristã”.
João Knox: (1515-72) era padre escocês, cerca de 1540, começou a pregar idéias da Reforma. Em 1547 foi preso pelo exercito Francês e mandado para a França. Passou por Genebra onde absorveu de modo completo a doutrina de Calvino. Em 1559 voltou a Escócia para liderar um movimento de Reforma Nacional.
João Huss:As idéias de Wycliffe exerceram influência sobre o reformador tcheco (hoje País inexistente) João Huss e seus seguidores no território da Boêmia, os hussitas e os taboritas, nos séculos XIV e XV. Entre essas vozes protestantes estava também a do monge dominicano Girolamo Savanarola o qual, a mando do papa, foi preso, torturado e enforcado.
Erasmo de Rotterdam:
Em posição intermediária entre a fidelidade e a crítica à igreja romana situou-se Erasmo de Rotterdam. Seu profundo humanismo, conciliatório e radicalmente oposto à violência, embora não isento de ambigüidade, levou-o a dar passos importantes em direção à Reforma, como a tradução latina do Novo Testamento, afastando-se da versão oficial da Vulgata; ou a sátira contra o papa Júlio II, de 1513.
Que Deus nos ilumine nos dias atuais e mantenhamos o modo de agir como o Apóstolo Paulo nos lembra em “Rm 12.1-2: Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus."
Fonte:
CACP
Observatório eclesiástico
Igreja em Quinta do Conde
Prof. João Flávio Martinez - É um dos fundadores do CACP, graduado em história e professor de religiões.
Pb. José Roberto Costanza - Professor no Seminário Teológico Presbiteriano do Rio de Janeiro.
Um comentário:
Nobre Osiel, a paz do Senhor.
Ótimo texto! Que pena, que muitos “cristãos” não procuram conhecer a sua própria história.
Esse dia tem passado em branco para muitos. Enquanto o dia 2 de novembro é comemorado por muitos.
Viva a Bíblia! Viva a reforma!
F J
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